quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Dilma assume o governo


POR ILIMAR FRANCO
Berzoini
A presidente Dilma criou um triunvirato para comandar pessoalmente o governo. Mercadante fiscalizará a gestão dos ministérios. Berzoini assumirá a relação com o Congresso. Edinho Silva vai tourear com os meios de comunicação. Dilma acordou e deu ao PMDB o que é do PMDB. O aliado sai fortalecido. Sem peso no Congresso, o PT fica de seu tamanho real. A oposição perde gás.
Um duro golpe na oposição
A reforma administrativa e ministerial jogou água fria nas forças que defendem a abertura de um processo de impeachment. Os tucanos diziam que estavam nas mãos do PMDB. E a sigla preferiu o Ministério da Saúde e seu orçamento de R$ 106 bilhões. As especulações sobre um rompimento com o governo foram para o vinagre. A operação política teve no presidente Lula um de seus inspiradores. Para se defender do mensalão, ele entregou a Saúde para um peemedebista. O governo criou músculo. Embora não possa contar com todos, sua base é de 276 votos em 7 partidos. E, ainda, pode pescar outros 93 votos em 6 partidos, além de outras 10 siglas nanicas.
“Não contem mais comigo para isso. Estou fora desse debate de Ministério. Já me desgastei demais com isso (cargos)”
Michel Temer
Vice-presidente, numa referência às suas tarefas na coordenação política do Planalto
Ele não indica, mas veta
O favorito no PMDB para ocupar a Saúde é o deputado Manoel Junior. Ele tem boas relações com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o líder Leonardo Picciani. Marcelo Castro se queimou na reforma eleitoral. Ele ficou contra o distritão.
Katia abreu
A manobra
Temendo perder apoio da bancada do Senado, a ministra Kátia Abreu (Agricultura) esteve anteontem em jantar na casa do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira. Lá, desabafou, dizendo que foi vítima de um processo para fortalecer Mercadante na Casa Civil. Seu nome entrou na roda para que o Planalto desmentisse a saída do petista.
De oito a oitenta
Integrantes da ala de oposição na bancada do PMDB ficaram irritados com o deputado Carlos Marun. Ele era um radical defensor do impeachment, mas ontem queria incluir seu nome na lista de candidatos à pasta da Saúde. 
Goleada
Já era nove da noite quando a bancada do PMDB na Câmara encerrou sua reunião. Antes de aprovar a lista que seria levada à presidente para as pastas da Saúde e de Portos e Aviação, houve uma votação sobre levar ou não esses nomes. O presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta, defendeu o sim. Deu 42 x 9 a favor da indicação. 
O desfile dos candidatos
O PMDB tem dúvidas para a pasta de Aviação e Portos. Há quem diga que não se deve desalojar quem está: Eliseu Padilha. Outros falam de Celso Pansera, que teria ligações com Giles Azevedo. Há ainda José Priante, do Pará de Jader Barbalho.
Para quando o carnaval chegar
Os petistas estão na muda, esperando o serviço completo. Já tinham sido alertados pelo presidente, Rui Falcão, de que iriam dançar. Sobre a perda da Saúde, um olímpico petista afirmou que o importante era dar consistência à base.
Última forma. O ministro Edinho Silva vai assumir o Ministério das Comunicações e levará consigo a Secretaria de Comunicação da Presidência.

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