DETECTAM MARCAS DA CRISE
GOVERNATIVA NA ZAMBÉZIA2
Editorial
O FMI E AS DÍVIDAS
ESCONDIDAS PELO GOVERNO
DA FRELIMO
Terminou a missão do Fundo Monetário
Internacional (FMI) ao nosso país, para avaliar junto
com o Governo da Frelimo, o relatório da consultora
“Kroll” sobre as dívidas contraidas pelo mesmo
Governo na legislatura passada. A missao durou 9
dias e espera-se pela emissao de um comunicado
sobre as constataçoes do grupo de trabalho, garantiu
a fonte do escritório do FMI.
Como é do conhecimento dos moçambicanos, da
comunidade internacional, os parceiros do Governo
que inclui o FMI e o Banco Munidal, o relatório
da “Kroll” reporta para além das irregularidades
cometidas na contraicção das dívidas de forma
escondidas, também dos nomes das pessoas directa
e indirectamente evolvidas naquilo que pode ser
considerado um crime, dado que houve violação da
Constituição da República.
O entendimento e as recomendações do documento
da “Kroll” de que houve violação a lei e é preciso que
medidas incluindo criminais sejam tomadas para
responsabilizar os autores das dívidas e possível
recuperação do dinheiro, já tinham sido também
feitas pela Comissão Parlamentar de Inquérito,
embora a RENAMO não tenha participado da
mesma. Mas estes entendimentos, bem como as
recomendações ganharam mais consistência com a
publicação do sumário da “Kroll” embora tenha sido
ambiguo.
O FMI, assim como os outros parceiros de
Moçambique, devem levar a sério as posições
da maioria dos moçambicanos representados
pelos partidos políticos da oposição no seu todo,
das confissões religiosas, da sociedade civil, do
Parlamento Juvenil que até já foi a representação do
Banco Mundial de “my love” para demonstrar a sua
indignação.
A RENAMO espera que o FMI, o Banco Mundial, e
outros parceiros não retomem o apoio financeiro ao
Governo da Frelimo, antes que os autores da dívidas
sejam denunciados e entregues a justiça para serem
responsabilizados e devolvam o dinheiro. Esperamos
que a comunidade internacional não deixe o assunto
das dívidas morrer como parece estar a querer
acontecer e como aconteceu com o assunto das valas
comuns e dos esquadrões da morte que ninguém
foi responsabilizado e parece estar definitivamente
esquecido.
Tal como disseram os bispos Católicos
moçambicanos, o Centro de Integridade Pública,
o Fórum de Monitoria de Orçamento, entre outras
entidades independentes respeitadas, o Povo
moçambicano não deve ser responsabilizado nessas
dívidas com todo o sacrificio, enquanto os autores
andam impunes e a viverem em boas condições
relativamente a maioria dos moçambicanos.
Reiteramos que nenhum financiamento deve
ser retomado antes que este assunto das dívidas
seja definitiva e publicamente esclarecido e
tratado devidamente, sob o risco de a comunidade
internacional estar a ignorar os moçambicanos e a
empurrá-los para clivagens sem precedentes.
Queremos ver um Moçambique em que ninguém
está acima da justiça e que os representantes da
comunidade internacional estejam para ajudar os
moçambicanos a alcançarem prosperidade e não a
assumirem o neo-colonialismo.
Estamos atentos para ver se mais uma vez seremos
ou não ignorados pela comunidade internacional,
aliando-se com os nossos colonizadores locais,
para como moçambicanos vermos o passo a seguir.
Esperamos que a comunidade internacional não
assuma uma posiçao que venha a ser razão da
divisão dos moçambicanos.
Repetimos que nenhum finaciamento de ser
retomado sem que nada seja esclarecido sobre
as dividas como aconteceu com as valas comuns
e os esquadrões da morte e o seu braço “G-40”
alimentados pela Frelimo e que continuam impunes
Ficha técnica
Director:Jeronimo Malagueta;
Editor: Gilberto Chirindza;
Redacção:Natercia Lopez;
Colaboradores: Chefes regionais de informação;
Maquetização: Sede Nacional da Renamo
Av. Ahmed Sekou Touré nº 657;
Email: boletimaperdiz@gmail.com
Cells: 829659598, 844034113;
www.renamo.org.
Nº de Registo
07/GABINFO-DEC/2015
“ANÁLISE DEMOCRATICA”
Um programa radiofónico que faz análise dos temas políticos e sociais de destaque semanal.
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Acompanhe em todos os sabádos das 11:00 às 12:00 horas
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3
continuação da pág 1 e milho
só aceitam vender quando
o comprador apresenta-se
com a moeda malawiana.
Quanto a distribuição de
água, a brigada foi informada,
em todos os distritos por
onde passou, que a água potável
não alcança a maioria
das famílias, estando este
precioso líquido a beneficiar
a menos de 50% da popula-
ção.
Os deputados da Assembleia
da República, constataram
nestes distritos, que a actuação
da Polícia da República
de Moçambique viola a
Lei vigente sobre a liberdade
de expressão, reunião e
manifestação, impedindo a
realização de reuniões dos
Partidos políticos. No entendimento
dos membros da
corporação policial, as reuni-
ões dos partidos políticos só
podem acontecer mediante
sua autorização.
