Helena Taipo exorta aos homens da Renamo a entregarem as armas
Sexta, 30 Outubro 2015
A GOVERNADORA de Sofala considera que a circulação de homens armados da Renamo em algumas zonas de Gorongosa impede o desenvolvimento deste distrito.
Maria Helena Taipo falava quarta-feira à população do distrito de Gorongosa, durante a cerimónia de inauguração da repetidora do Emissor Provincial da Rádio Moçambique, em Sofala.
Segundo Taipo, esta região caminha para um franco desenvolvimento, mas com a presença de homens da Renamo com armas de fogo a população não desenvolve livremente as suas actividades viradas ao combate à pobreza.
Na sequência disso, a governante apelou à Renamo a entregar todas as armas que estão na posse dos seus homens porque, segundo disse, este material bélico só deve estar nas mãos das forças de defesa e segurança.
Na ocasião, o presidente do Conselho de Administração da Rádio Moçambique,Faruco Sadique, falou da importância da repetidora do Emissor Provincial de Sofala no processo de desenvolvimento de Gorongosa.
Em Gorongosa, a Rádio Moçambique pode ser escutada em Frequência Modulada 89.9.
A repetidora ora inaugurada é a segunda do género, depois de Mapai, província de Gaza, e tem um raio de cerca de cem quilómetros, cobrindo os distritos circunvizinhos de Marínguè, Cheringoma, Nhamatanda, na província de Sofala, Gondola e Macossa, em Manica.
PAUNDE A PROPÓSITO DAS AUTARQUIAS PROVINCIAIS: Ideia da Renamo é incoerente
Sexta, 30 Outubro 2015
O MEMBRO da Comissão Política Da Frelimo e chefe da brigada central do partido Frelimo, afecto à província de Nampula, Filipe Chimoio Paúnde, considera incoerente o projecto da Renamo de querer governar nas províncias onde conseguiu um maior número de votos nas eleições gerais do ano passado.
Falando aos membros do seu partido na cidade portuária de Nacala, onde esteve em visita de trabalho, esta semana, Paúnde explicou que em nenhum momento as eleições de 2014 tinham em vista eleger partidos e/ou candidatos para dirigirem as províncias onde tivessem maior número de votos, porque no caso em apreço em Nampula a Renamo não ganhou em todos os distritos que comportam aquela unidade territorial.
“Aqui mesmo na província de Nampula, este indivíduo (Afonso Dhlakama) que diz que ganhou as eleições, não foi vencedor em Nacala-a-Velha, em Memba, Meconta, Muecate, Malema, Mecubúri, Lalaua, Ribáuè e Eráti. Por isso mesmo, não tem legitimidade para estar a dizer que quer governar esta região”, explicou Filipe Paúnde, questionando depois a validade dessa reivindicação da Renamo.
Defendeu, aliás, que as eleições de 2014 visavam a eleição do Presidente da República, dos deputados da Assembleia da República e dos membros das Assembleias Provinciais e o vencedor deveria ser aquele que à escala nacional obteria maior número de votos.
Numa outra abordagem, o dirigente da Frelimo exortou os moçambicanos para garantirem a manutenção da paz e participarem na consolidação da unidade nacional, para que o país continue a registar os actuais níveis de crescimento, como acontece presentemente em Nacala-Porto e noutros cantos de Moçambique.
“Não é preciso usar binóculos para ver o crescimento de Eráti, Nacarôa, Meconta, Monapo, Nacala-Porto e outros pontos do país durante estas últimas duas décadas. Por isso cada um de nós deve lutar pela manutenção desta paz, a partir das nossas famílias, para catalisar o desenvolvimento. A Frelimo quer que os professores leccionam com tranquilidade, os camionistas que transportam os produtos e bens circulem à vontade, os camponeses produzam nas machambas sem medo”, anotou Filipe Paúnde.
Manifestou ainda a disponibilidade do Presidente da Frelimo Sim, Filipe Nyusi, de se encontrar para o diálogo franco e aberto, com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, assim como da delegação do Governo continuar a marcar presença no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, para falar da paz efectiva e duradoira, com os elementos da Renamo.
Paúnde condenou em termos severos os raptos e morte de pessoas portadoras de albinismo, considerando que estas práticas se devem unicamente a razões obscurantistas que pelo menos em Nacala-Porto levaram à morte de um albino e o aborto de rapto de um outro, para além da exumação de um corpo num cemitério local.
