Líder da Renamo diz que assume as seis províncias e nem a ONU pode acusá-lo de qualquer irregularidade
12.01.2016 18:28
O presidente da Renamo Afonso Dhlakama alertou nesta terça-feira em Chimoio, Manica, ao Governo para não resistir nem usar a violência durante a transição depoder nas províncias do centro e norte de Moçambique, onde o seu partido ameaça implantar a sua administração a partir de Março.
“Se a Frelimo tentar resistir poderá haver empurrões e tudo, mas não é o que eu pretendo, repito não é o que eu quero”, precisou Afonso Dhlakama, sublinhando que “os melhores dias chegaram para o povo de Moçambique”.
“Não quero a guerra e nem quero ouvir da guerra, mas não tenho receio da guerra”, avisou Afonso Dhlakama, ao dirigir-se por telefone a partir de Satunjira (Gorongosa) aos membros durante uma reunião do partido em Chimoio, acrescentando que não vê a Frelimo com capacidade militar.
Garantiu que a estrutura executiva já foi montada, devendo nos próximos dias indicar os governadores e administradores distritais, que se encarregarão de hastear gradualmente as bandeiras do partido nas datas de início de funções.
Dhlakama anunciou que o Orçamento será financiado através de cobranças de impostos e doações internacionais.
“Olhe para qualquer Governo do mundo. Não há nenhum Presidente de qualquer país que governou com o seu próprio dinheiro, nem (Barak) Obama não tem dinheiro para governar (Estados Unidos da) América. Há impostos, taxas, créditos, empréstimos e Moçambique é rico” explicou Afonso Dhlakama.
O presidente da Renamo adiantou que nem juristas e constitucionalistas nacionais e estrangeiros, nem o Conselho de Segurança das Nações Unidas podem acusá-lo de irregularidades na implantação da administração da Renamo e justificou o processo com o facto de estar cansado das fraudes eleitorais.
Ele voltou a sugerir emendas à Constituição da República para acomodar o seu projecto de criação de seis províncias autónomas no centro e norte do país.
Afonso Dhalakama não é visto em publico desde o dia 9 de Outubro, quando forças especiais da policia moçambicana cercaram e invadiram sua casa na Beira, levando 16 armas, e se recusou a reaparecer após convite de dialogo com o Presidente Filipe Nyusi.
Na segunda-feira, o líder da Renamo revelou ter um parecer positivo de Jacob Zuma, Presidente da África do Sul, e da Igreja Católica para mediar as negociações entre o Governo e o seu partido.
Notícias / Moçambique
Dhlakama diz que Igreja Católica e Jacob Zuma aceitam mediar negociações
Líder da Renamo falou por telefone com quadros reunidos na Beira.
11.01.2016 16:11
O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, assegurou nesta segunda-feira ter recebido uma resposta positiva da Igreja Católica e do Presidente sul-africano Jacob Zuma para servirem de mediadores do conflito político-militar moçambicano.
Agora, falta a Frelimo avançar para o diálogo.
“A Igreja Católica já manifestou a prontidão, só que não pode por si só, estas coisas de mediação sabem, é preciso que ambos os lados estejam disponíveis. È preciso que a Frelimo e o Governo demonstrem também esta boa vontade ném. E também tenho indicações que o Presidente (Jacob) Zuma está disposto a ajudar os irmãos moçambicanos e ele sabe muito bem disso”, precisou Afonso Dhlakama, líder da Resistencia Nacional Moçambicana (Renamo), maior partido da oposição.
Dhlakama fez estas declarações hoje na abertura de uma reunião política do partido ao nivel da cidade da Beira, alargado a quadros da província de Sofala.
O líder da Renamo afiançou que as negociações só vão avançar após a constituição da nova equipa de mediação, após destituir pessoalmente a equipe nacional dos observadores do diálogo que o partido mantinha com o Governo.
“Depois de constituirem a Igreja católica e a África do sul, e analisarmos bem, algumas coisas podem avançar”, Afonso Dhlakama, condicionando a realização de todas as negociações em Satunjira (Gorongosa), o quartel-general do movimento, onde vive há três meses.
Dhlakama reiterou, contudo, que vai governar as seis provincias do centro e norte, onde reclama vitória nas eleições de 2014, a partiir de Março.
O responsável da Renamo disse que não lhe chegou o convite para o diálogo do Presidente moçambicano e acrescentou que “Nyusi nem sabe o que pode negociar comigo”, na sequência dos ataques à sua caravana nos dias 12 e 25 de Setembro em Manica, seguidos de cerco e invasão à sua casa a 9 de Outubro na Beira, de onde a Polícia levou 16 armas.
“Se eu tivesse morrido no dia 12 ou 25 de Setembro eu havia de negociar com quem?”, questionou Afonso Dhlakama, classificando de falácia enganosa e fantochada, o pronunciamento de Filipe Nyusi.
Moçambique vive uma situação de incerteza devido à recusa da Renamo de aceitar os resultados das eleições gerais de outubro de 2014 e às suas ameaças de governar à força nas províncias onde reivindica a vitória no escrutínio, depois da Frelimo, partido no poder, ter chumbado dois projetos de lei que defendiam a criação de seis províncias autónomas no centro e norte.
Até agora, o Governo não reagiu à proposta feita pela Renamo em Dezembro de entregar a mediação das negociações à Igreja Católica e ao Presidente sul-africano Jacob Zuma.
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