segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Sobre o julgamento do “Caso Carlos Cardoso ”

Hoje quero falar um pouco sobre o julgamento do “Caso Carlos Cardoso ”
Como todos sabem, o julgamento do mediático “Caso Carlos Cardoso” tinha que acontecer. Isto porque houve muita pressão externa, principalmente dos doadores que alimentam o Orçamento do Estado moçambicano. Os doadores queriam que o julgamento acontecesse e que lhes fossem apresentados os operativos e os mandantes do assassinato do jornalista Carlos Cardoso. A maior pressão vinha da Noruega, pátria da viúva de Carlos Cardoso. Noruega até hoje alimenta o Orçamento do Estado moçambicano. 
tamen na altura o nome de Mocambique tava ser atirado na Lama por causo do casso montepuez onde tinham morrido cerca 120 pessoas por asfixia nas celas polícia pessoas inocentes.


Do princípio até ao fim do “Caso Carlos Cardoso”, os antigos Presidentes da República, nomeadamente Joaquim Chissano e Armando Guebuza, deslocaram-se à Noruega e com eles levaram os acórdãos do processo Carlos Cardoso para explicarem aos noruegueses que “já encontramos os mandantes. Por favor não cortem os vossos apoios. O nosso país é muito pobre”. É sobejamente do conhecimento público de que o julgamento do “Caso Carlos Cardoso” era uma questão de soberania do Estado e por via disso, os que estavam à frente do processo não queriam saber se Nini, Ayob e Vicente Ramaya eram os verdadeiros culpados. Havia que julgar, condenar e encerrar o processo rapidamente, para depois dizerem “missão cumprida”.

Joaquim Chissano foi à Noruega quando acabávamos de ser presos. Armando Guebuza foi à Noruega logo depois de o Tribunal Supremo exarar o seu acórdão sobre o processo Carlos Cardoso. o acordão do Supremo saiu quando a Noruega ameaxava cortar ajuda a Moçambique e ai os juízes do Supremo em plenas ferias judiciais exaram o acordão às pressas e entrgaram a Guebuza porque tinha viagem no dia seguinte
brevemente voltarei a este assunto.
Há aqui, no entanto, uma questão a levantar. A justificativa de prender inocentes só para mostrar serviço aos noruegueses é bastante estapafúrdia. Quer dizer, para a Noruega continuar a apoiar o Orçamento do Estado moçambicano tem que se prender inocentes?

