23.11.2018 às 10h27
O país está mergulhado numa crise política desde 26 de outubro, quando o Presidente demitiu abruptamente o primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe e nomeou Mahinda Rajapaksa para o seu lugar. Ambos afirmam ser legítimos titulares do cargo. Wickremesinghe garante ter apoio maioritário no Parlamento e diz que a sua demissão é inválida
Os deputados que se opõem ao primeiro-ministro do Sri Lanka, Mahinda Rajapaksa, conquistaram o controlo de uma comissão que define a agenda do Parlamento durante uma votação crucial esta sexta-feira.
O país está mergulhado numa profunda crise política desde 26 de outubro, quando o Presidente Maithripala Sirisena demitiu abruptamente o primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe e nomeou Rajapaksa para o seu lugar. Ambos afirmam ser os legítimos titulares do cargo. Wickremesinghe garante ter o apoio maioritário no Parlamento e diz que a sua demissão é inválida.
Na semana passada, o presidente do Parlamento, Karu Jayasuriya, anunciou que o Sri Lanka não tinha primeiro-ministro nem Governo depois de aprovada uma moção de censura contra Rajapaksa. Sirisena e Rajapaksa recusaram-se a aceitar os resultados da moção, alegando que os procedimentos apropriados não foram seguidos.
APOIANTES DO PRIMEIRO-MINISTO BOICOTARAM SESSÃO
Quando o Parlamento foi convocado esta sexta-feira, Jayasuriya anunciou que a comissão de seleção dos trabalhos era constituído por sete opositores e cinco apoiantes de Rajapaksa.
Os deputados que apoiam Rajapaksa recusaram-se a aceitar a lista, argumentando que administram o Governo e, por isso, deviam ter a maioria na comissão, de acordo com as tradições parlamentares. Já os seus opositores reivindicaram o controlo da comissão por terem maioria no Parlamento e pediram uma votação.
Essa votação foi então realizada através do sistema de voto eletrónico e os opositores garantiram o controlo da comissão com 121 votos a favor e nenhum contra do lado da oposição. Os resultados também demonstram que Rajapaksa não detém a maioria dos 225 membros do Parlamento, o que constitui um revés para os seus apoiantes, que boicotaram a sessão parlamentar abandonando o hemiciclo.
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