Os dois anos e meio do Presidente Nyusi
Fui convidado por tvm e stv pra falar dos dois anos e meio de presidente Nyusi. Por imperativo do tempo não fui à Stv. A pergunta é a mesma: "foi bom presidente ou não". E vejo muitos outros analistas a degladear-se como num jogo de crianças sim-não ao infinito.
Sabem o que digo?
1. Pra mim podem lá estar todos os presidentes do mundo, cada um com seu carácter, mas se não mudarmos as estruturas nada se altera. Tudo é igual.
2. O bem funcionar de um país depende de suas instituições. Instituições fortes. Como pode um presidente ser bom ou mau se existem individuos mais fortes do que instituições do Estado?
3. Um Estado é ruim quando há indivíduos fortes que até estão acima das leis.
4. Os órgãos de soberania não devem depender de "politiquices", estes devem ser independentes, autônomos, e bem separados como aprendemos na escola.
5. Pra órgãos serem independentes e autônomos os seus titulares não devem ser nomeados pelos presidentes da República. Espécie os da PGR, Presidente do Tribunal Constitucional, o Presidente do Tribunal administrativo etc.
6. Divisão clara dos três poderes (executivo, legislativo e judicial).
7. Nada de justificativa que foi a "luta de libertação" e por via disso reivindicar "direitos" estranhos. Você foi como um dever de um cidadão consciente. Se não tivesse ido iria outra pessoa.
8. O presidente da República tem excessivos poderes. Como o rei francês Luís XIV que dizia: "O Estado sou eu". Ele nomeia e desnomeia por lei. Aprendi na escola e ensinado por Karl Popper que numa sociedade quando uma entidade é mais poderosa, isto é, sem limites não pode haver democracia. Democracia significa paridade e limites. E um verdadeiro "check and balance". A democracia moderna foi introduzida exactamente pra lutar contra os reis absolutistas e déspotas por lei. Recordemo-nos que um dia senhor como Dhlakama pode ser presidente.
9. O presidente se desdobra muito em "presidências abertas" ou visitas as empresas ou ministérios. Existe aquilo que aprendemos em política que se chama de "subsidiáriedade". Um Presidente não precisa estar em todo sítio pra se aperceber de algo que não funciona. Visitas são gastos honrosos pra os bolsos dos moçambicanos que já a crise multiplicou.
10. A dita "Disciplina partidaria" torna Assembleia da República um "brinquedo". Onde indivíduos adultos só sabem levantar as mãos ou abaixa-las. Agente se pergunta o que estes indivíduos adultos estão aí a fazer. Gastos desnecessários. Pra tornar as coisas mais nefastas exigem "mercedes".
11. Os deputados devem ser eleitos pelos seus círculos eleitorais pra defenderem os interesses do povo. Não nomeados ou indicados pelos partidos.
12. Os governadores, como em outros países, devem ser eleitos. Não fazem parte do poder executivo centralizado.
13. Temos que abandonar o "Presidencialismo atipico": Presidente da Republica, presidente do partido, presidente do governo, presidente de forças armadas (comandante em chefe), presidente de todos poderes (legislativo, executivo e judiciário), presidente de ACLIN... Numa só pessoa.
14. Um Presidente da República não deve ser Presidente do Governo.
15. A sociedade civil deve ser mais proactiva e exigir os próprios direitos no lugar de esperar que algum partidos políticos o faça. Os partidos tem seus interesses (querem governar).
16. Reformas constitucionais já.
O resto não me interessa se o Presidente é bom ou não.
Fui convidado por tvm e stv pra falar dos dois anos e meio de presidente Nyusi. Por imperativo do tempo não fui à Stv. A pergunta é a mesma: "foi bom presidente ou não". E vejo muitos outros analistas a degladear-se como num jogo de crianças sim-não ao infinito.
Sabem o que digo?
1. Pra mim podem lá estar todos os presidentes do mundo, cada um com seu carácter, mas se não mudarmos as estruturas nada se altera. Tudo é igual.
2. O bem funcionar de um país depende de suas instituições. Instituições fortes. Como pode um presidente ser bom ou mau se existem individuos mais fortes do que instituições do Estado?
