sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Diamantino Miranda com 48 horas para abandonar Moçambique.



 Motivo: palavras injuriosas proferidas no final de uma partida de futebol, registadas magneticamente por jornalistas que as escutaram. Entre os improperios, qualificou os profissionais da pena como: "...ladroes, vendidos a clubes, que vivem da sopa alheia para comer e dormir..." Entre outros mimos.

O que eu penso disso tudo?

Primeiro, nao foi uma atitude correcta de Diamantino Miranda. Mas nao sei se foi uma atitude proporcional face ao ilicito cometido para resultar em 48 para abandonar Mocambique.

Vamos por partes:

1- Injuria no Futebol? Ora bem, quantas vezes os srs. Arnaldo Salvado, Artur Semedo o fizeram em termos muito mais gravosos, com acusacoes de corrupcao activa ou tentada por parte das supostas vitimas? Incontaveis. Mas o que e que lhes aconteceu? Nada de especial. E porque?

Porque nao eram estrangeiros. Ou por outra, nao eram estrangeiros (portugueses)...

Quantas vezes ouvimos nos falar de KARATE e INSULTOS (em Mandarim) nas obras dos chineses para fazer os mocambicanos trabalhar 12 horas por dia? Mas foram expulsos? Quando?

Se calhar e porque os visados nao falam Mandarim...

2- Ha efectivamente homens da pena pagos para sujar a imagens de clubes e treinadores de futebol? Parece obvio demais para se negar sua existencia. E por diversos angulos de observacao. Mas ja foi condenado alguem por - indubitavelmente - se ter colocado numa posicao de corrupcao activa face aos interesses instalados? Nunca. E nem se espera que um dia isso venha a suceder. E porque? Porque e o futebol! O suposto desporto para "homens de barba rija"...

3- Tera Diamantino Miranda levantado acusacoes sem fundamento? Talvez. Mas por que nao se retratou, a tempo de pedir desculpas publicas a quem dirigiu tais palavras? Por conviccao? Por teimosia? Por ambas as coisas? Ou por "costas quentes"? E ja agora, de quem?

4- E a primeira vez que cidadaos portugueses usam linguagem inapropriada para se dirigirem a nacionais? Nao. E ja vimos varios exemplos. No MOZABANCO. Num desabafo recente da Eladia Madau, ate na delegacao da TAP em Maputo, quando os viajantes vindos de Lisboa la vao reclamar a violacao da bagagem, acusando o aeroporto de Maputo de ser "um pardieiro de ladroes"!

Pura mentira. Os ladroes estao no aeroporto da Portela. E a ANA deveria descobrir quem sao. Porque, de gostos finos, e com olhos postos na bagagem da Primeira Classe do voo Lisboa-Maputo.

Curiosamente, poucas sao as vezes que se reclama a mesma coisa no percurso inverso.

Portanto, ha aqui inumeras situacoes que nos levam a concluir que episodios como o de Diamantino Miranda se tornam cada vez mais corriqueiros nas relacoes luso-mocambicanas. Estou certo que, em Angola, o comportamento e bem mais cordato para com os locais. Porque?

Ja o devem saber...

Consequentemente, na minha interpretacao, a mao pesada sobre o ex-treinador do Costa do Sol foi determinada:

1- Pela necessidade de se dar um exemplo aos reincidentes ou futuros tecnicos expatriados no desporto nacional;

2- Para cumprir uma agenda eleitoreira, satisfazendo a sanha "anti-tuga" que e transversal a toda sociedade mocambicana, independentemente da sua cor politica;

3- Pelo facto de Diamantino Miranda nao ser suficientemente intelectual para dizer a mesma coisa, com um vocabulario diferente.

Porque, em verdade vos digo. Coisas destas voltarao a suceder com a prata da casa do nosso futebol. E a culpa vai morrer solteira.

Mas como ja dizia o ditado: - em Roma, sede romano...

Captou, Diamantino?

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