Monday, October 26, 2015

China reitera apoio às FADM

NA PRESIDÊNCIA À CPLP: Moçambique promoveu uma base de aproximação
Terça, 27 Outubro 2015

MOÇAMBIQUE transferiu ontem a Presidência dos Ministros do Interior da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) para Timor-Leste com o sentimento de ter contribuído imenso, durante o seu mandato de dois anos, para a promoção de uma maior aproximação entre os sectores que compõem o fórum, através do reforço da cooperação bilateral e troca de informações sobre assuntos de interesse comum.

Falando ontem em Díli, a capital timorense, na hora da passagem do testemunho da presidência rotativa dos Ministros do Interior e da Administração Interna da CPLP a Timor-Leste, o Vice-Ministro moçambicano do Interior, José dos Santos Coimbra, disse que naquele período foram consolidados mecanismos de facilitação da circulação de pessoas entre o nosso país e Angola, Brasil e Cabo Verde, facto que dá resposta a uma crescente preocupação colocada pelos cidadãos da CPLP relativamente aos benefícios tangíveis que decorrem da existência da organização.

Ainda no domínio da circulação de pessoas, José Coimbra referiu que Moçambique e Portugal têm estado a negociar o estabelecimento de mecanismos que possam contribuir para a facilitação dos procedimentos de obtenção de vistos e de permanência dos seus cidadãos nos territórios de cada um dos Estados.

“Com a República de Cabo Verde concluímos um acordo de cooperação no domínio da segurança pública e segurança interna, ao abrigo do qual os nossos dois países apostam em desenvolver sinergias orientadas, fundamentalmente, para a exploração do potencial de formação e treino de pessoal de que dispõem. No mesmo sentido, estamos em fase de conclusão de mecanismos de cooperação no domínio da segurança pública e segurança interna com São Tomé e Príncipe”, referiu Coimbra.

O governante expressou convicção de que os passos dados com a conclusão de tais mecanismos concorrem para a materialização do processo de construção da CPLP.

Entre outras marcas da presidência do órgão por parte do Ministério do Interior moçambicano destacam-se também a ratificação do Acordo sobre a Concessão de Vistos para Estudantes dos Estados-membros da CPLP de 2007, considerando a contribuição que o mesmo pode desempenhar no aproveitamento das oportunidades de formação e desenvolvimento de capital humano que os países da comunidade oferecem.

A IV Reunião dos Ministros do Interior e da Administração Interna da CPLP culminou com a assinatura da Declaração de Díli, com realce para a reafirmação dos objectivos que presidiram à criação da CPLP, designadamente contribuir para o reforço dos laços humanos, da solidariedade e da fraternidade entre todos os países de língua portuguesa.


OJM em Maputo tem novo secretário
Terça, 27 Outubro 2015

EDSON Nhangumel é o novo secretário provincial da Organizacao da Juventude Mocambicana (OJM) em Maputo, depois de vencer a eleição de domingo passado com 209 votos, dos 358 possíveis, o correspondente a 58.3 por cento.


Nhangumel substitui no cargo Júlio Parruque, que esteve à frente dos destinos daquela agremiação juvenil até à VII Conferência Provincial do último fim-de-semana.

Concorreram também para o cargo, na província de Maputo, Samuel Jotamo e Freitas Fumo, que dividiram a simpatia dos restantes 149 delegados à conferência, que elegeu igualmente os membros dos comités Central e Provincial bem como os delegados ao I Congresso da organização, a decorrer em Novembro próximo na Matola.

Na conferência, de dois dias, participaram 358 delegados provenientes dos distritos de Magude, Manhiça, Matutuíne, Moamba e cidade da Matola, para além de 50 convidados, dentre eles o primeiro-secretário Frelimo Sim na província de Maputo, Lote Maweia, que procedeu à abertura do encontro, e os membros do Comité Central.

Segundo os organizadores, o encontro aconteceu no contexto do processo de revitalização dos comités e secretariados provinciais bem como da preparação do I Congresso da Organização da Juventude Moçambicana OJM, que soma na sua vitalidade quatro décadas.

Sob o lema “Promovendo a Cultura de Trabalho e Reforçando a Unidade Nacional”, a conferência da OJM analisou e aprovou também o relatório das actividades do secretariado cessante (no período 2010/2015) e o informe do Gabinete Provincial de Preparação do Congresso.