3. Um Estado é ruim quando há indivíduos fortes que até estão acima das leis.
4. Os órgãos de soberania não devem depender de "politiquices", estes devem ser independentes, autônomos, e bem separados como aprendemos na escola.
5. Pra órgãos serem independentes e autônomos os seus titulares não devem ser nomeados pelos presidentes da República. Espécie os da PGR, Presidente do Tribunal Constitucional, o Presidente do Tribunal administrativo etc.
6. Divisão clara dos três poderes (executivo, legislativo e judicial).
7. Nada de justificativa que foi a "luta de libertação" e por via disso reivindicar "direitos" estranhos. Você foi como um dever de um cidadão consciente. Se não tivesse ido iria outra pessoa.
8. O presidente da República tem excessivos poderes. Como o rei francês Luís XIV que dizia: "O Estado sou eu". Ele nomeia e desnomeia por lei. Aprendi na escola e ensinado por Karl Popper que numa sociedade quando uma entidade é mais poderosa, isto é, sem limites não pode haver democracia. Democracia significa paridade e limites. E um verdadeiro "check and balance". A democracia moderna foi introduzida exactamente pra lutar contra os reis absolutistas e déspotas por lei. Recordemo-nos que um dia senhor como Dhlakama pode ser presidente.
9. O presidente se desdobra muito em "presidências abertas" ou visitas as empresas ou ministérios. Existe aquilo que aprendemos em política que se chama de "subsidiáriedade". Um Presidente não precisa estar em todo sítio pra se aperceber de algo que não funciona. Visitas são gastos honrosos pra os bolsos dos moçambicanos que já a crise multiplicou.
10. A dita "Disciplina partidaria" torna Assembleia da República um "brinquedo". Onde indivíduos adultos só sabem levantar as mãos ou abaixa-las. Agente se pergunta o que estes indivíduos adultos estão aí a fazer. Gastos desnecessários. Pra tornar as coisas mais nefastas exigem "mercedes".
11. Os deputados devem ser eleitos pelos seus círculos eleitorais pra defenderem os interesses do povo. Não nomeados ou indicados pelos partidos.
12. Os governadores, como em outros países, devem ser eleitos. Não fazem parte do poder executivo centralizado.
13. Temos que abandonar o "Presidencialismo atipico": Presidente da Republica, presidente do partido, presidente do governo, presidente de forças armadas (comandante em chefe), presidente de todos poderes (legislativo, executivo e judiciário), presidente de ACLIN... Numa só pessoa.
14. Um Presidente da República não deve ser Presidente do Governo.
15. A sociedade civil deve ser mais proactiva e exigir os próprios direitos no lugar de esperar que algum partidos políticos o faça. Os partidos tem seus interesses (querem governar).
16. Reformas constitucionais já.
O resto não me interessa se o Presidente é bom ou não.
SOCIEDADE DE PROCESSOS OU DE ACONTECIMENTOS ESPORÁDICOS?
Tenho notado que esta geração que está a respirar o ar de Moçambique por estas alturas do ano 2017 D.C está praticamente alheia à sua própria evolução.
Fiz uma observação esporádica e não científica (afinal não sou nenhum cientista), e cheguei à conclusão que toda a sua vida é feita de acontecimentos e não de processos, e por isso que está estagnada sem perceber que está estagnada (repeti porque qui-lo).
Ora vejamos:
O moçambicano desta geração não se preocupa pelos processos, mas apega-se aos acontecimentos como o objectivo final de qualquer facto, e daí para frente volta a mergulhar na mesma paragem processual que sempre teve e venera.
Isto é produto da análise sentimental que se faz dos factos, isto é, o sentimento é que guia todo e qualquer tipo de julgamento, e daí é só mandar ao inferno ou ao céu da consideração, sem se preocupar com o resultado final do processo que foi despoletado por esse tal acontecimento.
O moçambicano actual tem a coragem de aplaudir o mal só porque identifica-se sentimentalmente com o seu actor, ou simplesmente não simpatiza com a vítima ou o escudo da vítima, sem olhar para a big picture, ou esperar pelo fim do processo em causa.
