Passa hoje mais um dia sobre a morte de Eduardo Mondlane
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/morte_eduardo_mondlane_03021969/
23/10/2012
Um perfil de Eduardo Chivambo Mondlane: Desmistificação ou Mera Reflexão Sobre as Suas Interacções nos EUA [1]
Maputo, Quarta-Feira, 24 de Outubro de 2012:: Notícias
Importa-me realçar a distinção entre lembrar Mondlane como mito político - herói de coragem e integridade indisputável - e lembrar Mondlane como homem normal, cujo papel na luta contra o colonialismo Português dependeu em grande parte do encorajamento de outros seres humanos com enormes capacidades analíticas dos efeitos do colonialismo.
Numa entrevista (Manghezi, 1999), Janet Rae Johnson, viúva de Eduardo Mondlane, confessa que a imagem de Mondlane foi invocada, muitas vezes, pelo Governo de Moçambique independente como símbolo de conveniência. Johnson, revela que “houve outras ocasiões em que se devia projectar a unidade do país e, nessas ocasiões, iam buscar o Mondlane à arrecadação e limpavam-lhe o pó.”
Numa entrevista (Manghezi, 1999), Janet Rae Johnson, viúva de Eduardo Mondlane, confessa que a imagem de Mondlane foi invocada, muitas vezes, pelo Governo de Moçambique independente como símbolo de conveniência. Johnson, revela que “houve outras ocasiões em que se devia projectar a unidade do país e, nessas ocasiões, iam buscar o Mondlane à arrecadação e limpavam-lhe o pó.”
26/08/2012
Graça Machel sobre a“Morte de Samora Machel”(video)(2)
Traduçao portuguesa, por Francisco Moisés, do comentario em inglês de Jaime Mauricio Khamba.
"A morte de Samora Machel foi planeada por alguns altos dirigentes da Frelimo em em Maputo, e nao somente pelo chamado regime do apartheid. Os conspiradores ainda estao em Maputo e sabem do que fizeram. Graça Machel parece ter uma ideia sobre quem matou o seu marido como Janet Mondlane parece tambem saber quem matou o seu marido.
Quanto a questao do Rev. Simango ser declarado uma persona non grata e expulso da Tanzania, a razao dos tanzanianos nao foi somente por causa do seu documento "GLOOMY SITUATION IN FRELIMO" (Nota do tradutor: isto foi o que os jornais de Nairobi no Quénia disseram e eu li visto que ja vivia em Nairobi a partir do mes de Agosto de 1969 e Simango explodiu com o seu documento de denuncias em Octubro de 1969). A expulsao do Simango da Tanzania foi causada pelo comportamento inconsistente do proprio Simango. Depois do jornal "Nationalist" ter denunciado os lideres da Frelimo por estarem a beijar as suas esposas como se estivessem em Nova Iorque, (presidente) Nyerere e (vice-presidente) Kawawa convocaram o Gwenjere para uma reuniao privada e Gwenjere recommendou que Simango com a sua experienica devia estar na reuniao. Mais tarde, Simango revelou certas das conversas tidas como os tanzanianos aos amigos de Mondlane e assim os lideres tanzanianos viram a sua confiança nele traida. Sobre o que Simango revelou ao lado do Mondlane, isto vira contido no meu livro "ALGUNS ACONTECIMENTOS QUE CAUSARAM A MORTE DO MONDLANE."
(Comentario do tradutor): Fui eu proprio a revelar pela primeira vez aos leitores neste jornal que Simango tinha sido corrido da Tanzania na sequencia do seu documento "Gloomy Situation in Frelimo." Na verdade, para os tanzanianos, o que o Simango escreveu nao tinha nada de novo. Os tanzanianos ja tinham mais informaçoes sobre os crimes que o grupo Mondlane cometia na Frelimo e em Cabo Delgado como o seu campo de matanças(killing field)do que aquilo que Simano revelou no seu documento.
Graves acusaçoes contra a liderança da Frelimo chegavam ao gabinete do vice-presidente Rashid Kawawa de muitas fontes, e eram principalmente canalisadas pelo Padre Gwenjere a quem muitos militantes iam para denunciarem o que se passava na Frelimo.
Os tanzanianos nao se alegravam com jogos de traiçao que o Rev. Simango jogava. O Simango foi um dia chamado pelos tanzanianos para confirmar as acusaçoes que tinham sido canalisadas atraves do Gwenjere. Simango disse que as acusaçoes na tinham nada da verdade. Isto duma certa maneira desvalorisou o Gwenjere e fez com que o governo da Tanzania nao actuasse contra a liderança da Frelimo visto que o governo de Tanzania tinha dito que actuaria para acabar com as brincadeiras da liderança da Frelimo que punham em perigo a segurança da Tanzania (Boaventura Lemane, New Jersey, 2001, em conversa telefonica comigo).
Mais tarde, depois da morte de Mondlane, e vindo-se cercado pelos seus colegas do triunvirato, Samora Machel e Marcelino dos Santos, que planeavam dar cabo dele, Simango viu-se entao obrigado a ir ao governo tanzaniano para denunciar os malfeitos da liderança da Frelimo. As suas acusaçoes eram exactamente aquelas que Gwenjere tinha canalisado ao governo e que ele Simango tinha declarado ao mesmo governo como falsas. Os tanzanianos chatearam-se com ele e expulsaram-no da Tanzania e o governo de Nasser no Egipto acolheu-o e la viveu entre 1969 e 1974. Nao fugiu da Frelimo para o Egipto como o velho Mariano Matsinhe ja declarou alguma vez como lemos neste jornal (Boaventura Lemane, New Jersey, 2001).
Portanto, Jaime Khamba tem razao em dizer que a razao principal nao foi o documento. Eu concordo com ele. O documento so serviu de gatilho para os tanzanianos dispararem a arma da sua expulsao dele da Tanzania. A falta de caracter era o aspecto principal do Simango. Ele traiu a confiança dos tanzanianos, a confiança do Gwenjere por varias vezes e antes de tudo aquilo a confianca do Baraza la Wazee (o comité secreto dos Ancioes que estiveram muito contra a liderança de Mondlane e da sua camarilha).
Simango tambem serviu de ponta de lança do grupo de Mondlane para combater os estudantes do Instituto moçambicano. Sobre as suas provocaçoes aos estudantes, disto ja falei tendo por varias vezes neste jornal falado do dia em que os estudantes o bateram a ele e a Marcelino dos Santos.
In http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2012/07/gra%C3%A7a-machel-sobre-amorte-de-samora-machelvideo.html
"A morte de Samora Machel foi planeada por alguns altos dirigentes da Frelimo em em Maputo, e nao somente pelo chamado regime do apartheid. Os conspiradores ainda estao em Maputo e sabem do que fizeram. Graça Machel parece ter uma ideia sobre quem matou o seu marido como Janet Mondlane parece tambem saber quem matou o seu marido.
Quanto a questao do Rev. Simango ser declarado uma persona non grata e expulso da Tanzania, a razao dos tanzanianos nao foi somente por causa do seu documento "GLOOMY SITUATION IN FRELIMO" (Nota do tradutor: isto foi o que os jornais de Nairobi no Quénia disseram e eu li visto que ja vivia em Nairobi a partir do mes de Agosto de 1969 e Simango explodiu com o seu documento de denuncias em Octubro de 1969). A expulsao do Simango da Tanzania foi causada pelo comportamento inconsistente do proprio Simango. Depois do jornal "Nationalist" ter denunciado os lideres da Frelimo por estarem a beijar as suas esposas como se estivessem em Nova Iorque, (presidente) Nyerere e (vice-presidente) Kawawa convocaram o Gwenjere para uma reuniao privada e Gwenjere recommendou que Simango com a sua experienica devia estar na reuniao. Mais tarde, Simango revelou certas das conversas tidas como os tanzanianos aos amigos de Mondlane e assim os lideres tanzanianos viram a sua confiança nele traida. Sobre o que Simango revelou ao lado do Mondlane, isto vira contido no meu livro "ALGUNS ACONTECIMENTOS QUE CAUSARAM A MORTE DO MONDLANE."
(Comentario do tradutor): Fui eu proprio a revelar pela primeira vez aos leitores neste jornal que Simango tinha sido corrido da Tanzania na sequencia do seu documento "Gloomy Situation in Frelimo." Na verdade, para os tanzanianos, o que o Simango escreveu nao tinha nada de novo. Os tanzanianos ja tinham mais informaçoes sobre os crimes que o grupo Mondlane cometia na Frelimo e em Cabo Delgado como o seu campo de matanças(killing field)do que aquilo que Simano revelou no seu documento.
Graves acusaçoes contra a liderança da Frelimo chegavam ao gabinete do vice-presidente Rashid Kawawa de muitas fontes, e eram principalmente canalisadas pelo Padre Gwenjere a quem muitos militantes iam para denunciarem o que se passava na Frelimo.