POR DÍVIDAS À ORGANIZAÇÃO: ANAMM ameaça suspender membros
Sexta, 30 Outubro 2015
A PRESIDÊNCIA da Associação Nacional dos Municípios de Moçambique (ANAMM) ameaça suspender, a partir do próximo ano, todos os conselhos municipais membros da agremiação que até ao final deste ano não tenham pago as suas quotas em dívidas.
O aviso foi feito na cidade de Pemba pelo vice-presidente da associação, Americano Adamugy, aos presidentes dos conselhos e assembleias municipais das províncias Cabo Delgado, Nampula e Niassa, que, na semana passada, participaram na discussão do “Guião de Governação Municipal”.
“Muitos dos nossos membros já estão no vermelho devido às dívidas acumuladas. A qualquer momento poderão ser suspensos da associação, caso não regularizem as suas contas. A partir de Janeiro do próximo ano, procuraremos não ser mais tolerantes com relação a este assunto”, advertiu Adamugy.
O vice-presidente da ANAMM recordou aos associados que as quotas são extremamente importantes para a existência e funcionamento da associação, razão pela qual cada membro deve assumir as suas obrigações.
Segundo dados apurados pelo nosso Jornal, existem em todo o território nacional 53 municípios (cidades e vilas), todos filiados na ANAMM.
Relativamente ao “Guião de Governação Municipal”, o encontro de Pemba visava testar a facilidade de compreensão e a qualidade dos conteúdos do documento, familiarizar e sensibilizar os gestores em relação à sua importância, para o sucesso das actividades diárias, além de colher contribuições para o seu aprimoramento.
Como contribuição para a flexibilização no atendimento aos munícipes, Pemba sugeriu que fosse inclusa na “receita” a informatização dos serviços dos conselhos municipais. “É uma forma inovadora da gestão municipal que revolucionará o funcionamento do município, aumentando a qualidade e tempo de resposta dos serviços. Para Pemba, acreditamos que este projecto pioneiro vai transportar-nos para a era digital…”, sustentou Tagir Carimo, o edil da capital provincial de Cabo Delgado.
Depois de elaborado, o “Guião de Governação Municipal” será um documento que servirá no futuro não só de instrumento de orientação metodológica e prática do trabalho quotidiano dos autarcas e de outros servidores municipais, como também de referência de outras instituições governamentais no seu relacionamento com os conselhos municipais
De referir que o processo de autarcização em curso no país vem tendo significativos progressos no que concerne ao aprofundamento da democracia, por meio da participação dos munícipes na tomada de decisão sobre assuntos do seu interesse.
Porém, existem questões que ainda são desafios comuns. Tais desafios relacionam-se com a provisão e expansão de melhores serviços de abastecimento de água, prevenção e combate às doenças endémicas, gestão de resíduos sólidos urbanos, melhoria permanente das vias de acesso, planeamento urbano, recrutamento de mão-de-obra, entre outros.
O “Guião de Governação Municipal” não pretende revogar as leis e os demais instrumentos normativos que operacionalizam a lei das autarquias, mas sim servir de espécie de “receita” para os gestores municipais (especialmente os recém-eleitos) na solução dos “desafios comuns” que os municípios enfrentam.
FISCALIZAÇÃO DO CICLO ORÇAMENTAL: Parlamento necessita de aprimoramento técnico
Sexta, 30 Outubro 2015
O PRIMEIRO Vice-Presidente da Assembleia da República, António José Amélia, reconheceu quarta-feira, em Maputo, a necessidade de se aprimorarem as componentes técnicas no Parlamento com vista à fiscalização do ciclo orçamental.
Falando na abertura do Seminário de Alto Nível dos Parlamentos Nacionais dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e de Timor-Leste sobre a Fiscalização Legislativa ao longo do Ciclo Orçamental com base nos diferentes documentos, Amélia disse que tal melhoria passa por se melhorar a assessoria parlamentar no que respeita, particularmente, nas opções de financiamento do défice, tributação, aplicação das mais-valias dos grandes projectos “e outras questões de especialidade que concorrem para o equilíbrio das contas
Segundo o deputado, no sistema parlamentar moçambicano a fiscalização sobre a Conta Geral do Estado não se esgota com o papel da intermediação do deputado, existindo também o parecer do Tribunal Administrativo que analisa e avalia a aplicação das verbas pelas várias entidades públicas e “contribuindo para a transparência e prestação de contas na utilização dos fundos do erário público”.
