quarta-feira, 2 de março de 2016

Moçambique em "alerta de risco de conflito"

International Crisis Group coloca Moçambique em "alerta de risco de conflito"
Organização International Crisis Group colocou Moçambique na lista de países ou regiões em "alerta de risco de conflito", após a situação política e militar se ter agravado em fevereiro com registo de vários incidentes.
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A organização International Crisis Group colocou Moçambique na lista de países ou regiões em "alerta de risco de conflito", após a situação política e militar se ter agravado em fevereiro com registo de vários incidentes.
Segundo o relatório mensal da International Crisis Group (ICG), com sede em Bruxelas, Moçambique figura ao lado do Afeganistão, Chade, Somália, Turquia, Venezuela e Zimbabué, bem como a região da península da Coreia.
Para a ICG, os acontecimentos ao longo de fevereiro "justificaram" o agravamento da situação, que começou logo no início do mês, quando a Renamo, oposição, rejeitou conversações com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.
Patrulha de soldados do exército moçambicano em Gorongosa
As razões da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), partido que reclama vitória em seis províncias do centro e norte do país nas eleições de 2015, prendem-se com a ausência de garantias de segurança para o respetivo líder, Afonso Dhlakama.
A 8 desse mês, sustenta o ICG, a RENAMO bloqueou estradas na província de Sofala (litoral/centro), tendo atacado alguns veículos civis, provocando vários mortos e feridos, o que levou as forças de segurança moçambicanas a retomar as escoltas armadas ao longo de um troço de cerca de 100 quilómetros da Estrada Nacional 1, na mesma região.

A organização não-governamental, que promove a prevenção e a resolução de conflitos letais, adianta também que elementos afetos à RENAMO abateram a tiro Manecas da Silva, juiz e secretário da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder) em Sofala.

Refugiados moçambicanos no vizinho Malawi
Refugiados moçambicanos em Kapise, Malawi
Por outro lado, a organização International Crisis Group destaca ainda as operações militares para desarmar "militantes" da RENAMO na província de Tete, que provocaram um êxodo de refugiados para o vizinho Malawi, estimados em cerca de 6.000, com a existência de vários pedidos para investigar queixas de alegadas execuções e abusos sexuais por parte das forças de segurança.
As análises mensais da ICG têm por base as alterações políticas e/ou militares internas de cada país, não havendo a intenção de fazer comparações com outros Estados.

O "alerta de risco de conflito" é atribuído a um país onde a violência tem ocorrido e que se espera que continue no mês seguinte. O indicador é definido apenas quando se regista e receia uma nova ou uma significativa escalada de violência.

ICG existe desde 1995

A ONG International Crisis Group foi fundada em 1995
A ONG International Crisis Group foi fundada em 1995 por um coletivo de personalidades que lamenta o fracasso da comunidade internacional em antecipar e responder eficazmente às tragédias ocorridas no início da década de 1990 na Somália, Ruanda e Bósnia.

Entre os fundadores contam-se Morton Abramowitz, antigo embaixador dos Estados Unidos na Turquia e Tailândia e, depois, presidente da instituição Legado de Carnegie para a Paz Internacional, e Mark Malloch-Brown, antigo presidente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e, mais tarde, secretário-geral adjunto da ONU e ministro no Reino Unido.

Segundo os fundadores, a ideia foi criar uma nova organização com funcionários altamente profissionais, "agindo como olhos e ouvidos do mundo", para analisar e prevenir conflitos e com poder internacional suficiente para conseguir mobilizar a comunidade internacional nos diferentes processos.

Atualmente, a International Crisis Group é reconhecida como líder mundial de fontes de informação e análises, bem como conselheira de políticas de prevenção e resolução de conflitos letais.

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Províncias onde a RENAMO ganhou nas eleições de outubro de 2014 e quer governar a partir deste mês de março

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