segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Forças governamentais incendiam palhotas da população em Morrumbala

Na Zambézia
Forças governamentais realizaram, na madrugada da passada sexta-feira, uma ofensiva que consistiu em incendiar palhotas dos residentes nas imediações de Sabe, distrito de Morrumbala, na província da Zambézia, onde se supõe que esteja uma base da Renamo.
As forças governamentais anunciaram a “ocupação do quartel-genaral da Renamo” no distrito de Morrumbala, uma informação que a própria Renamo, nega afirmando que o único quartel-general que tem se encontra na Gorongosa. A Renamo diz que apenas se retirou do local, e por isso as forças do Governo não encontraram nada, limitando-se a incendiar casas.
Segundo informou a Polícia, durante os confrontos morreram oito pessoas. Segundo Jacinto Félix, do Comando Provincial da PRM na Zambézia, as forças do Governo tomaram de assalto a base da Renamo em Morrumbala, mas não apresentou qualquer prova de que tal assalto tenha ocorrido.
Segundo Jacinto Félix, houve feridos e os homens da Renamo fugiram em debandada, quando as forças governamentais chegaram ao local.
Segundo fontes independentes, duas unidades das forças governamentais destacadas para a operação foram vistas em Morrumbala, antes da operação, a progredirem em fila, com dois carros BTR que faziam a cobertura nas laterais, enquanto dois outros carros seguiam no meio, carregados de tropas.
Segundo as mesmas fontes, o que aconteceu foi que os disparos feitos pelas forças governamentais não tiveram alvo definido.
Ainda segundo as mesmas fontes, as forças da Renamo tiveram conhecimento antecipado da operação que estava em preparação e alertaram a população para que se afastasse do local onde se previa a ocorrência de confrontos.
Perante as informações que possuía, um grupo dos homens da Renamo bloqueou três das principais vias de saída, deixando uma única saída. Supõe-se que quatro viaturas, duas das quais são carros de combate BTR, foram destruídas durante o contra-ataque dos homens da Renamo.
No sábado, duas viaturas militares que estavam numa coluna que saiu de Caia para Nhapadza foram alvejadas por homens da Renamo na região de Damba, provocando vítimas humanas e danos materiais.(Bernardo Álvaro)
CANALMOZ – 12.09.2016
NOTA: Dá para acreditar na PRM? Acho que não. Confira as fotos no “post” anterior.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE

População está a fugir de Nhampoca

Após o assassinato de dois “líderes comunitários”
Depois do assassinato de dois dirigentes locais, nas zonas de Tica e Nhampoca, no distrito de Nhamatanda em Sofala, acções que o Governo atribui a homens armados Renamo, a população está a abandonar as suas casas para salvar as suas vidas.
Dias depois do assassinato dos dois “líderes comunitários”, o Governo expediu um contingente militar, que está instalado na região, agudizando o clima de medo na população. As rusgas feitas pelas tropas do Governo à procura dos homens da Renamo estão a deixar a população em pânico.
Qualquer suspeita sobre qualquer cidadão residente na zona dá direito a tortura e a casa incendiada.
Segundo Reginado Mauese, um dos poucos residentes de Nhampoca que continua lá, a região está a ficar deserta.
Já ninguém quer lá ficar, desde a entrada das forças governamentais.
Os funerais do régulo de Nhampoca e de Abílio Jorge já foram realizados. (José Jeco)
CANALMOZ – 12.09.2016

COMANDOS SUPERIORES DA RENAMO EXIGEM QUE NYUSI EXPLIQUE E ASSUMA PUBLICAMENTE OS ATENTADOS CONTRA O PRESIDENTE DA RENAMO AFONSO DHLAKAMA

Em uma reunião "muito quente" para avaliar a situação em relação últimas grandes operações lançadas pela Frelimo contra a Renamo em Gorongosa e Morrumbala e alusiva ao atentado contra o líder da Renamo em Chibata (que se assinala hoje), os comandos superiores da Renamo exigiram que o regime da Frelimo junto do seu presidente Nyusi, venham ao público explicar porque planificaram a operação militar para matar o líder da Renamo em Chibata, província de Manica no dia 12 de Setembro de 2015 e também em Zimpinga, na mesma província, no dia 25 do mesmo mês. 
Segundo a nossa fonte, os comandos da Renamo afirmam que têm a certeza absoluta que o Nyusi, na qualidade de comandante-em-chefe das forças armadas (da Frelimo) envolveu - se no planeamento das duas emboscadas com o objectivo de eliminar o seu líder e portanto deve assumir publicamente o seu envolvimento e explicar os motivos. 
Os comandos afirmam que até este preciso momento o Nyusi ainda acredita que vai conseguir matar ou capturar o líder da Renamo pelo que continua a contratar curandeiros e a enviar contingentes militares para acabar com o seu adversário político com quem perdeu as últimas eleições gerais de 2014. 
"Senhor presidente, nós estamos consigo nesta luta pela democracia desde a primeira hora, suportamos juntos todos os sacrifícios e nunca abandonamos te, naquele dia em Chibata eles queriam mesmo acabar consigo mas nós não permitimos e nem permitiremos que isto aconteça porque sem ti nós ficaremos órfãos e vamos sofrer porque o senhor é o nosso pai e sempre estivemos ligados à si nesta luta" - Estivemos a citar as palavras dos militares seniores da perdiz.

Por outro lado, os comandos superiores da Renamo afirmam ter pouca fé na seriedade da Frelimo nestas negociações porque na sua opinião a Frelimo está a desencadear esta ofensiva contra o líder da Renamo enquanto a mesma Frelimo chora por cessar-fogo na mesa negocial por isso, consideram que nada de positivo pode se esperar num diálogo com a Frelimo.
"Nós não acreditamos nas negociações que estão a decorrer lá em Maputo porque já foram assinados dois acordos e o terceiro foi verbal com este miúdo Nyusi mas nenhum deles a Frelimo cumpriu, apenas enganava nos para ganhar tempo para nos destruir, será que este acordo que vai ser assinado agora será implementado pela Frelimo? Nós aceitamos que hajam negociações por respeito a si senhor presidente mas se a Frelimo tentar nos enganar desta vez seremos obrigados a agir contra a sua vontade senhor presidente!" - afirmações dos comandos da Renamo nesta reunião de dois dias que segundo a nosso iniciou ontem e terminou a meio da manhã de hoje. 
"Vai desculpar nos por estas palavras senhor presidente mas este é o sentimento de todos outros comandos que nós representamos aqui. O Nyusi também deve explicar e assumir publicamente os dois atentados contra o senhor caso contrário nós tomaremos conta da situação."
UNAY CAMBUMA

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