28 de Novembro 2018 20h31 - 109 Visitas
Presidências Abertas e Inclusivas como Estratégia de Comunicação Governamental é o título do livro da Stélia Neta, a ser lançado amanhã em Maputo.
Uma marca da governação de Armando Guebuza entre os anos 2005 e 2015, as presidências abertas – nome dado às visitas de trabalho do Presidente da Repúblicas pelas províncias – inspiraram uma tese de douramento em Ciências da Comunicação, defendida na Universidade da Beira Interior (Portugal) pela Stélia Neta, em 2017. Um ano depois, a tese foi adaptada em livro, sob a chancela da Alcance Editores.
Com o título “As Presidências Abertas e Inclusivas como Estratégia de Comunicação Governamental”, o livro faz notar que Armando Guebuza instaurou um ciclo de grande proximidade com os cidadãos através da estratégia conhecida por Presidência Aberta e Inclusiva, “em que o mais alto magistrado da nação abandona a Ponta Vermelha para governar o país a partir de locais humildes, em diversas partes do território”.
A autora conclui que, enquanto estratégia de relações públicas governamentais, as presidências abertas desempenharam um importante papel no esforço de construção da identidade nacional. “Estamos perante uma estratégia que se investe na aproximação da elite política ao povo, na tentativa de encetar um relacionamento de confiança, de participação política e a cooperação entre o Governo e seu povo”, escreve a autora.
Stélia Neta diz ainda que aquela iniciativa de governação possibilitou uma comunicação sem intermediação entre os populares e o Presidente da República. “Toda a retórica presidencial soube potenciar e estimular os valores da moçambicanidade, com potenciais efeitos redutores nas diferenças étnicas entre a população. O sentido de pertença a um Estado uno e indivisível foi bastante explorado pelo discurso do Presidente”, que sempre recorria à primeira pessoa do plural (nós moçambicanos…). Os discursos de Armando Guebuza serviram também para estabelecer uma comunicação bilateral mais próxima e efectiva junto do cidadão, através da descentralização e reforço da administração local do Estado.
Membro do Conselho Universitário da UEM e do Conselho Nacional do Ensino Superior, Stélia Neta é doutorada em Ciências da Comunicação e mestre em Comunicação Estratégica pela Universidade da Beira Interior e licenciada em Jornalismo pela Universidade de Coimbra.
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