segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Conflito Renamo-Governo: alguém ainda se lembra dos problemas?



Recapitulação
A medida que o tempo passa parece-me que os moçambicanos estão ficando cada vez longe da informação e banham-se em ondas moralistas do não à guerra. Se por um lado é bom dizer sempre NÃOA GUERRA, é por outro, sempre importante não esquecer os problemas que propiciam esta guerra. 
Este pequeno texto visa refrescar a memória daqueles que parece-me terem esquecido das causas fundantes desta violência. 
Alguns moçambicanos chamam a este conflito de CONFLITO PÓS ELEITORAL. É errado. Este conflito não é pós-eleitoral. Esta é a crise da reconciliação pós-conflito ou simplesmente crise da democracia moçambicana; a oscilação de um ciclo de história, ou seja, a conjuntura. Voltarei a este tema mais adiante; para já deixe-me despachar o que querem “ir directo ao ponto”.
Existem dois problemas concretos que vistos pelas partes beligerantes, parecem três.
PRIMEIRO PROBLEMA: A questão militar. Para o governo, é importante que a Renamo desmilitarize de uma vez por todas para que finalmente o país tenha o Estado como o único detentor da força armada. Para a Renamo, apesar de concordar, é importante resolver alguns aspectos pendentes, nomeadamente (a) a questão da marginalização dos homens provenientes da Renamo e que se encontram incorporados nas hostes militares; a questão do entendimento sobre os modelos de integração militar e ou desmobilização e reinserção militar e a questão da paridade nas forças de defesa e segurança. Portanto, são as duas faces de uma mesma moeda.
SEGUNDO PROBLEMA: A justiça eleitoral. Este é quanto a mim um menor problema pois 50% deste já está resolvido: as instituições saídas das eleições estão em funcionamento. Nada mais evidente, apesar da retórica militarista e mutuamente excludente. Mas aqui o problema é garantir como os processos eleitorais não se tornem em motivo para violência pós-eleitoral, e já agora, com recurso as armas. Enquanto a Renamo continuar com as armas, a violência pós-eleitoral será armada. 
• A solução para os dois problemas passa pelo aperfeiçoamento do aparelho institucional e de dinheiro, acima de tudo, principalmente para o primeiro problema. 
Vamos por partes, começando pelo SEGUNDO PROBLEMA
A experiência das eleições e dos problemas que nos oferece sugere a reformulação do estado e da forma como o poder está distribuído. Na verdade, as eleições são em Moçambique, produtoras de relações de exclusão e não necessariamente de inclusão. O figurino constitucional não permite que cada partido sobreviva de acordo com o seu desempenho. Igualmente, o pacote eleitoral é disfuncional e poroso na sua eficácia de combate a fraude. O parlamento e a sociedade podem desempenhar um papel importante na solução destes problemas, discutindo e aprovando as necessárias emendas sem eleitoralismo. Estas reformas passam também por ver como o poder saído das eleições é proporcionalmente distribuído pelos partidos, de acordo com o desempenho de cada um. Refirmo-me para além das assembleias municipais e municípios, a imperiosidade de repensar na descentralização, nas assembleias provinciais e no poder dos governadores, por ai em diante. 
Vou avisando: dificilmente podemos antever uma desmilitarização total da Renamo sem que tais reformas garantam a este partido alguma comparticipação no jogo de poder, mesmo que seja nas próximas eleicoes. Portanto, só podemos antever a desmilitarização da Renamo num cenário onde (1) os processos de reforma lhe garantem algum poder e (2) com garantias reais de integração de seus homens nas forças de segurança e defesa. EM termos temporais, isto pode levar mais uns três a quatro anos e estamos logo em 2019!
Já o PRIMEIRO PROBLEMA muito dificilmente poderá ser resolvido agora. Infelizmente. Estou aqui a tentar ler o pensamento do Lider da Renamo e ocorre-me o seguinte:
• Se a reforma constitucional consegue garantir que os governadores sejam eleitos e se nas próximas eleições autárquicas a Renamo consegue alguns municípios, uma forma mais simples de a Renamo integrar seus homens seria eles próprios formarem sua polícia camarária e influenciar o processo de integração de novos policias nas províncias onde obtiver a maioria. Em cinco anos não restaria nenhum homem nas matas!
Mas este cenário é optimista demais. Assim, tomando a situação actual, a solução da questão militar passa por um compromisso de ambas as partes:
• Ou o governo recua nas suas intenções em desarmar compulsivamente a Renamo e convida a Renamo para retomar os pontos sobre a questão militar, com cedências largas, a troco da PAZ, ao mesmo tempo que se trabalha na revisão da constituição e no pacote eleitoral – algo que me parece a única solução sustentável para ambos;
• Ou reedita-se o AGP na sua totalidade, por via do qual tem lugar a renovação completa da constituição da República, da Lei eleitoral, das Instituições Públicas, etc. 
