Os gastos na campanha para a eleição do novo líder do PAICV está a gerar mal-estar, essencialmente, na candidatura de Cristina Fontes Lima
Os gastos na campanha para a eleição do novo líder do PAICV está a gerar mal-estar, essencialmente, na candidatura de Cristina Fontes Lima, que considera que não é preciso esbanjar “rios de dinheiro” para convencer os militantes do partido a votarem num ou outro candidato. Janira Hopffer Almada, a principal visada, refuta a acusação. E Felisberto Vieira, por seu turno, diz que a “carapuça serve aos seu dono”.
A duas semanas para as eleições presidenciais no PAICV, a candidata Cristina Fontes Lima criticou os seus adversários que, a seu ver, estão a gastar rios de dinheiro na campanha para a conquista da liderança do partido da estrela negra. Fontes Lima não especificou mas deixou a entender que as suas críticas estão dirigidas à Janira Hopffer Almada.
Essas críticas foram feitas à saída de uma palestra sobre “partidos políticos e a democraticidade interna” dirigida aos alunos do terceiro ciclo da Escola Secundária Abílio Duarte, no Palmarejo, na Cidade da Praia.
“Temos queixas em relação a práticas que devem ser corrigidas, vamos isolar essas práticas. Não acho correcto que gastar rios de dinheiro para convencer os militantes a votar”, sublinhou.
Perguntada se a critica relacionada ao gasto de “rios de dinheiro” era dirigida a um dos outros dois candidatos à liderança do PAICV, Cristina Fontes Lima respondeu: “É isso mesmo”. E acrescentou: “Dentro de um partido político não faz sentido gastar rios de dinheiro para convencer os militantes a votar num presidente de partido. Não faz sentido termos cartazes, pichagens e imensas despesas para convencer o militante”.
Para a candidata, o militante tem de ser aquele que consegue escolher em função de critérios: “Não por ser jovem, porque gastou muito dinheiro, não porque fez muito barulho, mas porque é, ou não, a melhor proposta para duas coisas: ganhar o partido e manter a unidade interna e projectar-se para fora do partido”.
Perguntada ainda se a crítica era dirigida à JHA, Cristina Fontes Lima afirmou que “pode ser uma crítica para quem esteja a gastar esse dinheiro. Se a janira está a gastar esse dinheiro é também uma crítica para ela”.
Contactada por A NAÇÃO, a visada deixou bem claro que sua campanha para a liderança do PAICV tem sido feita com “grande transparência”, sublinhando que os recursos financeiros que estão à disposição da sua candidatura provêm de empréstimo bancário solicitado para o efeito, coisa que “assumi e que pago todos meses”.
A candidata, que se diz tranquila, afirma que “caberá aos militantes do partido fazer a avaliação da postura de cada um e depois tirar as sua ilações e tomar a sua decisão”.
“Estou concentrada nas propostas, nas visões, nos projectos que a nossa candidatura tem para o partido e para o país”, realçou JHA, rematando que “não perderei tempo com ataques e acusações infundadas”.
Instado a pronunciar-se também sobre as declarações de Cristina Fontes Lima, o candidato Felisberto Vieira foi telegráfico: “Sem comentários. A carapuça serve ao seu dono”.
Cristina Fontes Lima, Felisberto Vieira e Janira Hopffer Almada são candidatos à liderança do PAICV, numa eleição marcada para 14 de Dezembro. A duas semanas do pleito os ânimos dão mostras de aquecer, cada vez mais, desenhando-se uma disputa acirrada, com críticas e acusações mais variadas.
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