Dirigindo-se aos conferencistas, Júlio Parruque, que presidiu ao encontro, disse ser aquele um momento do aprofundamento da democracia interna da OJM, considerando que a agremiação tem a tarefa de educar, unir e organizar a juventude moçambicana para a reconstrução nacional e edificação de uma sociedade justa, de progresso e de paz, promovendo o patriotismo.

Referiu-se igualmente à entrega abnegada da juventude em todos os distritos da província de Maputo na preparação do I Congresso, a medir pelo pulsar sentido durante as visitas realizadas nos últimos dias, o que, segundo disse, demonstra que todos estão engajados no fortalecimento da organização e elevação da sua participação na construção e desenvolvimento do país.

Para Lote Maweia, é enorme a satisfação de ter uma Organização da Juventude Moçambicana OJM forte, porque assim constitui-se, de facto, num verdadeiro celeiro das vitórias da Frelimo.

Numa avaliação à actual situação socio-política do país, o primeiro-secretário da Frelimo na província de Maputo reiterou os apelos de “não à guerra, à violência e divisão do país” e “sim à paz, harmonia e unidade nacional”.

Apelou à calma, discernimento, maturidade política, muita vigilância e coesão entre os membros da OJM, aos quais exortou para não caírem no divisionismo, intrigas e fofocas no seu seio.




China reitera apoio às FADM
Terça, 27 Outubro 2015 1

A REPÚBLICA Popular da China manifestou a sua disponibilidade de continuar a apoiar Moçambique na formação de quadros de diferentes especialidades no seio das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).


Segundo o anúncio, a formação pode ocorrer nas academias militares chinesas, incluindo a formação de pessoal na área da Saúde Militar a nível de licenciatura e especialidade.

A vontade foi reiterada durante a visita de trabalho que o Ministro da Defesa Nacional, Salvador Mtumuke realizou na semana passada àquele país asiático, cujo objectivo era estreitar os laços de amizade e de cooperação existentes entre os dois países no domínio de Defesa e assinar acordos no âmbito de assistência logística às FADM para o biénio 2015-2016.

Durante a sua estada na China o titular da pasta da Defesa Nacional manteve conversações com o seu homólogo chinês, Chang Wanquan, e visitou algumas unidades militares daquele país, incluindo estabelecimentos de formação militar e da indústria da Defesa.

No encontro bilateral as partes passaram em revista a cooperação entre as partes e concluíram que o nível alcançado desde a última visita de Mtumuke à China é bastante satisfatório.

Os dois governantes reiteraram a necessidade de se elevarem as trocas de delegações de alto nível na componente político-militar dos dois países e discutiram a necessidade de incrementar a troca de informações no interesse comum.

Na ocasião a China manifestou a disponibilidade de continuar a apoiar Moçambique na formação de quadros de diferentes especialidades das FADM nas academias militares chinesas, incluindo a formação de pessoal da Saúde Militar ao nível de licenciatura e especialistas.

Igualmente a China mostrou-se disponível a partilhar a sua experiência de participação em operações de apoio à paz com as FADM.

O ministro da Defesa Nacional e sua delegação foram ainda recebidos pelo vice-presidente da Comissão Militar Central, que na ocasião manifestou a vontade da China em continuar a elevar as relações de cooperação bilateral, que datam dos tempos da luta armada de libertação nacional.

A visita de Mtumuke à China, feita a convite do seu homólogo, incluiu visitas de trabalho às unidades militares do Ramo da Força Aérea e do Exército, para além da Quarta Universidade de Saúde Militar, uma das mais prestigiadas instituições de ensino de Medicina e pesquisa científica.

Na ocasião Salvador Mtumuke manifestou a satisfação pelo empenho da China em dar maior atenção à cooperação com Moçambique, e disse que o país vai reforçar cada vez mais a sua cooperação na área militar com aquele país asiático.


PRIMEIRA-DAMA AOS CONTINUADORES: PR preocupado com as necessidades da criança
Terça, 27 Outubro 2015

O PRESIDENTE da República (PR) Filipe Nyusi e o seu Governo estão preocupados em satisfazer todas as necessidades básicas da criança, garantindo o registo de nascimentos para facilitar o acesso à escola e combatendo a desnutrição crónica, como forma de garantir o seu desenvolvimento intelectual.


A garantia foi revelada pela Primeira-Dama da República, Isaura Nyusi, falando ontem a mais de 500 crianças representantes de todo o país que se juntaram em Maputo para celebrar os 30 anos da criação da Organização Continuadores de Moçambique.