O sentimento ganha um espaço de juiz, juiz momentâneo que somente está para saciar nossos egos, apegando-se aos acontecimentos localizados e deles extrair o néctar social para saciar nossos egos, e daí marimbámo-nos para o processo desencadeado sem nos preocuparmos com os resultados que daí podem advir, pois o nosso ego saiu a ganhar.
O sentimento é elevado estoicamente a categoria de juiz, de Deus que tudo pode, e decide inconscientemente, mesmo que o nosso espaço vital como indivíduos esteja a ser diminuído ou ameaçado.
O que se nota nesta geração que está a viver em Moçambique, é um excessivo toque de narcisismo injustificado, onde o sentimento é glorificado e o binómio “gosto-não gosto” é posto como sacrossanto do ajuizamento dos factos, mesmo que sejam relevantes para a sociedade como um todo e não para o indivíduo como sujeito social.
Isto é, os cidadãos acham que não são sujeitos sociais e tudo o que acontece no país neste momento, tem somente a responsabilidade dos que são citados em acontecimentos esporádicos, e sobre estes lançamos os nossos sentimentos sem olhar para a contribuição de cada um de nós numa visão procéssica (inventei isto agora) a longo prazo.
Esquecemos que todos somos sujeitos sociais e estamos emaranhados na responsabilidade que imputamos àqueles que pensamos que deviam ser culpados, pois no final, esta nossa análise e responsabilização fatiada, vai desaguar sobre as nossas cabeças, quer queiramos quer não.
Estamos sentados num conformismo sentimental abstracta sempre baseada em justificações embriões que nuca se desenvolvem para outra fase. Estamos comodamente sentados sobre a nossa irresponsabilidade, e a ser governados por sentimentos como animais do mesozoico.
Optamos por separar os anseios colectivos, coleccionando o individualismo, justificando com ideologias que estão a anos-luz da nossa sociedade. (Apregoamos que somos uma sociedade de consumo, mas não notamos que não temos todos os elementos que nos transformam em tal. Talvez somos essa sociedade. Mas a ficção futurista!).
Inconscientemente esquecemos a necessidade de evolução colectiva como sociedade, o que nos faz estar estagnados social, histórica e filosoficamente, ou se avançamos, estamos a faze-lo de uma forma negativa e torpe, sempre com medos a espreitar-nos a cada esquina.
Esta nossa prisão maelstrómica legitima a paragem histórico-social como um dado importante para a evolução (que na verdade nunca acontece), trazendo assuntos que já tratamos para que voltemos a trata-los da mesma forma, e para podermos justificar esta inércia, usamos os sentimentos como armas de arremesso, e apontamos os dedos aos responsáveis pelos acontecimentos, como se nós fôssemos simples apêndices históricos.
Na verdade e conscientemente, todos conseguimos identificar a mais-valia dos actores sociais pelos seus actos e pelas suas palavras, e as propostas que não conseguimos discernir na nossa mais pura justiça para onde nos levam, ou não deslumbramos nunca a ideia principal, devemos cancrotizá-las (do cancro) do nosso anseio de evolução social, se queremos mesmo evoluir como sociedade.
Nesta geração aqui, adoptamos um jogo de inversão psicológica, onde apelidamos os actores maléficos (os que estagnam a sociedade), como todos aqueles que não simpatizamos com eles, como se a simpatia fosse uma medida fiável factualmente para decidir em prol da evolução social.
Tornamo-nos mamparras simples e amarrados nos nossos sentimentos, julgando os factos não pelo que são ou representam para a nossa evolução social, mas sim se prejudicam aqueles com os quais não simpatizamos, ou se beneficiam o outro nosso brada, e assim estagnamos a favor de sentimentos.
Andamos a viver quotidianos negociados, instáveis e como autênticas marionetas da vontade imunizada da paralisação histórica hipnotizada, sem entendermos que o nosso papel como agentes históricos e sociais também é arrastado para esse mundo estático que inconscientemente desejamos nos tornar a cada dia.
Acreditamos piamente que a nossa desintegração social é que nos pode desenvolver como nação, e a nossa história será mais audível se condimentada com um pouco de caos e de dor, esquecendo que seremos perscrutados por olhos críticos dos nossos descendentes e seremos responsabilizados como uma geração e não separados entre actores e “sentidores”.