No fundo, este é o pensamento do Presidente Dhlakama, que acredita que para se alcançar o ideal da democracia pelo qual lutou, é preciso reinventar a democracia que desta forma, por mais emendas sejam feitas, dificilmente se alcançará a justiça social e democrática.
Ora, entre a primeira e a segunda opção eu prefiro a primeira: é rápido, muito flexível e na mesma relança Moçambique para ao segundo inter-ciclo da sua História da democracia.
Pois, referi-me do segundo inter-ciclo da História da democracia moçambicana. Este é o termo que a ciência histórica usa para designar processos históricos de curta duração (ciclo=conjuntura) em oposição aos processos de longa duração (estrutura).
Se estiver cansado pode parar por aqui. Eu continuo
Os últimos 40 anos da História de Moçambique foram denominados pela violência armada, com alguns intervalos de paz. Este quase-ciclo (50 anos) ficou caracterizado por dois interciclos; primeiro o da experiencia socialista e o segundo o da democracia multipartidária. Estamos a fechar o primeiro interciclo da democracia multipartidária e em História é comum processos mal-acabados colapsarem nos primeiros 25 anos. A solução derradeira desta crise vai implicar a reconfiguração das estruturas que sustentam as actuais relações políticas e sociais e económicas. Não se trata de matar Dhlakama ou golpear Nyusi apenas. Trata-se isso sim, de uma total reconfiguração da forma como a democracia é feita, vivida e praticada em Moçambique. 
De uma coisa tenho certeza: o sucesso desta crise passa pelos dois contendores concentrarem-se em problemas de fundo. Nós como povo temos problemas de fundo. A nossa democracia tem problemas de fundo. Devemos resolver estes problemas. 
Só que existe também um outro problema: o nosso interlocutor precisa ser concreto e focado. O problema da Renamo é que quanto senta à mesa das negociações pede de uma vez só sete, oito, nove a dez coisas, entre as quais “bens perecíveis”. Aqui a causa de pedir deve ser coesa, blindada, de tal sorte que o seu resultado terá efeitos em cascata sobre o resto.
Agora quando começamos a negociar e a meio começamos a pedir carro, despesas de representação, meios de locomoção, casas, subsídios deste e daquele, facilidades “naquele terreno”, convites para pescar, etc., os outros começam também a pensar noutras coisas, inclusive em divertir, cooptar, trair, dilatar, etc. Eu sei que não devia ter escrito este parágrafo.
PS: A capa do livro em anexo resulta de uma colectânea de pesquisas em Afghanistan, Bosnia-Herzegovina, Burkina Faso, Colombia, Fiji, India, Kosovo, Mozambique, Nigeria, the Philippines, Rwanda, Sierra Leone, and Sri Lanka da qual fiz parte na contraparte Moçambicana. Lá vem um capitulo da minha coautoria. Mais informação em: http://goo.gl/mW4Qb1

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24 comentários
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Neclino Chaphata Bela Visão Macro, é importante que se comece a pensar seriamente na questão da negociação, antes que a situação actual, atinja o auge.
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Rogerio Antonio Na minha modéstia opinião penso que, o diálogo jamais poderá existir enquanto o PR não tomar a sério o que se pretende dialogar, porque convidar só por convidar é contra-producente, é preciso que o PR Nyusi que e'o garante da nossa constituição demonstre que está realmente interessado em dialogar, porque o que estámos a assistir, demonstra que no seio do partido no poder, há grupos de interesses que preferem resolver este assunto "DLH" a moda angola, mas enganam-se porque não conheço nenhuma guerra da guerrilha que houve vencedores. Mesmo os americanos com todo poderio militar não conseguem desarmar aqueles grupos radicais que pululam no Iraque e Afeganistao.
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Narcísio Mula O PR ou e falso ou nao tem poder efetivo. Tem o poder mas nao o exerce. Ele apela, nao decide, nao exige. E depois ha aquelas situacoes em que o lider da Renamo e atacado por forcas estranhas e o nosso PR nao se pronuncia. Eu mesmo nao confiaria num dialogo com uma pessoa assim.
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Edumundo Pangara Bem exposto…
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Estevao Pangueia Olha Egídio, o problema da paz é os mesmo, crise de reconciliação. Quer por parte da Renamo assim como do Governo, cada um quer a alma do outro, a Renamo quer a reforma do Estado, o Governo quer a desmilitarização da Renamo.

Todas as exigências da Renamo, mesmo que sejam satisfeitas, a curto espaço de tempo, a medio e longo prazos teremos de novo este conflito. O Governo também, não pode pensar que a entrega das armas pela Renamo, por si só, é uma via concreta para paz em Moçambique, não. A paz efectiva passa necessariamente pela reconciliação. A paz precisa de um novo passo, de um país onde a justiça e os interesses dos moçambicanos como um todo, estejam a cima de qualquer partido. moçambicanos, não como partido, como erradamente tem sido propalado, mas moçambicanos como nação, neste Estado.
