O ano passado passei grande parte do meu tempo a atacar os deputados por causa dos exageros da Lei da Previdência dos Deputados pelo facto de achar que ela era muito desiquilibrada e não oferecia nenhum 'value for money' ao contribuinte do paîs na medida em que os nossos 250 penduras nâo são contratados por mérito individualmente pelo eleitor. E agasta-me ter que pagar seja o que for a estes cidadâos em face do facto de que nunca achei o seu trabalho como conjunto, satisfatório embora haja respeitâveis excepçôes nas 3 bancadas.
Jà até propus que enquanto nâo fossem eleitos em listas uninominais (apoiadas ou nâo pelos partidos) os seus partidos deviam receber o bolo que o OGE destina para a sua compensaçâo e distribuilos cabendo cada um a parte que a cupula do partido decidisse corresponder ao trabalho que tiverem feito.
A semana passada, soubemos que alguns deputados nâo iriam tomar posse em protesto aos resultados eleitorais. Fiquei apreensivo porque válidas ou nâo as suas razôes eu gosto de ver as instituições a funcionarem. Mas mais apreensivo fiquei quando vi aqui alguns G40 a incentivar (e até coagir) os refractàrios a tomarem posse para nâo perderem as regalias.
E hoje ao ouvir a chefe da bancada do partido do meu coraçâo a ecoar esta mensagem ficou-me mais claro que a maioria dos deputados eleitos representam o seu estômago, o seu partido e bem lá atrás os que os elegeram. Tenho sérias duvidas que representem o eleitor-contribuinte ou o povo.
Por isso acho que o recém-abortado processo de revisâo constitucional deve ser retomado. Para permitir que cada deputado seja eleito individualmente e que vote em primeiro lugar segundo os interesses dos seus eleitores e deles exija a compensaçâo merecida e a puniçâo de nâo serem reeleitos caso a sua performance deixe muito a desejar.
A representaçâo proporcional está a mostrar ser um fiasco e a fazer da AR um refugio de parasitas.
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