A verdadeira Renamo, aquela que é liderada por Afonso Dhlakama,
manifestou, última quarta-feira, em Satunjira, satisfação com as
conversas entre o Governo de Moçambique e a Renamo
no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, na cidade de
Maputo, contrariando, deste modo, as vozes ensurdecedoras do “porta-voz”
da Renamo Fernando Mazanga que, de forma reiterada diz que não há
avanços no CICJC. Para a surpresa dos diferentes órgãos de comunicação
social e alguns analistas que radicalizam posições, Dhlakama disse “para
quem conhece a Frelimo, e eu conheço bem, as negociações estão num bom
curso. Parte das nossas exigências foram acomodadas” realçou Afonso
Dhlakama.
Se estamos recordados, o Chefe da Delegação do Governo, o Ministro José
Pacheco vem defendendo que, o Governo fez cedências e que a Renamo não
fez nenhuma na mesa de conversa com o Governo, ao mesmo tempo que
Macuiane, Chefe da Delegação da Renamo reitera que não há avanços na
conversa com o Governo. Se a posição de Macuiane é compreensível, na
medida em que lhe foi indicado um tecto, já não me parece razoável que,
analistas olhem para as cedências do Governo como um “nada”, pior que
isso, manifestam indignação perante “intransigência” do Governo, mas,
afinal, não existe “intransigência” a Renamo real, a Renamo de Dhlakama
acompanha com agrado os resultados e corrobora com as declarações do
Ministro de Agricultura segundo as quais o Governo fez cedências e a
Delegação da Renamo mantêm-se na inércia total.
Para se avançar ao nível de outros Dossiers, Afonso Dhlakama criou
outra comissão especializada (Defesa e Segurança) para conversar
igualmente com o Governo da Republica de Moçambique, para a chefia deste
grupo está o antigo Secretario Geral e actualmente Chefe do
Departamento de Segurança da Renamo o Momad Ossufo, e integra Mandava
Meque, José Manuel, António Murozewa, Raimundo Taio e Raimundo Martins
(todos antigos guerrilheiros da Renamo) com assessoria de um Jurista, de
nome, Ezequiel Gusse, este, pode ser, o verdadeiro grupo de “choque”
aquele que mantém Afonso Dhlakama nas matas de Satunjira, Gorongosa, a
chamada ala dura da Renamo, acredita-se que, é neste grupo onde poderá
se discutir algo palpável e não o grupo sob liderança de Macuiane com
“porta-voz” como Fernando Mazanga.
As posições da Renamo de Satunjira aparecem como uma “bofetada” a
Renamo do cimento que, não raras vezes tem aparecido a fazer declarações
bombásticas, alegadamente em nome da Renamo e, aqui fica claro, não é a
Renamo sob liderança de Afonso Dhlakama, são outras Renamos por aí
fora!
Por estas e outras, alguns analistas deveriam se consultar antes de
emitirem pareceres sobre dossiers que pouco dominam ou pura e
simplesmente não os conhecem, é que não fica bem para quem esgrime
argumentos “bizarros” até certo ponto radicais para, aparecer a entidade
interessada dizer o contrário, vale a regra de “em boca fechada não
entra mosca”.
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