MARCO DO CORREIO por Machado da Graça
Olá Ricardo
Como estás de saúde? Do meu lado tudo bem, felizmente.
E, como se costuma dizer, sempre a aprender.
Vê lá tu que eu, com a idade que já tenho, sempre acreditei que, num país, as forças armadas serviam para enfrentar inimigos externos e a polícia para resolver problemas internos. Mas, pelos vistos, estava redondamente enganado, a avaliar pelas declarações do nosso Ministro da Defesa, citadas pelo Magazine Independente.
Segundo aquele jornal, Filipe Nyussi garantiu que as forças armadas estão-se a preparar para garantir a realização das eleições municipais de 20 de Novembro. Disse mesmo que os votantes poderão ir exercer o seu direito sem medo porque a sua segurança estará garantida.
Ora eu não tenho conhecimento de que haja alguma potência estrangeira interessada em impedir a realização do acto eleitoral. Portanto, a preparação dos militares está virada para combaterem outros moçambicanos, no interior das nossas fronteiras.
Mas, já que estamos a falar de funções de diferentes estruturas, houve outras coisas interessantes nas declarações do Ministro. Uma delas foi, e cito o jornal, “está em curso um trabalho de envolvimento do sector privado na protecção do mar, do espaço e da terra”.
Ora isto é levar o capitalismo até onde não creio que nenhum outro país já chegou. Entregar tarefas da Defesa a entidades privadas não passa pela cabeça de ninguém, nem na capitalistíssima América.
Só mesmo nós!
Disse também, quando lhe perguntaram se a nossa Força Aérea tinha aviões MIG, que “Moçambique sempre teve MIGs e não houve nenhuma outra compra”. E isto lembra-me aquela expressão “com a verdade me enganas”. É verdade que Moçambique já teve aviões de combate MIGs mas há muito que deixou de ter sequer um com capacidade para voar. Será que, por um qualquer milagre, essas velhas sucatas se vão fazer, de novo, aos ares? E, se for verdade que não se fizeram novas compras, do que eu duvido fortemente, quanto se terá gasto em peças, incluindo os próprios motores, para conseguir esse milagre?
E, por fim, queria referir o que Filipe Nyussi disse sobre o recente ataque a uma esquadra de polícia em Muanza. Para começar o Ministro negou que, do lado da força policial, tenha havido baixas humanas. No entanto, é sabido que as forças atacantes entraram na esquadra e levaram consigo armamento e produtos alimentares. O próprio Nyussi o confirmou.
Fica, portanto, a dúvida sobre onde estavam os polícias quando o ataque se deu. Se não houve baixas como foi que os atacantes conseguiram entrar na esquadra? Ou será que os polícias, aos primeiros tiros, fugiram com quantas pernas tinham?
Neste último caso, é com gente dessa que Filipe Nyussi conta para defender o processo eleitoral?
Coisas que, por vezes, se diz sem pensar antes...
Um abraço para ti do
Machado da Graça
In CORREIO DA MANHÃ – 18.10.2013
Comentario: E os resultados dessa parceria estrategicas ja sao bem visiveis. Uma empresa israelita recentemente instalada em Mocambique esta a oferecer servicos para rastrear chamadas telefonicas dos raptores de Maputo. Depois da EMATUM, o mercado mostra-se "cheio de oportunidades". E bota cheio nisso!
Olá Ricardo
Como estás de saúde? Do meu lado tudo bem, felizmente.
E, como se costuma dizer, sempre a aprender.
Vê lá tu que eu, com a idade que já tenho, sempre acreditei que, num país, as forças armadas serviam para enfrentar inimigos externos e a polícia para resolver problemas internos. Mas, pelos vistos, estava redondamente enganado, a avaliar pelas declarações do nosso Ministro da Defesa, citadas pelo Magazine Independente.
Segundo aquele jornal, Filipe Nyussi garantiu que as forças armadas estão-se a preparar para garantir a realização das eleições municipais de 20 de Novembro. Disse mesmo que os votantes poderão ir exercer o seu direito sem medo porque a sua segurança estará garantida.
Ora eu não tenho conhecimento de que haja alguma potência estrangeira interessada em impedir a realização do acto eleitoral. Portanto, a preparação dos militares está virada para combaterem outros moçambicanos, no interior das nossas fronteiras.
Mas, já que estamos a falar de funções de diferentes estruturas, houve outras coisas interessantes nas declarações do Ministro. Uma delas foi, e cito o jornal, “está em curso um trabalho de envolvimento do sector privado na protecção do mar, do espaço e da terra”.
Ora isto é levar o capitalismo até onde não creio que nenhum outro país já chegou. Entregar tarefas da Defesa a entidades privadas não passa pela cabeça de ninguém, nem na capitalistíssima América.
Só mesmo nós!
Disse também, quando lhe perguntaram se a nossa Força Aérea tinha aviões MIG, que “Moçambique sempre teve MIGs e não houve nenhuma outra compra”. E isto lembra-me aquela expressão “com a verdade me enganas”. É verdade que Moçambique já teve aviões de combate MIGs mas há muito que deixou de ter sequer um com capacidade para voar. Será que, por um qualquer milagre, essas velhas sucatas se vão fazer, de novo, aos ares? E, se for verdade que não se fizeram novas compras, do que eu duvido fortemente, quanto se terá gasto em peças, incluindo os próprios motores, para conseguir esse milagre?
E, por fim, queria referir o que Filipe Nyussi disse sobre o recente ataque a uma esquadra de polícia em Muanza. Para começar o Ministro negou que, do lado da força policial, tenha havido baixas humanas. No entanto, é sabido que as forças atacantes entraram na esquadra e levaram consigo armamento e produtos alimentares. O próprio Nyussi o confirmou.
Fica, portanto, a dúvida sobre onde estavam os polícias quando o ataque se deu. Se não houve baixas como foi que os atacantes conseguiram entrar na esquadra? Ou será que os polícias, aos primeiros tiros, fugiram com quantas pernas tinham?
Neste último caso, é com gente dessa que Filipe Nyussi conta para defender o processo eleitoral?
Coisas que, por vezes, se diz sem pensar antes...
Um abraço para ti do
Machado da Graça
In CORREIO DA MANHÃ – 18.10.2013
Comentario: E os resultados dessa parceria estrategicas ja sao bem visiveis. Uma empresa israelita recentemente instalada em Mocambique esta a oferecer servicos para rastrear chamadas telefonicas dos raptores de Maputo. Depois da EMATUM, o mercado mostra-se "cheio de oportunidades". E bota cheio nisso!
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