Sunday, October 2, 2016

Educação Politica? Não obrigado!



Salomao Azael Moyana defendeu no ultimo "Pontos de Vista" da STV a revisitacao da disciplina de Educacao Politica para que as novas geracoes possam reter a historia da Luta de Libertação Nacional.
E fe-lo em complemento ao comentario de seu companheiro de painel, Fernando Lima, que defendeu inclusivamente, que os antigos combatentes da FRELIMO, passassem a fazer palestras nas escolas e universidades pois somente assim a nova geracao pode preservar a Historia Mocambicana.
Mas sao estes dois mesmos senhores, os esteios da critica a governacao do dia, dessa mesma FRELIMO, onde o culto de personalidade e a exaltacao exagerada dos feitos de certos pseudo-herois nos conduziu ao beco se saida da actual conjuntura politico.militar.
Eu teria ficado escandalizado se o proprio ministro da Educacao e Desenvolvimento Humano nos aparece, sem do nem piedade, a anunciar a modificacao radical do curriculum de uma cadeira que ate ja existe no nosso Ensino, onde se transmitem os feitos da Luta Armada, na versao oficial, pois claro.
Essa mesma versao oficial, que nos tempos em que era Educacao Politica, nos dizia que Eduardo Mondlane havia morrido no seu escritorio, mas afinal "...havia outra...". Que nos qualificava de reacconarios e sem ideologia, Simango, Gumane e Simeao, mas hoje temos o Centro Mtelela, o Eusebio Gwembe e o Benedito Marrime a contarem uma versao totalmente diferente dos acontecimentos.
Por isso, nem um miudo de 4 anos de idade poderia conceber que os autores deste processo constante de falsificacao historica na FRELIMO, possam, alguma vez, apresenta-la com cara diferente da que sempre foi pelas mesmas pessoas de sempre, como defende Fernando Lima.
Que os srs. Lima e Moyana tenham simpatias politicas por Samora Machel e a sua desastrosa maneira de levar Mocambique para a guerra civil, isso nunca me espantaria tendo em conta o seu papel interventivo no Mocambique machelista dos anos 70 e 80. Agora, que andem a fazer fretes a Alberto Chipande - o PR de facto de Mocambique - isso ja me surpreende um pouco. Sera que ja sabem que destino foi reservado a Afonso Dhlakama "muito em breve" como o grande chefe vaticinou no dia seguinte a mesma STV? Estranha presuncao jornalistica e caso para se dizer.
Por isso, na duvida metodica, prefiro assumir que, em vesperas de tolerancia de ponto, os niveis de alcoolemia estivessem bastante altos naquele estudio de TV...
Ou vamos ter de reescrever a historia da imprensa livre em Mocambique.
Comentários
Paula Denise Pinto Essa disciplina não serviu PARA NADA NADA MESMO!!!! não formou nem informou ninguém. Estávamos atentos às palhaçadas do professor
Linette Olofsson a que professor se refere Senhora Paula ?
Paula Denise Pinto Linette Olofsson .... Educação Política - ao professor que tínhamos nessa altura na Josina Machel...não me lembro do nome...ficou apenas a memória do ridículo...não me lembro de NADA que tenha conseguido reter...anos 76/77
Homer Wolf Eu tive a professora Angela (que lembra muito a Helena Taipo, inclusivé no traje) na Escola Sec. Sansáo Muthemba, na Beira, 5ª e 6ª classes, em 80 e 81...
Linette Olofsson Paula Denise Pinto eu estudei na Zambezia e num outro tempo.
Zulficar Mahomed Intoxicação mental na versão 2 ?
Homer Wolf Por acaso eu tive um entendimento diferente do que disse o Moiana...
Homer Wolf Náo entendi que ele estivesse a falar exactamente na reintroduçáo da disciplina de EP (terá feito mençáo apenas como apèndice, para sustentar a ideia de que existe um vazio de conhecimento sobre datas e facto básicos nos nossos jovens)... 
Mas ainda que estivesse a defender o retorno da EP, náo me parece(u) que se referisse "àqueles" conteúdos do tempo de Samora...
Penso eu de que...
Homer Wolf Sim, e o que tem a ver o "su" com as "salças"?....

PS: Eu estou a falar do entendimento que tive das palavras do Salomão no ultimo programa Pontos de Vista...

