General afastado por desvio de fundos
Benguela – O general na reforma, José Maria Teixeira de Matos foi afastado do cargo de director provincial da Associação dos Antigos Guerreiros de Angola (AAGA) em Benguela no passado dia 9, na sequência de acusações de desvios de bens patrimoniais e valores avultados não revelados.
Fonte: Club-k.net
O afastamento do mesmo ocorreu a margem de uma Assembleia-Geral, marcada por tensão, onde os associados mostraram-se insatisfeitos fazendo acusações frontais como a alegada falta de prestação de contas e desvio de fundos em benefício próprio. Foi-lhe igualmente solicitado esclarecimento do paradeiro de viaturas e tractores, bens pertencentes a AAGA.
Ainda a margem do clima tenso, o secretário nacional dos antigos Guerreiros de Angola, Augusto José Kaluhako, viu-se obrigado a fazer um discurso para acalmar os ânimos.
“É normal a substituição de quadros porque o anterior director nunca apresentou relatórios de contas e deu destino incerto ao património da direcção”, disse José Kaluhako.
Neste mesmo acto elegeu-se o jurista José Vieira da Costa para ocupar a vaga deixada por José Maria Teixeira de Matos.
A referida associação integra antigos guerreiros do MPLA, UNITA e FNLA.
“Exército de Moçambique é exército de parada, de marcha. Não consegue acabar com o Sr. Dhlakama.” – General José de Matos, antigo chefe do Estado-Maior General das FAPLA
Excertos da entrevista do Gen. José Maria Teixeira de Matos “Siliveli” à LAC (Luanda Antena Comercial), 15 de Março de 2016:
“O Quénia é o exemplo dos africanos. É o 1º país da África negra com milhões de habitantes, o maior exército, tinha pilotos negros. E depois a Nigéria, com marinheiros de farda branca... E agora? Não aguentam com uma guerrilha no deserto. Não conseguem acabar com uma guerrilha no deserto. O exército todo que eles criaram... É como o exército zambiano! São exércitos de parada, de marcha. É como o exército de Moçambique que foi treinado por tanzanianos e por zambianos. Não consegue acabar com o Sr. Dhlakama.
Moçambique é estreito. Você faz um cerco como faziam os índios, cercavam aquilo para pegar o fogo... Não conseguem acabar com o Dhlakama em Moçambique. Você olha aquele exército que não tem nem sequer um albino. Nenhum mulato e nenhum branco. É igual ao exército da Zâmbia. Não tem. Só pretos. Agora é preto contra preto. Preto cristão, preto animista, preto muçulmano...
Já viu a guerra que eles têm? É igual ao problema da Guiné. Na Guiné também não têm mulatos nem nada. Então qual é a guerra do povo que eles vão fazer? É essa guerra.
O Agostinho Neto quando mandou lá um grupo a pedido do Presidente de Moçambique, na reunião, o Dangereux disse: “Camarada Presidente, assim da cor do Matos, não vi lá nenhum”. Então o Agostinho Neto disse “Então não vai lá ninguém”.
Qual é a guerra do povo que querem fazer contra Dhlakama? Você manda lá uma Companhia aqui dos comandos e acaba isso em 15 dias. Esse Dhlakama e tudo, vai tudo à vida.
A Companhia de Comandos que foi ali no Zaire, aqui tal general, não foram todos varridos aí? É nossa companhia. Mas esses de marcha de parada aqui do Zimbabwe e do Namibe, estavam para ser apanhados vivos. Olha, um dia estava a falar com um guerrilheiro e esse disse: “Oh chefe, eu estava lá e quando começou o avião a sair as garrafas de água, e eu disse – isso é para quê - É para a gente beber; - mas você não tem o rio aqui? Você bebe só na garrafa? Vai levar isso na guerra?” O nosso sargento a admirar. “Essa tropa vai beber de garrafa?”. Está a ver! Nós estávamos a beber mesmo a água do rio Zaire. É por isso que aquela guerra não acaba.”
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