quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

David Mabunda, o Primeiro Secretário Geral da Frelimo


De acordo com CID/BSA Police, de Salisbury, (RC. 00278/58, David Joseph Maurice Mabunda era nome falso de Rabson Beara, natural de Inhangoma-Mutarara, na povoação Siwuenti do chefe Chikembwe, que chegou àquele país com o passaporte português 102598. Teria passado por Lourenço Marques em tenra idade, tendo trabalhado, antes de ir para África do Sul, de onde chegou a Salisbury. Segundo o documento, em 1958 residia em Salisbury (Harare), tinha cicatrizes no joelho esquerdo e estava casado com Aggi, de quem tinha dois filhos.
No ofício 1954, de 15 de Junho de 1963, o então directo interino dos Serviços de Segurança, Ivens-Ferraz de Freitas, escreveu que «David Mabunda fala ronga, é natural de Lourenço Marques e filho de um Pastor Evangélico, (Abel Mabunda?) já falecido, que trabalhou ou era natural de Bilene-Macia, teria residido em Witbank até 1952 e ali casado com uma sul-africana». Entretanto, as características (foto, número do passaporte e cicatrizes) coincidiam. Destacou-se por denunciar as atrocidades coloniais, num trabalho intitulado Portuguese colonisation of Monomotapa (Mozambique), 1962.
Entre Janeiro e Maio de 1962, participou dos primeiros esforços que deram origem a Frelimo, ajudando Gwambe nos contactos que teve com Oscar Kambona, Peter Mbiyu Koinangue e Dr.Kwame Nkrumah (falarei disso na próxima ocasião), os quais, em vésperas da reunião dos combatentes da liberdade, impuseram aos dirigentes da MANU (Mmole) e da UDENAMO (Gwambe) a unificação dos seus partidos porque «na reunião de amanhã (25-05-1962) Khrumah vai insistir pela existência de um só partido em cada uma das colónias portuguesas». Foi um dos proponentes da ideia para a escolha de uma pessoa neutra, informada e conhecida, para ser convidada a dirigir o novo partido. Quando Mondlane alegava que não seria possível realizar-se o primeiro congresso por falta do dinheiro, Mabunda opôs-se e mobilizou apoio para o evento. Mesmo ausente no dia 25 de Junho de 1962, foi escolhido para ocupar o cargo de Secretário Geral, cargo que formalmente ocupará até 26 de Março de 1963.
Não concordava que Mondlane estivesse a dirigir o Partido a partir de intermediários. Questionou os métodos de entrada de certas pessoas ao Comité Central ao mesmo tempo que tantas outras eram expulsas sem se observarem os Estatutos do Partido tendo denunciado, inclusive, ao Simango (na altura Mondlane estava nos EUA) que parte desses novos elementos tirava fotografias que depois eram enviadas para a PIDE, «pondo em risco a nossa vida». Disse que «a Unidade Nacional deve reflectir uma reunião das mentes e um desejo comum de trabalhar para a liquidação total do colonialismo, imperialismo e neo-colonialismo em todas as suas formas e manifestações, e para a construção de uma nação moçambicana soberana e próspera que está intimamente unido com o seu património cultural e nacional». A 3 de Outubro de 1962, em Dar-es-Salaam, David José Mabunda, José Paulo Gumane e Fanuel Guidion Mahluza, organizaram uma revolta contra Mondlane, revolta rechaçada pela pronta intervenção de Changonga, António Disse Zengazenga, Uria Timóteo Simango e Rafael Silvério Nungu. Em tom de agradecimento, Mondlane escreverá a um amigo que «they are trying their best to develop the program that I have, together with them, set up for our party». Mas, parece que Mondlane terá caído em erro, ao expulsar Mabunda sem o ter escutado.
Uma circular da Frelimo, em Swahili, datada de 26 de Março de 1963, por ele assinada afirmava que:
«Os senhores David Mabunda e Paulo Gumane foram expulsos por: i) incúria política; ii) acção anti-unitária nas fileiras da Frelimo; iii) acção destruidora da coesão e da solidariedade entre os membros do Comité Central; iv) desonestidade moral e política e v) calúnias contra diversos membros do Comité Central. Pelas mesmas razões, exceptuando a primeira, fora também expulso João Munguambe, entretanto, readmitido mais tarde.
Numa de suas revoltas, acusou Simango de estar a proibir pessoas para fazerem parte do Partido e de afastar outras, sem discutir nem informar os restantes membros directivos. Mondlane minimizou até que, num certo dia, uma esposa de um ex-camarada foi a sede do partido reclamar que há muito o Partido não lhe apoiava. Mondlane disse que assim fazia porque o marido já estava apoiar o grupo de Gwambe ao que a mulher retorquiu: «ele não tinha escolha». Quando a mulher saiu, Mondlane tratou de chamar o homem, tendo perguntado porque havia tomado a decisão de apoiar ao grupo de Gwambe. O homem disse que Simango o proibira mas como queria lutar pela independência do país, decidiu aderiu a qualquer movimento que para tal se propusesse. Mondlane chamou Simango, e homem, na sua presença, disse tudo o que havia dito. Simango baixou a cabeça. Espantado, Mondlane escreve para a esposa:
«Now, Janet is the kind that often happens. Somebody has the idea in his mind that so and so is dangerous and they immediately decide to whisper around and then they blackball somebody that they thought was dangerous without any formal meeting in which they charge him of this and they make quickly a decision to out him out of the party. This happened with lots of others. Now, I do not deny that people like Mabunda and Gumane, that those people were really engrossed in subversive activities in this party before they were thrown out of the party, but what I am complaining about in relation to this is that these actions are taken outside of the formal structure of our party.
Após a expulsão de Mabunda, o cargo de Secretário Geral foi suprimido na nova estrutura. Na segunda foto, a lista do primeiro staff da Frelimo, anunciada a 26 de Junho de 1962 e renovada depois do Primeiro Congresso, em Setembro:
1. Eduardo C. Mondlane -- -------------Presidente
2. Uria T. Simango -- ------------------- Vice-Presidente 
3. David J. M. Mabunda -- ------------ Secretário-Geral 
4. Paulo José Gumane -- ------------- Vice-Secretário Geral 
5. Mathew Michinji Mmole -- ----------Secretário Administrativo 
6. Johannes M. McMchambelesi ----- Vice-Secretário-Administrativo 
7. Leo Aldridge Milas - -- ------------- Secretário da Cultura, Informação e Propaganda 
8. Ali Mohamed -- -- ----------------- --- Vice Secretário da Cultura, Informação e Propaganda 
9. Lawrence Mallinga Millinga----------Secretário para Educação e Bolsas de Estudo

