Petro Poroshenko acusou o presidente russo Vladimir Putin de querer anexar o seu país na totalidade e pediu à NATO para mobilizar navios de guerra para um mar partilhado pelos dois países.
Em entrevista ao Bild , o presidente ucraniano Petro Poroshenko não esteve com meias palavras. "Não acreditem nas mentiras de Putin (...) Putin conta ao mundo contos da carochinha, e está a fazê-lo agora outra vez", disse ao jornal mais vendido da Alemanha. Porquê? "Putin quer o antigo império russo de volta. Crimeia, Donets, todo o país. Como czar russo, como ele se vê, o seu império não pode funcionar sem a Ucrânia. Ele vê-nos como uma colónia", comentou.
A entrevista faz parte da estratégia de Kiev para tentar obter apoio do Ocidente, quer na aplicação de mais sanções contra Moscovo, quer para receber ajuda militar, quer ainda na oposição ao gasoduto russo que ameaça privar a Ucrânia de importantes receitas.
Os aliados ocidentais até agora não se ofereceram para nenhuma destas opções, apesar dos alertas de Poroshenko sobre uma possível invasão russa depois de Moscovo ter apresado três navios da marinha ucraniana e suas tripulações no domingo perto da Crimeia, região ucraniana anexada pela Rússia em 2014.
Para já, só a Estónia e a Polónia defenderam sanções. A Alemanha ofereceu-se como mediadora (e a chanceler alemã Angela Merkel disse que não há solução militar para a crise). A UE e a NATO apelaram para a libertação dos marinheiros.
Para já, só a Estónia e a Polónia defenderam sanções. A Alemanha ofereceu-se como mediadora (e a chanceler alemã Angela Merkel disse que não há solução militar para a crise). A UE e a NATO apelaram para a libertação dos marinheiros.
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O sinal mais forte e surpreendente foi o cancelamento da reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com Vladimir Putin. A decisão foi anunciada através do Twitter de Trump quando este já seguia a bordo do Air Force One a caminho de Buenos Aires, onde se realiza o G20.
Moscovo e Kiev culpam-se pelo incidente de domingo. Putin acusou Poroshenko de fabricar a crise para aumentar a popularidade antes das eleições marcadas para março de 2019.
Ao Bild, Poroshenko disse querer que a NATO envie navios de guerra para o mar de Azov. A Aliança Atlântica, através da porta-voz Oana Lungescu explicou que os navios e as aeronaves da aliança já patrulham de forma rotineira no Mar Negro, e que as atividades aumentaram desde que Moscovo anexou a Crimeia.
Ao Bild, Poroshenko disse querer que a NATO envie navios de guerra para o mar de Azov. A Aliança Atlântica, através da porta-voz Oana Lungescu explicou que os navios e as aeronaves da aliança já patrulham de forma rotineira no Mar Negro, e que as atividades aumentaram desde que Moscovo anexou a Crimeia.
"Três membros da NATO - Bulgária, Roménia e Turquia - são estados litorais com as suas próprias capacidades nacionais posicionadas na região do Mar Negro", disse a romena, que admitiu uma avaliação da presença na região vai ser avaliada. No entanto, é remota a perspetiva de navios da NATO no mar de Azov, que é separado do mar Negro pelo estreito de Kerch, e o acesso é controlado pela Rússia.
Defesa reforçada na Crimeia
O Kremlin disse que o pedido de apoio naval de Poroshenko parece ter o objetivo de aumentar as tensões na área. Mas também Moscovo contribuiu para a escalada, ao transferir para a Crimeia mais um batalhão de mísseis terra-ar S-400.
Segundo a agência de notícias Interfax os russos planeiam construir na Crimeia uma nova estação de radar de alerta de mísseis, com a capacidade de detetar mísseis balísticos e de cruzeiro de longo alcance.
Por fim, Poroshenko pediu na entrevista para Berlim suspenda o projeto que permitiria à Rússia fornecer mais gás diretamente para a Alemanha. No entanto, o ministro da Economia alemão, Peter Altmaier, declarou que o gasoduto Nord Stream 2 e a crise ucraniana são "dois assuntos diferentes e diferentes áreas".
Por fim, Poroshenko pediu na entrevista para Berlim suspenda o projeto que permitiria à Rússia fornecer mais gás diretamente para a Alemanha. No entanto, o ministro da Economia alemão, Peter Altmaier, declarou que o gasoduto Nord Stream 2 e a crise ucraniana são "dois assuntos diferentes e diferentes áreas".
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