Os tanzanianos nao se alegravam com jogos de traiçao que o Rev. Simango jogava. O Simango foi um dia chamado pelos tanzanianos para confirmar as acusaçoes que tinham sido canalisadas atraves do Gwenjere. Simango disse que as acusaçoes na tinham nada da verdade. Isto duma certa maneira desvalorisou o Gwenjere e fez com que o governo da Tanzania nao actuasse contra a liderança da Frelimo visto que o governo de Tanzania tinha dito que actuaria para acabar com as brincadeiras da liderança da Frelimo que punham em perigo a segurança da Tanzania (Boaventura Lemane, New Jersey, 2001, em conversa telefonica comigo).
Mais tarde, depois da morte de Mondlane, e vindo-se cercado pelos seus colegas do triunvirato, Samora Machel e Marcelino dos Santos, que planeavam dar cabo dele, Simango viu-se entao obrigado a ir ao governo tanzaniano para denunciar os malfeitos da liderança da Frelimo. As suas acusaçoes eram exactamente aquelas que Gwenjere tinha canalisado ao governo e que ele Simango tinha declarado ao mesmo governo como falsas. Os tanzanianos chatearam-se com ele e expulsaram-no da Tanzania e o governo de Nasser no Egipto acolheu-o e la viveu entre 1969 e 1974. Nao fugiu da Frelimo para o Egipto como o velho Mariano Matsinhe ja declarou alguma vez como lemos neste jornal (Boaventura Lemane, New Jersey, 2001).
Portanto, Jaime Khamba tem razao em dizer que a razao principal nao foi o documento. Eu concordo com ele. O documento so serviu de gatilho para os tanzanianos dispararem a arma da sua expulsao dele da Tanzania. A falta de caracter era o aspecto principal do Simango. Ele traiu a confiança dos tanzanianos, a confiança do Gwenjere por varias vezes e antes de tudo aquilo a confianca do Baraza la Wazee (o comité secreto dos Ancioes que estiveram muito contra a liderança de Mondlane e da sua camarilha).
Simango tambem serviu de ponta de lança do grupo de Mondlane para combater os estudantes do Instituto moçambicano. Sobre as suas provocaçoes aos estudantes, disto ja falei tendo por varias vezes neste jornal falado do dia em que os estudantes o bateram a ele e a Marcelino dos Santos.
In http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2012/07/gra%C3%A7a-machel-sobre-amorte-de-samora-machelvideo.html
11/07/2012
"ALGUNS ACONTECIMENTOS QUE RESULTARAM NA MORTE DE MONDLANE" por Jaime Khamba ( a publicar)
"Sr Gil e compatriotas. Só para vos dar a saber que estive na escola em Moçambique e não pude continuar com a educação visto que fui enviado para fazer trabalho forçado (nota do tradutor: forçado pelos portugueses depois do jovem Khamba ter batido num comerciante indiano, depois o Khamba rumou para a Rodésia do Sul onde se encontrou com Uria Simango, Adelino Gwambe e outros e lá formaram a Udenamo).
Consta na minha ficha que ambas Betty King e a Janet com Marcelino dos Santos contribuíram para a morte do Mondlane (nota do tradutor: no dia quando Mondlane morreu, Betty King, Marcelino dos Santos e Joaquim Chissano foram detidos pela policia Tanzânia e disse um estudante que esteve em Dar depois de escapar a rede do governo tanzaniano que evacuou os estudantes do Instituto moçambicano para Rutamba que "naquela tarde, Betty King, Joaquim Chissano e Marcelino dos Santos foram detidos e batidos a valer pela policia tanzaniana".
Não posso nomear o individuo que se encontra algures num país africano). "Marcelino dos Santos planeava um golpe de estado contra Mondlane com a ajuda do bloco soviético. Quando Mondlane descobriu isto, abaixou Marcelino e deu-lhe a pasta agricultura e enviou-o para estar na província remota tanzaniana de Tanga. Mondlane deu a Uria Simango a posição de vice-presidente e do secretário dos negócios exteriores. Marcelino não podia mais ter contactos com os seus patrões do bloco oriental. Quanto a Janet e Betty King, Mondlane não satisfazia os seus desejos (ed: traduzi "double-cross" como "não satisfazia os seus desejos").
Se o Deus de Moçambique quiser, lerão um livro com o título de "ALGUNS ACONTECIMENTOS QUE RESULTARAM NA MORTE DE MONDLANE" por Jaime Khamba. O livro aparecerá em inglês e em português. Por exemplo, Samora não queria que os prisioneiros em Mitelela (fossem mortos), mas ele foi forçado por aquelas pessoas que tinham sido expulsas pelo governo tanzaniano da Tanzania para Argélia (nota: entre eles Sérgio Vieira, Jacinto Veloso, Fernando Ganhão, Hélder Martins e a sua esposa).
Tradução e comentários de Francisco Moisés
17/06/2012
FRELIMO aproxima-se do jubileu com denúncias "à distorção" da sua história
Membros fundadores e quadros históricos do partido libertador moçambicano foram oradores no simpósio promovido na sexta-feira e sábado na cidade da Matola, a cerca de 10 quilómetros da capital moçambicana, marcando um dos pontos mais importantes do jubileu da organização, que se comemora no próximo dia 25.
Apesar de não terem participado no congresso da fundação, a 25 de junho de 1962 em Dar es Salaam, capital da Tanzânia, o atual presidente do partido e também chefe de Estado, Armando Guebuza, e o seu antecessor nos dois cargos, Joaquim Chissano, prenderam a atenção do simpósio pela virulência com que defenderam o partido contra "os que põem em causa a sua unidade e autenticidade".
Alguns académicos e analistas contestam a posição oficial da formação política no poder de que o partido completa 50 anos, sustentando que a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) só se declarou partido em 1977, durante o III Congresso, deixando aí de se designar apenas por Frente.
02/03/2012
E. MONDLANE, FRELIMO et construction de centralité politique (francês)
Veja em (com fotos pouco conhecidas de E. Mondlane) em
http://theses.univ-lyon2.fr/documents/getpart.php?id=lyon2.2003.magode_j&part=301498
01/03/2012
Três jovens alertaram a frelimo para o perigo de assassinato de Mondlane
A última viagem realizada por Eduardo Mondlane antes da sua morte teria sido para Sudão e Marrocos, onde participou em duas conferências e angariou fundos e bens materiais para a frente de libertação de Moçambique. Regressou a Dar-es-salaam num domingo e, na segunda-feira, morreu numa casa de praia pertencente a Bety King.
Últimos dias de Mondlane
Em entrevista exclusiva ao “O país”, o antigo combatente e funcionário dos escritórios da Frente de Libertação de Moçambique em Dar-es-salaam, Francisco Cabo, conta que, em finais de Janeiro de 1969, fez parte da delegação que acompanhou o presidente da Frelimo, Eduardo Mondlane, à Conferência Internacional sobre as Colónias Portuguesas em África, que teve lugar em Cartum, Sudão. O mesmo foi, outrossim, encarregue - juntamente com Miguel Marrupa - de preparar o discurso de Mondlane que seria apresentado na cimeira, que contava com participantes idos de quase todos os quadrantes do mundo. “Foi uma cimeira extraordinária do ponto de vista de divulgação da mensagem. O presidente Mondlane teve um discurso emocionante que cativou a plateia. Angariámos muitos apoios financeiros e materiais. Logo após a conferência, o presidente recebeu um convite no sentido de orientar uma palestra para os estudantes universitários, mas, devido à agenda preenchida, enviou-me ao local, onde fui falar da nossa luta pela independência nacional”, frisou o nosso entrevistado.
27/02/2012
Frelimo sabia do risco que Mondlane corria em Dar-es-salaam
Chissano defende, porém, que a morte de Mondlane não foi motivada por algum deslize de segurança, mas sim pela forma diferente como o “inimigo” agiu, usando a alegada bomba no envelope.
O antigo presidente da República e então chefe de segurança na Frente de Libertação de Moçambique, Joaquim Chissano, reconhece que a Frelimo tinha conhecimento do perigo que Eduardo Mondlane corria em Dar-es-Salaam, Tanzania.
Mesmo tendo sido alertada por três jovens moçambicanos sobre o perigo, a Frelimo fez ‘ouvidos de mercador’ e não retirou o então líder da Frelimo, Eduardo Mondlane, daquele país. “Realmente, esses jovens trouxeram essas informações sobre o perigo que o presidente Mondlane corria e nós tomámos as devidas medidas para tentar solucionar o problema”, explicou Joaquim Chissano.
Chissano defende, porém, que a morte deste líder não foi motivada por algum deslize de segurança, mas sim pela forma diferente como o “inimigo” agiu, usando a alegada bomba no envelope.