Aliás, segundo a esposa do Chefe do Estado, o sonho do fundador da “Continuadores”, Samora moisés machel, era de ver as crianças moçambicanas a crescerem em paz, harmonia, vivendo num ambiente saudável e gozando na plenitude todos os seus direitos.

“Nós adultos temos a obrigação de garantir que todas as nossas crianças tenham acesso a escola, recebam uma boa educação e de qualidade, com todo o amor, carinho e compreensão necessários”, lembrou Isaura Nyusi.

Apesar dos esforços que vêm sendo feitos para proporcionar o bem-estar dos petizes, na sociedade moçambicana ocorrem ainda situações de violação dos direitos desta camada social, tais como casamentos prematuros, abuso sexual, trabalho infantil, tráfico de menores e outros.

Dados apresentados na ocasião pelo Gabinete de Atendimento à Mulher e Criança Vítimas de Violência indicam que só na cidade de Maputo de Janeiro a Setembro deste ano cerca de 600 crianças deram entrada nestes serviços vítimas de agressão de vária ordem. Do total, 24 casos são de violação sexual de menores de 10 a 13 anos, na sua maioria raparigas.

“Quando uma menina ou menino se casa cedo deixa de frequentar a escola, perde a oportunidade de se formar e a possibilidade de ter um futuro brilhante para contribuir para o país”, referiu-se a primeira-dama a uma das consequências dos casamentos prematuros na vida das crianças, tendo apelado à união de esforços a todos os níveis para a eliminação do problema.

Dirigindo-se aos petizes, Isaura Nyusi aconselhou-os a observarem os seus direitos mas também a cumprirem com os seus deveres como membros da sociedade, estudando, respeitarem-se a si próprios e ao próximo, ouvir os conselhos dos mais velhos e ajudar nas tarefas de casa, sem no entanto se esquecerem de reservar tempo para resolver os trabalhos da escola.

“Sejam meninos organizados, não faltem e nem atrasem à escola, cumpram com rigor e humildade todas as boas indicações dadas na escola e na família, como forma de assegurar o vosso desenvolvimento em todos os aspectos social, económico, espiritual e cultural”, enalteceu a esposa do Presidente da República.



SOFALA: Sequestradores condenados a 10 e 22 anos de cadeia
Terça, 27 Outubro 2015

A 5.ª secção do Tribunal Judicial de Sofala condenou, ontem, quatro réus a penas que variam de 10 a 22 anos de prisão maior por prática de crimes de sequestro de dois cidadãos na cidade da Beira. Trata-se de Teotónio Faria, Feliciano Jamú, Bilson Moura e Picardo Augustinho.


Os 22 anos de prisão foram fixados aos réus Teotónio Faria e Feliciano Jamú, que, segundo os autos judiciais, para além de terem engendrado o crime, participaram nos sequestros dos menores Luís Ribeiro Júnior e Rudy Taveira da Costa, em 2014 e 2015.

Bilson Moura e Picardo José Augustinho, que participaram no sequestro do menor Rudy Taveira da Costa, foram sentenciados a 20 e 10 anos de prisão, respectivamente.

Para além do imposto máximo de justiça que os réus são obrigados a pagar, Teotónio Faria e Feliciano Jamú terão de indemnizar as vítimas. Para a primeira vítima estes dois réus terão de para os 800 mil meticais que levaram dos pais do menor e ainda indemnizá-los com 500 mil meticais. Já para a segunda vítima terão de devolver os dois milhões e quinhentos que foram pagos de resgate e ainda pagar um indemnização de um milhão de meticais.

O Tribunal decidiu ainda a reversão a favor do Estado da viatura da marca Toyota Runx que foi usada para os raptos e ainda os triciclos, vulgo “txopelas”, que foram adquiridas com o dinheiro do crime.

O juiz Alberto Assane decidiu aplicar uma pena de 10 anos de prisão ao co-réu Picardo José por ter colaborado com a justiça. Este réu foi o único dos quatro envolvidos a revelar os contornos do sequestro.

Alberto Assane afirmou que aplicou uma pena extraordinária ao réu em causa por ter confessado espontaneamente e ainda ter demonstrado o seu arrependimento. Foram igualmente circunstâncias atenuantes o facto de Picardo José ser réu primário e ainda ter prestado serviço relevante à sociedade, pois já foi militar.

Quanto aos restantes réus, o juiz da causa referiu não foram encontradas circunstâncias atenuantes, pois nunca colaboraram com a Justiça, muito menos mostraram arrependimento.

