quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Polícia diz que há homens armados da Renamo que se fazem passar por membros da sociedade civil


Escrito por Emildo Sambo  em 04 Fevereiro 2016
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Sem apresentar evidências, a Polícia da República de Moçambique (PRM) alega existirem homens armados da Renamo que após semearem terror em algumas comunidades rurais, sobretudo nas províncias de Sofala e da Zambézia, escondem o fardamento e as armas e apesentam-se publicamente “como membros da sociedade civil” com o objectivo de se inteirarem da movimentação das Forças de Defesa e Segurança (FDS) para posteriormente desbaratar as suas acções de garantia de tranquilidade.
Os tais homens, depois de “ataques esporádicos, de ameaçarem, atacarem e raptarem eles desaparecem por algum momento, posicionam-se como cidadãos singulares (...)” e agem “como membros da sociedade civil, sem farda, escondem as armas e em algum momento apercebem-se do movimento que as Forças de Defesa e Segurança fazem para evitar que estes actos aconteçam (...)”, disse Inácio Dina, porta-voz do Comando-Geral da PRM, falando à imprensa, na terça-feira (02), no habitual briefing que visa dar a conhecer as ocorrências da semana sobre a situação da ordem e tranquilidade públicas no país.
“Não vamos parar enquanto não colocar a mão sobre estes homens e apresentá-los à barra da justiça porque são criminosos (...)”, disse Inácio Dina, acrescentando que alguns dos referidos guerrilheiros são os que têm sido apresentados em público pelo Governo, os quais, conforme os números divulgados pelo Ministério do Combatentes, já totalizam pelo menos 250 desde que iniciou a campanha, que para alguns círculos de opinião pretende desacreditar a Renamo.
O agente da Lei e Ordem não só prometeu que a PRM “não vai vergar” antes de impedir que os homens armados em causa continuem com as acções que considera criminosas, como também apelou às lideranças do maior partido da oposição moçambicana para, na qualidade de dono desses guerrilheiros, convencê-los a cessarem os disparos e evitar o clima de instabilidade nas comunidades. “A confrontação política deve acontecer no Parlamento e não nas matas”.
Num outro desenvolvimento, Inácio Dina explicou que a maior parte dos ataques supostamente protagonizados pelos homens armados da “Perdiz” acontecem à noite e em forma de emboscadas, “o que cria alguma dificuldade durante a perseguição (...)”. Alguns confrontos acontecem em locais que “eram antigas bases da Renamo”, pelo que os seus guerrilheiros os dominam e escapam com facilidade.
Dina esclareceu ainda que a Polícia não está a perseguir a Renamo como partido político, mas, sim, os seus homens armados pois “são criminosos que detém armas, com as quais fazem guerra, o que é crime. Continuaremos a perseguir qualquer individuo armado, independentemente das suas cores partidárias”.
Ao contrário dos relatos segundo os quais as FDS têm estado a maltratar a população e pilham os seus bens, acusando-a de apoiar a Renamo, particularmente em Tete, onde milhares de pessoas foram forçadas a abandonarem as suas zonas para o vizinho Malawi, Dina entende que as forças governamentais esforçam-se em garantir que haja não haja terror.
Para o porta-voz, que acusou igualmente a “Perdiz” de enveredar por “discursos incendiários, banditismo, violência e criminalidade para desestabilizar e comprometer as apetências dos moçambicanos (...)”, nos seus ataques os guerrilheiros desta força política visam também as FDS, o que constituiu “um atentado” e impede que a população tenha o “gozo pleno dos seus direitos e de produzir” comida.

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