Há momentos em que gostamos dos americanos. Pelo menos nós, os donos desta página. Eles, de várias formas, sempre tentaram abrir-nos os olhos, a nós o povo moçambicano. Foram eles que desbarataram aquela historieta ridícula que o Mohamed Bachir Sulemane (MBS) vinha contando de que enricou vendendo capulanas. Disseram que ele era um Barão da Droga. O Departamento do Tesouro dos EUA designou três empresas da sua rede de tráfico de narcóticos. Essas empresas foram o Grupo MBS Limitada, o Grupo MBS – Kayum Centre e o Maputo Shopping Centre.
A Frelimo, como sempre, saiu em defesa de MBS. Todavia, mesmo com a defesa dos camaradas, a quem ele financiava até comprando cachimbos milionários de Armando Guebuza, MBS nunca conseguiu sair da lista negra dos americanos. E os seus negócios não voltaram a prosperar como o que acontecia antes dos americanos levantarem a ponta do véu.
E depois foram as dívidas ocultas. A Bloomberg foi a primeira a divulgar que Moçambique tinha uma dívida astronómica de mais de dois biliões de dólares, contratada em situação dúbia. Filipe Nyusi-que até prova em contrário faz parte dos que se beneficiaram com o dinheiro do calote- orientou os seus ministros, e todos, em coro, desmentiam que tínhamos dívida. Foram encurralados e forçados a reconhecer, mas mesmo assim não tomaram nenhuma atitude enérgica. Foram mais uma vez os americanos que precipitaram a prisão de malta Teófilo Nhangumele, Bruno Tandane, Ndambi Guebuza, Gregório Leão e companhia, ao mandarem prender Manuel Chang em Joanesburgo, proibindo-o, assim, de ir passar um regabofe com a namorada no Dubai, a expensas do dinheiro do calote. Nosso dinheiro.
E são os americanos, mais uma vez, que descobriram que a filha de Eduardo Mulémbwè, um senhor que já foi presidente da Assembleia da República, mantinha cativa a sua "empregada", tratando-a de forma desumana, o que apelidaram de escravatura moderna. Isso Aconteu lá nos EUA onde vive Nélia Angelina Mulémbwè. E a 20 de Junho último, ela foi condenada a seis meses de prisão efectiva pelo Tribunal Distrital do Texas.
Nélia Angelina Mulémbwè foi condenada por fraude e por mau uso de vistos. Ela, em 2015, solicitou visto para uma cidadã moçambicana para a acompanhar a ela e aos seus filhos aos Estados Unidos, supostamente para uma visita de um mês, quando, na verdade, era para servir de empregada doméstica e cuidar dos seus filhos.
A mulher foi mantida em cativeiro desde 2015 e trabalhava sem direito a descanso, até que, em 2017, e graças a uma denúncia, houve a intervenção da Justiça. A vítima trabalhava para Nélia Mulémbwè como empregada doméstica e babá em Moçambique. Nos EUA a vítima permaneceu no apartamento de Mulémbwè, onde ela dormia no chão do quarto das crianças e trabalhava constantemente sem direito a descanso até que foi resgatada por agentes federais.
Em Moçambique, a vítima teria sido explorada até ao limite. Não teria onde queixar. Talvez, até, já vinha sendo explorada aqui. Pode ser até que haja ido para os EUA forçada ou iludida com promessas de um paraíso que virou pesadelo. São os filhos da Frelimo. O Mulémbwè pai talvez até sabia disto, mas nada fez. Em que é que lhe interessa o povo? Povo é lixo, dá-se uma camiseta e uma capulana e boné e vota na Frelimo. Povo não pensa. Povo é povo. Não pode contagiar a sua sarna à Frelimo. E é isto que os EUA nos tentam mostrar. Que o poder é nosso. Que os que ali estão deveriam nos servir e não servirem-se.
Nós gostamos dos americanos. Virão os que tentam defender o indefensável nos chamar de nomes. E dirão que não somos patriotas. Patriota é quem escangalha a pátria? Às vezes julgamos que esta Frelimo e os seus lacaios amam menos Moçambique do que o que realmente dizem em comícios populares!
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