Para nos enganarmos mais, formamos assembleias emancipatórias, autênticos purgatórios psicológicos, justificando cada acto e cada ideia destrutiva como sendo em prol da democracia e do bem-estar geral, e os aplausos baseados nas simpatias e não nos factos, tornam esta grande mentira como uma verdade.
Estas verdades fátuas são forçosamente renovadas, e cada dia de Deus temos que ser amedrontados, e temos que temer pela nossa vida, numa sociedade que se diz ávida de desenvolvimento, aparecendo cidadãos defensores da democracia que ao mesmo tempo defendem que a ameaça à vida é legítima. Mais uma vez com base em simpatias.
Infelizmente ainda não acreditamos nos nossos sonhos comuns, e vivemos a vida encostados a pesadelos que nós mesmos alimentamos, usando os sentimentos como algo que pode justificar o caos e o vai-vem histórico e social em que nos encontramos.
Precisamos de desenhar uma fronteira clara entre o que queremos e o que sentimos. O querer é factual, é dinâmico, é processual e desenvolvido, pois significa movimento para chegar à meta e aos objectivo, enquanto o sentir é um jogo de dores e alegrias subjectivas que destroem o comunal em prol de satisfação pessoal. É algo momentâneo, estático, narcísico e que estranhamente entre nós tem o valor de juiz supremo.
A separação entre estes dois é que pode ajudar a desatolar a nossa roda e avançarmos como uma nação que precisa de alcançar o seu futuro em conjunto.
Ao abraçarmos a objectividade como guia da nossa sociedade, ao abraçarmos a análise dos processos e não dos acontecimentos, estaremos a isolar os agentes patológicos que usam a subjectividade para atiçar os sentimentos como guias sociais, pois a objectividade é racional e permite a construção de um país objectivo e que se move.
As nossas liberdades não podem ser alteradas para se adequar à nossa subjectividade, mas a subjectividade é que deve procurar a objectividade social e nela inspirar-se para a sua própria socialização.
Se continuarmos a ser “sentimentais”, no fim do nosso caminho, e também nas conversas das futuras gerações, a subjectividade de cada um de nós vai ser responsável pela estagnação em que votamos o nosso país durante a nossa passagem por cá.
Esta geração vai ser conhecida como a geração da “Época dos Sentimentos”, como houve a “Idade das Trevas” na Europa.
Nhanisse!
Tenho notado que esta geração que está a respirar o ar de Moçambique por estas alturas do ano 2017 D.C está praticamente alheia à sua própria evolução.
Fiz uma observação esporádica e não científica (afinal não sou nenhum cientista), e cheguei à conclusão que toda a sua vida é feita de acontecimentos e não de processos, e por isso que está estagnada sem perceber que está estagnada (repeti porque qui-lo).
Ora vejamos:
O moçambicano desta geração não se preocupa pelos processos, mas apega-se aos acontecimentos como o objectivo final de qualquer facto, e daí para frente volta a mergulhar na mesma paragem processual que sempre teve e venera.
Isto é produto da análise sentimental que se faz dos factos, isto é, o sentimento é que guia todo e qualquer tipo de julgamento, e daí é só mandar ao inferno ou ao céu da consideração, sem se preocupar com o resultado final do processo que foi despoletado por esse tal acontecimento.
O moçambicano actual tem a coragem de aplaudir o mal só porque identifica-se sentimentalmente com o seu actor, ou simplesmente não simpatiza com a vítima ou o escudo da vítima, sem olhar para a big picture, ou esperar pelo fim do processo em causa.
O sentimento ganha um espaço de juiz, juiz momentâneo que somente está para saciar nossos egos, apegando-se aos acontecimentos localizados e deles extrair o néctar social para saciar nossos egos, e daí marimbámo-nos para o processo desencadeado sem nos preocuparmos com os resultados que daí podem advir, pois o nosso ego saiu a ganhar.
O sentimento é elevado estoicamente a categoria de juiz, de Deus que tudo pode, e decide inconscientemente, mesmo que o nosso espaço vital como indivíduos esteja a ser diminuído ou ameaçado.
