As promessas de não retorno à
guerra valem como promessas.
São promessas que, provavelmente,
mais se orientam no sentido
de apaziguar ou refrear os ânimos dos
cidadãos do que propriamente em garantir
o seu cumprimento. Cada uma das partes
parece fazer dois discursos: um de apropriação
do protagonismo político, fazendo
passar a ideia de que está em posição de
força, e, outro, de apelo ao cidadão no sentido
de perceber que o maior, aliás, o único
culpado é o seu adversário político.
Para o primeiro tipo de discurso cada uma
das partes assume uma determinada dignidade
que a caracteriza. Ou seja, quem
está no poder defende a sua dignidade
usando, entre outros, com maior peso, o
poder da imprensa pública (entenda-se
“pro-governamental”) sob seu domínio.
As reclamações, exigindo um mínimo de profissionalismo, imparcialidade e isenção,
ainda que tenham a sua dose de provimento,
são relegadas para uma gaveta fictícia timbrada
ou rotulada de “oposição”. Na hora do
aperto é fácil esquecer que a imprensa pública,
assim entendida, não deve e nem pode ser
partidarizada e que, por isso, o público merece
respeito em termos de cruzamento de fontes.
É suspeito e cansativo quando apenas nos é
dado a consumir o conteúdo do lado que acusa
e diaboliza o outro. Tão pesado e desestruturante
se torna quando isso só confirma a regra.
Olhando para o “outro lado”, designadamente
a oposição, a defesa da dignidade é feita basicamente
pela imprensa privada (entenda-se
“livre”, no sentido de censura e independência
editorial), fora do seu domínio directo. Há
um “domínio indirecto” da oposição sobre a
imprensa, no geral, através do seu comportamento
político, independentemente do agrado
dessa mesma imprensa. Por exemplo, os títulos
dos semanários da praça são um chamariz importante
para percebermos algo sobre o signi-
ficado de liberdade de expressão e exercício de
democracia. Essa liberdade consegue vender
as ideias da oposição, pressionada pelo momento
e pelo sentido de oportunidade, aliás,
pelo necessário faro que este tipo de negócio
exige. Quando esse exercício incomoda atrai
rótulos como libertinagem, imprensa não sé-
ria, pasquins, etc. O acto de denegrir a luta
contra desinformação assume-se assim como
produto de intolerância ou de quem procura
ganhar a sua razão gritando mais alto que a
própria razão.
Tanto o primeiro tipo de imprensa como o segundo
mostram-nos uma espécie de empate
relativamente à apropriação do protagonismo
político; os dois localizam-se no ministério da
verdade, mas cada um no seu respectivo andar.
Por vezes, as tendências cruzam-se nos
corredores desse mesmo ministério onde
confirmam percepções antigas, percepções
ligadas ao “fantasma do profissionalismo”.
Percebem, por isso, que que é preciso desconstruir
os medos e no seu lugar reconstruir
e fortalecer o profissionalismo para
tornar mais visível e credível o seu ministério.
Quanto ao segundo discurso feito pelas
partes, o de que o culpado é o adversário
político, a resposta está na exigência de
paz. O cidadão percebe, ou já percebeu,
que o sacrifício em eleger o culpado nunca
foi a solução do problema. Aos culpados
custa exigir que se comportem como tal
quando se sabe que só os mesmos estão em
posição primeira de solucionar o problema.
Quando as partes decidirem “baixar
a guarda” teremos pernas para resolver o
problema que nos aflige. Isso é para breve.
Num livro de 252 páginas intitulado “Moçambique: 40 anos de Independência e Soberania. Lições, Desafios e Oportunidades” Raimundo Pachinuapa escreveu suas memorias sobre a luta de liberta- ção de Moçambique, e lançou na segunda-feira última, numa altura em que se celebra 40 anos de independência. O seu autor, Raimundo Pachinuapa, disse tratar-se de um convite para a celebração, em conjunto, dos 40 anos da independência nacional. A obra tem para si um enquadramento político-histórico no concernente às várias etapas da consPachinuapa escreve memórias trução do Estado moçambicano e retrata as memórias dos combatentes, exaltando a bravura e a coragem dos jovens de 25 de Setembro. “Esta é a forma clássica de seguir os ideais dos jovens de 25 de Setembro, de descarregar o fardo que o povo moçambicano carregava durante os 500 anos da coloniza- ção [portuguesa]. Neste livro, encontra-se o testemunho da dureza do passado colonial, a imagem da mudança para melhorar a vida do nosso povo, durante os 40 anos da independência nacional”, explicou. O autor pretende com a obra contribuir para a reflexão conjunta sobre o estado actual do país e a contribuição de cada moçambicano para a construção de um país soberano e próspero. Por essa razão, o Tenente-general defendeu que a recolha e publica- ção das memórias dos combatentes é um contributo para o enriquecimento do ensino histórico de Moçambique, pois um povo deve valorizar a sua história e identidade, pelo que disse tratar-se de uma obrigação e responsabilidade de todos. De referir que esta é a terceira obra sobre memórias dos libertadores pois a primeira foi publicada com o título “Memórias da Revolução 1962/1974” a quatro anos na capital do país. (Rafael Ricardo)
Num livro de 252 páginas intitulado “Moçambique: 40 anos de Independência e Soberania. Lições, Desafios e Oportunidades” Raimundo Pachinuapa escreveu suas memorias sobre a luta de liberta- ção de Moçambique, e lançou na segunda-feira última, numa altura em que se celebra 40 anos de independência. O seu autor, Raimundo Pachinuapa, disse tratar-se de um convite para a celebração, em conjunto, dos 40 anos da independência nacional. A obra tem para si um enquadramento político-histórico no concernente às várias etapas da consPachinuapa escreve memórias trução do Estado moçambicano e retrata as memórias dos combatentes, exaltando a bravura e a coragem dos jovens de 25 de Setembro. “Esta é a forma clássica de seguir os ideais dos jovens de 25 de Setembro, de descarregar o fardo que o povo moçambicano carregava durante os 500 anos da coloniza- ção [portuguesa]. Neste livro, encontra-se o testemunho da dureza do passado colonial, a imagem da mudança para melhorar a vida do nosso povo, durante os 40 anos da independência nacional”, explicou. O autor pretende com a obra contribuir para a reflexão conjunta sobre o estado actual do país e a contribuição de cada moçambicano para a construção de um país soberano e próspero. Por essa razão, o Tenente-general defendeu que a recolha e publica- ção das memórias dos combatentes é um contributo para o enriquecimento do ensino histórico de Moçambique, pois um povo deve valorizar a sua história e identidade, pelo que disse tratar-se de uma obrigação e responsabilidade de todos. De referir que esta é a terceira obra sobre memórias dos libertadores pois a primeira foi publicada com o título “Memórias da Revolução 1962/1974” a quatro anos na capital do país. (Rafael Ricardo)
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