Comentando o veredicto, Alberto Assane disse que não faltaram motivos para aplicação de pena máxima, “mas recuámos um pouco”, disse.

Explicou que a pena extraordinária aplicada ao co-réu Picardo é “um prémio que a lei oferece aos que colaboram com a justiça”.

O juiz da causa fez vários comentários relativamente ao processo de produção de provas que levou mais de um mês. Disse que ao longo do julgamento houve fases em que alguns dos intervenientes processuais se perderam, fazia alusão do lado dos réus que não conseguiram ver as provas que abundavam no processo, mas mesmo assim continuavam a negar os factos patentes nas provas.

Referiu-se às agravantes que concorreram para as penas, tais como a premeditação, pacto, surpresa, manifesta superioridade em razão da idade, uso de armas proibidas

Falou dos ficheiros das chamadas telefónicas que eram efectuadas pelo réu Teotónio, para atrair a vítima Rudy Taveira Costa ao seu encontro. Também se referiu às declarações desta vítima que coincidiram com as investigações feitas no terreno pelo Tribunal.

Durante o julgamento, o réu Teotónio negou que tivesse usado o número de telefone que serviu de contactos para o pagamento de resgate. Mas os ficheiros da telefonia móvel, conforme se falou naquele Tribunal, “estava lá tudo patente que foi o réu Teotónio que efectuou dezenas de chamadas”.

Para conseguirem atrair a última vítima, o réu Teotónio e seus comparsas criaram uma conta no Facebook, onde postaram uma fotografia de uma menina a qual chamaram-na de Yasmin Pereira.

A suposta menina, conforme narram os autos judiciais, estava desde do mês de Dezembro tentando atrair a última vítima de sequestro para lugares distantes alegadamente para namorar, no entanto, só no mês de Janeiro é que marcou o encontro próximo da casa da vítima e foi neste dia que foi sequestrada.

O Juiz Alberto Assane referiu que para o sequestro os réus usaram meios electrónicos, que infelizmente não foram muito explorados no processo de produção de provas porque logo após o sequestro tal conta foi desactivada.

Entretanto, a defesa manifestou insatisfação afirmando que está decepcionado devido as penas que considerou pesadas. O advogado Alberto Sabe disse que vai recorrer da sentença.

“Os meus constituintes não são tão perigosos assim, eles podem ter cometido infracção, mas estas penas são pesadas, o Tribunal devia ponderar”, apelou.

Já os pais das vítimas manifestaram sua satisfação pelo veredicto. Afirmaram que a justiça tarda, mas chega. António da Costa, pai de Rudy Taveira, disse que ninguém pode alhear-se aos desígnios de Deus.

“Ele vê tudo e foi isso que aconteceu. Houve justiça”.

Para Luís Ribeiro, pai de Luís Júnior, que sirva de lição para os outros que pretendam enveredar por este tipo de crime.

Este é o quarto grupo sentenciado a penas pesadas devido aos sequestros na cidade da Beira. Assim a urbe poderá testemunhar mais sentença sobre a tentativa de sequestro a um menor no centro da cidade por parte de três jovens que já se encontram detidos.

RODRIGUES LUÍS


PRODUZIDA COM O CENTRO DA MANHIÇA: OMS faz recomendações da vacina contra malária
Terça, 27 Outubro 2015

MAIS um passo histórico na luta contra a malária foi dado. A vacina contra a malária MosquirixTM, conhecida também pelo seu nome científico RTS,S/AS01, cujo Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM) participou activamente no seu desenvolvimento clínico, recebeu recomendações por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS).


Este é um passo importante no processo de tornar a RTS,S disponível como uma das ferramentas existentes e que actualmente tem sido recomendada para prevenção e controlo da malária.

O Centro de Investigação em Saúde de Manhiça juntamente com Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal) consideram positivas e encorajadoras as recomendações sobre a primeira vacina contra a malária no mundo, de facto, a primeira vacina contra um parasita em estado embrionário.

A RTS,S, (MosquirixTM), cujo desenvolvimento envolve ambas institucionais, que trabalharam juntas durante os últimos 15 anos, recebeu luz verde por parte da OMS para a sua implementação em grande escala em três a cinco países pilotos (com moderada e alta transmissão de malária) com vista a se permitir conhecer melhor o seu impacto fora do contexto de investigação.

O CISM e o ISGLOBAL com o apoio do Ministério de Saúde de Moçambique, o Hospital Clínic de Barcelona, a Universidade de Barcelona, a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), entre outras instituições, realizaram as primeiras provas de conceito que demonstraram a segurança e eficácia parcial desta vacina e que permitiram levar a cabo o ensaio clínico da fase III.