Quanto aos distritos de Milange
e Alto-Molocue, constatou-se
com apreensão que
dos silos construídos para
armazenamento e conservação
de cereais, estão em
estado de abandono ou seja,
não funcionam. Perante
esta situação, os membros
da brigada parlamentar foram
informados que os empreiteiros
abandonaram as
obras antes da sua conclusão.
Contudo, ninguém conseguiu
explicar a razão desse
abandono.
De passagem pelo distrito de
Mocuba, considerado como
o centro da zona económica
especial, os mandatários do
povo, receberam a informa-
ção de que desde 2015, até a
altura da visita desta brigada
parlamentar, o distrito não
sentiu nenhum benefício,
ostentando apenas a designação
de zona especial. Na
verdade, as obras da constru-
ção da Central eléctrica foto-
-voltaica que haviam sido
iniciadas para o benefício
desta que foi chamada zona
especial, foram abandonadas
juntamente com os respectivos
equipamentos nos finais
de 2015. Segundo informa-
ção facultada pelo respectivo
secretário permanente distrital,
o motivo do abandono da
obra é a crise económica provocada
pelas dívidas ocultas.
Sra Presidente da Assembleia
da República
Minhas Senhoras,
meus Senhores
Permitam-me, Excelências,
que apresente
as minhas respeitosas
saudações a todo o Povo
Moçambicano, a todos
os presentes nesta sala
e, em particular, a Sua
Excelência Presidente
da RENAMO Afonso Macacho
Marceta Dhlakama,
o líder querido do
povo, aquele que, pelo
espírito da Resistência
Africana, despertou em
todos os Moçambicanos
a força para prosseguirem
na luta contra a escravatura,
a tirania e a
opressão, e pela democracia
multipartidária,
pela justiça social e pela
economia de mercado.
Com a vossa permissão,
venho participar
neste debate do Informe
da digna Procuradora
Geral da República sobre
o Estado da Administração
da Justiça no
País. Na minha intervenção
vou apresentar,
em poucas palavras,
um diagnóstico da nossa
situação económica
e social, seguido do enquadramento
legal da
acção da Procuradora
Geral da República e,
por fim, uma exortação
para a tomada de medidas
que promovam
o direito a justiça, no
âmbito das suas competências,
a solução do
problema de fundo da
sociedade moçambicana,
que é a miséria.
Minhas Senhoras,
meus Senhores
A situação económica
e social de Moçambique
caracteriza-se pela fraca
produção e produtividade
das populações,
que se deve a:
• Falta de infra-
-estruturas que estimulem
o funcionamento
dos mercados, isto é, da
falta de estradas de boa
qualidade que liguem
as regiões agrícolas às
cidades e aos diversos
portos ao longo da costa;
• Falta de linhas
férreas a interligar, paralelamente
às estradas,
todas as regiões do
País;
• Falta de portos
secundários ao longo da
costa para aumentar a
capacidade de transporte
da produção nacional;
• Falta de escolas,
hospitais, esquadras da
polícia, enfim, a rede
completa de serviços e
administração pública
para ajudar o funcionamento
da sociedade.
As populações vivem
da sua produção dia a
dia, sem capacidade de
criar reservas, o que as
torna frágeis e vulneráveis.
Moçambique é
considerado um dos pa-
íses mais atrasados do
mundo, embora possuidor
de enormes recursos
naturais, o que poderia
tornar esta nação
poderosa, um celeiro de
grande classe e um dos
grandes fornecedores
de energia no mundo. É
para dizermos que algo
está errado, se somos
pobres no bolso, mas
dormimos em cima de
tesouros!
Minhas Senhoras e
meus Senhores
O Estado moçambicano
já existe há quarenta
anos. É tempo suficiente
para as pessoas de
boa fé, cidadãos conscientes,
se armarem de
leis e defenderem este
Estado, o único Estado
que os
RECORDANDO POSIÇÕES DOS
PARLAMENTARES DA RENAMO SOBRE AS
DÍVIDAS OCULTAS
4
NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Depois da divulgação sumária do relatório da Kroll acerca das dí-
vidas ocultas, pela Procuradoria-geral da República (PGR), voltamos
a recordar algumas das intervenções da Bancada Parlamentar da
RENAMO na Assembleia da República acerca do assunto.
Assim, vamos recordar a intervenção feita pelo Deputado José
Carlos Moreira Cruz, na VIII Legislatura, III Sessão Ordinária, do dia
23 de Junho do ano em curso, na Informação Anual da Procuradora-
-Geral da República. A dado passo da sua intervenção, Cruz fez a
seguinte reflexão:
“A recuperação dos mais de dois biliões de dólares de dí-
vidas ilegais contraídas pelo anterior governo vai tornar
possível construírem-se estradas, linhas férreas e portos
do norte ao sul, e ainda criarem-se escolas e hospitais em
cada localidade, que tanto precisamos para acabar com a fome, analfabetismo, guerras e
miséria no nosso País”.