Fontes:
FRELIMO?, News from Dar-es-Salaam, Box 15274, 1962 (é uma compilação de manuscritos em forma de diário de Mondlane. O destinatário é quem, de facto, os compila. Ao longo dos trechos, há certos nomes e locais apagados. Na verdade, uma compilação feita em Washington, por um autor oculto)
Mabunda, David. Portuguese colonisation of Monomotapa (Mozambique), Voice of Africa, July 1962, p. 23-24/26.
Mabunda, David J.M. (Vice President of UDENAMO); The National Democratic Union of Mozambique (UDENAMO), Press communique, Cairo, 1963 Aug. 22
Combate, no. 1 (1963 June)
FUNIPAMO - Memoranda supporting declaration of dissolution of FRELIMO, 1963 May 27


Joao Cabrita Não creio que fosse por receio de Adelino Gwambe que Mondlane continuou a trabalhar nos Estados Unidos ao mesmo tempo que era presidente da Frelimo, Eusébio A. P. Gwembe. Como sabe, nessa altura Gwambe já não se encontrava na Tanzânia.

Para melhor compreender esta questão, você deve tomar em conta o seguinte:

1- Ante da fundação da Frelimo, mas já depois do surgimento da Udenamo, e quando Mondlane ainda era funcionário das Nações Unidas, ele pediu aos americanos (Departamento de Estado) que lhe arranjassem um emprego fora do sistema da ONU, que lhe permitisse desenvolver actividades políticas durante o período de férias. Mondlane formulou este pedido durante uma audiência que teve no Departamento de Estado em Washington, D.C. , a 16 de Maio de 1961. Antes desta audiência, Mondlane já havia concorrido para um emprego na Comissão Económica das Nações Unidas para África (ECA ) em Adis Abeba, o que implicava desligar-se do Conselho de Fideicomissos das Nações Unidas (UN Trusteeship Council).

