Propriedade do Departamento de Informação
Sai as Quinta Feiras * Distribuição Gratuita * Maputo, 24.03.2016 * Edição nº 169 Ano 4 Numa nota de imprensa
tornada pública a partir
do gabinete do Presidente
da RENAMO em Maputo,
o Presidente Dhlakama
denuncia a contínua
movimentação de efectivos
militares e policiais
da região sul e norte do
país, com destino à região
central, com a finalidade
de levarem a cabo acções
militares contra si e seus
guardas. O Presidente
Dhlakama denuncia igualmente
o recrudescimento
dos raptos a membros e
simpatizantes da RENAMO,
que são protagonizados
por esquadrões de
morte constituídos para
essa finalidade.
Passamos a transcrever na íntegra
o seu conteúdo:
2
Editorial
SERÁ QUE NOS FALTA DE AJUDA?
Esteve de visita ao nosso país um dos principais
mediadores do Acordo Geral de Paz de 1992, Mário
Raffaeli, da Comunidade de Sant´Egídio, que na
quarta-feira, 16 de Março, reuniu-se em Maputo
com Filipe Nyusi para exortá-lo à buscar a Paz e
estabilidade política e militar no país.
Segundo informações, da Presidência da República,
no final do encontro o conselheiro de Nyusi para os
assuntos diplomáticos, Manuel Mazuze, disse aos
jornalistas que Mário Raffaeli nesta sua missão de
busca da Paz, exortou á Filipe Nyusi a encontrar
caminhos para uma estabilidade duradoura em
Moçambique. O assessor não tornou claro se Nyusi
mostrou receptividade em relação à exortação do
representante de Sant’Egidio para essa busca da Paz
ou se foi meramente um exercício da praxe tal como
os que anteriormente haviam acontecido.
No entender da RENAMO, exortações ou apelos
nunca faltaram desde que a actual crise começou ou
mesmo antes de chegar aos níveis em que estamos.
O que tem vindo a acontecer como é sobejamente
conhecido, é a ignorância ou desprezo pelas propostas
até agora avançadas quer por moçambicanos como
pela Comunidade Internacional, interessados em ver
o conflito resolvido pacificamente.
Aliás, como sempre reportam os em diferentes
ocasiões, a RENAMO e o seu Presidente têm vindo
a defender, é a resolução pacífica e negociada do
conflito. Também a Igreja Católica e parte da sociedade
civil moçambicana já se sentiram decepcionadas com
a postura de Filipe Nyusi após diversos encontros e
missivas propondo uma solução negociada.
Por um silêncio absoluto Nyusi manifestou recusar
as propostas que vinham contidas na carta que
os Bispos Católicos moçambicanos dirigiram a
Presidência da República e da RENAMO, Nyusi e a
sua comissão política jamais se abriram em relação
a proposta de mediação internacional e da Igreja
Católica, avançada pela RENAMO e aceite por
aqueles mediante a aceitação do Governo.
Nunca houve falta de apoios para que Moçambique
vivesse em Paz e estabilidade política. Também
nunca faltou a cumplicidade de parte da Comunidade
Internacional sobre a situação que o país atravessa.
A Comunidade Internacional continua a assistir
impavidamente todas as injustiças que acontecem
no país, sobretudo quando essas são cometidas
pelo Governo da Frelimo, inclusive na Assembleia da
República. É preciso tratar a RENAMO e outros actores
políticos do país em igualdade de circunstâncias,
enquanto também garantes da Paz e da estabilidade
que se pretende que Moçambique viva.
A RENAMO não permitirá que seja tratada como
uma oposição “para o inglês ver” deixando-se que
seja sujeita a qualquer tipo de humilhação.
É Preciso a comunidade internacional compreender
que a RENAMO é parte, por sinal a mais significativa
do universo dos moçambicanos que é desfavorecida
neste país. Da parte da RENAMO, todo o apoio
que visa levar os moçambicanos a uma verdadeira
unidade nacional e inclusão sem quaisquer
distinção é bem-vinda. Queremos bases duradouras
para a Paz, e para tal já temos vindo a avançar
propostas concretas. Queremos uma legislação que
respeita a vontade popular e o sentido de voto dos
moçambicanos, um exército e polícia republicanas
ao serviço do povo e não como instrumentos de
repressão brutal das massas e de facilitação de
desvio de votos e invenção de resultados eleitorais.
