Wednesday, October 28, 2015

Passos já decidiu: se o programa for chumbado, ele sai de vez


As ameaças da Esquerda e a posição do Presidente da República forçaram o chefe do Governo a tomar uma decisão antecipada.
Passos já decidiu: se o programa for chumbado, ele sai de vez
Aguarda-se a votação no Parlamento para que seja tomada uma atitude.
Imagem: PúblicoSegundo noticiou o Jornal i, perante as ameaças do PS, Bloco de Esquerda, PCP e PEV, que já vieram garantir que vão chumbar qualquer programa apresentado na Assembleia da República pela coligação PSD/CDS, Pedro Passos Coelho já tomou uma decisão muito concreta: não pretende resistir à maioria parlamentar da Esquerda, pelo que decidiu não ficar à frente de um futuro governo de gestão.

O que isto significa é muito simples: no dia em que o programa for rejeitado no Parlamento, o líder social-democrata irá dirigir-se de imediato a Belém para falar com Cavaco Silva. Aí pretende comunicar-lhe a sua determinação de não se colocar na situação de gerir um governo provisório, uma vez que fica de pés e mãos atados, com pouca ou nenhuma autonomia. Segundo comenta um dirigente do PSD ao já referido jornal, ainda que o Presidente da República tentasse convencer Passos Coelho do contrário, tal não iria surtir grandes resultados, uma vez que a sua decisão está de pedra e cal: “Imagine o que seria governar com leis aprovadas pela Esquerda, com implicações orçamentais, durante oito meses”, sugere, como argumento, a mesma fonte.

Esta postura da coligação que venceu as eleições volta a colocar nas mãos de Cavaco Silva a responsabilidade de nomear um governo. Inevitavelmente, perante o cenário apresentado, a maioria de Esquerda, sobre a qual o Presidente teceu várias considerações polémicas, vai surgir então como a única opção viável. Outro membro da coligação PSD/CDS comenta a situação, reforçando a opinião de que um governo provisório de gestão não constitui uma solução aceitável para manter a estabilidade do país: “O Presidente pode dizer que este governo [de Esquerda] tem fragilidades, mas seria pior para o país um governo de gestão”.

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