sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Afinal, de que paz falam estas pessoas?



É um paradoxo. Desafia a toda e qualquer lógica. Não se compreende nada mesmo do ponto de vista político. O Senhor Filipe Nhusy, PR e Presidente da Frelimo, quer a paz. O Senhor Afono Marceta, Presidente da Renamo, quer a paz. Os cidadãos Filipe Nhusy e Afonso Marceta, como moçambicanos querem a paz. A Presidente da Assembleia da República de Moçambique quer a paz. A Procudora Geral da República de Moçambique, os Presidentes dos Tribunais Supremo, Administrativo, Constitucional querem a paz. Os ministros querem a paz. Os comandantes gerais da Policia e das FADM querem a paz. O garimpeiros, legais ou não, querem a paz. Os mukheristas querem a paz. As igrejas e as mesquitas querem a paz. A imprensa nacional toda ela não só quer a paz como também difunde diariamente as mensagens de desejo à paz expedidas por todos. Até o presidente da Venezuela enviou um mensageiro especial para vir encorajar os esforços (??) do Presidente de Moçambique na manutenção da paz. Os chapeiros, quer sejam dos my loves ou não, querem paz. Os pescadores, legais ou não, os caçadores, sobretudo furtivos, todos eles querem a paz. Os mecânicos, os carpinteiros, os pedreiros, os alfaites, todos querem a paz. Era capaz de ariscar que mesmo os corruptos, trafulhas e traficantes deste País, também querem a paz. Praticamente, todos os moçambicanos, pobres ou ricos, doentes ou saudáveis, com autoridade ou sem ela, com poder ou simples pebleus, sem excepção, todos eles, do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Indico, querem a paz. Falam de paz e desejam a paz em todas as ocasiões que se lhes oferece a possibilidade de exprimir o seu pensamento. No entanto, o País vive uma tensão militar, uma instabilidade que produz vitimas mortais e deslocados. Há ataques, emboscadas, raptos e assassinatos. Incluindo um destes grupos que diz que também quer a paz – POLÍCIA DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE – embosca, ataca e cerca a casa de uma das pessoas - AFONSO MARCETA - que diz igualmente que quer e defende a paz. O País vive de incertezas, de insegurança, de medo do que possa acontecer em cada instante. Afinal, quem é, então o inimigo da paz? Quem é que promove esta situação de NÃO-PAZ? A lógica diria que: Premissa 1 = PAZ. Premissa 2 = NÃO-PAZ. Se todos têm e querem a premissa 1, como gritam, em Moçambique, logo, o País devia estar, realmente em paz. Mas estamos numa situação onde 2 mais 2 parece dar igual à 7. Quem está a mentir aqui?

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