Os resultados em larga escala do ensaio clínico de fase III da vacina RTS,S contra a malária (realizado durante cinco anos em 13 centros de investigação de 7 países africanos, nomeadamente Burkina Faso, Gabão, Gana, Quénia, Malawi, Tanzânia e Moçambique, através do Centro de Investigação em Saúde de Manhiça, juntamente com a GlaxoSmithKline Biologicals (GSK) e a PATH Malaria Vaccine Initiative (MVI), sob financiamento da Fundação Bill & Melinda Gates) sobre segurança e eficácia, demonstram que a RTS,S poderá providenciar um benefício significativo em saúde pública reduzindo a carga de malária quando usado ao mesmo tempo com outras intervenções tais como redes mosquiteiras e insecticidas.

A recomendação do SAGE aparece depois da vacina ter recebido em Julho do presente ano uma opinião científica positiva da Agencia Europeia de Medicamentos para prevenção da malária em crianças na África Subsahariana.

Na sequência de uma reunião conjunta realizada esta semana em Genebra (Suíça), o grupo de peritos que aconselha a OMS sobre imunização e o comité que faz recomendações especificamente sobre a malária, emitiram oficialmente as suas conclusões sobre o uso de RTS,S na sexta-feira, dia 23 de Outubro.

Os especialistas realçam a ameaça de resistência do parasita aos fármacos e dos mosquitos aos insecticidas piretróides, e sublinham a necessidade de contar com novas ferramentas para combater a malária. Neste contexto, sugeriram que a vacina pode ser um aliado adicional na luta contra a doença.

A vacina confere protecção parcial para crianças e são necessárias quatro doses para manter um nível adequado de imunidade. Portanto, os especialistas recomendam que, antes da implementação generalizada, a vacina seja avaliada em 3 a 5 estudos-piloto em diferentes regiões da África Subsaariana.

Desta forma, poderemos entender melhor o seu impacto fora de um ensaio clínico e seus efeitos sobre os programas de vacinação de rotina dos países, assim como o seu impacto sobre a mortalidade infantil geral e segurança quando administrado em grande escala. As quatro doses se administraram em crianças dos 5 a 18 meses.

Nesta batalha contra a malária, uma das doenças que mais mata no país, devemos destacar o compromisso do Governo moçambicano, assim como de todas as famílias do distrito da Manhiça que participaram voluntariamente nos ensaios clínicos desta vacina.

Neste contexto, Eusébio Macete, director do CISM, disse que “a vacina pode representar uma ferramenta adicional para os esforços que estão ocorrendo no Sul do país para eliminar a doença”, e salientou a importância de contar com centros de excelência na investigação em África que permitam realizar ensaios clínicos com o rigor e qualidade suficiente para cumprir com os altos padrões existentes que levam a recomendações como a da OMS.

O Centro de Investigação em Saúde da Manhiça é um centro de investigação moçambicano criado em 1996 como resultado de colaboração entre os Governos de Espanha e Moçambique.

É o primeiro centro de investigação biomédica em Moçambique, situado numa zona rural , cuja missão é de contribuir para melhoria da saúde e desenvolvimento da população local, através da realização de pesquisa biomédica em problemas prioritários de saúde, prestação de assistência técnica e serviços de saúde e a realização de capacitação dos pesquisadores moçambicanos e outro pessoal.


A maior barreira do mundo
Terça, 27 Outubro 2015

A VIDA e as suas barreiras


NUNCA desista dos teus sonhos, dizia Augusto Cury, um psicólogo, psiquiatra, pesquisador, teórico e escritor brasileiro. Há pessoas com necessidades educativas especiais, mas que não deixam de sonhar, pois continuam a estudar e algumas alcançam níveis mais altos da academia: como o Doutoramento.

Outras com deficiência visual, auditiva, física, enfim, continuam desenvolvendo actividades de renome e reconhecimento e ainda por cima cuidam da família. O que seria da vida sem barreiras? Não se diferenciaria da academia sem críticas. Não haveria evolução da ciência muito menos novas descobertas e aprendizagem. Estaríamos ainda naquele sistema de educação que considerava o professor como o detentor do conhecimento, ou seja, o centro das atenções, o poço ou dono do conhecimento e o aluno uma tábua rasa. E a vida sem barreiras seria um caos, pois não teríamos balizas em como lidar com situações difíceis da vida e não íamos adquirir experiências nem aprender, porque a aprendizagem ocorre através de tentativas. A vida nunca foi uma barreira, mas as interpretações que se fazem da vida é que engrandecem ou diminuem exageradamente o sentido da vida. A vida é força de vontade, é acreditar, é auto-estima, auto-conceito e determinação. A vida é nunca desistir dos seus planos e objectivos que se almejam (sonhos), pois o destino não existe, mas sim o homem traça o seu destino. A vida é realizar, emtretatanto com base na labuta (trabalho árduo).