Afinal porquê a Frelimo teme descentralizar as forças
armadas e a polícia? Nós sabemos a razão disso. É
que eles não confiam no povo, têm medo do povo
e só desejam aniquilar os moçambicanos usando o
exército e a polícia.
A RENAMO continua aberta para uma negociação
cooperativa em que a relação é de confiança entre
as partes, e os riscos envolvidos na negociação são
compartilhados. Uma negociação que tem em vista
um instrumento de solução de problemas comuns,
não como fonte de exercício de poder como a Frelimo
tem vindo a fazer até agora.
Para isso, nunca nos faltou a ajuda dos amigos, mas
sim sempre faltou vontade da Frelimo que se acha
todo-poderoso.
A RENAMO continua firme na sua posição de
negociar com seriedade para uma paz duradoira.
Para que isso aconteça, é indispensável a ajuda dos
amigos de boa vontade.
Ficha técnica
Director:Jeronimo Malagueta;
Editor: Gilberto Chirindza;
Redacção:Natercia Lopez;
Colaboradores: Chefes regionais de informação;
Maquetização: Sede Nacional da Renamo
Av. Ahmed Sekou Touré nº 657;
Email: boletimaperdiz@gmail.co.mz
Cells: 829659598, 844034113;
www.renamo.org.
Nº de Registo
07/GABINFO-DEC/2015
3
Deputado Ivan Mazanga,
critica a actuação das FDS e a
arrogância, falta de honestidade
e dissonância entre o discurso da
Filipe Nyusi.
Acompanha na integra a sua
intervenção:
Resistente Povo moçambicano! Ë a
vós que dedico as minhas primeiras
palavras nesta intervenção, como forma
de os saudar, tendo em particular
destaque os residentes na Cidade de
Maputo, meu círculo eleitoral, que
continuam a sofrer com as restrições
constantes e agudas de água e luz.
Estamos num momento em que o
Presidente Afonso Dhlakama, depois
de por duas vezes atentada a sua
vida, cercada a sua residência, está
neste momento a ser perseguido militarmente,
sob fortes bombardeios por
forças mistas, fortemente armadas,
treinadas e apoiadas por especialistas
internacionais. (o primogénito do
Régulo Mangunde), Senhor Presidente,
neste calvário, o Povo moçambicano,
jovens e mulheres estão consigo
e apoiam incondicionalmente a sua
causa!
É na sequência deste apoio que
lhe é direccionado, que os quadros,
membros e simpatizantes da Renamo
e a população em geral, estão a ser
assassinados, baleada, perseguidos,
suas residências queimadas e saqueadas,
o que faz com que esses se refugiem
no vizinho Malawi.
A condição destes nossos concidadãos
no Malawi, tem sido usada pelos
arautos da distracção como fonte
de confusão, portanto, importa abrir
um parênteses para clarificar algo.
Segundo o ACNUR, refugiado é alguém
que “temendo ser perseguido
por motivos de raça, religião, nacionalidade,
grupo social ou opiniões políticas,
se encontra fora do país de sua
nacionalidade e que não pode ou, em
virtude desse temor, não quer valer-
-se da proteção desse país”.
Esta população, relatou à organiza-
ção Médicos sem Fronteiras, agencias
noticiosas nacionais e internacionais,
que encontra-se no Malawi (campos
de Kapize, Ntcheu ), fugindo as atrocidades
perpetradas pelas FDS porque
esta, como a maioria da população
moçambicana, apoia a governação
da Renamo nas 6 Províncias aonde
ganhou. Portanto, segundo esta definição,
se fizermos a relação causa-
-efeito iremos concluir que realmente
estamos perante refugiados.
Contudo, conceitos à parte, o que
resta é que temos nossos concidadãos
fora do país não por vontade própria
mas forçados pelo conflito armado
causado pelo cercear da democracia,
arrogância, falta de honestidade
e dissonância entre o discurso e a
prática por parte do Comandante me
Chefe das FDS, que sistematicamente
vem sendo desautorizado pelos que
deviam lhe obedecer, ou será que
actuação destes está sob o comando
obscuro da figura supracitada?