Acrescentou que nos casos em que se configura um crime, a lei prevê uma investigação pela Procuradoria-Geral da República e o posterior encaminhamento aos tribunais, se for caso disso”.
De acordo com o número dois da AR, existe uma rede sistémica de instituições que actuam no sentido de proteger o bem público, mas que precisam, naturalmente, e de forma continuada, de serem melhoradas, sobretudo, no que respeita à acessibilidade e regularidade da publicitação da informação, seja da acção governativa, seja das acções do parlamento.
“Nós, na Casa do Povo, lançamos um desafio para a presente legislatura, que é o de garantir a criação de um espaço público de internet nas Delegações Provinciais do Secretariado Geral da Assembleia da República, onde o cidadão possa acompanhar e interagir com o parlamento, dando as suas contribuições no debate sobre uma determinada lei e sobre matérias em discussão nas Comissões Especializadas e no Plenário”, sublinhou António Amélia.
Na ocasião, António Amélia enfatizou o facto de a fiscalização ser um dos grandes desafios da AR, correspondendo também desafios da Comunidade do desenvolvimento da África Austral (SADC), no que respeita à transparência das contas públicas dos países da região.
Organizado pela AR, em parceria com a União Europeia (UE), o Seminário de Alto Nível dos Parlamentos Nacionais dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e de Timor Leste sobre a Fiscalização Legislativa ao longo do Ciclo Orçamental com base nos diferentes documentos visa aprofundar de forma aplicada e comparada a fiscalização dos principais documentos orçamentais conhecidos (declaração pré-orçamentada, proposta do orçamento do executivo, orçamento promulgado, relatórios durante o ano, relatório semestral, relatório de fim de ano, relatório de auditoria, e parecer sobre a Conta Geral do Estado) ao longo dos ciclos orçamentais nos diferentes países abrangidos.
O Evento, que se enquadra no Projecto para Reforço das Competências Técnicas e Funcionais das Instituições Superiores de Controlo (ISC), Parlamentos Nacionais e Sociedade Civil (Pro PALOP-TL ISC), tem em vista, igualmente, capacitar os parlamentares e funcionários do Secretariado Geral da AR, na análise, técnica e métodos de fiscalização legislativa, com particular enfoque na fiscalização legislativa orçamental; familiarizar os parlamentares com os resultados do Inquérito sobre Orçamento Aberto de 2015, com particular atenção para os documentos orçamentais; e promover a troca de experiências entre os diferentes países participantes e acesso a melhores práticas sobre a fiscalização legislativa orçamental.
Durante os três dias do Evento de Maputo, os grupos de trabalho de alto nível dos Parlamentos Nacionais dos PALOP e de Timor Leste, vão analisar com profundidade os processos orçamentais de despesas públicas, devendo, também, trabalhar em conjunto para encontrar soluções práticas para os desafios nas diferentes legislaturas.
A fiscalização legislativa visa assegurar que o Executivo e as suas agências, ou aqueles em quem a autoridade é delegada, permaneçam receptivos e responsáveis e possa envolver a avaliação do processo de implementação dos programas e respectivos orçamentos. Este processo que proporciona oportunidades críticas para a avaliação das contas públicas ocorre, geralmente, longe dos olhos públicos.
BLOGANALISE: O metical está a “levar” ou o dólar a “bater”?
Sexta, 30 Outubro 2015
Recordo-me dos meus tempos de pastor de gado. Eu era o mais novo do grupo, fisicamente menos robusto, mas, de uma forma geral, não desrespeitado porque em outros ambientes, como na escola, por exemplo, era sempre temido por ter o estatuto de pastor de gado! No pastoreio eu era o mais sacrificado na realização de tarefas, mas também era o último a apanhar tareia porque sempre levava o melhor lanche (“mangungwe”) e comia estrategicamente com o mais forte e temido.
Nesse sentido, sempre tive imensas dificuldades em saber quem realmente venceu ou quem foi derrotado numa luta em que estivesse envolvido, porque eu podia bater a quem quisesse, até aos mais fortes, pois, durante a contenda, bastava um olhar do meu brother, conhecido por “três s” (Salvador Salomão Simbine), ninguém me tocava.