São várias tentativas que podem colocar os nossos sonhos em risco. A fome e longas distâncias para chegar a fonte de aquisição do conhecimento (escola). As crianças, adolescentes e adultos em situação difícil (dificuldades de comportamento, de desenvolvimento e aprendizagem) que querem continuar a sonhar também encaram barreiras da vida. São crianças exploradas e consideradas adultas em miniatura. Trabalham acima das horas normais, isto é, acima de 8 horas (exploração da mão-de-obra infantil). São terrores e traumas irreparáveis causados nas crianças através de estupros, sequestros, guerras, discriminação, entre outras formas. São sonhos perdidos ou esquecidos no tempo aquando das dificuldades da vida. Exploração sexual, mão-de-obra e casamento precoce, são mecanismos de bloqueio do nosso destino. Quer se tornar o sonhador de todos os tempos? Revolucione a sua vida.



A Vida na Adolescência

A adolescência é uma fase acompanhada de crises, isto é, de mudanças quantitativas e qualitativas que, de certa maneira, criam transtornos ao nível comportamental e emocional como agressividade, hiperactividade e défice de atenção, transtorno obsessivo compulsivo, transtornos de ansiedade, delinquência, toxicodependência, homicídios, sequestros e a violação de normas socialmente padronizadas. São drogas que acompanham o desenvolvimento dos adolescentes e jovens, a prostituição e comportamentos desviantes que assolam esta camada promissora; são injúrias proferidas a pessoas adultas e falta de respeito para com os outros; a exclusão, discriminação e sequestros organizados pelos jovens com idade escolar; o uso da força ou violência no processo de resolução de conflitos, tanto na escola (bullying), na família ou mesmo na sociedade. Mau relacionamento dos alunos, professores-alunos e alunos-funcionários. Esta fase para além de ser por si só turbulenta, está associada a outras influências tais como ambientais. Estas situações aterrorizam o território emocional da camada juvenil e colocam, de certa maneira, barreiras naquilo que são perspectivas futuras dos adolescentes.

Essas condutas numa situação grave ou aguda podem levar os indivíduos a um estado de frustração que, certamente, poderá desencadear-se em depressão. Aí começam a surgir pensamentos negativos com relação à vida, entretanto faça uma retrospectiva, analisa o presente e projecta o futuro. Vê simplesmente a sua vida sem razão nem sentido, isto é, perde aos poucos o sentido existencial. Julga ser o único no mundo que está numa situação difícil. Cria uma série de barreiras ou pensamentos que sufocam todas as estruturas cognitivas e emocionais, isto é, ideias negativas que comprometem a sua vida futura. Deixa de sonhar, idealizar ou projectar e gasta tanto tempo na construção de ideias extremamente destrutivas que possam comprometer o seu potencial intra-pessoal.

A MAIOR BARREIRA DO MUNDO

A maior barreira do mundo é aquela que nos impede de sonhar, de contornar as barreiras em vitória, que nos torna incapazes, que baixa a auto-estima, a auto-imagem, o auto-conceito e determinação. Essa barreira está dentro de nós e assola o nosso território emocional e nos torna incapazes de resolver ou contornar as limitações e entraves da vida. Quanto mais sólida for a crença nos pensamentos negativos mais distantes ficamos da realidade. Isto está relacionado com a teoria de atracção que defende que todos os fenómenos que acontecem na vida resultam da atracção, isto é, pode se atrair dados positivos ou negativos sobre um dado fenómeno dependendo da maneira como pensamos sobre o mesmo. E os pensamentos negativos despertam o sentimento de incapacidade e aversão sobre o fenómeno, onde o indivíduo deixa de arriscar pensando que o assunto não está ao seu alcance. Todo aquele que diz “Eu quero, eu posso e vou conseguir”, sempre conseguirá, pois parte da sua integra vontade e faz de tudo para contornar todas barreiras que possam advir, isto é, transforma as barreiras em vitória.