O que se nota nesta geração que está a viver em Moçambique, é um excessivo toque de narcisismo injustificado, onde o sentimento é glorificado e o binómio “gosto-não gosto” é posto como sacrossanto do ajuizamento dos factos, mesmo que sejam relevantes para a sociedade como um todo e não para o indivíduo como sujeito social.
Isto é, os cidadãos acham que não são sujeitos sociais e tudo o que acontece no país neste momento, tem somente a responsabilidade dos que são citados em acontecimentos esporádicos, e sobre estes lançamos os nossos sentimentos sem olhar para a contribuição de cada um de nós numa visão procéssica (inventei isto agora) a longo prazo.
Esquecemos que todos somos sujeitos sociais e estamos emaranhados na responsabilidade que imputamos àqueles que pensamos que deviam ser culpados, pois no final, esta nossa análise e responsabilização fatiada, vai desaguar sobre as nossas cabeças, quer queiramos quer não.
Estamos sentados num conformismo sentimental abstracta sempre baseada em justificações embriões que nuca se desenvolvem para outra fase. Estamos comodamente sentados sobre a nossa irresponsabilidade, e a ser governados por sentimentos como animais do mesozoico.
Optamos por separar os anseios colectivos, coleccionando o individualismo, justificando com ideologias que estão a anos-luz da nossa sociedade. (Apregoamos que somos uma sociedade de consumo, mas não notamos que não temos todos os elementos que nos transformam em tal. Talvez somos essa sociedade. Mas a ficção futurista!).
Inconscientemente esquecemos a necessidade de evolução colectiva como sociedade, o que nos faz estar estagnados social, histórica e filosoficamente, ou se avançamos, estamos a faze-lo de uma forma negativa e torpe, sempre com medos a espreitar-nos a cada esquina.
Esta nossa prisão maelstrómica legitima a paragem histórico-social como um dado importante para a evolução (que na verdade nunca acontece), trazendo assuntos que já tratamos para que voltemos a trata-los da mesma forma, e para podermos justificar esta inércia, usamos os sentimentos como armas de arremesso, e apontamos os dedos aos responsáveis pelos acontecimentos, como se nós fôssemos simples apêndices históricos.
Na verdade e conscientemente, todos conseguimos identificar a mais-valia dos actores sociais pelos seus actos e pelas suas palavras, e as propostas que não conseguimos discernir na nossa mais pura justiça para onde nos levam, ou não deslumbramos nunca a ideia principal, devemos cancrotizá-las (do cancro) do nosso anseio de evolução social, se queremos mesmo evoluir como sociedade.
Nesta geração aqui, adoptamos um jogo de inversão psicológica, onde apelidamos os actores maléficos (os que estagnam a sociedade), como todos aqueles que não simpatizamos com eles, como se a simpatia fosse uma medida fiável factualmente para decidir em prol da evolução social.
Tornamo-nos mamparras simples e amarrados nos nossos sentimentos, julgando os factos não pelo que são ou representam para a nossa evolução social, mas sim se prejudicam aqueles com os quais não simpatizamos, ou se beneficiam o outro nosso brada, e assim estagnamos a favor de sentimentos.
Andamos a viver quotidianos negociados, instáveis e como autênticas marionetas da vontade imunizada da paralisação histórica hipnotizada, sem entendermos que o nosso papel como agentes históricos e sociais também é arrastado para esse mundo estático que inconscientemente desejamos nos tornar a cada dia.
Acreditamos piamente que a nossa desintegração social é que nos pode desenvolver como nação, e a nossa história será mais audível se condimentada com um pouco de caos e de dor, esquecendo que seremos perscrutados por olhos críticos dos nossos descendentes e seremos responsabilizados como uma geração e não separados entre actores e “sentidores”.
Para nos enganarmos mais, formamos assembleias emancipatórias, autênticos purgatórios psicológicos, justificando cada acto e cada ideia destrutiva como sendo em prol da democracia e do bem-estar geral, e os aplausos baseados nas simpatias e não nos factos, tornam esta grande mentira como uma verdade.
Estas verdades fátuas são forçosamente renovadas, e cada dia de Deus temos que ser amedrontados, e temos que temer pela nossa vida, numa sociedade que se diz ávida de desenvolvimento, aparecendo cidadãos defensores da democracia que ao mesmo tempo defendem que a ameaça à vida é legítima. Mais uma vez com base em simpatias.