“A morte dele foi um deslize, digamos, do próprio presidente Mondlane, que gostava de andar sozinho, como ele gostava de conduzir. Mas não foi necessariamente o deslize que o matou, uma vez que o inimigo também usou uma estratégia diferente, e para a qual não estávamos preparados (usou um envelope com uma bomba no seu interior que acabou o matando), mas nós estávamos atentos a uma emboscada, um atentado ou coisa do género”, recordou Chissano.
O PAÍS – 27.02.2012
13/02/2012
Jorge Rebelo - Duas entrevistas(video)
A primeira é de Junho de 2011 e a segunda já de 2012.
Obs: Videos retirados do Youtube. A ordem de apresentação pode não estar correcta, mas não retira a sua compreensão.
Veja aqui
http://www.macua1.org/blog/jorgerebelo.html
09/02/2012
As cartas de Eduardo Mondlane
Moçambique está a viver um momento interessante da sua história. Se, por um lado, vão sendo publicadas obras, através das quais os veteranos da Frente de Libertação de Moçambique dão testemunho, no seu modo de interpretação da luta armada e factos a respeito desse evento, por outro, o debate aquece, nem que seja para questionar se o cinquentenário é da FRELIMO ou da Frelimo? Janeth Mondlane, viúva de Eduardo Chivambo Mondlane, veio, numa entrevista à TV, com um facto interessante: ela vai publicar as cartas escritas por Mondlane. E aí, penso, há-de ser uma pena que esses escritos do Dzovo, se me permitem, nem todos em português e daí ser uma obra sua tradução, não cheguem às mãos dos interessados em lê-los antes de 25 de Junho de 2012.
Uma pena, por quê? À partida, considero que vão despertar interesses não só dos estudiosos, académicos, mas eventualmente de muita gente, incluindo curiosos.
Sem querer, talvez, Janeth aguçou a curiosidade, que creio ser de muitos, ao advertir que omitirá aspectos delicados do que Mondlane escreveu (delicado é minha interpretação), a respeito de pessoas ainda vivas.
03/02/2012
Quem são os heróis moçambicanos?
Quando se fala da luta que os moçambicanos travaram para alcançar a sua independência, é inevitável não falar da Guerra colonial e dos nomes que a ela estão ligados. Marcelino dos Santos, Samora Machel, Eduardo Mondlane.
Marcelino dos Santos nasceu no Lumbo em 1929 e actualmente é um político e poeta moçambicano. Foi membro fundador da Frente de Libertação de Moçambique, onde chegou a vice-presidente. Depois da independência de Moçambique, Marcelino dos Santos foi o primeiro Ministro da Planificação e Desenvolvimento, cargo que deixou em 1977 com a constituição do primeiro parlamento do país (nessa altura designado “Assembleia Popular”), do qual foi presidente até à realização das primeiras eleições multipartidárias, em 1994. Com os pseudónimos Kalungano e Lilinho Micaia tem poemas seus publicados no Brado Africano e em duas antologias publicadas pela Casa dos Estudantes do Império, em Lisboa. Com o seu nome oficial, tem um único livro publicado pela Associação dos Escritores Moçambicanos, em 1987, intitulado “Canto do Amor Natural".
02/02/2012
O assassinato de Eduardo Mondlane em 03 de Fevereiro de 1969
Visite
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/morte_eduardo_mondlane_03021969/
Renamo continua questionar real significado da data
- Por isso , vai pautar pela ausência em todas as reuniões comemorativas do Dia dos Heróis Moçambicanos
Considerando haver falta de uma debate franco, sincero e transparente sobre as datas comemorativas e históricas do país, o maior partido da oposição, a Renamo, mais uma vez, não vai participar nas festividades do 3 de Fevereiro, dia dos heróis nacionais, que se assinala esta sexta-feira.
Num breve contacto telefónico com este diário, o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, afiançou que o seu partido não vai comemorar o dia dos heróis nacionais, sob alegação de não haver consenso sobre o real significado da data.
É que, conforme disse, a Frelimo, continua a partidarizar a data.
18/01/2012
Confronto em África - Washington e a Queda do Império Colonial Português, de Witney W. Schneidman
O primeiro contacto de Eduardo Mondlane com a Administração Kenedy:
Download Salazar_mondlane_kenedy
05/01/2012
Jorge Jardim escreve a Gwengere (1975)
(Click para ampliar)
Ou veja aqui
Download Cartajardimagwenguere
13/10/2011
Aspectos mal contados da História Moçambicana
Lawe Laweki
Quando em 1969 morreu o Dr. Eduardo Mondlane, referência máxima da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) e que estivera à frente dos destinos do movimento durante 7 anos, os militantes viveram um elevado sentimento de orfandade, tendo em conta que, no pico da revolução moçambicana, o movimento sofreu uma viragem ideológica.
Após 30 anos de guerra (colonial e civil), estamos hoje a viver em paz, com a ideia de que somos todos irmãos, apesar de termos opiniões diferentes. Chegamos a uma altura em que é possível concentrarmo-nos no desenvolvimento do nosso país. No entanto, há pessoas que persistem em minar a paz, adoptando uma postura demagógica que visa castigar, embora por meio de palavras, a chamada “linha reaccionária”, e continuar a fazer sofrer as demais entidades étnicas moçambicanas.
Até há pessoas que procuram fazer valer o seu passado de luta de libertação nacional, um passado recheado de contradições e de manchas. Neste momento de democracia e de liberdade de expressão e de informação, temos um compromisso para com a reconciliação nacional. Assim, procuraremos contar a verdade e desmentir as inverdades que saem daqueles que insistem em condicionar a história de Moçambique.
05/10/2011
A Outra Face dos Acontecimentos
Por Lawe Laweki*
O trabalho de distorção dos factos e de desinformação levado a cabo pela Frelimo e seus acólitos, faz com que a verdadeira face dos acontecimentos que tiveram lugar durante a luta de libertação nacional permaneça desconhecida. Ao longo dos anos, a história foi sempre divulgada e interpretada na versão daqueles que saíram vencedores, com o objectivo claro de esconder à juventude e às gerações vindouras a verdade do que se passou.
Em tempos recentes, uma sistemática deturpação dos acontecimentos veio de Sérgio Vieira no seu livro intitulado “Participei, por isso testemunho”. Na ocasião, tive a oportunidade de desmentir neste jornal as inverdades que Sérgio Vieira escreveu. Após ler a entrevista que a Sra. D. Janet Mondlane concedeu ao jornal “Savana” (edição de 16 de Setembro p.p.), mais uma vez tomo a iniciativa de historiar a génese e evolução dos acontecimentos durante a luta de libertação, deixando que o leitor melhor avalie aonde é que reside a verdade.
Escreveria um livro se procurasse desmentir todas as inverdades contidas na entrevista da Sra. D. Janet Mondlane. Hoje, limito-me apenas a pegar em duas frases onde ela é citada como tendo dito o seguinte: “Andávamos muito bem, até quando apareceram no nosso seio dois homens; o Padre Mateus Gwenjere e um outro padre belga (Poulé). Estes tinham a missão de criar distúrbios e destruir o trabalho social da FRELIMO”.
Nestas duas frases, três perguntas podem e devem ser feitas:
21/06/2011
Mondlane foi barbaramente assassinado
– afirma Armando Guebuza
Passou ontem mais uma data de nascimento do primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) Eduardo Chivambo Mondlane, personalidade a quem a história oficial atribuiu o título de “fundador da FRELIMO e arquitecto da unidade nacional”.
Mondlane nasceu a 20 de Junho de 1920 e morreu a 03 de Fevereiro de 1969 na província de Gaza.
Se fosse vivo, Mondlane completaria ontem 91 anos de idade. A história oficial reza que Eduardo Mondlane morreu dentro do seu escritório, na sede da ex-Frente de Libertação de Moçambique – FRELIMO, (hoje Partido Frelimo), após ter recebido uma encomenda-bomba. Sucede, porém que essa história veio-se a provar não ser verdadeira pois de facto o primeiro presidente da frente de moçambicanos que lutou pela independência nacional morreu bem longe do local que reza a história oficial. Eduardo Mondlane, foi assassinado ao explodir uma bomba quando se encontrava na residencial de Bety King, secretária da esposa da vítima, Janet Mondlane (ausente, na altura, em digressão pela Holanda). A residencial onde, de facto, Mondlane foi assassinado fica a cerca de 15 quilómetros do edifício sede da FRELIMO onde a versão oficial conta que se deu a ocorrência. O edifício-sede da FRELIMO era na baixa de Dar es Salaam, capital da Tanzania, e a residencial onde se deu o crime é num luxuoso bairro na baía de Oyster Bay.
Leia em http://www.canalmoz.co.mz/hoje/19695-mondlane-foi-barbaramente-assassinado.html
02/02/2011
Nação exalta Samora
Maputo, Quinta-Feira, 3 de Fevereiro de 2011:: Notícias
O programa de homenagem ao fundador do Estado moçambicano, Marechal Samora Moisés Machel começa com a chegada do Presidente da República, Armando Guebuza, a Incoluane, distrito de Bilene em Gaza, onde será recebido pela população.