Muitos amigos meus do facebook me têm mandado mensagens no meu inbox a perguntar por que só escolheram vocês os três? A resposta para isso é simples. Eu, Nini Satar, e Vicente Ramaya tínhamos um processo antigo chamado “Caso BCM” cuja fraude ocorreu em 1996. Para nos incriminar e fazer a devida convicção de que éramos realmente culpados pelo assassinato de Carlos Cardoso, inventaram um móbil (motivo) que era a fraude ao BCM.
Eu sempre disse e continuo dizendo que o “Caso BCM” jamais foi considerado perigo pelos réus deste processo. Repito: a fraude ao BCM ocorreu em 1996 e no mesmo ano ela foi despoletada. Ainda no mesmo ano todos os jornais da praça, à época, escreveram tudo o que quiseram sobre a fraude. Em 1998, concretamente no mês de Março, o processo já havia sido acusado pelo Ministério Público e pelo assistente particular do banco. Ambas as acusações foram remetidas ao Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, no mesmo mês de Março. ó processo ja tava entregue a 7; secção.
Como se pode perceber, quando um processo já está no tribunal não há mais nada a fazer senão esperar pelo julgamento. Carlos Cardoso foi assassinado no dia 22 de Novembro de 2000. Quero aqui esclarecer que a justiça moçambicana já nessa altura dava sinais de podridão. Inventaram um móbil para acusar a mim, Nini Satar, e a Vicente Ramaya. Quanto ao meu irmão, Ayob Satar, apanhou por tabela exactamente por ser irmão de Nini Satar.
NYIMPINE CHISSANO
Nyimpine Chissano foi acusado pelo Ministério Público, como mandante do assassinato do jornalista Carlos Cardoso, em 2006. Portanto, meses depois de Armando Guebuza haver sido eleito Presidente da República. Quando o mesmo Guebuza era secretário-geral do partido Frelimo, eu, Nini Satar, dirigi-lhe uma carta, cuja foi entregue na Rua Pereira do Lago, Sommerschield, sede do partido Frelimo. Na mesma carta denunciava a podridão que existia na Procuradoria. Juntei provas do envolvimento de Nyimpine Chissano no assassinato de Carlos Cardoso.
Logo após Guebuza ser eleito Presidente da República, o então Procurador-Geral da República, Joaquim Madeira, de certeza, deve ter recebido orientações da Presidência para deduzir uma acusação e emitir mandados de captura contra Nyimpine Chissano. Foi numa manhã de terça-feira que, munido de mandado de captura, o Procurador Fernando Cananda dirigiu-se à residência de Nyimpine Chissano. Porém, não foi possível prendê-lo. Houve fuga de informação por isso que quando Fernando Cananda estava em casa de Nyimpine, este já estava a atravessar a fronteira rumo à África do Sul.
Mais tarde juntaram alguns documentos de que a saúde de Nyimpine Chissano estava débil e que por via disso não podia estar preso. Nessa altura, Augusto Paulino era juiz presidente do Tribunal Judicial da Província de Maputo, na Matola. Semanas depois, foi promovido a juiz presidente do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo. A estratégia era simples: a promoção de Paulino era exactamente para controlar o processo autónomo cujo principal arguido era Nyimpine Chissano.
Estando na Matola, Paulino dificilmente poderia controlar o processo, por isso que o chamaram para junto do tribunal onde estava o processo autónomo. Paulino fez exactamente aquilo que lhe pediram: sentou-se encima do processo autónomo e nunca permitiu que os mandados de captura fossem executados até que depois ouvimos por ai de que Nyimpine Chissano “faleceu”.
CONFISSÃO DE NYIMPINE CHISSANO
Durante o julgamento do “Caso Carlos Cardoso”, Nyimpine Chissano confessou ao tribunal que os artigos do jornalista o incomodavam a si, aos tios, tias, avos, pai, mãe, irmãos, esposa e até ao seu filho que ainda estava no ventre da mãe. Com isso, estava a dizer que Carlos Cardoso era um verdadeiro incómodo para si e para a sua família. É do domínio público de que nos anos 1999/2000, Carlos Cardoso escreveu uma série de artigos contra Nyimpine Chissano e sua família.
MALABARISMOS DE PAULINO
Como sempre digo, Augusto Paulino é um bandido, corrupto, ganancioso e ladrão. Digo isto de boca cheia porque tenho como provar. No dia que esse juiz bandido quiser abrir um processo contra mim, vou ter muito prazer de mostrar ao povo moçambicano o verdadeiro carácter, ou seja, a face oculta desse juiz chamado Augusto Raul Paulino.
No dia em que fui ouvido, durante o julgamento do “Caso Carlos Cardoso”, juntei alguns cheques da empresa de Nyimpine Chissano e os referidos cheques tinham a sua assinatura. São cheques que o próprio Nyimpine trocou comigo para que eu fizesse pagamentos a Anibalzinho. Alguns desses cheques estão aqui postados, podem ver as suas datas. São do dia 23 de Novembro de 2000 (dia seguinte após o assassinato de Carlos Cardoso) e o outro é de 30 de Novembro de 2000 (uma semana depois do assassinato de Carlos Cardoso).
Quando juntei os cheques originais no tribunal, o juiz Paulino ficou muito atrapalhado e quis desvalorizá-los. Ficou tão atrapalhado como se fosse uma mulher casada cujo marido a surpreendeu com um amante na cama. Paulino, definitivamente, não sabia o que fazer. A verdade estava ali exposta nua e crua. Arranjou argumentos de que as assinaturas dos cheques não eram legíveis.
O advogado Domingos Arouca pediu para ver os mesmos cheques e disse: “Eu que sou velho e tenho sérios problemas de vista, consigo ver bem a assinatura”. Simeão Cuamba, advogado, disse que “a assinatura é de Nyimpine Chissano vesse bem bem o N e chissano.Não preciso de óculos para ver isso”. Abdul Gani, advogado, disse que “os cheques são originais e a assinatura está bem legível”. Eduardo Jorge, também advogado, disse que “a assinatura de Nyimpine é igual ao do pai. à diferença esta entre o J e N Por isso é inconfundível ”. O juiz Augusto Paulino, marionete do sistema, mandou ditar na acta de que a assinatura é ilegível. Vejam meus senhores até aonde vai a nossa justiça e os seus representantes!!!
Paulino parecia mais advogado do Nympine do que qualquer coisa.

Nini Satar

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