E estou concretamente a referir-me à reintroduçáo da disciplina de Ed Pol nas escolas... O que ele pensa ou o que deixa de pensar de Samora náo me aquece nem me arrefece....
Linette Olofsson Sinceramente, li !
Vassili Vassiliev Tem tudo a ver com as calcas.
Paramilitarices => Merdices
O recente episódio do elevador de uso exclusivo no edifício-sede da AT, veio a destapar o monte de contradições que tendem a assentar arraiais por aquelas paragens, causado pelo chamado paramilitarismo alfandegário, uma tendência que se vem consolidando desde Rosário Fernandes, personagem muito dado a megalomanias castrenses.
Pelos vistos, a nova timoneira da AT, após um promissor impulso reformista inicial, parece ter sido apanhada na teia do mesmo lobby, que já domina 90% dos departamentos da sua instituição, o qual vem, por conta da Globalização económica, perdendo a sua utilidade funcional na arrecadação de receitas em Moçambique. Com efeito, quer pelos inúmeros acordos sobre dupla tributação, quer pela dinâmica trazida pelos blocos regionais, e Moçambique tem-se feito presente em vários, o papel das Alfândegas tem vindo a ser esfumado, enquanto os seus custos operacionais tem crescido desproporcionalmente, com a criação de inúmeros postos aduaneiros, onde nem passa um rato, encomendas de uniforme, agendas, comida, combustivel, insígnias e outros símbolos da sua arrogante natureza paramilitar perante a sua contra-parte civil dos impostos internos.
Trazida pela Crown Agents, nos idos anos 90 e com o beneplácito de Luísa Diogo, a ideia do estatuto paramilitar das alfândegas em Moçambique, está em linha com as recomendações anglo-saxónicas feitas aos consultores da Organização Mundial das Alfândegas, o que resultou que uma boa parte dos países da Commonwealth tenha optado pelo paramilitarismo aduaneiro para suprimir as dificuldades em conciliar a parte civil e a do cumprimento da lei naquelas organizações. Mas, mesmo assim, foi uma solução “a martelo” por conta das insuficiências legais peculiares de cada país.
Porque afinal, na mesma Commonwealth, a Nigéria tem alfândegas paramilitares, mas a Malásia não. Moçambique tem, mas os seus vizinhos não. A própria Grã-Bretanha, donde vieram os autores da reforma aduaneira em Moçambique, não tem alfândegas paramilitares, no entanto, a Austrália acossada pelo "Boat People" tem. Em suma, pode-se então assumir, que o estatuto paramilitar das alfândegas nacionais, deriva mais do ordenamento jurídico interno das nações do que propriamente de alguma convenção externa a que estejam vinculadas.
Outro aspecto que tem sido confundido com paramilitarismo em Moçambique e o uso de uniforme, insígnias, o bater de continência e as paradas matinais. Tanto quanto se saiba, os nossos serviços de migração são paramilitares e estão sob a tutela do Ministério do Interior, que apesar da sua natureza, também possui serviços civis e à paisana. Não obstante, os agentes de migração não andam todos os dias engalanados e de nariz arrebitado como militares de parada em Pyongyang. Temos que saber separar os assuntos, pois arriscamos a cair no ridículo com estes assomos a la “General Tapioca”.
Um grupo de funcionários da AT, essencialmente dos impostos internos, alguns deles quadros superiores e de carreira, foram obrigados a fazer um curso básico de instrução militar. Quando de lá voltaram, estavam fardados de alfandegários e sem insígnias. O que é que se pretendeu atingir com isto?
Este é um caso notável do conjunto de contradições que levou a líder da AT a fazer aprovar medidas ridículas, como a restrição de acesso a um monta-cargas, que no conceito do lambe-botas que a sugeriu, em nada se diferencia de um ascensor. E muitas mais sugestões deste nível certamente virão, à medida que o desempenho dos civis na arrecadação de receitas for melhorando, e a dos paramilitares diminuindo, como bem se tem visto nos últimos 5 anos. Efectivamente, no último quinquénio, foi a diminuta equipa dos impostos internos quem carregou as metas da AT nas costas. Das alfândegas, só incumprimento e sem consequências de maior, o que levaria qualquer gestor honesto de recursos humanos a questionar se vale mesmo a pena manter aquele maranhal de homens fardados a perseguir mukheristas...enquanto os grandes tubarões do import & export vivem cavalgando em permanentes isenções político-partidárias.
Em suma, se fossemos pela divisa de Marx: “de cada um segundo as suas capacidades, a cada um segundo as suas necessidades”, bem se poderia dizer que a AT está em negação permanente com a história da humanidade. Pois ninguém imaginaria que após a reunificação Alemã, a RDA saísse ainda mais fortalecida e a RFA se tornasse num país socialista. Ou que a haver uma reunificação das duas Coreias, passassemos a ter em Seul um código de indumentária monocolor e cinco tipos de cortes de cabelo, ou majestosos mausoléus para os grandes líderes.
Há pois que separar as águas. O paramilitarismo aduaneiro em Moçambique, pelas razões atrás expostas, pode ter tido a sua origem nas circunstâncias do momento de transição do mono para o multipartidarismo, quando assumido pelos doadores, que a PRM era um corpo militarizado e minado pela corrupção, logo sem condições para receber as funções paramilitares de uma polícia fiscal ao serviço do ministério público, como é apanágio nos nossos parceiros da SADC e COMESA. Mas também, pelo Governo do dia, que disso se serviu para financiar a sua própria reforma política interna. Marcou uma época, mas agora os tempos são outros.
Porque a cultura do Estado de Direito democrático já não é um método das tentativas, é uma praxis vinculada aos blocos regionais a que nos filiamos. Não é uma concessão de barganha aos doadores, é um princípio de accountability universalmente aceite e perante os nossos credores nacionais e internacionais, logo, aperfeiçoemo-la.
Por essa razão, a tentativa de usar a adopção da carreira única na AT, para inundar os improdutivos paramilitares aduaneiros na cúpula da organização, é o primeiro tiro em cheio para o porta-aviões ir a pique, como a LAM, TDM e outras fontes de rendimento oficiosas do partido FRELIMO. Que aprendam a cobrar impostos internos para fazer valer as suas divisas ou chorudos salários. Ou voluntariem-se para a Casa Militar!
Cabe pois a nova timoneira da AT, aprender a ler os presentes envenenados que lhe chegam da sua entourage de confiança.

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