O filho do Presidente americano e o seu antigo diretor de campanha estão a negociar serem ouvidos em privado pelo comité do Senado que investiga a interferência da Rússia nas presidenciais de 2016.
O filho do Presidente norte-americano e o seu antigo diretor de campanha estão a negociar serem ouvidos em privado pelo comité do Senado que investiga a interferência da Rússia nas presidenciais de 2016, indicou o comité.
Durante a campanha eleitoral, Donald Trump Jr, filho mais velho do Presidente dos Estados Unidos, o genro Jared Kushner e o então diretor de campanha de Donald Trump Paul Manafort reuniram-se com a advogada Natalia Veselnitskaya, que alegadamente teria informações que podiam comprometer a rival política e candidata presidencial democrata Hillary Clinton.
Na sexta-feira, o presidente da comité judiciário, o senador Chuck Grassley, um republicano do Iowa, disse que Donald Trump Jr e Paul Manafort estão em conversações sobre as audições, que vão realizar-se na próxima quarta-feira, assim como sobre a possibilidade de entregarem documentos.
Grassley disse que não iria forçar Trump Jr. e Manafort a testemunharem publicamente sobre a reunião com uma advogada russa na Trump Tower em junho de 2016.
A advogada russa foi representante legal de uma unidade militar que está sob a alçada dos serviços secretos russos, foi divulgado na sexta-feira.
Segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press, que cita registos judiciais de 2011 e 2012, a advogada Natalia Veselnitskaya representou a unidade militar 55002, que é gerida pelo Serviço Federal de Segurança, a agência de serviços secretos russa conhecida pelas iniciais FSB e que sucedeu ao KGB, numa disputa legal relacionada com direitos de propriedade.
O caso acabaria por ser favorável à Agência Federal de Propriedade, que procurava recuperar um edifício que estava a ser ocupado pela unidade militar.
Veselnitskaya negou ter qualquer vínculo com o governo russo, embora o homem que promoveu o encontro ter afirmado que ela tinha informações através do procurador-geral da Rússia.
Este encontro intensificou as suspeitas sobre uma eventual ingerência russa nas eleições presidenciais norte-americanas de novembro último e sobre um presumível conluio entre a Rússia e elementos da campanha presidencial de Trump.
No âmbito da investigação do dossiê russo, Jared Kushner, genro e um dos conselheiros mais próximos de Donald Trump, será ouvido na segunda-feira, à porta fechada, diante do Comité dos Serviços de Inteligência do Senado (câmara alta do Congresso norte-americano).
Advogada que se encontrou com Trump Jr. trabalhou para os serviços secretos russos durante vários anos
A advogada russa que se encontrou com a equipa de Donald Trump, depois de ter sido feita uma promessa de informação que podia "incriminar" Hillary Clinton, trabalhou para a FSB entre 2005 e 2013.
A advogada russa que esteve reunida com membros de topo da equipa de Donald Trump durante a campanha eleitoral de 2016, Natalia Veselnitskaya, trabalhou entre 2005 e 2013 para a FSB, a agência de serviços secretos da Rússia.
A notícia é avançada pela Reuters, que refere ter tido acesso a documentos que dizem respeito a um processo na justiça russa em que Veselnitskaya representou, enquanto advogada, os serviços secretos russos. O caso em questão opôs a Unidade Militar 55002 (que pertence à FSB) e Agência de Propriedade Federal numa disputa por um edifício ocupado por aquele órgão dos serviços secretos russos. O tribunal deu razão à Agência de Propriedade Federal.
Veselnitskaya saltou para as primeiras páginas dos jornais quando o The New York Times escreveu que a advogada russa esteve reunida com o filho mais velho de Trump, Donald Trump Jr., além do seu cunhado, Jared Kushner, e do seu então diretor de campanha, Paul Manafort.
Numa troca de emails divulgada pelo próprio Donald Trump Jr., ficou demonstrado que o filho mais velho do então candidato republicano às eleições presidenciais foi contactado por um ex-jornalista britânico, Rob Goldstone. Este contactou Trump Jr. em nome de Emin Agalarov, cantor pop russo e filho do oligarca Aras Agalarov, com quem Trump fez negócios. No e-mail, era dito que uma “advogada do Governo russo” tinha “documentos oficiais” que podia “incriminar” Hillary Clinton e, consequentemente, dificultar a sua campanha eleitoral.
“Obviamente isto é informação [vem] de um nível muito alto e que é sensível, mas é parte do apoio da Rússia e do seu governo a Trump”, escreveu Goldstone. Trump Jr. respondeu-lhe: “Se é aquilo que me estás a dizer, adoro, especialmente mais à frente no verão”. A troca de e-mails foi reencaminhada para Kushner e Manafort, que acabaram por estar presentes na reunião com Veselnitskaya.
De acordo com a versão de Trump Jr., a reunião acabou por não dar os frutos de que a equipa do agora Presidente dos EUA esperaria, com Veselnitskaya a concentrar-se no combate à Lei Magnitsky de 2012, que impôs uma série de sanções contra a Rússia e algumas personalidades de topo do Kremlin. Porém, essa defesa não impediu os críticos de Trump Jr. de apontarem que ele aceitou a reunião na esperança de ter acesso informação do Kremlin para ajudar a campanha do seu pai.
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