Emiliano Catombela acusa as organizações não governamentais e partidos da oposição de abandonarem os activistas.
01.03.2016 14:02
Três dos 14 activistas angolanos em prisão domiciliária estão a passar fome, denuncia o também activista e membro do autodenominado Movimento Revolucionário Angolano, Emiliano Catombela.
Albano Bingo Bingo, Arante Kivuvu e Tomas Nicolas não têm qualquer suporte familiar e sem poderem trabalhar “não conseguem obter meios de subsistência”, de acordo com Catombela.
Albano Bingo Bingo, sem família em Luanda, encontra-se “numa situação de total abandono”, conta aquele activista por se encontrar a viver sozinho na casa anteriormente ocupada por Nito Alves que está preso.
“Nem um prato de arroz consegue para comer porque quando o Nito estava lá a família levava alguma ajuda, mas agora não”, conta Catombela que avisa que “se a situação se mantiver qualquer dia podemos encontrá-lo estendido no quintal''.
Em situação semelhante estão Arante Kivuvu e Tomas Nicolas que também não têm familiares em Luanda e nem podem trabalhar por se encontraram presos.
Emiliano Catombela aponta o dedo às organizações da sociedade civil e aos partidos políticos da oposição, perguntando “por onde andam, estão a fazer o quê?”.
“Quando um jovem se rende ao MPLA dizem que se vendeu, mas quando o jovem precisa de ajuda ninguém aparece”, acusa Catombela que se encontra actualmente fora do sistema de ensino por "falta de condições financeiras”.
O activista reitera a vontade de muitos jovens, como ele, em lutar, mas lamenta que“quando precisamos, ninguém nos ouve, ninguém nos vê”, o que, conclui, “é muito complicado”.
Os 14 activistas em prisão domiciliária integram o grupo de 17 jovens que estão a ser julgados pelos crimes de rebelião e actos preparatórios de golpe de Estado.
O julgamento é retomado a 7 de Março.
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