Infelizmente ainda não acreditamos nos nossos sonhos comuns, e vivemos a vida encostados a pesadelos que nós mesmos alimentamos, usando os sentimentos como algo que pode justificar o caos e o vai-vem histórico e social em que nos encontramos.
Precisamos de desenhar uma fronteira clara entre o que queremos e o que sentimos. O querer é factual, é dinâmico, é processual e desenvolvido, pois significa movimento para chegar à meta e aos objectivo, enquanto o sentir é um jogo de dores e alegrias subjectivas que destroem o comunal em prol de satisfação pessoal. É algo momentâneo, estático, narcísico e que estranhamente entre nós tem o valor de juiz supremo.
A separação entre estes dois é que pode ajudar a desatolar a nossa roda e avançarmos como uma nação que precisa de alcançar o seu futuro em conjunto.
Ao abraçarmos a objectividade como guia da nossa sociedade, ao abraçarmos a análise dos processos e não dos acontecimentos, estaremos a isolar os agentes patológicos que usam a subjectividade para atiçar os sentimentos como guias sociais, pois a objectividade é racional e permite a construção de um país objectivo e que se move.
As nossas liberdades não podem ser alteradas para se adequar à nossa subjectividade, mas a subjectividade é que deve procurar a objectividade social e nela inspirar-se para a sua própria socialização.
Se continuarmos a ser “sentimentais”, no fim do nosso caminho, e também nas conversas das futuras gerações, a subjectividade de cada um de nós vai ser responsável pela estagnação em que votamos o nosso país durante a nossa passagem por cá.
Esta geração vai ser conhecida como a geração da “Época dos Sentimentos”, como houve a “Idade das Trevas” na Europa.
Nhanisse!
Comentários
António Cipriano Gonçalves Américo Matavele,
ainda bem que assumes não ser cientista. O que relatas aqui faz parte
do Espírito da Época muito bem caracterizado por Zygmunt Bauman por
tempos líquidos na obra "modernidade líquida": valorização do
instantâneo....o aqui e agora. E olha que Bauman é polaco e falava no
contexto do Ocidente europeu.
Gerir
Matias De Jesus Júnior Feitiçaria é achar que um dia Américo Matavele escreveu algum texto científico que não tenha sido para lamber botas...nhanisse
GerirComentários
Heleno Bombe Bem dito
Carlos Cardoso Bem falado sem duvida apoiado!
Helio Maguengue O balanço dos dois anos e meio resume-se no ponto 9
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Carlos Edvandro Assis Egidio Vaz o balanço dos dois anos e meio incidem na medida em que o Domus Oikos repara e sugere o que deveria ter sido feito mais pelo PR para tornar a nossa sociedade mais justa e vivivél.
Eliminar
Rildo Rafael Helio Maguengue
9. O presidente se desdobra muito em "presidências abertas" ou visitas
as empresas ou ministérios. Existe aquilo que aprendemos em política que
se chama de "subsidiáriedade". Um Presidente não precisa estar em todo
sítio pra se aperceber de algo que não funciona. Visitas são gastos
honrosos pra os bolsos dos moçambicanos que já a crise multiplicou.
Eliminar
Rildo Rafael Até para cortar fitas nos quiosques!!!
Eliminar
Rildo Rafael Carlos Edvandro Assis
5. Pra órgãos serem independentes e autônomos os seus titulares não
devem ser nomeados pelos presidentes da República. Espécie os da PGR,
Presidente do Tribunal Constitucional, o Presidente do Tribunal
administrativo etc.
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Egidio Vaz Rildo Rafael,
cadê o balanço. Balanço é avaliação do que se fez. E não de teorias
gerais. Criticar visitas não é balanço nenhum. As visitas são uma
actividade para atingir um fim específico. Se não conheceres esse fim,
passarás a falar a toa como o fazes.
Criticar as visitas presidenciais para por compreender as razões e
propor mecanismos alternativos para poupar o tal dinheiro que dizes
estar a ser gasto. Então vamos ao balanço
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Lenon Arnaldo Falou falou falou ....... é opinião dele, respeitemos. Mas de balanço nada tem.