MORTE DE EDUARDO MONDLANE (03.02.1969)
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/morte_eduardo_mondlane_03021969/
02/11/2010
Eis o "excelente" currículo de Mário Soares referente à descolonização de Angola
Extractos do livro Angola, Anatomia de uma Tragédia, General Silva Cardoso, Oficina do Livro.
Pg.330/331
"A interpretação jurídica que o Dr. Almeida Santos deu a esta cláusula era que ela obrigava «à consulta directa e universal das populações das colónias, na salvaguarda dos seus interesses dentro de princípios democráticos». Durante algum tempo e em quase todas as suas intervenções públicas, Almeida Santos e a maioria dos novos políticos da época reiteravam este princípio como essencial na definição da política ultramarina dentro da nova ordem democrática que se pretendia não só instituir como consolidar. Ao povo soberano, através do voto, ser-lhes-ia dada a possibilidade de decidir do seu futuro, salvaguardando os seus interesses. Inclusivamente Mário Soares, numa entrevista que em meados de Junho deu ao «Século», afirmou: «Portugal teria o respeito mais absoluto pela vontade das populações livremente expressa, aceitando a independência como uma das opções possíveis do direito dos povos à autodeterminação.»
Não me admirava que a grande massa do povo português de todos os continentes aceitasse e compreendesse os princípios que iriam orientar a sua vida nos tempos que se avizinhavam. No entanto, pessoalmente, estava bastante céptico quanto à viabilidade prática da sua aplicação nos territórios ultramarinos. Reportando-me apenas a Angola, onde conhecia bastante bem a situação no terreno, não tinha quaisquer dúvidas sobre a impraticabilidade duma tal consulta, a curto ou médio prazo, visto uma guerra que ali se arrastara durante treze anos ainda não estar completamente debelada. Eu sabia, mas o pior e mais preocupante, era que os senhores do MFA, também o sabiam e nada fizeram para arranjar soluções alternativas sempre subordinadas aos interesses das gentes desses territórios. Algo parecia pouco claro em toda esta formulação de linhas de acção para resolver o problema da guerra que parecia ser um dos grandes objectivos do movimento do 25 de Abril. Foi com esta e outras bandeiras de liberdade, paz, democracia e progresso que mobilizaram e quase convenceram a grande massa do povo português. No entanto, a aceleração que imprimiram ao processo levaria à inevitável reacção e às dúvidas que se começaram a levantar quanto aos verdadeiros objectivos da revolução.
19/10/2010
Mondlane é arquitecto da Unidade Nacional
É com bastante agrado e satisfação que tenho vindo a reparar que tem aberto as páginas do jornal SAVANA a entrevistas, a artigos de opinião e a cartas de leitores de pessoas que dum modo ou doutro participaram na Luta de Libertação Nacional e que, por vezes, têm versões dos acontecimentos diferentes das que são mais frequentemente difundidas. Acho que os jornais servem para que pessoas de diferentes pontos de vista possam vir a exprimi-los e o SAVANA tem vindo a cumprir bem essa sua missão. Desde já o quero felicitar por isso, tanto mais que não são tantos os jornais que têm mostrado essa abertura. Claro que isto comporta riscos, pois que certas pessoas se podem aproveitar dessa abertura para apresentar versões dos acontecimentos marcadas pelo subjectivismo ou mesmo deturpadas. Mas esse é um risco menor, pois que quando há essa abertura, ela também permite que outros que têm versões diferentes dos mesmos acontecimentos, também escrevam e reponham a (sua) verdade. Cabe ao público julgar. É neste contexto que lhe estou a escrever.
Por isso, felicito vivamente essa linha editorial do SAVANA.
Felicito-o também por, nessa mesma ordem de ideias, no seu nº 354, de 20/10/2000, ter trazido a público um testemunho de Fanuel Guidion Mahlusa, que efectivamente é uma pessoa que participou na constituição da UDENAMO e no processo de fusão dos 3 partidos para darem origem à FRELIMO.
14/09/2010
“Toda a verdade sobre Mondlane”, de Silvério Ronguane
Anselmo Titos
Longe das habituais polémicas, Silvério Ronguane lança em Maputo, nesta quarta-feira, 28, o seu livro-tese de doutoramento, que procura trazer “Toda a Verdade sobre Mondlane”.
Pelo título já se depreende que o autor nos sugere uma leitura liberal do pensamento político de Eduardo Chivambo Mondlane na América – onde estudou e trabalhou durante 15 anos – o seu pensamento político – visão governativa – e como combatente da luta de Libertação Nacional. Mas Ronguane recusa-se a discutir se esta obra é uma nova biografia de Mondlane que vem contrariar a versão oficial. “Eu não conheço essa versão oficial”, diz, justificando que tudo quanto sabe sobre a obra “Lutar por Moçambique” é que a mesma foi compilada por terceiros e depois feita bandeira oficial.
09/07/2010
SOBRE A MORTE DE MONDLANE E A VISÃO DE JOSÉ DUARTE DE JESUS
Por: Barnabé Lucas Ncomo
Se do livro “Eduardo Mondlane – um homem a abater” se pode colher interessantes informações na matéria de ajuizamentos do enredo que vitimou Eduardo Mondlane naquela manhã de 3 de Fevereiro de 1969 em Dar-es-Salam, o mesmo não se pode dizer das declarações do seu autor estampadas no SAVANA transacto. Na queda à eventual mordomia duma hospedagem VIP em Maputo o Presidente da Comissão de Desclassificação do Ministério dos Negócios Estrangeiros português, e investigador sénior no Instituto do Oriente do Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas de Portugal, ressona uma cantiga que criou vómitos em muitos moçambicanos por demais cansativa e enjoativa que é, pois passam agora exactamente 40 anos que essa cantiga serve de estandarte de sobrevivência moral de quem ocultou, embruteceu, matou, e teima em fazer da maioria dos cidadãos de Moçambique uns parvos.
Que Uria Simango tenha algum dia dito ao senhor Duarte de Jesus que era um maoista, duvidamos. Mas não duvidamos que o douto pesquisador tenha afirmado ao SAVANA que “Simango era um homem anti-branco”; que “nunca gostou que Mondlane metesse brancos na Frelimo” e que “Mondlane tinha tido grandes estudos, enquanto Simango dizia-se maoista sem sequer saber ao certo o que é isto”!
Não vemos nenhuma grande descoberta nisso, senão o ressonar duma malícia já conhecida!
13/05/2010
AS MENTIRAS NO LIVRO DE SÉRGIO VIEIRA SOBRE O PADRE CHARLES POLLET DESMASCARADAS
Destaco:
O artigo em francês reproduzido aqui foi copiado do Google algures na internet. Infelizmente, a fotografia do Pollet que estava a direita em cima da curta biografia não apareceu nesta reprodução. De acordo com a biografia, Sérgio Vieira, mentiu em grande no seu livro, "Participei, por isto testemunho." De acordo com Sérgio Vieira, Pollet ainda estaria a viver em Moçambique em 1969 quando a morte de Eduardo Mondlane se registou-se em Dar Es Salaam no dia 3 de Fevereiro de 1969. De acordo com ele e Joaquim Chissano com quem ele cozinhou a mentira, Pollet teria saído de Moçambique e entrou no Malawi onde foi dado a encomenda no consulado português ali que ele tomou para a Tanzânia onde a entregou a Samuel Dhlakama até que a encomenda chegou a Mondlane, e matou este ultimo. Sérgio Vieira quer nos dizer que Charles Pollet não desconfiou, e nem tentou saber, que tipo de encomenda ele levava. Extremamente estranha, indolente e imbecil esta estorieta de Sérgio Vieira. Ao inverso das invenções de Sérgio Vieira e Joaquim Chissano, a biografia afirma que -- como eu tambem ja tinha sublinhando contrariando a mentira de Sérgio Vieira -- Pollet saiu de Moçambique em 1967, depois foi a Rwanda antes de ir a Mbeya, na Tanzânia, em 1968. Lá tornou-se vigário de varias paroquias.
30/04/2010
A morte de Eduardo Mondlane - mais uma versão
Até
........
Até hoje existem várias versões sobre o assassinato do primeiro dirigente da Frelimo, podendo as fontes soviéticas dar um contributo para esclarecer a situação.
No artigo citado acima, o jornalista soviético Serguei Milin relata uma bem preparada operação conjunta dos serviços secretos portugueses, sul-africanos e rodesianos:
Não obstante a hora avançada, o general Kaúlza de Arriaga não tencionava terminar a reunião. O relatório do chefe do Departamento da Espionagem, António Rebelo, mostrava claramente que os grupos de sipaios, terroristas assassinos em cuja infiltração nas fileiras da Frelimo se apostava, não justificavam as esperanças. A tarefa continuava a ser a mesma: exterminar os quadros dirigentes da Frente. Mas, para isso, era necessário, antes de tudo, descobrir as bases centrais da Frelimo.
