Francisco Louçã
"Sócrates deveria estar em liberdade da mesma forma que digo que Ricardo Salgado deve aguardar em liberdade" o julgamento à queda do Banco Espírito Santo, começa por comentar Francisco Louçã no seu espaço habitual no programa 'Tabu' da SIC Notícias.
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No programa semanal 'Tabu' na SIC Notícias, Francisco Louçã comentou as declarações da ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, sobre a limitação da separação de poderes caso o Partido Socialista vença as eleições. Para o ex-líder bloquista, a “ministra comentou com algum embaraço a sua própria entrevista” além de se mostrar “bastante fragilizada”.
Paula Teixeira da Cruz disse esta sexta-feira que receava “uma limitação da separação de poderes” caso o PS vença as eleições, tendo em conta as declarações de vários responsáveis socialistas sobre casos concretos. Nesta consideração a ministra apoia-se nas declarações do socialista Mário Soares.
“Chega a esta declaração muito fragilizada. Com alguma imaturidade na forma como trata questões tão importantes. Até de forma leviana e talvez procure fazer um jogo político sobre as dificuldades na justiça. Mas não o deve fazer, está errada”, explica.
A ministra afirmou ainda que os comentários de Mário Soares condicionavam o juiz Carlos Alexandre, quando disse para ele se cuidar. Mas para Louçã, dizer que o juiz se deve cuidar não é nenhuma difamação ou ameaça.
Já sobre a prisão preventiva do ex-primeiro-ministro José Sócrates, o bloquista continua a afirmar que ele não deveria aguardar o caso em prisão preventiva.
“Não há nada que fundamente a necessidade de José Sócrates aguardar em prisão preventiva. Nada justifica uma prisão preventiva. Presumamos que Sócrates é culpado. Deve uma pessoa perante estas acusações ter de aguardar em prisão?”, questiona.
Francisco Louçã frisa que Sócrates não iria interferir no caso de forma alguma. “Não vejo como ele possa interferir no processo mais do que o debate público interfere. A não ser uma pessoa que está a cometer crimes, qualquer que ela seja, não se deve abusar da prisão preventiva”, continua.
O comentador garante ainda que Sócrates deveria estar em liberdade “da mesma forma que Ricardo Salgado deve aguardar em liberdade" o julgamento ao BES.
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