Vozes - @Hora da Verdade |
Escrito por Redação em 03 Março 2016 |
De que o governador de Tete era um mau comunicador, eu já tinha provas bastantes. A sua inoportuna aparição na televisão defraudou todas as minhas expectativas, de que em Tete existe um governante. O senhor governador é, na verdade, um "aborto político", desafiador e corajoso.
Ele, ao dizer que os cidadãos moçambicanos que se encontram no Malawi não são refugiados está, por outras palavras, a dizer que o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, esteve naquele país para apanhar sol ou fazer turismo. Está, igualmente, a dizer que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados é totalmente incompetente.
E mais, o senhor Awade fez o impensável: desafiou a pessoa que o nomeou ao cargo de governador, pois, pese embora o Presidente da República, Filipe Nyusi, nunca tenha dito com todas as letras que são refugiados, já admitiu que os compatriotas não estão lá por acaso.
Aliás, o próprio Conselho de Ministros disse, claramente, no fim de um encontro, que no Malawi havia refugiados, ou seja, o senhor Awade desacreditou toda a estrutura do Governo moçambicano. A saga de Awade não pára e ele ousou, de forma vergonhosa, desafiar a comunicação social pública e privada para proferir despautérios. Acontece que depois de um trabalho exemplar de Francisco Mandlate (STV) e das reiteradas vezes que a RM e TVM citaram a palavra "refugiado", referindo-se aos concidadãos no Malawi, Awade continua a não acreditar nesta realidade e prefere sonhar alto.
Prefiro prensar que ele anda sem assessores, muito desinformado ou ocupado de tal sorte que não lhe resta tempo para ler jornais, acessar Internet ou ver televisão. Penso que o senhor Awade não sabe diferenciar um refugiado de um deslocado.
Ele é um verdadeiro "Mamparra" e se estivéssemos num país sério quem nomeou este senhor devia demití-lo, porque insultou e menosprezou os moçambicanos que sofrem no Malawi, bem como desrespeitou os seus superiores hierárquicos. O sensato seria ele deixar de lamurias, sair do escritório e dirigir-se ao Malawi para ver de perto o que está a acontecer.
Por Dércio Tsandzana
*Título de autoria do @Verdade
O que eu penso sobre as Declarações de Paulo Awade e da Reportagem da STV?
Não nego que haja alguns refugiados em Malawi, como Paulo Awade. Mas o que eu acho é que há exageros, tanto na reportagem da STV, como nas noticias que tem sido vinculados pelos órgãos de informação. Eu cresci em Mukhondezi, já refugiei_me em algum momento para Malawi. Não há, entre mukhondezi e Malawi, um distancia igual a 70km, logo a reportagem da STV mente.
O numero de 4, 5 Mil de refugiados é bastante elevado. Esse numero corresponde a toda população de mukhondezi, Ndande , Maonequela, o que não pode ser verdade, porque em mukhondezi a vida corre normalmente. Estive lá ha dias. As escolas estão a funcionar, o mercado que esta na ponte funciona plenamente, as escolas estão abertas.
A hipótese de que aquelas pessoas que estão em Malawi são famílias dos homens da RENAMO que estão aquartelados, pode ser verdadeira, porque voltando os homens a base de Matenge, as suas famílias tinham, naturalmente, de estarem em lugar seguro, para que não possam ser alvos fáceis. O que a reportagem da STV escondeu é que o quartel general da Renamo está exactamete naquela zona, em Matenge. Mas as as famílias dos homens Armados da RENAMO são também Moçambicanos, Senhor governador.
Uma pergunta final:como é que aqueles todos entrevistados tem a certeza de que quem está a queimar as suas casas são forças governamentais se aqueles também usam o fardamento da FADM? porque possuem a mesma resposta na ponta da língua? A unanimidade de respostas em pesquisas deve sempre remeter_nos a uma maior dúvida sobre os resultados a que chegamos.
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quinta-feira, 3 de março de 2016
SELO: Num país sério quem nomeou Paulo Awade devia demití-lo* - Por Dércio Tsandzana
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