- Permita-me informar, senhor general — interrompeu Álvaro da Costa Moreira, chefe do Departamento de Coordenação de Informação. — O general Wandenberg (chefe da polícia e do Bureau de Segurança Nacional da Rodésia) prometeu enviar, para nos ajudar, um dos seus homens mais experientes. O seu pseudónimo é «Nianga».
— «Nianga» significa «Feiticeiro»? Ele é negro? — Disso não se fala na informação, mas o general Wandenberg considera-o um seu agente precioso.
Este agente, segundo o jornalista soviético, era Hans J. Lombard, sul-africano que se fazia passar por «escritor, jornalista, fotógrafo» e que organiza a operação de liquidação de Eduardo Mondlane. Lombard encarrega um tal Filipe Gomes de fazer chegar às mãos do dirigente moçambicano uma encomenda armadilhada.
Serguei Milin escreve:
21/04/2010
“PARTICIPEI, POR ISSO TESMEMUNHO”
SOBRE UM ASSASSINATO NA MEMÓRIA DE SÉRGIO VIEIRA
Por Barnabé Lucas Ncomo
A tese defendida por Sérgio Vieira no livro, “Participei, por isso testemunho”, sobre a morte de Eduardo Mondlane (pp 257-259) não é nova. Havia sido publicada no jornal DOMINGO nº 1412 de 8/2/2009, e não condiz com os factos apurados pela Polícia de Investigação Criminal tanzaniana (CID). Na altura, havíamos demonstrado em extenso artigo no ZAMBEZE (19/2/09, pp.4,5) que Vieira manipulava os factos em torno dessa morte. Hoje, volvidos um ano e poucos meses voltamos ao assunto porque importa dissipar alguns equívocos, uma vez que Vieira insiste na sua ofensa a inteligência dos moçambicanos no geral.
Songea ou Mbeya?
Em face do que se demonstrou no ZAMBEZE acima citado em relação a inviabilidade da fronteira de Songea para acções de clandestinidade da FRELIMO (entre o Malawi e a Tanzania), comparativamente a de Mbeya, num descuido que caracteriza muita má-fé, o autor do “Participei, por isso testemunho” reformula agora o seu texto inicial e, no lugar de escrever que “Orlando Cristina pediu ao Padre Pollet, que ia para Songea, que levasse o embrulho para essa fronteira...” conforme fê-lo no jornal DOMINGO acima citado, afirma agora no livro que “Orlando Cristina pediu ao Padre Pollet, que ia a Tanzania, que levasse o embrulho para a fronteira...”. Só que o descuido levou-o a não dar conta que o sentido inicial do texto continua inalterado no livro, pois nele afirma-se que o embrulho contendo o livro-bomba teria sido entregue por Orlando Cristina ao padre Pollet no Consulado de Portugal no Malawi, e que este clérigo depois a entregou a Samuel Rodrigues Dhlakama que com ele se encontrou “na fronteira de Songea”!
O erro de Vieira terá sido o de efectuar o “copy and past” antes de concluir a fuga para trás.
29/03/2010
“Participei, por isso testemunho”, Sérgio Vieira, pág. 257,258 e 259( A morte de Eduardo Mondlane)(2)
SÉRGIO VIEIRA MANIPULA FACTOS SOBRE MORTE DE MONDLANE
As recentes declarações dos históricos da Frelimo sobre as circunstâncias da morte do antropólogo Eduardo Mondlane a 3 de Fevereiro de 1969 em Dar-es-Salam, longe de trazerem novos dados susceptíveis de conduzir a ajuizamentos dos factos tal e qual se passaram, adensam ainda mais a já per si confusa história da Frente de Libertação de Moçambique. Mesmo que se tenha em conta que a capacidade de sustentar mentiras históricas num País repousa sempre no poder que os protagonistas dessas mentiras possuem de deter o “poder supremo” de mentir oficialmente, existe hoje em Moçambique uma crescente tendência da história ser reescrita dada a aversão ao rigor histórico das mentiras que nos foram inculcados. E a ter que existir um culpado no desmoronar da supremacia da mentira oficial, esse culpado chamar-se-à sempre Frelimo e não outra coisa, pois, muito convencida, no seu materialismo dialéctico, a Frelimo achou que evolução das espécies na perspectiva darwiniana havia parado, a partir da altura em que ela própria se assumiu como poder em Moçambique. Existe um facto pouco explorado pelos pesquisadores da história recente de Moçambique, facto esse que repousa na natureza sociológica do movimento de libertação moçambicano.
28/03/2010
“Participei, por isso testemunho”, Sérgio Vieira, pág. 257,258 e 259( A morte de Eduardo Mondlane)
.........
Passaram-se mais de quarenta anos desde o dia em que uma bomba, preparada na Beira pelo sinistro inspector da PIDE, Casimiro Monteiro, assassinou Eduardo Chivambo Mondlane, Presidente da FRELIMO. Muito do que descrevo já o Presidente Chissano declarou na Assembleia da República, contudo, pareceu-me útil, no meu exercício de memória, pôr os pontos nos is, para ajudar o fim da especulação com boa ou má-fé. A essência dos dados, incluindo a origem da bomba, na época, a INTERPOL, a pedido do governo tanzaniano investigou e difundiu.
Não se tratou de um caso único, infelizmente, o assassinato de Mondlane pelos colonialistas. Os assassinatos de Mondlane e Amílcar Cabral respectivamente em 1969 e 1973, o ataque à República da Guiné em 1970 ocorreram durante o consulado de Marcelo Caetano. Dificilmente se pode aceitar que o Presidente do Conselho de Ministros ignorasse estas acções e não as houvesse caucionado antes, ou depois. Já em 1965 a PIDE assassinara em Espanha o general Humberto Delgado.
Casimiro Monteiro, de origem goesa, preparou na Beira um livro armadilhado com uma bomba, numa obra do marxista Plekhanov. Antigos colegas da PIDE de Casimiro Monteiro, incluindo Rosa Casaco, reconheceram esta acção. Rosa Casaco afirma ainda que este seu colega disparou, mortalmente, contra o general Delgado. Ignora-se quem instruiu Casimiro Monteiro para preparar a armadilha contra Mondlane, se um membro do governo central ou da colónia, se o comando das forças armadas em Moçambique, ou da PIDE, ou se tudo se reduziu a uma conjura local com Jardim e Cristina.
23/03/2010
Ainda a morte de Eduardo Mondlane
A FRELIMO usa e abusa da declaração de Casimiro Monteiro de ter sido o autor material da bomba que vitimou Eduardo Mondlane, para ilibar qualquer dos seus principais membros de associados ao evento.
Só que não transcrevem as de Óscar Cardoso.
Veja-se:
“Em relação à morte de Eduardo Mondlane, pode-se verificar num site moçambicano (//macua.blogs.com) que continuam a existir grandes polémicas sobre a intervenção de elementos da FRELIMO no atentado que o vitimou.
Foi lançado no mês passado, em Lisboa, o livro “Eduardo Mondlane -. Um Homem a Abater”, resultado de uma tese de doutoramento do Dr. José Manuel de Jesus. Nele são repescadas as informações sobre ligações de uma rede de extrema-direita ao atentado, já indicadas no meu livro.
No entanto este professor julgo que não faz referência ao testemunho de Óscar Cardoso, ex-Inspector da DGS, que tanto a mim, nos “Equívocos e Realidades” como a Bruno de Oliveira Santos (“Histórias Secretas da PIDE/DGS”/2000), confirma como sendo o autor material da encomenda-armadilha, o Inspector Casimiro Monteiro, que já tinha morto o General Humberto Delgado. Este testemunho é de certo modo fidedigno, pois ambos trabalhavam para os sul-africanos e Óscar Cardoso foi das últimas pessoas a estar com Casimiro Monteiro antes de falecer.
Curiosamente este inspector, no livro de Oliveira Santos, afirma textualmente:
“(…) A carta armadilhada que provocou a morte de Eduardo Mondlane foi preparada pelo Casimiro Monteiro, que era de facto um grande especialista em explosivos. Mas o Casimiro Monteiro não agiu sozinho; teve a colaboração do chefe de segurança de Mondlane, o Joaquim Chissano, actual Presidente de Moçambique. Portanto esse trabalho foi feito com a própria FRELIMO, que estava muito interessada em eliminar Mondlane.”
Manuel Amaro Bernardo in http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2010/03/tert%C3%BAlia-fim-do-imp%C3%A9rio-olhares-militares3.html
Em que ficamos?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
18/03/2010
Tertúlia Fim do Império: Olhares Militares(3)
Na tertúlia “Fim do Império”, na Livraria/Galeria Municipal Verney, em Oeiras, promovida pelo núcleo local da Liga dos Combatentes e pela Câmara Municipal de Oeiras.