2- Ainda sobre a vinculação do presidente da Frelimo à Universidade de Siracusa, Mondlane havia metido um pedido de férias para o período entre Janeiro de 1963 e Fevereiro de 1964. Só quando Nyerere deu garantias a Mondlane de que lhe pagava um salário, que lhe oferecia casa e garantia a educação dos filhos em Dar es Salam é que Mondlane optou por se desvincular da Universidade de Siracusa.

Eusébio, espero que agora compreenda melhor a posição de Gwambe: um jovem revolucionário apostado na luta armada para obter a independência de Moçambique e que depois é torpedeado por um académico (Mondlane) que pretende dirigir o movimento pela independência por via pacífica e em regime de «part-time», isto é, durante as férias da universidade onde trabalha a tempo inteiro.

(Eusébio A. P. Gwembe, não consegui esclarecer se foram os americanos que arranjaram o emprego de Mondlane na Universidade de Siracusa, mas como você tem uma entrevista agendada com Marcelino dos Santos em Maputo, talvez ele possa esclarecer esse pormenor.)
Tu e 31 outras pessoas gostam disto.
Comments
Mateus Navaia Ele ou os seus dois filhos ainda vivem????
Eusébio A. P. Gwembe Tive informações de que estaria na África do Sul, talvez Joao Cabrita saiba algo.
Willy Benny Estas a cavar muito Dr Eusébio...
Eusébio A. P. Gwembe Willy Benny faz bem conhecer de onde viemos. Os gregos ainda falam de Sócrates que nunca pegou na enxada, só porque disse algo.
Willy Benny Kakakakaka, doutor, seu trabalho é de louvar.
Lindo A. Mondlane Kkkkk eusebio
José Francisco Narciso Caro compatriota Gwembe, sigue deleitando - nos com o princípio da nossa Independencia total e completa da nossa Pátria amada. Apesar dos outros que não tem história, ah, sim, tem história, mas escrita desde Rhodesia do Sul e da África do Sul segregadora. A pergunta é : alguma vez o homem do mato sentou para lanchar na mesma mesa com os irmãos Botha & companhia?
Eusébio A. P. Gwembe José Francisco Narciso talvez Eduardo Domingos saiba responder. Ele é renamólogo, por excelência.
Eduardo Domingos Eusebio Eusébio A. P. Gwembe esse jose José Francisco Narciso é da geraçao de viragem?
Eusébio A. P. Gwembe Não, quem combateu os malditos só pode ser ou da geração 25 ou da geração 8 de Março, Eduardo Domingos
Eduardo Domingos Esse cara nao combateu nada. Se combatesse nao estaria tao vazio alias oco como está. Perguntaste a ele EusebioEusébio A. P. Gwembe? Ajuda lhe.
José Francisco Narciso Eduardo Domingos, aí estão a história e os factos, lhe goste sim, lhe goste não. Essa história é de todos os Moçambicanos de bem, porque aqueles filhos de Moçambique deram todo de si, para libertar a ti a mim, dos opressores e colonialistas portugueses.
Eduardo Domingos Eu nao falo consigo jose José Francisco Narciso converse com Eusebio Eusébio A. P. Gwembe depois ele vai me dizer o que conversaram, ok.
Eusébio A. P. Gwembe Desde quando, Eduardo Domingos? Eu não sou embaixador e você já estava sendo boa pessoa, o que se passa. Pessoas me mandaram mensagens dizendo que as tinha desbloqueado. Agora essa, como?
Eduardo Domingos Ficas meu embaixador Eusebio Eusébio A. P. Gwembe essa jose José Francisco Narciso nao vai trocar ideias comigo. Fale com ele depois me transmita. Nem vou lhe bloquear.
José Francisco Narciso Gente de má fé!!
Eusébio A. P. Gwembe Vou transmitir, na qualidade de embaixador com poderes plenipotenciários, Eduardo Domingos. Ele disse que está do lado de gente de má-fé. Ponto
Eduardo Domingos Explica a ele a razao da nossa luta, alias manda lhe investigar. Nao perca tempo com ele.
Matin Sabin
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Eduardo Domingos Que problems teve?
Eduardo Domingos Um dos filhos foi meu colega na uem ja foi deputado pela renamo hoje ta no mdm.
Eusébio A. P. Gwembe Desentendeu-se com os membros da direcção,Eduardo Domingos. Segundo ele, não se observavam os estatutos. Também não concordava com o longo tempo de preparação para a guerra, muito menos independência negociada.
Eduardo Domingos Longo tempo pk Mondlane estava a espera do nr significativo da sua tribo, Eusebio Eusébio A. P. Gwembe.
Joao Cabrita Eusébio A. P. Gwembe, pouco sei sobre David Mabunda, para além da expulsão. Mahluza contou-me que, por ter acolhido Mabunda no Cairo, acabou também por ser expulso da Frelimo. Este documento, dá mais pormenores sobre o papel de Mahluza nesse período. Mas não é um documento interno da Frelimo, mas um relatório de informações de serviços rodesianos e portugueses, com todas as possíveis imprecisões que normalmente os relatóriso de serviços de informação contêm.

