Lisboa - O Banco de Poupança e Credito (BPC) perdeu o rasto – na sua base de dados - de uma divida de cerca de AOA 19 376 477, 164 (USD 180 milhões) da empresa CAMARUFI - Comércio Geral e Indústria, detida por um empresário libanês Wafic Ibraim Hamade, apresentado como antigo  “ponta de lança”, do ex -  Chefe da Casa de Segurança da PR, general Hélder Manuel Vieira Dias “Kopelipa”, nas operações   de abastecimento de logística para as  Forças Armadas Angolanas (FAA). O mesmo  esta também vinculado  ao ex-chefe do EMGFAA, Geraldo Sachipengo Nunda, que convenceu o antigo ministro da Defesa Nacional,  João Lourenço a mante-lo no sistema de fornecimento de logística das FAA,  até   Março de 2019.
Fonte: Club-k.net
SIC prende funcionários da informática 
Wafic Hamade também tratado por “Fidel”, vive em Angola a vários anos  com a  autorização de residência 0001737BO8, e em Setembro de 2017 foi lhe passada a nacionalidade angolana. O mesmo beneficiava de financiamento   do BPC para cobertura de abastecimento da logística para o exercito angolano a pretexto de que seria reembolsado pelo Estado angolano  por via da empresa SIMPORTEX - Comercialização de Equipamentos e Meios Materiais, adstrita ao Ministério da Defesa Nacional, que o contratava. 

Segundo fonte bancaria a divida do empresário constavam nos registro de devedores do banco porém, a mesma deixou de existir do sistema informático do BPC, desde Julho de 2017, sem que o banco registrasse movimentos de liquidação. A fonte garante que o “desaparecimento” do credito coincide com a data da ocorrência de contactos que Wafic Hamade “Fidel”, estabeleceu com responsáveis seniores desta instituição financeira, provocando agora investigações a volta do assunto.

Durante as últimas duas semanas, o BPC passou a ser objecto de uma   auditoria externa que terá descoberto a existência de uma rede interna  de responsáveis bancários que influenciava a DTI – Direção das tecnologias e informação a “apagar” da sua base de dados dividas de certos  clientes, supostamente em  troca  de dividendo. 

Sem causar alarido, o caso foi remetido ao Serviço de Investigação Criminal (SIC) que por sua vez realizou a detenção de um técnico de informática do BPC, Jorge Sanches e este por sua vez, terá cooperado  fazendo outras revelações que culminaram está semana com a detenção de mais três funcionários da Direção das tecnologias e informação (DTI).

A detenção de Jorge Sanches, segundo apurou o Club-K, é vista como causadora de perturbações por haver receios de que sejam arrastados altos funcionários ligados a antiga direção de António Paixão Júnior identificados como animadores do esquema de “apagar” alegados créditos de certas empresas ou individualidade. Por se tratar de uma fonte que esta a ser vista como valiosa, as autoridades colocaram Sanches na cadeia prisão de São Paulo, em Luanda.

O sistema informático do BPC é descrito como um dos mais vulneráveis, da banca nacional, em termos tecnológico. Foi montado por peritos indianos. O seu director Mario Nsingui Pedro tem sido acusado de confiar a Administração do sistema central do banco aos  técnicos indianos que por sua vez efectuam o processo de controlo a partir da índia. Vozes internas tem desde algum tempo apelado a realização urgente de uma auditoria tecnológica a DTI do BPC.

Face a vulnerabilidade do sistema informático do banco, o seu actual PCA, Alcides Horácio Frederico Safeca, aprovou há dois meses, o orçamento de 15 milhões de euros para as despesas de um projecto de implementação de um novo software bancário (Core Bancário Fusion Banking) que deverá ser instalado num prazo de 18 meses.

O futuro  “software informático” do BPC, deverá ser comprado através da firma inglesa FINASTRA, e contará também com a prestação de serviços dos técnicos indianos da internacional PSPL e de um outro parceiro externo a DELOITTE.