Esta pequena conversa de interlúdio vem a propósito da linguagem que tem sido usada em relação ao câmbio do dólar americano com a moeda nacional, o metical.
É recorrente a linguagem segundo a qual o metical caiu perante o dólar. Olhando para as economias mundiais e observando o comportamento do dólar nessas economias constato que quase em todas as chamadas grandes economias a tendência do dólar é valorizar-se em relação às moedas desses países, o que me leva a concluir que o problema ultrapassa o metical, pois o dólar é que se valorizou demais, afectando negativamente as frágeis economias como a nossa.
O crescimento da economia moçambicana continua dentro das previsões avançadas no início do ano, isto é, entre 5 e 7%, o que é positivo. Todavia, tratando-se de uma economia com elevada dependência de importações e baixa produção local de bens de consumo, com a sobrevalorização do dólar americano o contravalor nas importações aumenta e, consequentemente, eleva a fasquia no índice geral de preço aumentando, desta forma, a taxa de inflação.
Não podemos “culpar” de forma singular o metical, pois o que está a acontecer em Moçambique com a nossa moeda não pode ser considerado como resultado de mau desempenho da nossa economia, mas sim consequência de um conjunto de políticas monetárias e fiscais que o banco central americano implementou e que inclusive está a prejudicar a China, o Brasil e a África do sul, países parceiros económicos de Moçambique que, neste momento, apresentam as suas economias em franco abrandamento.
Cabe a cada país pensar em formas estratégicas de moderar o comportamento do dólar no seu mercado. Por exemplo, no nosso caso, o Banco de Moçambique tem estado, através do seu Comité de Política Monetária, a ajustar as taxas de intervenção no mercado interbancário.
Portanto, para o caso moçambicano o dólar não aparece como o único responsável pela possível subida do nível de preços no mercado. Existe um conjunto de factores endógenos à nossa economia, nomeadamente, o ajustamento, pelo Governo, de preços administrados com o descongelamento gradual dos preços de água, pão, energia, o que terá, provavelmente, um impacto negativo com subida nos preços de serviços de transportes.
Um outro exemplo é o do Brasil, onde o governo vem tentando travar o avanço da moeda americana na sua economia. Em Junho último eliminou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investimentos estrangeiros em renda fixa e derivativos na esperança de atrair dólares, pois considerou que o imposto sobre estas operações constituía uma barreira ao investimento e, consequentemente, a entrada do dólar no país. Simultaneamente, o respectivo Banco Central vem realizando leilões da moeda americana no mercado futuro (chamados de “swap cambial”), com o objetivo de puxar a cotação do dólar para baixo.
Um exemplo claro de certa robustez da nossa economia é o comportamento do metical em relação ao Rand. A nossa moeda apreciou-se face à divisa sul-africana em cerca de 9,97 por cento no último mês, o que nos deixa transparecer que não devemos perder a expectativa de um bom desempenho da nossa economia, baseando-nos somente no comportamento do dólar americano. é preciso observar um conjunto de factores económicos relevantes que demonstram que, na realidade, Moçambique continua a registar avanços significativos.
Governo Reage ao DOING Business: Ambiente de negócios continua a melhorar
Sexta, 30 Outubro 2015
O AMBIENTE de negócios em Moçambique apresenta-se bom, com tendência a melhorar, não obstante a recente queda no ranking do Doing Business 2016, uma avaliação produzida pelo Grupo Banco Mundial.
No documento que examina as pequenas e médias empresas, a regulamentação aplicável e as actividades empresariais a nível global colocou o nosso país na posição 133 de um total e 189 nações avaliadas em todo o mundo.
Na anterior avaliação publicada no ano passado Moçambique havia se posicionado no lugar 128, o que traduz uma queda de pelo menos cinco lugares este ano.
Falando ontem a jornalistas em Maputo, o assessor jurídico do ministro da Indústria e Comércio, Nelson Jeque, sustentou que alguns dos pressupostos que suportam a visão do Governo em relação ao ambiente de negócios relacionam-se com os projectos de investimentos que são aprovados e implementados no país nos últimos anos.
“Em termos reais, de 2013 a esta parte temos estado a assistir um crescimento de números de projectos aprovados e empregos criados. Assim por alto podemos dizer que de 2010 a 1014 nós passámos de 262 projectos para 518. Em termos de emprego passámos de 31.359 para 46.980 postos gerados e, portanto, em termos de investimentos estamos a falar de uma passagem de três biliões para cerca de sete biliões de dólares. Estes são alguns dos indicadores que utilizamos para dizer que o ambiente de negócios é bom, com tendência a melhorar”, destacou Jeque.