Há outros pontos de interesse, como por exemplo a lista de membros por altura do 1° Congresso em 1962. 
Como o Eusébio A. P. Gwembe deve estar recordado, um documento por si divulgado há meses referia que Mateus Mmole havia retirado a MANU da Frelimo no dia da própria fundação (25 Jun 62), juntamente com Adelino Gwambe, mas o relatório parece contrariar o que vem nesse documento.
Joao Cabrita Um outro ponto que desperta a atenção é o facto da Frelimo ter um presidente ausente da sua sede. Um documento que obtive refere que pelo menos em Março de 1963, já depois da realização do 1° Congresso, Mondlane permanecia vinculado à Universidade de Siracusa como professor assistente. (ver anexo)
Eusébio A. P. Gwembe Eduardo Domingos, esse Mabunda de que fala, parece-me que não tem nada a ver com o Primeiro Secretário da Frelimo.
Eusébio A. P. Gwembe Não estaria Mondlane receoso de estar na Tanzania por divergências com Gwambe, Joao Cabrita? Por que motivo enviou Leo Milas com poderes plenos?
Joao Cabrita Não creio que fosse por receio de Adelino Gwambe que Mondlane continuou a trabalhar nos Estados Unidos ao mesmo tempo que era presidente da Frelimo, Eusébio A. P. Gwembe. Como sabe, nessa altura Gwambe já não se encontrava na Tanzânia.

Para melhor compreender esta questão, você deve tomar em conta o seguinte:

1- Ante da fundação da Frelimo, mas já depois do surgimento da Udenamo, e quando Mondlane ainda era funcionário das Nações Unidas, ele pediu aos americanos (Departamento de Estado) que lhe arranjassem um emprego fora do sistema da ONU, que lhe permitisse desenvolver actividades políticas durante o período de férias. Mondlane formulou este pedido durante uma audiência que teve no Departamento de Estado em Washington, D.C. , a 16 de Maio de 1961. Antes desta audiência, Mondlane já havia concorrido para um emprego na Comissão Económica das Nações Unidas para África (ECA ) em Adis Abeba, o que implicava desligar-se do Conselho de Fideicomissos das Nações Unidas (UN Trusteeship Council).

2- Ainda sobre a vinculação do presidente da Frelimo à Universidade de Siracusa, Mondlane havia metido um pedido de férias para o período entre Janeiro de 1963 e Fevereiro de 1964. Só quando Nyerere deu garantias a Mondlane de que lhe pagava um salário, que lhe oferecia casa e garantia a educação dos filhos em Dar es Salam é que Mondlane optou por se desvincular da Universidade de Siracusa.

Eusébio, espero que agora compreenda melhor a posição de Gwambe: um jovem revolucionário apostado na luta armada para obter a independência de Moçambique e que depois é torpedeado por um académico (Mondlane) que pretende dirigir o movimento pela independência por via pacífica e em regime de «part-time», isto é, durante as férias da universidade onde trabalha a tempo inteiro.