Passamos a transcrever na íntegra o conteúdo do discurso:
continua na pág 5
continuação da pág 4
5
m o -
çambicanos têm, que
tanto custou a conquistar,
o qual, de acordo
com o informe da digna
Procuradora Geral da
República, tem estado a
ser pilhado por pessoas
de dentro e de fora das
administrações públicas
– principalmente as de
dentro, ou seja, funcionários
públicos.
Com efeito, a sociedade
moçambicana está
agora em estado de
choque pela descoberta
de que o Estado foi alvo
dum desvio de mais de
dois biliões de dólares,
uma quantia que faz
estremecer qualquer
nação, mesmo as mais
poderosas do mundo.
Este desvio criou uma
dívida tão grande que
pode dar início a uma
tremenda tragédia humana
se não for gerida
inteligentemente.
Chamamos a este
desvio, de dívidas ocultas,
que se pretendem
que sejam públicas.
São, na verdade, empréstimos
concedidos
à EMATUM, ProIndicus,
Mozambique Asset
Management, e
Ministério do Interior,
valendo 2300 milhões
de dólares, por investidores
estrangeiros sob
a cobertura do governo,
o qual, neste acto,
usurpou as competências
da Assembleia
da República. Isto é, o
governo praticou uma
inconstitucionalidade,
porque violou o artigo
nº179 da Constituição.
O que espera a Procuradora
Geral da Repú-
blica para repor a constitucionalidade?
Minhas Senhoras e
meus Senhores
No seu Informe, a Procuradora
Geral da República
afirma na página
55, no parágrafo 6,
que o Ministério Público
não dispõe de meio processual
adequado, que
permita desencadear
acções de responsabilização
financeira, em
defesa dos interesses
do Estado, o que sugere
uma melhor abordagem,
em sede de
alteração legislativa.
Perguntamos:
• Que meio processual
dispõe o Ministério
Público actualmente?
• Por que é que
não é adequado e quais
são as implicações?
• Que meio processual
propõe a Procuradora
Geral da Repú-
blica para estes casos?
• Em que podemos
ser úteis?
Entretanto, como ali-
ás já está amplamente
denunciado por toda a
sociedade moçambicana,
o governo violou a
Constituição da Repú-
blica ao usurpar a sua
competência de autorizar
o Governo a contrair
empréstimos por período
superior a um exercí-
cio económico e a estabelecer
o limite máximo
dos avales a conceder
pelo Estado. O resultado
é que o País estar a caminhar
para o abismo.
Dado o contexto da
situação económica e
social do País, a nossa
questão agora é:
Qual o papel que a
Procuradora Geral da
República tem neste
momento? Vai repor a
legalidade e obrigar os
responsáveis das dívidas
a devolverem os 2,3
bilhões de dólares, salvando
assim esta Nação
do abismo, honrando o
seu povo?
Ou vai ajudar a esconder
aquele produto de
roubo, num acto suicida
que a tornará, aos olhos
do povo, infame para
sempre?
A Bancada Parlamentar
da RENAMO exige
que se declare a nulidade
das dívidas porque a
Constituição da República
foi violada. Aquelas
dívidas são dos dirigentes
da Frelimo.
Minhas Senhoras e
meus Senhores
Numa casa onde não
há pão, todo o mundo
ralha e ninguém tem razão.
Não é o que se passa
nesta nossa terra? Não
é a miséria, a imensa e
profunda pobreza que
assola a maior parte
da população de Mo-
çambique, a razão para
todos estes desentendimentos,
desconfianças,
agressões, violações dos
direitos humanos, enfim
das guerras?
A digna Procuradora
Geral da República está
agora em condições de
brilhar por coragem e
patriotismo neste momento
crítico da Nação.
Pode entrar na História
como a Procuradora
Geral da República que
honra a profissão e o
cargo, que é o modelo
de inteligência e integridade
moral que a todos
nós inspira.
A digna Procuradora
Geral da República já
pode fazer a devida justiça
aos que criticavam
o anterior presidente,
Armando Guebuza. Recordamos
que entre os
seus críticos destacou-
-se o economista Carlos
Nuno Castel-Branco.
Agora que se provou
que o post do Facebook
de 2013, escrito por
Castel-Branco sobre a
governação de Guebuza
era inteiramente verdadeiro,
o que vai fazer a
Procuradora Geral da
República:
1. Sobre o inqué-
rito à má governação,
dívida, expropriação do
Estado, enriquecimento
ilícito, e autoritarismo
político?
2. Sobre o caso
Castelo-Branco, já que a
História provou que ele
disse a verdade?
Excelências
A recuperação dos
mais de dois biliões de
dólares de dívidas ilegais
contraídas pelo
anterior governo vai
tornar possível construírem-se
estradas,
linhas férreas e portos
do norte ao sul, e ainda
criarem-se escolas e
hospitais em cada localidade,
que tanto precisamos
para acabar com
a fome, analfabetismo,
guerras e miséria no
nosso País. Vale a pena
o esforço, para a paz e
bem-estar do povo mo-
çambicano.
Excelências, muito
obrigado pela paciência
com que me escutaram.
Sra Presidente,
o meu muito obrigado
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