A fonte apontou ainda alguns dos indicadores que terão pesado para a queda da classificação de Moçambique no ranking apresentado esta semana pelo Banco Mundial, nomeadamente a abertura de empresa, onde são considerados mais um procedimento e mais seis dias para uma empresa ser constituída e iniciar a sua actividade – descendo de 118 para 124 na sua posição; execução de contratos, com o aumento de cerca de 200 dias – sendo o indicador onde Moçambique está pior posicionado, em 184 lugar. Moçambique também apresenta classificações baixas nas áreas de obtenção de electricidade (164) e de crédito (152).
Nelson Jeque considera que nalguns indicadores Moçambique melhorou significativamente, sendo dos melhores em África.
Com efeito, segundo a fonte, no indicador de obtenção de licença de construção o nosso país é o melhor de África (31.º no ranking geral) devido a um decréscimo de 33 dias no processo de obtenção da licença. Por outro lado, no indicador resolução de insolvência Moçambique é o quinto melhor de África (66.º no ranking geral) sentindo-se já o impacto da reforma legal que teve lugar o ano passado através da redução do tempo relativo à taxa de recuperação de empresas de 5 anos para apenas 1 ano e meio.
No geral Moçambique é o 13.º país melhor posicionado da África Subsahariana, 10.º da África Austral e 4.º da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
A nível da região as Maurícias continuam o melhor país classificado no ranking, estando actualmente na posição 32ª.
“Sentimo-nos encorajados com os resultados pelo facto de estarmos a fazer reformas que continuam a atrair interesse dos investidores no país e de outros países no estudo da nossa experiência nalgumas áreas”, sublinhou Jeque.
Mobilizam-se investimentos para Corredor de Maputo
Sexta, 30 Outubro 2015
O GOVERNO moçambicano está a mobilizar recursos financeiros para o Corredor de Desenvolvimento de Maputo.
Ontem, a cidade da Matola, província de Maputo, acolheu uma conferência internacional de investidores com o objectivo de atrair homens de negócios interessados em financiar vários projectos em desenvolvimento na cidade e província de Maputo, nos sectores de agricultura, agronegócio, infra-estruturas e turismo e com custos que variam entre 6 e 300 milhões de dólares norte-americanos.
Os referidos projectos incluem a Construção da Barragem de Movene, avaliada em 283,6 milhões de dólares e destinada, entre outros, ao abastecimento de água às cidades de Maputo e Matola e ao Parque Industrial de Beluluane, bem como a produção de 2,9 Gigawatts de energia por ano.
A construção-reabilitação da estrada com portagem entre Moamba e Xinavane, numa extensão de 104 quilómetros e com investimentos avaliados em 143,8 milhões de dólares; o projecto de plantação de cana-de-açúcar e produção de hortícolas nos distritos de Moamba e Magude e com um investimento de cerca de 200 milhões de dólares norte-americanos, encontra-se entre os projectos identificados no âmbito da iniciativa.
Outros projectos em destaque são de Produção e Consumo de Carne Bovina no distrito de Matutuíne (avaliado em 6,7 milhões de dólares); a construção de um mercado de produtos frescos no distrito de Moamba (10,7 milhões de dólares); e os projectos turísticos e Imobiliários de Macaneta, no distrito de Marracuene (283,4 milhões de dólares) e Machangulo, em Matutuíne (110,7 milhões de dólares).
Intervindo na abertura do evento, que contou com a participação de centenas de empresários, maioritariamente moçambicanos e sul-africanos, a Vice-Ministra dos Transportes e Comunicações, Manuela Rebelo, afirmou que o corredor de desenvolvimento de Maputo continua a ser uma rota estratégica e vital para o comércio e transporte de pessoas e bens que não se está ainda a explorar em pleno o seu potencial para alavancar a economia do país e da região.
Este corredor que se tornou operacional em 1995 foi desenvolvido para revitalizar a área entre o centro económico da África do Sul (província de Gauteng) e da cidade e província de Maputo, em Moçambique, e foi baseado em quatro objectivos principais que incluem a reabilitação de infra-estruturas primárias ao longo do Corredor, nomeadamente estradas, linhas-férreas, porto e posto fronteiriço.