- Uma saudação muito especial para o Prof. Dr. Artur Anselmo, meu professor e orientador no Curso de Ciências da Informação da UCP, no início dos anos 90. Quero aqui recordar, que foi igualmente este ilustre mestre da Língua Portuguesa, que apresentou, na Biblioteca Municipal de Lisboa (Galveias/Campo Pequeno) o meu livro “Marcello e Spínola; a Ruptura; As FA.s e a Imprensa na Queda do Estado Novo Portugal 1973-1974, que tinha sido o meu trabalho de fim de curso. Tal ocorreu há já quase 16 anos.
- Agradecimento a todos os presentes …
Questões Prévias
Antes de entrar propriamente no conteúdo do livro que hoje é alvo de debate nesta tertúlia, quero referir três questões prévias.
A primeira tem a ver com a data em que, por coincidência, hoje nos encontramos (3.ª 3.ª feira do mês).
Como devem estar recordados em 16 de Março de 1974 (já lá vão 36 anos), verificou-se a arrancada frustrada da coluna das Caldas da Rainha, para Lisboa, esperando que outras Unidades do Norte do País o fariam igualmente. Alguns dos envolvidos estão aqui presentes…
24/02/2010
Eduardo Mondlane – Um Homem a Abater: Mkaima enaltece publicação do livro
Maputo, Quinta-Feira, 25 de Fevereiro de 2010
Notícias Eduardo Mondlane - Um Homem a Abater tem 508 páginas e vai estar disponível no mercado moçambicano o mais provável dentro de um mês, segundo a editora Almedina.
Folheei o livro. É uma pesquisa em que o autor dedicou tempo para investigar, disse Mkaima, adiantando que respeito opinião de cada um, incluindo do autor, uma vez que tem a ver com a dedicação pessoal, mas sem avançar mais detalhes.
O livro baseia-se na tese de doutoramento apresentada pelo autor na Universidade Nova de Lisboa, em 2009, e teve como objectivo estudar a figura singular de Eduardo Mondlane, entre os líderes africanos nacionalistas da década de 1960.
22/02/2010
Incluindo a PIDE : Várias entidades orquestram morte de Eduardo Mondlane
Maputo, Terça-Feira, 23 de Fevereiro de 2010
Notícias
O livro é baseado na tese de doutoramento apresentada pelo autor na Universidade Nova de Lisboa, em 2009, e teve como objectivo estudar "a figura singular de Eduardo Mondlane, entre os líderes africanos nacionalistas da década de 1960”.
Eduardo Mondlane, fundador e presidente da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), foi morto por um engenho explosivo colocado numa carta-pacote, na residência de amigos, a 3 de Fevereiro de 1969, na Tanzania.
08/02/2010
Por uma Nação tolerante verdadeiramente inclusiva e justa
Canal de Opinião
por Daviz Simango (*)
Ao celebrarmos o 3 de Fevereiro, celebramos a vida de moçambicanas e moçambicanos que, com o seu sacrifício, fizeram com que hoje nós fossemos e sejamos um país independente e de orientação democrática.
Celebramos a vida daqueles que deram as suas vidas pela libertação do nosso país do jugo colonial e pela nossa independência.
Celebramos a vida daqueles que deram as suas vidas pela instauração da democracia multipartidária no nosso solo pátrio.
Celebramos também a vida de mulheres, homens e jovens anónimos que sacrificaram as suas vidas para o desenvolvimento social, cultural e económico do nosso belo Moçambique.
A identidade é suficientemente forte para mobilizarmo-nos a morrer pela nação, a sacrificarmo-nos por ela, pois a nação articula o sentimento de comunhão, dai a heroicidade, que desde já e sempre estará entre nós.
Temos que olhar para celebração não apenas para expressarmos determinados sentimentos nacionais, mas também um mecanismo para consolidarmos a nossa moçambicanidade na diversidade, tornando uma nação mais sólida, progressiva, e atractiva ao investimento, gerando deste modo o desenvolvimento sustentável.
Continuaremos a trabalhar para darmos sentido ao sacrifício que consentiram.
No nosso esforço político, lutaremos para que Moçambique seja Pátria de todos Heróis sem discriminação ideológica ou político-partidária, dentro da nossa Grande Visão Politica de construção de um Moçambique Para Todos.
Que os ideais dos nossos Heróis guiem e iluminem as mentes de todos homens e mulheres do nosso país para que possamos, efectivamente, construir uma Nação tolerante, verdadeiramente inclusiva e mais justa.
Temos que trabalhar para que como moçambicanos tenhamos sentimentos de pertença, cultivando em nós fortes referências para a identidade.
Os processos políticos e históricos em si, devem mobilizar-nos para uma nação sólida onde cada um de nós esteja apto para fazer crescer a moçambicanidade e progresso da Pátria, fruto de heroicidade colectiva.
É importante aprendermos a ultrapassar as divergências políticas, de modo a enfrentarmos, de braços dados, os problemas comuns. Temos que manter acesa a chama da esperança, e acreditarmos nas nossas energias. Deus deu ao homem as virtudes de bondade e honestidade. Essas virtudes, devem servir, a todo o momento, o bem de todos.
Por outro lado, queremos desenvolver a nossa urbe, e o Sector Privado representa um parceiro privilegiado, dai estarmos abertos ao diálogo para estabelecermos plataformas que possam criar incentivos para concretização de varias intenções, bem como melhorarmos a nossa forma de comunicação e de resposta.
Queremos finalmente, agradecer a todos pelo que tem feito no conjunto de esforços para o progresso da Beira, desejando a todos continuação de boas festas, e que lutemos pelo bem dos nossos tempos e pelo futuro das próximas gerações. Muito Obrigado, Parabéns Moçambique.
(*) Beira 03 de Fevereiro de 2010 - Daviz Simango, presidente do Município da Beira e presidente do MDM – Movimento Democrático de Moçambique. Discurso por ocasião da deposição oficial de flores no monumento aos Heróis Moçambicanos, na Chota)
CANALMOZ – 08.02.2010
07/02/2010
Eduardo Mondlane - Um Homem a Abater, por José Manuel Duarte de Jesus*
In http://www.almedina.net/catalog/product_info.php?products_id=9492
*José Manuel Duarte de Jesus nasceu em Lisboa, em Dezembro de 1935, tem formação académica nas áreas de História, Filosofia e Lógica Matemática. Diplomata desde Dezembro de 1960, carreira interrompida apenas entre 1965 e 1974, serviu em diversos países da Europa Ocidental e de Leste, do Maghreb, da África sub-sahariana, da Ásia e da América. É actualmente docente do ISCSP, da UTL, tendo já publicado outras obras sobre a Ásia e a China.
Recordo:
Eduardo Mondlane jamais seria ditador - segundo José Duarte de Jesus, historiador português
O Primeiro Presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Eduardo Mondlane, jamais teria sido ditador, pois era um académico e diplomata, com uma visão estratégica global, que queria uma independência responsável e, se possível, negociada para o seu país e não estabelecer um regime revolucionário de obediência ideológica, considera José Manuel Duarte de Jesus, doutorado em História das Relações Internacionais e Embaixador jubilado de Portugal.
04/02/2010
Há que parar com mentiras sobre a história dos heróis nacionais
As novas gerações têm o direito de saber a verdade
- segundo deputados da Assembleia da República
Contrariamente às declarações do chefe do Estado Armando Guebuza, segundo as quais as escolas devem continuar a ser o lugar privilegiado para a transmissão do legado histórico dos heróis nacionais para as novas gerações, assim taxativamente como vem escrito nos manuais escolares, há quem diga que o imperioso é reformar o currículo e trazer ao conhecimento dos alunos a face verdadeira da história.
O deputado do Movimento Democrático de Moçambique, Lutero Simango, filho do Reverendo Urias Simango ex-vice-presidente da Frente de Libertação de Moçambique, (FRELIMO), disse que o Governo tem a obrigação de fazer conhecer a verdadeira história dos heróis nacionais às presentes gerações, assim como, o papel de cada um na luta de libertação nacional. Simango disse ainda que há necessidade de se parar com toda uma série de mentiras que estão sendo ensinadas às crianças nas escolas.
Acrescentou também que a escola como principal veículo de transmissão dos ideais dos heróis nacionais, deve antes de mais buscar a autenticidade daquilo que ensina para evitar que a verdade chegue de forma informal.
Escolas devem divulgar legado histórico dos heróis moçambicanos
Défice no conhecimento da História de Moçambique
– insta Presidente da República, Armando Guebuza
Comemorou-se ontem o dia 3 de Fevereiro, uma data que exalta sem distinção todos os Heróis Moçambicanos, sobretudo aqueles que combateram pela libertação da pátria. Em Maputo as cerimónias centrais decorreram na Praça dos Heróis, onde o estadista moçambicano, Armando Guebuza, depositou uma coroa de flores. Várias figuras, entre elas, ministros do executivo moçambicano, representantes do Movimento Democrático de Moçambique, (MDM) e o corpo diplomático acreditado em Moçambique estiveram no local. A Renamo manteve a sua tradição de não participar ao lado da Frelimo em cerimónias deste tipo por, como tem alegado, os seus heróis não estarem considerados.
