2015-10-03 00:12:53 (UTC+01:00)
Gilbert Diendéré rendeu-se na quinta-feira às autoridades burkinabes e está detido numa base policial em Ouagadougou.
Parece que a transição pode retomar a sua marcha com o ponto de mira focado nas eleições que estavam previstas para o próximo dia 11, mas foram adiadas para uma data a anunciar.
Depois de duras negociações, na tarde de quinta-feira, o general, líder do golpe de 16/17 de Setembro, deixou a residência do Núncio Apostólico, o embaixador do Vaticano, em Ouagadougou.
Ele havia-se ali refugiado dois dias antes, pouco antes do ataque das forças lealistas a um quartel onde estavam abrigados alguns “irredutíveis” elementos do golpista Regimento de Segurança Presidencial (RSP).
Segundo a “Jeune Afrique” (JA), Diendéré concordou em ser levado para a base policial de Paspanga, perto do centro da capital, onde está à disposição da Justiça militar.
Outra figura do golpe, o tenente-coronel Mamadou Bamba, que, no dia 17 de Setembro, leu na televisão o comunicado anunciando o golpe, também se entregou na manhã de quinta-feira, um dia depois de terem sido presos seis outros oficiais que participaram do golpe de Estado.
Mais detenções são esperadas. De acordo com a JA, num comunicado de quinta-feira, o Governo afirma que “(...) as autoridades competentes procedem à detenção de pessoas suspeitas ou implicados na tentativa de desestabilizar as instituições da transição. Os processos judiciais já desencadeados”.
Por outro lado, o Estado-maior general das Forças Armadas burkinabes refere que pelo menos 800 a 900 dos 1300 homens do RSP já foram integrados em novas unidades do Exército.
Os soldados da antiga guarda pretoriana de Blaise Compaoré, dissolvida no passado dia 25, tinham o prazo, até o dia de ontem, para se apresentarem num quartel ou na sua nova posição sob ameaça de penalização. Alguns “irredutíveis e mentores”, no entanto, são procurados pela Justiça, disse a fonte.
Consequência notável da melhoria da situação no Burkina Faso é a viagem, na quinta-feira, do presidente de transição, Michel Kafando, para Nova Iorque para a Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Por outro lado, em Ouagadougou, a vida vai retomando o seu curso normal, embora um importante dispositivo militar permaneça implantado em locais estratégicos da cidade e o recolher obrigatório (23H00 – 05H30) ainda esteja ainda em vigor. [FM]
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