Assalto às residências de Afonso Dhlakama e à sede nacional da Renamo
A Renamo reafirma que, nos três assaltos, a Polícia roubou
285.000,00 meticais em dinheiro vivo.
Maputo (Canalmoz) – A Renamo,
na segunda-feira, voltou desmentir
as afirmações do comandante da
Polícia da República de Moçambique
na cidade de Maputo, Bernardino
Rafael, e do comandante-geral
da PRM, o major-general Júlio Jane,
e acusou-os de serem mentirosos
ao afirmarem que, no assalto à residência
do presidente da Renamo,
Afonso Dhlakama, a corporação
apreendeu quarenta e sete armas de
fogo, entre as quais quarenta metralhadoras
AK-47 e sete pistolas.
Durante a visita às residências assaltadas,
o tenente-general Ossufo
Momade, chefe do Departamento
de Defesa e Segurança da Renamo
e deputado da Assembleia da República,
disse aos jornalistas que
as armas levadas pela Polícia eram
vinte, e obsoletas, dado que estavam
fora do uso há bastante tempo.
A Renamo diz também que não
corresponde à verdade que a Polícia
tinha apreendido pistolas nas três
instalações assaltadas pelos agentes
da Polícia no passado domingo,
como declarou o comandante
Bernardino Rafael à imprensa.
“É mentira, a Renamo não tinha
pistolas, nem sequer uma. E
as armas apreendidas eram vinte,
e muitas podres, que estavam fora
de uso”, disse Ossufo Momade.
A Renamo diz que as declarações
de Bernardino Rafael e
Júlio Jane – segundo as quais
algumas armas eram usadas
no crime – são uma invenção
“Que mestria. Como é que em poucas
horas conseguiram fazer uma
perícia e determinar que as armas
eram usadas no crime? É tudo inven-
ção para denegrir a Renamo, porque
nenhuma arma está em funcionamento”,
declarou Ossufo Momade.
A Renamo reafirmou que a Polícia
retirou da residência de
Afonso Dhlakama 85.500,00 meticais,
e retirou 200.100,00 meticais
da sede do partido, desmentindo
deste modo o comandante
da Polícia na cidade de Maputo.
Na sua edição de segunda-feira, o
jornal “Noticias” publicou que quarenta
armas de fogo do tipo AKM,
sete pistolas e quantidades não especificadas
de pedras preciosas ou
semipreciosas foram apreendidas
pela Polícia na cidade de Maputo,
numa operação que visou a sede da
Renamo e a residência do seu presidente
na capital. Aquele jornal escreve
que ninguém foi maltratado.
Um dos guardas que estava numa
das residências no acto do assalto
disse aos jornalistas, na segunda-
-feira, que, quando os Polícias
chegaram, pontapearam a porta
de acesso ao recinto da casa,
sem terem nenhum mandato.
A fonte disse que os agentes traziam
cães, vinham fortemente armados
e mascarados e chegaram
em cinco viaturas. Acrescentou
que, quando entraram, começaram
a exigir armas e ameaçaram
de morte os dois guardas, perguntando
se querem viver ou morrer,
enquanto apontavam armas
às cabeças e pescoços. Também
quiseram saber sobre a empregada
que naquele dia foi trabalhar.
O mesmo guarda acrescentou que
arrombaram as portas e, no interior,
arrombaram gavetas, tendo levado
85.500,00 meticais, que serviam
para a compra de víveres. (Redacção)
Ivone Soares, chefe da bancada parlamentar da Renamo, afirma que a mediação internacional
é um imperativo, devido à deterioração dos níveis de confiança. Ivone Soares diz que
um diálogo sem o mínimo de confiança seria contraproducente.
O difícil consenso sobre o diálogo e mediação
Margarida Talapa chama “bandidos”
à Renamo e rejeita mediação
internacional
Maputo
(Canalmoz) – A Frelimo
continua a esticar a corda, rejeitando
a proposta da Renamo sobre a necessidade
de haver mediação internacional.