A data foi comemorada com euforia pelas autoridades, alegadamente porque coincidiu com a passagem do 41º ano após a morte daquele que é considerado oficialmente como o fundador e primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Dr. Eduardo Chivambo Mondlane.
Falta a verdade na História de Moçambique
A propósito do dia dos Heróis moçambicanos
O advogado e político moçambicano, Máximo Dias, diz que as autoridades moçambicanas devem divulgar a real História nacional, pois, segundo ele, no que actualmente é sabido, muita coisa está omitida passando por isso o povo a não conhecer a Historia real do país.
Máximo Dias adianta que a verdade precisa de ser dita “para que todos fiquemos claros quando, como e onde morreram Eduardo Mondlane e Samora Machel”, figuras que no seu entender reúnem consenso de heróis nacionais.
“Não tenhamos medo da verdade. O povo precisa de saber da real História do nosso país, como Eduardo Mondlane, Samora Machel foram assassinados porque eles são grandes símbolos do heroísmo nacional”.
Num outro desenvolvimento, Máximo Dias diz lamentar a atitudes de outros partidos da oposição que não se fazem presentes, como de costume, nas cerimónias de Estado.
“É de lamentar mas cada um sabe como age e quais são as suas intenções. Mas como povo ninguém pode contestar o heroísmo de Eduardo Mondlane”, disse Máximo Dias, presidente de MONAMO. Acrescentou ainda que Eduardo Mondlane, arquitecto da Unidade Nacional, “não morreu pelo partido Frelimo porque naquela altura não havia partido político mas sim, uma ampla frente política moçambicana. Por isso ninguém devia estar fora pelo menos neste dia”. (Egídio Plácido)
CANALMOZ – 04.02.2010
Divulgação da história de Moçambique: Escolas continuarão locais privilegiados - Presidente da República nas celebrações centrais do 3 de Fevereiro, Dia dos Heróis Moçambicanos
Maputo, Quinta-Feira, 4 de Fevereiro de 2010
Notícias 03/02/2010
Eduardo Mondlane foi um grande visionário - segundo os nossos interlocutores, para um Moçambique independente
O PAÍS comemorou ontem, 3 de Fevereiro, o Dia dos Heróis Moçambicanos, efeméride que, este ano, coincidiu com a passagem do 41- aniversário da morte de Eduardo Mondlane. As cerimónias centrais das celebrações da data tiveram lugar em Maputo e foram marcadas pela deposição de uma coroa de flores na Praça dos Heróis, num acto protagonizado pelo Presidente da República, Armando Emílio Guebuza.
Maputo, Quinta-Feira, 4 de Fevereiro de 2010Notícias
Para o médico e ex-Ministro da Saúde, Dr. Hélder Martins, os ideais de Eduardo Chivambo Mondlane continuam hoje válidos, 41 anos após a sua morte. Disse que Mondlane era um grande dirigente carismático que tinha uma visão muito correcta sobre a libertação de Moçambique e de África. Essa libertação incluía a libertação da terra, dos homens e económica.
02/02/2010
Nossos heróis nosso orgulho
Maputo, Quarta-Feira, 3 de Fevereiro de 2010
Notícias Eduardo Chivambo Mondlane nasceu a 20 de Junho de 1920, na aldeia de Nwadjahane, distrito de Mandlakazi, província de Gaza. Seu pai, Nwadjahane Mussengane Mondlane, fazia parte da chefia na estrutura tradicional local. Tendo perdido o pai aos dois anos, Eduardo Chivambo Mondlane viveu os seus primeiros anos de infância sob os cuidados de sua mãe, Makungu Muzumasse Mbembele, e de outras duas viúvas do seu pai.
Acredita-se que foi a educação dada por estas mulheres que desenvolveu em Eduardo Mondlane um espírito de revolta contra o colonialismo e serviu de fonte de inspiração para que se interessasse pela cultura ocidental. Na sua autobiografia, Mondlane considera a sua mãe como sendo “mulher de grande carácter e inteligência”.
03/01/2010
Sobre Nyelete Mondlane e a morte de seu pai
Pela sua importância, destaco este comentário de Nota Moisés, esclarecendo não ter apagado qualquer entrada ou comentário desde que MOÇAMBIQUE PARA TODOS existe, embora isso me traga custos extras. Mais abaixo coloco os links para as entradas que julgo referir como desaparecidas, com votos renovados de um óptimo 2010 para todos.
“Senhor Gil, Olha caro senhor, a dizer toda a verdade nao entendo o que se passa com o Moçambique para todos ultimamente. Aparecem no sitio artigos de grande importancia acontecimental e historica, e, como por entanto, desaparecem do sito tais com 'homens-catanas e a entevista da camarada Nyeleti sobre Eduardo mondlane,o seu pai' -- artigos estes que li com muito interesse. A Entrevista da Nyeleti contou com certas verdades e algumas falsificacoes -- aspectos estes que nao vou tocar aqui por nao haver espaço para isto. Conheci Eduardo Mondlane, falava com ele, confrontava-me com ele em muitas reunicoes em Dar Es Salaam no ano de 1968 sobre assuntos que diziam respeito a Frelimo. Espero que Moçambique para todos nao esteja agora infiltrado pelos camaradas ou mesmo que nao esteja amedrontado ou 'subornado pelos camaradas' para reprimir informaçoes sensitivas (uma piada!). Os moçambicanos tem o direito de saber a verdade da historia da Frelimo ou outros aspectos que os comaradas nunca contaram preferindo a sua versao e insinando-a mesmo nas escolas tais como o lugar onde o(Eduardo Mondlane) morreu em Dar Es Salaam. Sim, neste aspecto Nyeleti tem razao de mandar para o lixo a versao de que o pai morreu no escritorio da Frelimo. Nao o Bobo (cognome que alguns rapazes em Dar tinham lhe dado por razoes de nao me lembro exactamente agora)nao morreu no escritorio da Frelimo e na tarde do dia da sua morte foram na verdade presos pela policia tanzania o Chissano, Marcelino dos Santos, a Betty King. Informacoes nao confirmadas teriam dito que os tres foram bem batidos na esquadra da policia. Eu o autor ja estava num campo de refugiados em Rutamba no sul da Tanzania para onde os estudantes tinham sido exilados pelo governo tanzaniano alegadamente para separar e protege-los da lideraança da Frelimo depois de muitas confrontacoes verbais entre eles e os dirigentes da Frelimo liderada pelo Mondlane e tentativas de fechar o Instituto moçambicano pela dirigencia da Frelimo e evacuar os estudantes para o campo de treino da guerrilha da Frelimo em Nachingwea. Tal aspecto nao é mencionado na versao da Frelimo que prefere apresentar aqueles que constituiam a oposiçao à liderança do Mondlane como agentes da Pide, do colonialismo, imperialismo e réacionarios--cantigas frelimescas que nao sao novas para os moçambicanos por a Frelimo vir a repeti-las depois da sua tomada do poder em Moçambique. Este agimento frelimista veio mais tarde a cau sar nos uma guerra civil muito sangrenta. Obviamente, a outra versao da historia da Frelimo, que conheço, mostrava que ja havia totalitarismo na Frelimo sob a liderança do Mondlane e a versao nao pode ser contada num pouco espaço como aqui. Sera contada numa outra ocasiao num espaço imenso. Francisco Nota Moises“
24/06/2009
Eduardo Mondlane jamais seria ditador - segundo José Duarte de Jesus, historiador português
Maputo, Quarta-Feira, 24 de Junho de 2009 Notícias
18/06/2009
Mondlane no epicentro de simpósio internacional
Maputo, Sexta-Feira, 19 de Junho de 2009 Notícias
O simpósio, que acontece no contexto dos 40 anos da morte de Mondlane, é promovido pela Universidade Eduardo Mondlane, inserindo-se igualmente no quadro das comemorações do “Ano Eduardo Mondlane”, decretado pelo Governo. Neste mesmo espírito foram programadas outras realizações, sendo de destacar as que vão acontecer amanhã na sua terra natal em Manjacaze.
De acordo com o Ministro, o simpósio servirá para recordar várias experiências que foram sintetizadas na forma como Eduardo Mondlane conduziu a luta de libertação de Moçambique, apostando na unidade nacional, na luta contra o racismo, contra o regionalismo e o tribalismo.
“Eduardo Mondlane combateu todas as formas de analfabetismo, incrementou a solidariedade regional e internacional, como pressuposto para a construção de uma sociedade nova de bem-estar e justiça social para todos”, disse Gundana.
