terça-feira, 6 de novembro de 2012

Acordos de Genebra sobre Síria não serão revisados: Voz da Rússia

 


6.11.2012, 19:48
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serguei lavrov ministério das relações exteriores lavrov
EPA

A Rússia não pretende rever os acordos alcançados em Genebra, no encontro do grupo de ação para a Síria – declarou o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, sobre os resultados das negociações em Amã.


Durante a conferência conjunta com o colega jordaniano Nasser Dzhauda, Lavrov salientou que para a realização bem-sucedida do comunicado de Genebra não é necessária resolução do Conselho de Segurança da ONU. No âmbito da visita de trabalho, o ministro russo encontrou-se também com o ex-primeiro-ministro da Síria, Riad Hijab.
O encontro com o ex-chefe de governo da Síria precedeu as conversações de Serguei Lavrov com o ministro do exterior da Jordânia. Riad Hijab representa agora a oposição síria e, na opinião de muitos observadores, inclusive ocidentais, pode se tornar uma das figuras chave na formação de um órgão dirigente de transição. Serguei Lavrov declarou que o objetivo do encontro era entender a intenção da oposição em relação ao que ocorre no país e também esclarecer a lógica de Moscou. O ministro russo expressou mais uma vez a esperança de que todos os jogadores externos, que procuram unir a oposição, irão guiar-se justamente por este objetivo e não realizar seus interesses geopolíticos:
“Nós podemos obrigar tanto o governo como a oposição a concluir a trégua e sentar-se à mesa de negociações somente com a condição de que todos os que estiveram em Genebra farão isto, obrigando os grupos, sobre os quais eles têm influência, a atender o apelo da comunidade internacional . Por enquanto, a maioria dos participantes do Encontro de Genebra trabalham para conter a oposição da disposição para o diálogo e para convencer a oposição a continuar a luta até o final vitorioso. Nós devemos todos entender que o preço de tal posição são muitas novas vítimas na Síria.”
O ministro russo também reafirmou a fidelidade à solução de paz na Síria, com base no comunicado de Genebra. Serguei Lavrov salientou que estes acordos não estão sujeitos à revisão. E Moscou não pretende examinar qualquer tentativa de deturpar esse documento. Inclusive sobre a questão do papel do líder sírio. Moscou nunca apoiará a posição de que Bashar al Assadr deve sair. Com isto, Lavrov declarou que é irresponsabilidade acusar somente a direção da Síria de instigar o conflito. A oposição síria - não sem o apoio do Ocidente - tem hoje armas ofensivas, que usa ativamente:
“Nós não justificamos o regime, nós condenamos suas maldades. Mas são inaceitáveis qualquer ação violenta, qualquer violação do direito humanitário internacional, que é cometida, tanto pelo governo, quanto pela oposição. E aqueles que armam a oposição fornecem-lhe não meios de defesa. Existem informações confirmadas de que no território da Síria existe cerca de 50 stingers nas mãos de grupos oposicionistas. E todos sabem qual a finalidade dos stingers. E os dirigentes do exército livre sírio disseram várias vezes que aviões civis serão alvo legítimo se eles forem usar aeroportos sírios”.
Serguei Lavrov declarou que a Rússia é a favor do retorno de observadores da ONU à Síria. Se este passo ajudar a cessar a violência, então, naturalmente, Moscou aprova essa decisão e pronuncia-se pelo aumento da missão. Avaliando as conversações com Riad Hijab, o ministro russo salientou que está satisfeito com seus resultados. Segundo Serguei Lavrov, o ex-chefe do gabinete de ministros está disposto a ouvir a posição de Moscou. Sobretudo porque ele há muito tempo queria esse encontro. A Rússia, por sua vez, continuará o diálogo com todas as partes do conflito sírio – declarou Serguei Lavrov.
As conversações com o ministro do exterior jordaniano decorreram logo após o encontro com Riad Hijab. As partes debateram as perspectivas de solução do conflito palestino-israelense. Além das conversações com o colega, Serguei Lavrov também se encontrou com o rei da Jordânia, Abdullah II, e com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, que foi a Amã. especialmente para encontrar o ministro do exterior russo.

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