De acordo com a governante, outros objectivos incluem a maximização do investimento para responder ao potencial inerente ao corredor; das oportunidades de emprego e aumento da participação das comunidades historicamente desfavorecidas.
“Os resultados encorajadores do Corredor de Maputo, como a reabilitação da Estrada Nacional N4, da linha férrea Maputo-Ressano Garcia e o significativo investimento no Porto de Maputo, o investimento de raiz na Motraco, o projecto de gás de Temane e a Mozal levaram a adopção do modelo de corredor de desenvolvimento e de planeamento espacial para o nível dos países membros da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), como instrumento para acelerar a integração económica regional”, disse.
ELEIÇÕES NA TANZÂNIA: Candidato do CCM ganha a Presidência
Sexta, 30 Outubro 2015
O CANDIDATO do partido no poder na Tanzânia, John Magufuli, venceu a eleiçãopresidencial com mais de 58 por cento dos votos, um resultado imediatamente contestado pela oposição, que reivindica vitória.
“Declaro formalmente que John Pombe Magufuli foi eleito Presidente da República Unida da Tanzânia”, anunciou ontem (29) o presidente da Comissão Eleitoral Nacional, Damian Lubuva.
Magufuli, do Chama Cha Mapinduzi (CCM), obteve 58,46 por cento dos votos (8.882.935 votos) e derrotou o seu principal rival, Edward Lowassa, que recebeu 39,97 por cento (6072.848 votos), candidato da coligação Ukawa, que integra, entre outros, o Chadema (Partido para a Democracia e Desenvolvimento), o maior partido da oposição.
As eleições de domingo foram as mais renhidas que o partido do Governo enfrentou em 23 anos de multipartidarismo.
Lowassa, antigo Primeiro-ministro pelo CCM, rejeitou os resultados e reivindica a vitória, acusando a Comissão Eleitoral de ter falsificado os números.
“Nós recusamos aceitar esta tentativa de privar os cidadãos da Tanzânia dos seus direitos democráticos, que é exactamente o que faz a Comissão Nacional Eleitoral ao anunciar resultados que não são reais”, disse.
“Exigimos à Comissão Eleitoral Nacional que anuncie que Edward Lowassa é o novo Presidente da República Unida da Tanzânia”, declarou.
ZANZIBAR
O CCM, partido único até 1992 – e antes, a Tanu (União Nacional Africana do Tanganyika), onde teve origem – está no poder desde a criação da Tanzânia, em 1964, a partir da fusão entre Tanganyika continental e o arquipélago de Zanzibar.
Em Zanzibar, as eleições para o Parlamento e Presidente do arquipélago semi-autónomo foram anuladas na quarta-feira (28). O presidente da Comissão Eleitoral de Zanzibar (ZEC), Jecha Salum Jecha, disse que a votação tinha sido marcada por irregularidades graves. (LUSA/BBC)
MAGUFULI EM LINHAS BREVES
John Pombe Magufuli, que comemorou ontem o seu 56.º aniversário, trabalhava até ganhar a nomeação para candidato do CCM como ministro das Obras Públicas no Governo cessante. A forma como conduziu o programa de construção de estradas pelo país valeu-lhe o apelido de "O Bulldozer". Ele liderou uma campanha centrada na mudança, tentado distanciar-se do registo de governação até aqui levado pelo seu próprio partido. "Meu Governo vai colocar ênfase na luta contra a corrupção, a criação de emprego e da industrialização", disse ele antes da votação de domingo passado. Magufuli sucede a Kakaya Kikwete. Cumprindo a Constituição, o Presidente cessante não se apresentou às eleições no final do seu segundo mandato, ao contrário de alguns congéneres seus no continente africano, que procuram alterar os textos constitucionais para se manterem no poder.
Como se lê a letra “G”
Sexta, 30 Outubro 2015
MAIS uma vez tomo este espaço para exprimir aquilo que é meu sentimento. Refiro-me ao sentimento porque sinto mesmo que é pelo mau uso da língua portuguesa.
Inquieta-me o uso da letra “g” em que oiço, através dos órgãos de comunicação social a proferirem de forma diferente, ou melhor, cada um pronuncia a letra do jeito que lhe convém.
A pergunta que faço é a seguinte: qual é a forma correcta de pronunciar a letra “g”?
