TENSÃO MILITAR:
Quinze homens armados da Renamo assaltaram, na madrugada de sexta-feira, a sede do posto administrativo de Sabeta, no distrito de Tambara, província de Manica, onde protagonizaram actos de vandalismo na maternidade do hospital local.
Dados em nosso poder indicam que o grupo quebrou vidros das janelas daquela unidade sanitária, destruiu armários, cadeiras e secretárias, e roubou medicamento e equipamento médico, com destaque para antibióticos, paracetamol, material para pequena cirurgia, estetoscópios e destruiu processos médicos.
O administrador do distrito de Tambara, Maurício Masharubu, conta que o assalto aconteceu por volta das quatro horas da manhã e foi levado a cabo por 15 homens, dos quais quatro portavam armas de tipo AKM. “Eles dirigiram-se à maternidade e, felizmente, as duas parturientes que lá se encontravam fugiram a tempo”.
David Martinho, director do Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social, conta que apesar do pânico gerado no momento do assalto, ninguém se feriu e o pessoal médico daquele hospital já retomou a sua rotina, pese embora ainda paire um clima de medo.
“Estamos a trabalhar, mas com os olhos postos na área circundante porque estes ataques não oferecem tranquilidade a ninguém. Naquela madrugada, a maior parte da população refugiou-se numa ilha localizada nas margens do rio Zambeze e aos poucos começa a regressar”, disse David Martinho.
A par da vandalização da maternidade, os 15 homens da Renamo deslocaram-se à residência do chefe do posto onde também quebraram vidros, mas não conseguiram arrombar as portas e janelas. Acto contínuo, deslocaram-se à secretaria do posto e aqui destruíram os arquivos e mobiliário.
Segundo Maurício Masharubu, esta acção foi antecedida de rumores sobre um eventual ataque, o que permitiu que grande parte da população estivesse de sobreaviso e pudesse fugir a tempo. Aliás, foi com base nessa informação que as autoridades distritais mobilizaram as Forças de Defesa e Segurança que se deslocaram da sede do distrito até àquele posto administrativo naquela manhã de sexta-feira.
“Viemos nos juntar à força local. Perseguimos o grupo e conseguimos chegar a um grupo de cabanas deles que tinham sido erguidas a cerca de cinco quilómetros da sede do posto, onde encontrámos duas armas de fogo de fabrico caseiro, oito catanas e cinco facas”, disse Maurício Mashaburu.
Há indicações de que a vida em Sabeta tende a regressar à normalidade, pois as FDS estão a reforçar as suas posições em todo o distrito e não só, e as operações de perseguição àquele grupo continuam.
Texto de Jorge Rungo
jorge.rungo@snoticicas.co.mz
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