Margarida Talapa – chefe
da bancada parlamentar da Frelimo
na Assembleia da República e membro
da Comissão Política desse partido
– insiste em que o diálogo deve
existir sem pré-condições e diz que
a Renamo é um grupo de bandidos.
“Os moçambicanos não devem ter
atitudes de bandidos. A Renamo tem
que ser um partido político e não um
grupo de bandidos”, disse Talapa,
que fez tais declarações aos jornalistas
no final da visita ao parlamento
realizada pela Secretária de Estado
dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação
de Portugal, Teresa Ribeiro.
“Não pode ser um diálogo de pré-
-condições”, afirmou Margarida
Talapa, Quando questionada se é
a favor ou contra a presença de mediadores
internacionais, Margarida
Talapa reafirmou que não deve haver
pré-condições. Diz também que, ao
exigir mediação internacional como
condição para o reatar do diálogo, a
Renamo “age como uma criança que
diz: ‘Quando papá não me dá pão
com ovo, então não vou à escola’”.
“É indispensável a mediação
internacional”
Falando na mesma ocasião, mas em
momentos separados, a chefe da bancada
parlamentar da Renamo, Ivone
Soares, indicou que o seu partido considera
que “é indispensável que haja
mediação internacional, uma vez que
os níveis de confiança entre o Governo
e a Renamo são muito baixos”.
“Avançar-se para uma situação de
diálogo em que não haja o mínimo
de confiança seria contraproducente”,
sublinha Ivone Soares, e diz que
a mediação internacional não pode
constituir vergonha para a Frelimo.
A deputada, acrescenta que um pedido
de mediação não põe em causa
a soberania do país, “quando
se está numa situação de guerra”.
“Eles não concordam por uma
questão de orgulho”
Segundo Ivone Soares, há uma
única razão para a Frelimo negar a
mediação. Diz que é por orgulho,
“porque não querem internacionalizar
o conflito, querem dar a entender
que em Moçambique não há conflito
nenhum e que está tudo bem”.
Questionada sobre qual seria
a saída, já que a Frelimo recusa a
mediação internacional, Ivone Soares
respondeu que tudo depende
do povo. Segundo a deputada, ninguém
quer a guerra, nem a Renamo.
“A guerra está a beneficiar a Frelimo,
porque está a fazer experiência
do seu material bélico, que comprou.
É como uma criança, quando
tem um brinquedo novo, quer mostrar
a toda a gente”, explicou Ivone
Soares. (Canal de Moçambique)
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3 ano 8 | número 1674 | 29 de Março de 2016
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Dois indivíduos detidos na posse de
cornos de rinoceronte
Maputo (Canalmoz) – Henrique
Francisco Chivambo, de 26 anos de
idade, foi preso na passada quinta-
-feira na vila de Tihovene, distrito de
Massingir, província de Gaza, depois
de ter sido encontrado na posse
de uma mala na qual trazia dois
Beira (Canalmoz) – Cerca de dois
mil alunos de vários níveis de ensino
pararam de estudar em Sofala em consequência
dos confrontos militares que
ocorrem naquela região. A governadora
de Sofala, Maria Helena Taipo, confirmou
o facto, em visita ao posto administrativo
de Muxúnguè, no Sul de Sofala.
São 2227 alunos que, para salvar as suas
vidas, deixaram de ir à escola. Consecornos
de rinoceronte de tamanhos
diferentes, um com 9,5 kg, e outro
com 2,4 quilos, informou o Comando
Provincial da Polícia em Gaza.
O porta-voz da Polícia, Jeremias
Langa, disse que Francisco
Chivambo, desempregado e resiquentemente,
as escolas encerraram.
Dos 2227 alunos, 127 são da região
de Zove, no distrito de Chibabava,
e 2100 são das regiões de
Maríngwè, Gorongosa e posto administrativo
de Nhamapaza, todas zonas
sob frequentes bombardeios e tiroteios.
Assim, subiu para nove o número
de escolas que estão encerradas devido
ao conflito. Alguns estudantes
dente no segundo 2.o Bairro de
Canhane, foi preso quando se deslocava
num “minibus” de passageiros,
de marca Coaster, com a
chapa de inscrição AEL 649 MP.