Uns dizem “jeguê”, outros “guê” e outros ainda “gê”. Ela pode mudar dependendo do seu enquadramento na palavra e isso tenho certeza. Mas a incerteza é quando ela está só.
Caro leitor peço para investigar mais de forma a corrigirmos a nós mesmos e difundir a mensagem aos que não poderão ter acesso à forma correcta de pronunciar esta letra.
Este apelo incide, sobremaneira, aos apresentadores de televisão, por se tratar de um meio de comunicação mais usado e atraente, provavelmente devido à imagem.
Termino apelando aos educadores do pré-escolar que antes de ensinar o alfabeto é preciso que se saiba o que vai incutir nos petizes. Muito khanimambo.
MARIAMO IUNUS PUNJÁ
Um olhar sobre o Dia Mundial da Poupança
Sexta, 30 Outubro 2015
O DIA Mundial da Poupança celebra-se anualmente a 30 de Outubro. A ideia surgiu em Outubro de 1924, durante o I Congresso Internacional de Economia, em Milão, com o intuito de alertar aos consumidores para a necessidade de disciplinar os gastos de forma a evitar situações de sobre-endividamento.
Longe vão os tempos em que se ousava dizer que, no “poupar é que estava o ganho” e tão ciosamente se guardavam todos os restos, excessos ou sobras. Aproveitar e poupar e não estragar fazia parte do quotidiano de todas as pessoas, mesmo as mais favorecidas, na certeza de que só pode poupar quem tem e enquanto tem.
As estratégias foram sendo alteradas e com elas a nossa noção de gastos também sofreu fortes cambiantes, mesmo naqueles que não embalam facilmente no sistema de gastar muito para poupar ainda mais…
Com muitas contas, acertos e desacertos, é um facto que hoje a situação ainda é mais preocupante do que nós, as pessoas aparentemente bem informadas, julgávamos. Não vou falar em crise, nem em ecologia, nem ainda na escassez de alimentos ou fome, mas tão só, como vai sendo hábito nesta crónica, limitar-me a transcrever algumas passagens da Laudato Si, onde magistralmente e sem rodeios o Papa Francisco põe o dedo na ferida.
“Sabemos que se desperdiça aproximadamente um terço dos alimentos produzidos, e «a comida que se desperdiça é como se fosse roubada da mesa dos pobres». “Entretanto temos um «super desenvolvimento dissipador e consumista que contrasta, de modo inadmissível, com perduráveis situações de miséria desumanizadora», mas não se criam de forma suficientemente rápida, instituições económicas e programas sociais que permitam aos mais pobres terem regularmente acesso aos recursos básicos.”
“As previsões catastróficas já não se podem olhar com desprezo e ironia. Às próximas gerações, poderíamos deixar demasiadas ruínas, desertos e lixo. O ritmo de consumo, desperdício e alteração do meio ambiente, superou de tal maneira as possibilidades do Planeta, que o estilo de vida actual – por ser insustentável – só pode desembocar em catástrofes, como aliás, já está a acontecer periodicamente em várias regiões. A atenuação dos efeitos do desequilíbrio actual depende do que fizermos agora, sobretudo se pensarmos na responsabilidade que nos atribuirão aqueles que deverão suportar as piores consequências.”
“Dado que o mercado tende a criar um mecanismo consumista compulsivo para vender os seus produtos, as pessoas acabam arrastadas pelo turbilhão das compras e gastos supérfluos. (…)” “Por isso, não pensemos só na possibilidade de terríveis fenómenos climáticos ou de grandes desastres naturais, mas também nas catástrofes resultantes das crises sociais, porque a obsessão por um estilo de vida consumista, sobretudo quando poucos têm possibilidades de os manter, só poderá provocar violência e destruição recíproca”.
“Mas nem tudo está perdido, porque os seres humanos capazes de tocar o fundo da degradação podem também superar-se, voltar a escolher o bem e regenerar-se ,isto para além de qualquer condicionalismo psicológico e social que lhes seja imposto. São capazes de se olhar para si mesmos com honestidade e exteriorizar o próprio pesar e encetar caminhos novos rumo à verdadeira liberdade”.
Por tudo isto e muito mais, caro leitor, impõe-se que paremos para pensar e poupar, em vez de ir a correr para gastar. Mas para mim o mais insólito no meio disto tudo é chegarmos ao ponto de ter de ser um homem de Deus, o Papa Francisco, como outros anteriormente também já o fizeram, a alertar-nos para a pertinência de fazermos contas à nossa vida, à nossa carteira, à premente necessidade de não irmos atrás das conversas da “banha da cobra “e a evitar desbaratar tudo o que faz parte do património universal, o mundo, a nossa casa comum.
