A
coordenadora residente das Nações Unidas em Moçambique condenou, ontem,
o uso de armas e “medidas drásticas” para resolver a crise política que
o país atravessa e apontou a paz como “condição indispensável” para o
desenvolvimento. “Condenamos todo e qualquer uso de armas e medidas
drásticas para resolver este conflito, é preciso percebermos que as
armas não agregam valor”, disse à imprensa Márcia Freitas de Castro, à
margem da celebração, em Maputo, dos 71 anos da Organização das Nações
Unidas (ONU).
Márcia
Freitas de Castro considera que o país “atravessa um período complexo” e
exortou o Governo e a Renamo a criarem a confiança necessária para que o
diálogo político em curso se traduza no rápido alcance de um acordo de
paz.
Para
a coordenadora da ONU, a abertura para dialogar manifestada
constantemente por ambas as partes é “um bom sinal”, no entanto,
observou, “o calar das armas é urgente e indispensável”.
“É
possível ter um processo negocial sem armas”, frisou, acrescentando que
Moçambique é signatário de vários acordos internacionais para a
protecção dos direitos humanos e é necessário que estes compromissos
sejam respeitados.
Por
seu turno, o ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso
Correia, falando durante a cerimónia, disse que o Governo tem estado a
fazer de tudo para que a paz seja restituída.
“A
nossa intenção é que a paz seja duradoira”, afirmou, acrescentando que a
solução para a crise política que opõe as forças do Governo e da Renamo
passa, também, pelo envolvimento de todos os moçambicanos neste
processo. “Queremos uma paz com pilares fortes”, reiterou o governante,
observando que os moçambicanos precisam de “curar as suas feridas” e
encontrar o caminho para a reconciliação.
Apesar dos casos de violência, o Governo e a Renamo voltaram ao diálogo, em Maputo, na presença de mediadores internacionais.
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