(Eusébio A. P. Gwembe, não consegui esclarecer se foram os americanos que arranjaram o emprego de Mondlane na Universidade de Siracusa, mas como você tem uma entrevista agendada com Marcelino dos Santos em Maputo, talvez ele possa esclarecer esse pormenor.)
GostoResponder315/2 às 17:55Editado
Eusébio A. P. Gwembe Joao Cabrita Gwambe, assim como Mabunda e Gumane queriam a luta armada. Mas eram criticados de que primeiro não havia condições para o início da guerra e que era preciso tentar negociar. Será que não seria suicídio iniciar a guerra sem boa preparação? Pelo sim pelo não, os advogados da guerra tinham razão.
Joao Cabrita Eusébio A. P. Gwembe , de facto os próprios tanzanianos não apostavam na guerra e foi por isso que declararam Adelino Gwambe como «persona non grata». Mas a questão aqui é compreender as origens da crise na Frelimo logo à nascença para se chegar à conclusão que os pontos de vista hoje defendidos pela chamada «linha revolucionária» é de todo distorcida. Andámos a ser aldrabados - para falar claro. E continuamos a ser aldrabados pela mesma gente.
Vassili Vassiliev Exactamente. Mas saltou-me a vista uma passagem sua Joao Cabrita em que diz que "...Mondlane formulou este pedido durante uma audiência que teve no Departamento de Estado em Washington, D.C. , a 16 de Maio de 1961...". Ha evidencia documental que sustenta este evento?
Joao Cabrita Vassili Vassiliev, baseei-me num documento "Confidencial" do Departamento de Estado. Trata-se de um "Memorando de Conversa" com a data já mencionada, em que Mondlane é citado como tendo apresentado aos americanos um "relatório completo" da viagem que acabara de efectuar a Moçambique. 

Lê-se no penúltimo parágrafo da página 3 :

“Mondlane himself seemed to be seeking active support of the U.S. (1) in order to locate a non-UN position for himself, which would permit him to carry on nationalist activities; (2) in funds for scholarships for educational training; and (3) in funds to assist in forming and operating a nationalist organization.”

Torna-se claro que em Maio de 1961 – quase um ano depois da fundação da Udenamo – Mondlane procurava apoio financeiro dos Estados Unidos para criar e operar uma organização nacionalista. 

E está igualmente claro que Mondlane pretendia que os Estados Unidos lhe arranjassem um emprego fora do sistema das Nações Unidas para que pudesse levar a cabo “actividades nacionalistas”, uma vez que tal não era possível enquanto estivesse ao serviço da ONU.

