2/3/2016, 20:27
Vice-presidente de Angola garante ser "alheio" a qualquer contratação de Orlando Figueira e, em comunicado, diz estar disponível para colaborar com justiça portuguesa.
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BRUNO FONSECA/LUSA
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Tardou nas chegou. Ao oitavo dia, Manuel Vicente reagiu às imputações do Ministério Público e diz-se “completamente alheio” à contratação de Orlando Figueira por parte do Millenium BCP e a qualquer pagamento que tenha sido feito ao ex-procurador. Vicente rejeita, portanto, as bases para o crime de corrupção ativa de que é suspeito.
“Na verdade, sou completamente alheio, nomeadamente, à contratação de um magistrado do Ministério Público português para funções no setor privado, bem como a qualquer pagamento de que se diz ter beneficiado, conforme relatos da comunicação social, alegadamente por uma sociedade com a qual eu não tinha nenhuma espécie de relação, e que não era nem nunca foi subsidiária da Sonangol”, lê-se num comunicado publicado no portal da ANGOP, a agência de notícias oficial angolana.
No que diz respeito ao arquivamento do caso de alegado branqueamento de capitais por parte de Orlando Figueira – alegadamente a consequência pelo cargo oferecido e pagamentos realizados -, o número 2 do governo angolano diz que “uma simples averiguação de origem de fundos relativos à compra de um imóvel” levou à apresentação “cabal da origem lícita dos fundos, com o que o processo não poderia deixar de ter sido arquivado – comprovação essa que, se necessário, poderá ser renovada”, afirma.
Manuel Vicente diz que “o envolvimento do meu nome na investigação ora em curso, não tem, pois, qualquer fundamento; não obstante, estou totalmente disponível para o esclarecimento dos factos na parte em que me dizem respeito, de modo a pôr termo a qualquer tipo de suspeições, e, com certeza, tudo farei para que sejam devidamente reparados os graves danos causados à minha pessoa”.
O ex-presidente da Sonangol diz que tudo fará para “que sejam devidamente reparados os graves danos causados à minha pessoa”.
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lrosa@observador.pt
Manuel Vicente diz não ter nada a ver com a operação "Fizz" em Portugal
março 02, 2016
Redacção VOA
Manuel Vicente
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Vice-presidente angolano afirma estar disponível a ajudar na investigação.
O vice-presidente de Angola refutou nesta quarta-feira, 2, qualquer interferência na contratação do procurador português Orlando Figueira para o sector privado nem no pagamento de que poderá ter recebido.
"Sou completamente alheio, nomeadamente, à contratação de um magistrado do Ministério Público português para funções no sector privado, bem como a qualquer pagamento de que se diz ter beneficiado, conforme relatos da comunicação social", diz uma numa nota enviada pelo gabinete de Manuel Vicente às redacções.
O segundo homem do Governo angolano refuta qualquer ligação com a empresa Primagest, que, segundo a note, "não era nem nunca foi subsidiária da Sonangol”.
O comunicado de Manuel Vicente termina com o vice-presidente a garantir estar "totalmente disponível para o esclarecimento dos factos na parte em que me dizem respeito".
O nome de Manuel Vicente surgiu no âmbito da “operação Fizz” do Ministério Público em Portugal que levou à detenção do procurador Orlando Figueira.
Aquele magistrado foi o procurador responsável pelos processos BES Angola e Caso Banif, relacionados com capitais angolanos, que, no entanto, arquivou.
O advogado Paulo Blanco, ligado a Vicente, foi também constituído arguido e alvo de buscas no seu escritório de advocacia.
Manuel Vicente é apontado no caso devido a duas transferências bancárias num montante de 200 mil euros a favor de Orlando Figueira pela Primagest, quando o actual vice-presidente de Angola era o homem forte da companhia estatal angolana de petróleo.
As transferências foram realizadas a 16 de Janeiro de 2012, no mesmo dia em que o então magistrado do DCIAP arquivou um inquérito-crime sobre branqueamento de capitais relacionado com Manuel Vicente.
O dinheiro foi depositado numa conta aberta aparentemente de propósito no Banco Privado Atlântico Europa – a filial portuguesa do angolano BPA – e cujo beneficiário era Orlando Figueira.
Esses valores viriam a ser mais tarde declarados pelo ex-procurador como rendimento do trabalho.
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