JOSÉ M. ESTEVES
NUM VAL`PENA: “Digital dellirius”ou escravos dos “smartphones” e das redes sociais
Sexta, 30 Outubro 2015
HOJE toda a gente tem um “smartphone”. Toda a gente está conectada à rede social. Nisto fica a ideia (errada penso eu) de que se não está “weberizado” é matreco. Se não está ligado ao “facebook”, “instagram”, “twitter”, “badoo”, “watsapp” e quejandos, então você não é normal. Você não está no sistema global.
A febre dos “smartphones” e das redes sociais é impressionante. Ao longo do dia e das horas úteis, milhares de pessoas chafurdam pelo “facebook” recordando-se esporadicamente de trabalhar.“Facebook” um hambúrguersócio-cultural que consumimos e nos empanturramos até à exaustão. É assustador, pois fica a impressão de que não podemos viver sem um “smartphone” e, por conseguinte, sem espreitarmos as redes sociais. Estamos viciados e, sobretudo, acorrentados aos seus tentáculos. Ao almoço com a família, ao jantar, durante a condução, na privacidade de um banheiro, no drama de um velório, estamos todos conectados vertiginosamente em velocidade supersónica. Já não há mais aconchego familiar. Estamos constantemente a ser chamados a participar das redes sociais, aplicativos de troca de mensagens e outros afins, sempre com pressa para ler e responder ou então a participar de tudo ali na hora, pois tem de ser “instantâneo”.
Somos uma espécie de jornalistas ambulantes. Reportamos acidentes, activamos o poderoso “flash” e "fotamos" assaltos, deleitamo-nos com intrigas conjugais, filmamos raptos em modo "live" e fazemos um “send” instantâneo para os amigos e grupos de internautas, sem nos esquecermos de acrescentar no fim aquele risinho idiota….kkkkkk ou o grosseiro kakakakaka! Na verdade os “smartphones” e as redes sociais há muito que deixaram de ser aplicativos de trabalho colaborativo, ou para atingir a alta eficiência no trabalho corporativo, de modo a trazer mais-valias e influência no mundo moderno. Hoje, em países como o nosso, sem indicadores ou estratégias de filtragem do lixo da globalização, usamos a rapidez informativa das redes sociais para invadir as paredes da privacidade no sentido de desnudar e “pornografar” vidas alheias. Não a usamos para aumentar a nossa produtividade. O e-mail, que devia ser uma espécie de escritório itinerante, é um espaço de actualização de labirintosas fofocas. Atingimos uma espécie “digital dellirius”, uma doença degenerativa causada pela ansiedade digital, que nos faz acordar e logo a seguir pegamos no “smartphone” para actualizar as odisseias de quintais alheios. Nos nossos escritórios não estamos focados aos nossos “deadlines”. Andamos a teclar perversa e informalmente, às vezes com o colega ao lado e com uma pita ou um gajo que nem sabemos “bem bem” quem é! Ridículo, mas verdade. Somos um “download” da desestruturação colectiva, vítimas de engenhocas inteligentes que nos usam e nos tornam vulgares e desequilibrados. BlackBerrys, tablets, i-Phones, samsungs tornaram-se objectos “sine qua non” para as nossas vidas, mandam e comandam e depois desestruturam unidades familiares. Casamentos caem pela porta dos fundos como resultado de “watsapps” medidos pela ilusão da infidelidade e traduzidos por códigos de (in)segurança. Pessoas que antes eram equilibradas “txecam” furtivamente seus “smartphones” obsessivamente pela madrugada dentro, durante as refeições e mandam mensagens logo pela manhã e durante o dia. O exército de hiperconectivos aumenta todos os dias, armado do culto do global e da submissão. O que pode ser feito para deixar os “smartphones” em seu lugar? Como podemos colher os benefícios da conectividade das redes sociais sem nos tornarmos seus escravos? Uma solução é nos submetermos a uma rigorosa dieta digital. Mas, como qualquer outra dieta, é muito complicado seguir à risca. Kkkkkkkkk!
Shaloom!
LEONEL MAGAIA - leoabranches@yahoo.com.br
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