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Estevao Massingue Estas difícil Egídio Vaz, penso que a RENAMO deve ter políticas coerentes, ter um programa de futuro, digo isto porque eu me lembro sempre que se aproximam as eleições há uma revisão da lei eleitoral exigido pela RENAMO, por bem ou por mal na última legislatura ensaiou se uma revisão da constituição não se viu a proposta da RENAMO/oposição para a criação de assembleias provinciais ou governar as províncias onde supostamente álgum partido ganhar. Se nessa altura tivessem proposto agora dariamos toda a razao, proposta extemporaneas acabam fazer
perder alguma razao e como dizes num dos parágrafos do seu texto quando estão na mesa de negociacoes pedem de uma vez sete ou oito coisas, não nev
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Luciano Mapanga Bela análise. Olhar as causas e depois analisar as consequências. Uns e outros correm para condenar, fazer marchas e marchas sem olharem a raiz do problema.
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Caetano Romao Madeira Madeira Uma boa analise!!! Egidio Vaz , no ponto de vista uk é a realidade do moçambique hojé!!
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Francisco Pacheco Chigogoro Enquanto existirem duas Frelimos, uma pacifista (da era Chissano) e a outra violenta e sanguinaria( era Guebuza) que faz de tudo para mocambique estar em. chama no sentido de desviarem as atencoes dos mocambicanos de rombos financeiros que cometeram e para que nao sejam julgados, mocambique jamais tera paz
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Nelson Junior PS!.....simplesmente,nunca pensei que um Moçambicano fosse tao teimoso e tao cabeçudo.....
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Nelson Junior PS!...cabeçudos e teimosos,refiro-me à liderança da Frelimo e a da Renamo.....
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Adrian Magoo Realmente, o ultimo paragrafo Egidio Vaz. Mas é importante e urgente que a gente resolva os problemas de fundo: da nossa democracia, da nossa 'Unidade Nacinal', e da credibilidade das nossas instituições. Tudo isso será resolvido se tivermos coragem suficiente para falarmos e escrevermos sobre os (des)entendimentos.
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Egidio Vaz parece-me que está sendo dificil ler textos longos. desculpa.
o ponto que quero insistir é que existem problemas de fundo que devem ser resolvidos. nós moçambicanos queremos Paz mas a maioria não sabe como alcança-la. gritar apenas, condenar ou exigir PAZ nao importa tanto. concentremos entao na revisao constitucional; incentivemos o retorno ao dialogo sobre questoes miliatres e forcemos um acordo que resulte na desmilitarização. é possível. mas devemos falar dos problemas. E nao de crenças.
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Nelson Junior Caro Sr. Egidio,Acha que realmente o problema eh a revisao da dita Constitucao?...ou a exigencia da tal revisao eh mais um outro pretexto??...estes frelimistas e renamistas estao completamente surdos...nenhum deles aceita certos compromissos...e sem compromissos,nada se faz....
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Egidio Vaz olha, o que o presidente Dhlakama pretende parece ser isso, e com alguma razao. Entao, ele tem seis provincias ganhas e fica sem nada na mesma, pois a totalidade dos votos deu vitoria aos outros. nao conheço nenhum país deste mundo onde o sistem democrático é tao excludente como o nosso. aqui perder as eleicoes é perder tudo, até o emprego. mais por causa disto. Agora quer governar onde ganhou...se tivesse os governdores eleitos em seis provincias pelo menos teria uma base de apoio. Estou a pensar como as coisas sao na pratica. Isto so pode acontecer com a revisao da constituicao. De outra maneira, so o golpe de estado ou secessionismo.
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Nelson Junior Caro Sr.Egidio,se bem que eu perceba as válidas razoes da Revisao da Constituiçao,por que a Renamo nao apresentou esta proposta antes das eleiçoes de 2014...Por que nao????....é aqui onde nasce toda esta confusao...Bem,me recordo das declaraçoes do Afonso antes da votacao...dizia ele,que as eleiçoes de 2014 seriao as mais transparentes....Se,a Frelimo é "roubalheira" de votos, a Renamo nao sabe o que realmente quer...cada dia que passa,apresenta novas propostas...Francamente,senhores...sejamos serios com o povo
Nelson Junior Ps!....repare que nao sou nenhum pro-frelimo ou um pro-renamo mas estes partidos deveriao ser mais serios,coerentes.....e repare,que qundo se trtata de finanças e regalias aos deputados,eles bem se entendem.....é nisto,onde povo nao compreende.....
