Procurador diz que delação da JBS contra Dilma e Lula é "incomprovável"
QUI, 10/08/2017 - 10:54
ATUALIZADO EM 10/08/2017 - 10:59
Foto: Agência Brasil
Jornal GGN - Em entrevista ao UOL, o procurador Ivan Cláudio Marx, que cuida do inquérito contra Lula e Dilma por causa da delação de Joesley Batista, da JBS, praticamente deu 3 motivos para o caso ser encerrado.
Em troca de imunidade penal, Joesley afirmou à Procuradoria da República que mantinha no exterior duas contas criadas ao longo dos governos Lula e Dilma, onde chegou a acumular 150 milhões de dólares.
A conta era administrada apenas por Joesley e quando a JBS fazia doações ao PT nos pleitos eleitorais, o empresário afirma que "descontava" o valor correspondente do fundo no exterior.
A fragilidade da delação de Joesley já havia sido apontada pelo GGN no momento em que os anexos do acordo vazaram na imprensa. Depois, a grande mídia ajudou a revelar que as contas de "Lula e Dilma" bancaram, na verdade, luxos de Joesley: a compra de um apartamento em Nova York, de dois barcos e as despesas do casamento com uma apresentadora de TV.
Agora, o membro da Procuradoria da República também admite que a delação é "incomprovável", e explica porquê:
MOTIVO 1 - Quem cuidava da conta era Joesley, não Lula ou Dilma
"Ele [Joesley] diz que as contas teriam recursos em favor dos ex-presidentes, mas as contas estavam em nome do próprio Joesleu. Era ele quem operava as contas."
MOTIVO 2 - Não há provas de que Dilma e Lula sabiam das contas
"Primeiro, ele disse que Guido Mantega havia falado que os dois sabiam das contas e viam os extratos. Depois, ele disse que teve conversas tanto com Lula quanto com Dilma sobre essas contas. Mas, até agora, só temos a palavra dele."
MOTIVO 3 - Contas não foram usadas para fazer repasses ao PT
"O dinheiro saía do Brasil e ia para essas contas no exterior, mas não voltava ao país para fazer as doações. Segundo ele mesmo, o dinheiro das doações não saía dessa conta."
Procurada, a Procuradoria da República que fechou a delação disse que não iria comentar as declarações do procurador Ivan Marx e afirmou que os "colaboradores precisam entregar documentos que corroborem as afirmações que fazem", caso contrário, o acordo poderá ser revisto.
Leia a entrevista completa aqui.
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