(Anexos: páginas 1, 2 e 3 do Memorando CONFIDENCIAL de 16 de Maio de 1961.)
Vassili Vassiliev Oh Diabo! Ate tu Mondlane?!
Matin Sabin
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Eduardo Domingos Tem sim. É filho de mabunda ex secretario um tetense formado em economia pela uem nos anos 80. Esqueci do seu primeiro nome. Rodou no pcn depois a renamo acolheu-o na primeira coligaçao cm muanamuanas.
José de Matos Abel Mabunda ?
Eduardo Domingos Exacto è filho legitimo de ex secretario da frelimo original.
Mateus Navaia Qual é verdade? Segundo o post de Eusebio diz que o tal Mabunda era nome falso e tem o seu verdadeiro nome. Será que o filho registou-se com o nome falso do pai???
Eusébio A. P. Gwembe Esse é que é o ponto da divergência,Mateus Navaia. Segundo os serviços secretos rodesianos, Mabunda era nome falso, para conseguir despistar os regime colonial. Farei um artigo pormenorizado sobre o facto
Mateus Navaia Então qual é o nome considerado falso: Rabson Beara ou Abel Mabunda??
Eusébio A. P. Gwembe Mateus Navaia o de Mabunda é que é falso. Há registo de ter tido algum incidente na Niassalandia (Malawi), o que lhe forçou a mudar de nome.
Mateus Navaia Ok, parece me que o falso tornou verdadeiro, então os filhos tem razões de se registar com o suposto nome falso do pai mas vejo que o(s) seu (s) irmão(s) também aliou(aram) ao nome falso Mabunda???
Matin Sabin
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Lindo A. Mondlane Mas se mabunda foi expulso, porque aparece na lista como secetario geral?? Ou essa lista é posterior???
Eduardo Domingos Da mesma maneira k simango foi expulso ele tambemLindo A. Mondlane
Lindo A. Mondlane Mas simango pelos vistos se carteava com a PIDE, e mandava fotos de membros da organizacao mano mingos
Eusébio A. P. Gwembe Abel Mabunda, ordenado pastor em 1937, tinha irmãos, um dos quais foi oficial superior das FPLM. Esses que Eduardo Domingos fala são filhos de um funcionário publico colocado em Tete, no tempo colonial, onde parece ter-se casado com uma semhora de lá. Esse Mabunda, pai do Deputado referido, era de Mandlhakaze.
Eusébio A. P. Gwembe É a lista do primeiro staff, Lindo A. Mondlane, antes de ser expulso.
Eusébio A. P. Gwembe Abel Mabunda (na imagem) não foi pai de David Mabunda, José de Matos. Deve ter havido uma confusão qualquer.
José de Matos Eusebio, o Abel Mabunda, que foi deputado, é filho do David Mabunda ?
Eusébio A. P. Gwembe José de Matos, no que saiba, não é?
José de Matos Eu nao sabia dessa ligacao familiar!
Matin Sabin
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Eduardo Domingos Nada disso. Procure sabe quem é abel mabunda cm mdmitas.
Willy Benny O velho Mabunda foi enfermeiro, em Moatize Benga e salvou me duma bilharziose em 1972, foi um grande homem.
Nhecuta Phambany Khossa Como diz o Cabrita a lista por provir dos serviços secretos pode ter imprecisões. Por exemplo não vejo o nome do Camarada Marcelino dos Santos que era Secretário para as relações exteriores, segundo várias fontes, até porque vinha também da UDENAMO e com boa reputação ao nível dos movimentos de libertação. Creio que foi Secretário Geral de um organismo cujo nome não me ocorre que congregava vários movimentos de libertação nacional, antes da fundação da Frelimo. Salvo erro, a base era Marrocos. O livro do Camarada Presidente Joaquim Chissano tem boa descrição sobre o assunto.
Joao Cabrita Marcelino dos Santos estava ligado à CONCP, Nhecuta Phambany Khossa
Matin Sabin
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Eusébio A. P. Gwembe Tem razão, Nhecuta Phambany Khossa. A chegada de Marcelino dos Santos foi um dos aspectos levantados por Mabunda porque, segundo ele, este tinha sido expulso por Gwambe. Aliás, Leo Millas, na sua exposição, também fala de como Marcelino dos Santos entra
Francisco Wache Wache Sera que Marcelino era um dos que enviava fotos para pide?
Eusébio A. P. Gwembe A resposta é não, porque poucas vezes Marcelino dos Santos ficou na Sede, na altura dos factos. Representava o partido além fronteiras.
Matin Sabin
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Nhecuta Phambany Khossa Francisco Wache, o Camarada Marcelino foi um grande nacionalista. Sempre perseguido pela PIDE e até na França foi havido como inimigo. Sugiro a leitura da obra do Camarada Presidente Joaquim Chissano. Creio ser uma fonte credível, até porque é contada na primeira pessoa.
Lindo A. Mondlane Li esse livro e nao diz nada, absolutamente nada..
Matin Sabin
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Francisco Wache Wache As pessoas quando contam na primeira pessoa os fatos tem essa liberdade de definhar a parte que menos lhes interessa
Eusébio A. P. Gwembe Tem razão, Francisco Wache Wache. De facto é assim. Para essa lista, tive o cuidado de cruzar fontes da PIDE, da CIA e dos Serviços Secretos Tanzanianos. Todos coincidem, e a lista que apresento não foi secreta, foi apresentada na Conferência de imprensa do dia 26 de Junho, Nhecuta Phambany Khossa.
Matin Sabin
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Willy Benny De todos, já analisaram, quem poderia ser a pessoa a vazar as informações a PIDE-DGS? Usem amassa cinzenta meus amigos...
Eusébio A. P. Gwembe A PIDE e a CIA tinham tentáculos em todo o canto,Willy Benny. Não vale a pena. Essa geração de 25 de Setembro foi corajosa para encarar aqueles
Eduardo Domingos A pide e cia tinham o minimo de direitos humanos em relaçao a KGB onde foram forjados os sanguinarios de ontem e hoje.
GostoResponder115/2 às 18:01Editado
Mateus Navaia Não foram tão santos assim.
Eduardo Domingos Disse tinham minima noçao de direitos humanos
Matin Sabin
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Moniz S. Walunga Eusebio A.P. Gwembe, parabens pela tua investigacao! Nice stuffs! Ao Joao Cabrita vai tambem o meu alto reconhecimento que penso ser de muitos mocambicanos sedentos da sua verdadeira historia!
GostoResponder116/2 às 5:21Editado
Vassili Vassiliev Da gosto ler os comentarios aqui. Afinal e possivel debater coisas tenebrosas do nosso passado sem perder a compostura.

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