A Polícia suspeita que os rinocerontes
foram abatidos na
são obrigados a irem para as vilas-
-sedes dos distritos da Gorongosa e
Maríngwè e para a cidade da Beira.
No distrito de Machanga, cerca
de 800 alunos e quatro escolas que
se localizam no corredor do troço
Muxúnguè-Save foram movimentados
para o posto administrativo de
Muxúnguè para poderem assistir às
aulas em salas anexas. (José Jeco)
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Devido à guerra
Cerca de dois mil alunos pararam
de estudar em Sofala.
Escalada de abusos e inflexibilidade
marcam Moçambique
Tudo baseado numa agenda prévia?
por Noé Nhantumbo
Canal de Opinião
Em Nhamatanda
Três ladrões apanhados a roubar
foram linchados
Beira
(Canalmoz) – Três indívíduos foram linchados na via
pública na madrugada de sábado,
no distrito de Nhamatanda,
acusados de prática de diversos
Beira
(Canalmoz) – Assombroso
como alguns dos que têm responsabilidades
políticas inalienáveis optam
pelos caminhos estreitos do abuso
e da inflexibilidade para impor
uma agenda a milhões de pessoas.
Os paladinos da “democracia à
moçambicana” são deveras “engraçados”, pois, para eles, só vale a sua
visão de democracia. E quando tudo
indica que o modelo apregoado e
defendido por eles se mostra insustentável,
perdem a cabeça e demonstram
que sua génese ditatorial vem
ao de cima “sem apelo nem agravo”.
A formalidade que acompanha a governação
em Moçambique só acontece
quando é ocasião de se obedecer
Africa do Sul e tinham como
destino a cidade de Maputo.
Na companhia do indiciado,
foi detido outro cidadão nacional,
de nome Carlos Joao Mongue,
de 19 anos de idade, que
crimes naquela região do país.
Segundo a porta-voz do comando
provincial da PRM em Sofala,
Sididi Paulo, trata-se de indivíduos
com idades compreendidas enao
que os detentores do poder querem
e desejam. De contrário, rasgam-se os livros das leis, e até a CRM é
atropelada. E isto é feito por pessoas
conhecedoras das leis, licenciados e
professores de Direito no país. Estas
pessoas são arrebanhadas e “coagidas”
a desenharem esquemas que não deixem
o poder fugir das mãos dos que
governam Moçambique desde 1975.
Face à indigência e precariedade
de grande parte da classe de intelectuais
existentes e do conluio evidente
daquilo é um largo segmento do
clero nacional, os que detêm o poder
passeiam a sua classe de intocá-
veis e decisores em absoluto sobre
tudo o que se refere a Moçambique.
tentou esconder o produto na bagageira
do carro em que viajavam.
Segundo a Polícia, os dois indiciados
e os cornos foram levados para
a cidade de Xai-Xai. “Os cornos,
depois de exames preliminares, petre
os 30 os 40 anos, que foram
linchados pela população, quando
foram surpreendidos a saquear
bens numa residência e num
armazém alimentar. (José Jeco)
Quando se diz que Moçambique
é tido por alguns como seu “quintal
privado”, a analisar pelo que fazem,
é verdade. É aquilo que querem
que milhões de moçambicanos
engulam e se contentem com as
privações que vivem e com a mendicidade
que os cobre todos os dias.
Não contas pela democracia e muito
menos esforços para que ela se concretize
que movem os que exibem o seu
músculo espezinhado as leis e os preceitos
da democracia e da República.
Quem se apoia em interesses privados
para submeter os seus concidadãos
a seus ditames torna-se em empecilho
para a reconciliação e paz.
Os sobressaltos graves que o processo
sagem e toda a perícia, foram entregues
à Direção Provincial de Terra,
Ambiente e Desenvolvimento Rural,
onde serão depositados, aguardando
procedimentos”, disse o porta-
-voz da Polícia. (Bernardo Álvaro)
político tem sofrido tem uma base que
está intimamente ligada à manutenção
de uma base ilegal de acumulação de riquezas
por um grupo restrito de pessoas.