As barreiras acompanham a dinâmica da vida e quanto mais alto for o nível de vida mais elevada serão as barreiras. Nunca desista dos teus sonhos, revolucione a sua vida transformando as barreiras em vitória, construindo pensamentos positivos e elevando a sua auto-estima, auto-conceito, auto-imagem e autodeterminação. Nunca é tarde para recomeçar. Seja como Abraham Lincoln que nunca deixou de sonhar. Segundo Cury (2004:68), esse teve todos os motivos para abandonar seus sonhos, mas, apesar de todas as lágrimas e das incontáveis frustrações, jamais desistiu deles. Conseguiu insistir e persistir depois de muitas contestações e inúmeras perdas nas eleições presidenciais dos Estados Unidos da América. Porém, ele apenas zombou do próprio medo, transformou a insegurança em ousadia, a humilhação em lágrimas que lapidaram sua personalidade, as lágrimas em gemas preciosas no território da emoção. Conseguiu transformar os obstáculos em vitórias. Quem teria a coragem de persistir depois das incontáveis derrotas e frustrações? Tenho acompanhado que mesmo na corrida ao emprego as pessoas deixam de correr atrás alegando que fizeram inúmeras tentativas e jamais conseguirão. Em seguida constroem-se pensamentos negativos que lhes tornam incapazes de persistir. Vale realçar que, o destino não existe, mas sim o homem cria o seu destino. Se quer ser empresário trabalhe no sentido de um dia se tornar empresário, ou seja, esqueça todas as frustrações, barreiras, sentimentos de inferioridade e diga “eu quero, eu posso e eu vou”. Esses são componentes essenciais e determinantes para o sucesso de um sonhador. Portanto, revolucione a sua vida.

CUSTÓDIO SUMBANE - Licenciando em Psicologia


SIGAROWANE: Pai, pense em nós, pá!
Terça, 27 Outubro 2015

ELA estava semi deitada na cama e com o cotovelo esquerdo a suportar o corpo cada vez mais portátil, e a mão segurando um telemóvel, onde acabara de ler uma mensagem que não provocou nenhuma expressão facial.


A filha sentada na borda da cama e com a mão esquerda acariciando a barriga da perna da mãe e em conversa que já devia ir bastante longa, sobre o quê, ninguém, senão as duas sabiam. Ele, sempre no seu escritório, procurou apartar-se sempre que se apercebesse de que estão conversando, o mesmo fazia como uma maneira de as dar mais liberdade até mesmo de poderem dizer menos bem dele e isso sempre o deixou bastante feliz e partilha essa felicidade com o seu grande interior e distribui sorrisos pelos pombos e pelos pintos que namoram num canto da casa ou por cima do tampo da mesa em que trabalha. Ele assobia ao nível que pode, mas as aves não lhe ligam, pelo contrário, dele mais se aproximam e se beijam com mais intensidade. Enquanto isso, o galo persegue a galinha, que para ele está chegada a sua vez de fazer aquele amor só deles: muito rapidinho. É que a mesma galinha se entrega a três galos e não precisa de o fazer às escondidas, como acontece com outros seres vivos que pelas veias lhes corre sangue da mesma cor.

A mãe e a filha continuam falando de coisas que só as duas sabem. Uma deitada ou semideitada e outra sentada na borda da cama. Ele farta-se do espectáculo das aves, e acha de bom-tom deixá-las mais à-vontade por uns instantes ou por um tempo suficiente para ir mudar a água dos cães, que é dia de canícula, mas a mãe e a filha nem por isso dão. O dia já vai a meio, ou melhor, a manhã e ainda não conhecem a cor do dia ou o silêncio das árvores. Já de regresso, mais uma galinha passeia uma nova ninhada. Tentar contá-la, mas não demora que desista: são muitos e se movimentam de tal jeito que começa a confundir tudo. As mangas não pode contar, mas as mangueiras são quatro e todas bem grávidas para dias próximos e por dias muitas bancas abastecer, para o prazer daqueles de bom gosto. Mas não é isso que vai acontecer. Não. Vai acontecer é que os cabazes que venham a oferecer serão única e exclusivamente o desengravidar daquelas mangueiras.