Este cercear das liberdades políticas
constitucionalmente consagrados
é também demonstrado pelo cerco às
delegações políticas do Partido RENAMO,
com maior enfoque para a Cidade
de Maputo, acto que teve seu clí-
max no dia 29 de Dezembro de 2015
e nos dias 18 e 19 do mês de Janeiro
do corrente ano.
Povo moçambicano, não pode permitir
que os comandos constitucionais
sejam invocados para limitar
a vontade popular (autarquias provinciais)
e pontapeados quando este
precisa de exercer o seu poder.
A RENAMO, inspirado nos anseios
da maioria da população, lutou durante
16 anos para trazer a democracia
multipartidária no país, portanto,
não irá permitir que esta seja sequestrada
pelos saudosistas do mono-
-partidarismo, usará todos os mecanismos
democráticos apoiados pela
maioria da população para que esta
prevalece.
Sou um homem pacifico, Deus sabe
o quanto amo a paz. Porém, espero
jamais ser tão covarde que confunda
a opressão com paz.
Lajos Kossuth
ACTUAÇÃO DAS FDS SOB COMANDO
OBSCURO DE NUYSI
“Povo moçambicano,
não pode permitir
que os comandos
constitucionais sejam
invocados para
limitar a vontade
popular (autarquias
provinciais) e
pontapeados quando
este precisa de exercer
o seu poder.”
SOCORRO SOCORRO EM ZAMBEZIA/MANICA/SOFALA/TETE
O medo de uma nova guerra é evidente. Esta ameaça vem em um momento em que o país tem experimentado enormes descobertas de carvão, gás natural e petróleo que podem mudar a vida de uma grande parte da população que vive em extrema pobreza. A economia foi impulsionada pela entrada de grandes projectos dedicados à exploração de recursos minerais, que empregaram milhares de moçambicanos. Ele também vem num momento em que a primeira geração nascida após a guerra civil votou pela primeira vez, nas eleições municipais de novembro, que foram boicotadas pela Renamo.
Moçambique tem sido uma história de sucesso em termos de preservação da paz, e agora corre o risco de se tornar um Estado fracassado. A pobreza absoluta (pessoas que vivem com menos de US $ 1 por dia), o que afeta 59,6% da população, pode piorar se nada for feito para reduzir as tensões.
Um conflito armado teria implicações importantes a nível regional e internacional desde Zimbabwe, Malawi e Zâmbia depende amplamente em portos moçambicanos. Um conflito armado prejudicaria também todo o investimento estrangeiro em Moçambique que tem sido significativo nos últimos anos. Os Estados Unidos têm investido bilhões de dólares na exploração de petróleo no norte de Moçambique e tem havido um grande investimento estrangeiro nas areias pesadas na província de Nampula. Moçambique poderia perder tudo o que ganhou com esforço real nos últimos anos.
Uma das primeiras medidas necessárias para superar a crise é um diálogo sério e um compromisso dos dois lados. diálogo político inclusivo, onde os representantes da sociedade civil e instituições religiosas podem participar, é necessário.
A comunidade internacional, que contribui com mais de 40% para o orçamento de Estado de Moçambique, pode exercer pressão sobre o governo para propor uma solução urgente para o conflito. A Comunidade Sul Africano de Desenvolvimento (SADC), a União Africano, a União Europeia, a ONU e tantas outras organizações internacionais podem igualmente desempenhar um papel importante mediador nas negociações entre o governo e Renamo.
Estas organizações não pode apenas sentar e assistir o país que é considerado a "pérola do Oceano Índico" a afundar em uma nova guerra civil. Moçambique não é um país isolado do resto do mundo, e a necessidade de se considerar uma intervenção internacional na mediação hastes a partir deste. Uma nova guerra teria implicações regionais e continentais, causando um fluxo de refugiados para países vizinhos e forçando África para mudar o enfoque de combate à pobreza e promoção do desenvolvimento econômico para resolver mais um conflito
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