A Assembleia da República, ao ter-se
manifestado incapaz de travar os apetites
vorazes dos detentores do poder,
criou campo aberto para a rapina dos
recursos nacionais. A bancada maioritária
sempre controlada pelo partido
não foi capaz de honrar o seu nome
e tornou-se no carimbo de ilicitudes
larga escala. Fortunas foram criadas
e acumuladas abertamente contra os
preceitos legais de gestão da coisa pública. Os “legalistas de pacotilha” que
agora exibem o seu verbo na comunicação
social defendendo que a Renamo
desestabiliza são os mesmos que
chumbam os pedidos do MDM sobre
a criação de comissões parlamentares
de inquérito para aferir a gestão de empresas
públicas estratégicas. Está tudo
blindado para impedir que haja qualquer
tipo de questionamento e seguimento
com alguma hipótese de êxito.
É a impunidade judicial triunfando,
mesmo quando se cometem excessos
que até “bradam aos céus”.
Agora que surgem vigorosas reclamações quanto ao que tem sido feito e sobre
monumentais atropelos à lei, também
surgem os que querem enveredar
mais uma vez pela guerra para se manterem
no poder. É o poder para controlarem
os recursos naturais à sua maneira,
como até agora tem sido. É o poder
para decidir quem apanha algum peda-
ço deste ou daquele recurso mineral. É
o poder para decidir quem fica ministro
ou PCA. É o poder para decidir quem
fica com milhares de hectares para
agropecuária. Agora está ficando claro
e visível para quê “muito boa gente”
lutou contra o colonialismo português.
A discussão sobre armas nas mãos da
Renamo é pertinente só na medida em
que se inclua na discussão o que foi feito
desde 1994, para que elas não tivessem
sido recolhidas e a integração efectiva
das forças residuais da Renamo não tivesse
acontecido como previa o AGP. A
discussão também deve ser extensiva ao
tipo de SISE que existia, e o que deveria
ter acontecido para que este órgão de
segurança sido acomodadas no Exército
e na Polícia. Essa discussão deve ser
extensiva ao SISE na medida em que
este órgão de segurança faz parte do
aparato de defesa e segurança nacional.
É inútil vermos “doutos” comentaristas
e analistas passando um venda nos
olhos dos moçambicanos proclamando
uma “ilegalidade” descoberta de repente
por especialistas em Direito Constitucional.
Como e porquê JAC e todo o
seu Governo e a Comissão Política da
Frelimo conviveram todos aqueles anos
com AMMD e a sua Renamo armada?
Será que o endurecimento de AEM
e a inauguração do mandato da arrogância
coincidem com a conclusão de
que a Renamo já havia sido amolecida
pela vida da cidade e que já não
constituía ameaça armada ou desarmada?
Também é de acreditar que os
novos poderes se tenham decidido a
distanciar-se definitivamente de uma
aproximação e democratização efectiva
do poder, pois com isso as suas contas
seriam complicadas e a sua agenda
com realização comprometida?
Os defensores do regime do dia não
desarmam nem desistem de sua campanha
de impedir que a democracia
aconteça, e os seus “pivots” reinventam-se
na comunicação social e nas
redes sociais vilipendiando a Renamo
e, no mesmo diapasão, o MDM.
Há um firme posicionamento da falange
dos “libertadores” e parece que
os seus herdeiros têm também a firme
orientação de não ceder nem que seja
um milímetro, em nada que sejam as
pretensões da oposição política no país.
Assiste-se a um espectáculo gratuito
de imposições insustentá-
veis que podem levar todo um
país para a indesejada guerra.
Há incógnitas que infelizmente foram
esclarecidas: há poderosos interesses
que pagam bem a quem se proponha
a brilhar defendendo os seus pontos
de vista e posições. Não é por acaso
que se torna percepível que a qualidade
de alguns “coronéis da pena” mudou
de qualidade. (Noé Nhantumbo)
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