Está-se a pouquíssima distância do final do mês de Outubro e ele continua relaxado, sobretudo quando muita gente desde Abril se preocupa com as reservas de onde passar as festas do natal e do final do ano. Para ele, o natal é negócio para se ir à igreja e partilhar o pão e o vinho (se houver), com a família e com todos que pela casa passem. Quanto ao final do ano, também não é de se preocupar muito, que a sua casa lhe basta e é segura. Ele é deste jeito, mas isso é dos últimos anos, pois já foi da noite e do seu brilho. Outros tempos que ele viveu com intensidade e estes tempos que os vive com muito mais intensidade ainda. Mas ele tem em casa pessoas que estão na idade semelhante àquela que ele tinha noutros tempos e tem de atendê-las, mas não sem uma ligeira resistência a todas as propostas que lhe são feitas, mas no final acaba brando porque é uma grande orquestra que se lhe coloca pela frente e já com a música seleccionada.

Está a mais de hora e meia debaixo daquela mangueira, cuja copa a protege do sol, da chuva miúda, em manhãs, tardes e noites a mais de meia grossa de anos no seu exercício de juntar vogais e consoantes no intuito de alimentar o espírito de quem, porventura dê tempo de com elas se ocupar. Abandonam o lugar, as aves, e vencidos pouco mais de cinquenta metros está no umbral da porta quarto, que está semi-aberta. Empurra-a e entra. Surpreende a mesma conversa de mãe para filha sobre onde irão passar as festas do natal e da transição do ano. Finge que não percebeu nada e entra para o quarto de banho e fecha a porta com algum exagero, isso para transmitir a ideia de que está muito aflito e não escutou nada do que estavam falando. Ficou no quarto de banho por tempo suficiente para ler uma página de um livro que lá o guarda, mas vai lendo sempre que lá estiver. É um livro que o relaxa e alivia. Já prestes a sair do quarto ainda ouviu a mãe dizer para a filha que “pergunta o teu pai. Por mim o natal devíamos passar na machamba”. “Mãe, o pai ainda pode dizer que é mais seguro passarmos aqui em casa…”.

Ele sai do quarto de banho e já com a mão na maçaneta da porta do quarto, a filha pergunta onde é que irão passar as festas. Finge-se surpreendido com a pergunta. Olha para a mãe, mas esta tem os olhos, aparentemente, no celular, mas também é fingimento. Ela sabe que ele est lhe atirando um olhar inquiridor. Diz vamos passar as festas no Chibuto. A filha esperneia, mas não liga e ensaia o movimento de saída e a mãe “desperta” e diz que por lá podiam passar o natal na machamba e o final numa praia bem distante, mas o pai não quer arrumar a casa da machamba”. Vou pensar nisso, diz o pai, mas negócio de praias esqueçam. Por estas alturas está tudo ocupado.

E puxou a porta fazendo-se ao corredor, mas não antes de ouvir:

Pai, pense também em nós pá!

DJENGUENYENYE NDLOVU


Fronteira de Ressano Garcia
Terça, 27 Outubro 2015

TARDE bem tórrida de cinco do mês corrente quando desembarco com outros passageiros de um autocarro vindo da África do Sul e observei dois cenários a saber:


1-Distância longa a pé para transpor os dois países. Não vi facilidades de locomoção para deficientes físicos tanto na ida bem como no sentido inverso.

2-Desembaraço tortuoso e lento do nosso lado. Em Malelane, um dos tripulantes do autocarro suplicava insistentemente que cada passageiro devia entregar-lhe o valor de 100 Mt para viabilizar o rápido atendimento.

3-Mau grado, ninguém abriu a bolsa por se achar um processo de corrupção e porque a travessia é grátis.

4-Do lado sul-africano a fila foi rapidamente atendida, porém, do nosso lado, aí sim, a “porca torceu o rabo” pela extensão da fila e tanta lentidão da mesma.

Chegamos sensivelmente as 14.00 horas e de lá saímos as 17.00 horas. Naquele dia o sol escaldante movia os graus Célsius ao pico. Na nossa migração apenas dois oficiais atendiam a longa fila descendente e, logicamente, a demora foi longa demais e penosa.

Afinal a migração não está ainda preparada e organizada para casos de pico? Naquele dia muitos autocarros chegaram quase em cascata.

Seria bom que não se aguardasse pelo período festivo para flexibilizar os serviços nas fronteiras, aliás, a flexibilidade devia ser prática permanente.

Outro senão que notei e comentei com outros colegas de viagem é a existência de teias de arranha no tecto do edifício público. Até pode parecer caricato ou de menos importância, mas sendo a nossa porta de entrada devia merecer um pouco de atenção.

A foto do nosso presidente está bonita, mas se as teias persistirem mudarão o brilho logicamente, não?!...

ELIAS TAIMO CUMBANE

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