Egidio Vaz Ilustre Nelson Junior a renamo sempre alimentou esperanças de ganhar nestas condicoes e ser ela a governar como a frelimo governa. este é o maior medo. so que esta vitoria nunca chega. nao é a primeira vez.
Nelson Junior PS!...A Renamo,jamais jamais e jamais vai governar Moçambique...falo desta Renamo....talvez uma outra Renamo-a renovada.....e o Afonso vai morrer sem ser Presidente....estes sao factos......
Carlos Mairoce Na verdade tocou em pontos muito fortes e cabe aos partidos políticos, principalmente a Renamo tomar nota. É preciso ser se claro nas exigências sim. Quanto a Frelimo, não sei se irá acatar as sugestões, pois me parece que tem medo das mudanças e precisamos admitir que mudanças profundas podem colocar o partido em crise e muita coisa poderá vir a tona.
Celso Cossa Concordo com pensamento
Joao Valentim Nhampossa Lendo o seu post faz-me pensar na solução por via do processo de mediação... parece-me haver fraca negociação e aproximação das duas entidades... o uso das armas tem tendência a retrair uma da outra e fica cada um a negociar consigo mesmo, o que é incoerente e fútil para a efectiva Paz. Até porque já é notório a actuação duma "autoridade paralela" à margem do nosso Estado de Direito Democrático e que gera medo e instabilidade agravada. Assim cada um reage os ataques doutro num contexto de guerra e falta de canais eficazes de diálogo... Mas que tipo de mediador se pretende? Ou acredita-se que não são necessários?
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Mubutu Mubutu Desarmar a RENAMO na prática não deve ser somente a retirada das armas nas mãos dos guerrilheiros, mas também criar condições pra que se desarme as mentes dos mesmos através da criação dum pacote de inclusão pra que as armas não sejam mais a melhor alternativa de sobrevivência dos mesmos.
Egidio Vaz A renamo deve ter em mente que a proxima ronda de negociações, se derem certo irao deixar as armas. o governo também deve ter em mente que as sugestoes de política sao para tomar a sério. olhando para o fundo dos coracoes dos seus lideres, so vejo dilema de prisioneiro
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Nelson Junior Em resumo, enquanto a Renamo continuar a ter o memso lider e o Governo estiver a seguir os conselhos do partido Frelimo,duvido que haja uma soluçao ideal pra os Moçambicanos...e que pena......
Abubacar Selemangy Isto é muito simples, Egidio Vaz! A Frelimo diz que está a defender os interesses do povo! A Renamo idem e aspas! E eu às vezes me pergunto: de que povo ambos falam? Que povo é esse que nunca é consultado sobre tais interesses que um e o outro se auto-proclama defensor? Porque é que neste país não se fala em Referendum? Que se contrate uma empresa de pesquisa de opinião séria e transparente, sob égide das Nacões Unidas, que possa trazer, black and white, a opinião desse povo! Que nos facam, no máximo, duas perguntas fechadas, ou seja, com respostas circunscritas ao SIM e ao NAO, sem espacos para interpretacões e nem julgamentos de valor! Eu, povo que sou, estou cansado destas merdices! Eu, na minha qualidade de povo que viveu na pele a guerra dos 16 anos, estou maningue lixado com tudo isto que está a acontecer neste país!
Egidio Vaz Pois Sekuru Abubacar Selemangy. guerra é lixada. Principalmente quando voce vê a opção para a Paz bem escancaradas.
Abubacar Selemangy É verdade! Por isso sempre digo que temos politicos madafakas neste país! Ora bolas, pá! Na verdade nem queria dizer ORA BOLAS...mas prontos...temos de ser polites!
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Mário Suale Nos outro nos limitamos apoiar A ou B como se isso fosse um jogo de futebol, mesmo sabendo que a nossa não tem razão, continuamos apoiar. Para o caso do processo eleitoral, há uma falha muito grande: alguns (A) dizem que não se pode alterar regras no fim do jogo e os outros (B) dão exemplo: de um campeão como ferroviário não tem direito entrar em campo com mais atletas ou nomear os árbitros só porque ganhou o anterior campeonato! Vejam só, em moz as eleições começam maioria do governo nos órgãos eleitorais. Como vai terminar isso??
Elvino Dias A escrever. .... até já
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Elvino Dias Dr. Egidio Vaz, eu penso que todos os factos que mencionou aqui contribuíram sim para o actual conflito, mas continuo a bater na mesma tecla que se as eleições de 15 de Outubro fossem bem conduzidas não chegaríamos à esse extremo. Mesmo se o Dkma tivesse perdido. O acordo do cc é espelho disso. Elencou um monte de irregularidades, mas no final validou as eleições. Muito triste
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Sem querer tirar o merito do Presidente Nhusi, sou de opiniao que o Governo indique o velho Chissano a liderar o Dialogo com o lider da Renamo. O cota vai trazer solucao

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