Os pontos elencados acima, não são a solução dos problemas, pois, temos exemplos de presidentes que são/fazem quase isso ele elenca acima mas não tem os problemas que nos temos. Ex Portugal
Digo-lhe mais, há países com a estrutura que defende, com piores problemas que os nossos. Ex Guine Bissau
De certeza a solução é outra, em que todos somos convocados na procura do melhor modelo para invertermos o cenário.
EliminarOs pontos elencados acima, não são a solução dos problemas, pois, temos exemplos de presidentes que são/fazem quase isso ele elenca acima mas não tem os problemas que nos temos. Ex Portugal
Digo-lhe mais, há países com a estrutura que defende, com piores problemas que os nossos. Ex Guine Bissau
De certeza a solução é outra, em que todos somos convocados na procura do melhor modelo para invertermos o cenário.
Rildo Rafael Egidio Vaz As questões levantadas por Domus Oikos
são profundas para a estruturação do nosso sistema político...Antes de
partirmos para o propalado balanço (positivo, negativo ou ainda outro),
há ou não aspectos por reflectir no post? O ponto 6 levantado pelo Domus Oikos:
Divisão clara dos três poderes (executivo, legislativo e judicial)
podem ser arroladas para perceber a lógica da "dívida pública deles e
não nossa" e como o PR tratou deste assunto no seu breve informe de dois
anos e meio? A Paz um aspecto que o PR se vangloria pelos passos
alcançados na sua governação, mesmo sabendo que o outrora foi Ministro
da Defesa que esteve no teatro da guerra e deu sinais claros de avanços
e retrocessos na consolidação da paz com discursos de reconcialiação e
extremosos. É um dado que as calamidades naturais constituem de facto um
grande empecilho para o desenvolvimento do país e não constitui uma
realidade nova tendo em conta a localização geográfica de Moçambique, o
que se fez para prevenir e mitigar a situação e tenho certeza que estes
eventos cíclicos farão parte dos próximos dois anos e meio da governação
do PR! Queria respeitar o mural do Domus Oikos e debater os pontos levantados por ele! Um abraço amigo!!
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Lúcio Langaa Ponto 16
Domus Oikos Mbuya Chaves Dezanove kkkkkk...
Luis Baptista Como em qualquer governo democrático. aliás, os abusos e excessos da primeiro República foram menos piores que actuais excessos.
Carlos Edvandro Assis Tiraste me as palavras Domus Oikos.
Adicionarei a isso a aculturação da cidadania que provavelmente
precederia os outros pontos todos, visto que esta busca o espirito e a
alma de saber servir a sociedade onde quer que estejamos a todo o
momento.
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Isaquiel Isaque Momade Caros
ilustres, o balanço já foi feito implicitamente/explicitamente, mas
oque restou é desmistificar, desmarcar bem o decurso do Domus Oikos,
aliás PENSOU EU que professor preparou seu decurso para um determinado
Auditório, portanto, para atingir nível de percepção desse texto, lede
com calma e repetidamente.
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Enio Jorge Malema Um texto transparente como um cristal parabéns professor Domus Oikos os G40 estão de boquiaberto
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Gerson Alberto Chitsumba Dr. Domus Oikos
concordo plenamente com alínea 11 porque eu não m lembro de ter
delegado um deputado para ir falar do que eu gostaria q fosse,mas eles
tão sempre na suas palavras repetitivas " meu povo quer isto,meu povo
quer aquilo " é complicado mesmo
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Fidélio Tembe 4.
Eu questiono fronteiras entre os poderes legislativo, executivo e judicial.
Estas estão sendo violadas sucessivamente!
Como é que o judicial, por exemplo, vai actuar contra quem lhe confiou? Até os cães conhecem o seu dono!
EliminarEu questiono fronteiras entre os poderes legislativo, executivo e judicial.
Estas estão sendo violadas sucessivamente!
Como é que o judicial, por exemplo, vai actuar contra quem lhe confiou? Até os cães conhecem o seu dono!
Agness Ivan Suleimane Suleimane Palavras Sabiás Douctor Domus Oikos
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Eduardo A. N. Zimba Nota 20
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