A família Mondlane, nomeadamente a viúva Jannet Mondlane, os filhos, designadamente Eddie e Nyeleti Mondlane, para além dos netos marcaram presença no simpósio que decorreu no Centro de Conferências Joaquim Chissano. Em alguns momentos deste encontro internacional coube a Eddie dirigir algumas palavras aos presentes, vincando que a família continua também a trabalhar com o espólio do pai para buscar e aprofundar o seu perfil e pensamento, perpetuando, deste modo, o seu conhecimento.
Na ocasião, foi lançado o seu célebre livro Lutar Por Moçambique numa reedicção enquadrada nas celebrações dos 40 anos da sua morte.
Figuras como Joaquim Chissano, ex-estadista moçambicano, o histórico Marcelino dos Santos, os antigos combatentes Lopes Tembe e General Hama Thai, participaram ontem, primeiro dia do simpósio, no debate sobre a vida e obra de Mondlane.
Aliás, Marcelino dos Santos e Lopes Tembe foram principais oradores do tema “Mondlane e nacionalismo”, perante um auditório de cerca de 250 convidados dentre nacionais e estrangeiros.
Marcelino dos Santos enalteceu a maneira extraordinária como o povo e o Estado Moçambicanos olham e valorizam a figura de Eduardo Mondlane.
Na foto: Janet Mondlane, com os netos, distribui o livro “Lutar por Moçambique”
NOTA: Pode ler esta obra completa na BIBLIOTECA DO MACUA (colocada em 2001) em
http://www.macua.org/documentos82.html
28/05/2009
Antigo ministro de Salazar recorda Eduardo Mondlane
Em Livro de Memórias
“Dos líderes africanos, depois de sair do Governo, tive apenas espaçadas mensagens de cumprimentos vindos de Eduardo Mondlane, que morreu assassinado em 1969. Tínhamos travado conhecimento em Nova Iorque, sendo ele funcionário da ONU no departamento dos fideicomissos, e sempre disposto a conviver com os portugueses. Era Doutor em sociologia e antropologia pela Northwestern University, e tínhamos um amigo comum, o professor Jacques Freymond que organizou e dirigiu o Instituto de Estudos Internacionais de Genève, para onde encaminhei alguns bolseiros” – Adriano Moreira, ministro da Colónias entre 1961 e 1963
Adriano Moreira foi ministro responsável pela pasta das colónias do regime de Salazar de 1961 a 1963. Homem de vista largas, cedo se apercebeu da necessidade de reformas de fundo a introduzir nos territórios sob administração portuguesa, que o imobilismo de Salazar protelava no tempo. Pouco tempo permaneceu no governo pois os ultras do regime sentiam dificuldade em assimilar o alcance das soluções preconizadas por Adriano Moreira, que mesmo assim conseguiu abolir o Estatuto do Indigenato e publicar o Código de Trabalho Rural – no meio das denúncias de um Sebastião Soares de Resende – e cultivar laços de amizade com o casal Mondlane.
Antes do cargo ministerial, o Prof. Adriano Moreira foi participante da delegação portuguesa nas Nações Unidades (1957-1959), altura em que travou conhecimento com aquele que viria a ser o primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique. Adriano Moreira era considerado representante de uma "esquerda moderna" descomprometida das grandes linhas do regime salazarista, tendo como jovem advogado defendido os generais opostos a Salazar, envolvidos no golpe falhado de 1947.
Aos 82 anos, o Professor Adriano Moreira, publicou um livro de memórias em que recorda, entre outras coisas, a sua passagem pelos corredores do poder político. De “A Espuma do Tempo - Memórias do Tempo de Vésperas” extraímos o seguinte trecho em que o autor faz referência ao primeiro presidente da Frelimo:
“Dos líderes africanos, depois de sair do Governo, tive apenas espaçadas mensagens de cumprimentos vindos de Eduardo Mondlane, que morreu assassinado em 1969. Tínhamos travado conhecimento em Nova Iorque, sendo ele funcionário da ONU no departamento dos fideicomissos, e sempre disposto a conviver com os portugueses. Era Doutor em sociologia e antropologia pela Northwestern University, e tínhamos um amigo comum, o professor Jacques Freymond que organizou e dirigiu o Instituto de Estudos Internacionais de Genève, para onde encaminhei alguns bolseiros.
Quando o conheci não falava de intervir em movimentos armados, e olhava para a evolução africana com perspectiva académica e exigências éticas, embora tendo passado brevemente pela Casa do Império, onde conhecera Agostinho Neto, Amílcar Cabral, Mário Pinto de Andrade, e outros que ali se encontravam.
Fui visita de sua casa em Nova Iorque, a mulher Janet era inteligente, informada, determinada, e empenhada na carreira do marido e nas causas da autodeterminação e direitos humanos.
Convidei-o, quando entrei para o Governo, para vir ensinar para Portugal, o que em princípio aceitou, querendo porém submeter-se a concurso.
Criei um lugar de professor de Antropologia no Instituto de Medicina Tropical, e Mondlane passou por Lisboa com a mulher, seguindo ele para Genève e tratando eu de proporcionar à Janet uma visita a Moçambique, para conhecer a terra, as gentes, e a família.
Quando esta regressou, ficou na York House, onde a fui visitar, e ali me disse claramente que havia uma distância apreciável entre os meus projectos e as resistências de que tivera experiência em Moçambique, pelo que o casal não viria para Portugal. Ela era branca, e parecia não ter encontrado a igualdade de tratamento pela qual se batia. Nunca mais vi o Eduardo, que em "Struggle for Mozambique" (1969) expôs o seu programa, no ano em que foi vítima mortal de um atentado em Dar-es-Salam.
Já depois da Revolução de 1974, a Janet veio visitar-me a minha casa em Lisboa, quando andava na recolha de depoimentos para uma biografia do Eduardo. Mais tarde (2001) Nadia Manghezi publicou um livro intitulado "O meu coração está nas mãos de um negro", usando para a biografia de Janet algum material que esta recolhera, e não pude deixar de comover-me com as referência feitas ao passado, incluindo as inquietações que o casal sentira pela extrema fadiga que eu revelava, e a esperança que apesar de tudo depositaram na minha intervenção.
Manteve-se em Moçambique, onde de novo casou, enfrentando as dificuldades sem perder a fé na utopia e nos amanhãs melhores.
Do Eduardo deixou este trecho de uma carta de Abril de 1957: “O mundo africano está em grande comoção política e social. Se os portugueses não mudarem a sua posição política vão perder a sua influência em todos os territórios que hoje controlam. Se há um português que está disposto a fazer mudanças profundas na posição portuguesa sobre África, esse será o Dr. Adriano Moreira. Se ele não conseguir fazer nada nessa direcção, Portugal estará perdido”.
Da inquietação dela fiquei agora a saber, por uma carta para o Eduardo, a impressão de esgotamento que lhes causava: "no que diz respeito ao próprio Moreira, gosto cada vez mais dele. É o único português de que eu verdadeiramente gosto (para além da empregada da York House)... Ele próprio tem que enfrentar uma montanha de oposição, cada passo é por uma ribanceira acima... Não fazes ideia de como ele parece cansado".
Anos mais tarde reparei que, no que toca à política do "beco de honras", a que mais me lisonjeava era o facto de ser o único Ministro do Ultramar que não recebera a Ordem do Império, certamente o sinal mais significativo de que todo o reformismo, todo o esforço de conciliação das etnias e culturas, toda a dificilmente racionável esperança de fazer convergir os valores da História com as exigências do futuro urgente, eram inconciliáveis com a irracional, dominante, e raras vezes comprovada ilusão, de que era possível, e justo, e irrenunciável, fazer regressar a vida habitual.”
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 28.05.2009
23/05/2009
“Moçambique tem de descobrir Eduardo Mondlane”
Nyeleti Mondlane, a filha mais nova de Eduardo Mondlane, recebeu @ VERDADE na intimidade da sua casa para falar da sua intimidade com o pai, da sua vida, da sua morte, dos seus hábitos e do que resta hoje em Moçambique do legado de Eduardo Mondlane. Nyeleti na primeira pessoa.
@ Verdade (V) - Quando o seu pai morreu quantos anos tinha?
Nyeleti Mondlane (NM) - Acabava de fazer sete. Faço anos a 17 de Janeiro e ele foi assassinado a 3 de Fevereiro.
(V) - Então nasceu no ano da fundação da Frelimo?
(NM) - Sim, servi de fonte de inspiração (risos). O meu pai, nessa altura, estava completamente absorvido na organização do partido que dava os primeiros passos.
(V) - Qual é a primeira recordação que guarda do seu pai?
21/05/2009
A MORTE DE EDUARDO MONDLANE em A GUERRA de Joaquim Furtado
Por demais importantes as declarações de Janet Mondlane. Porque nunca lhe apresentaram um qualquer relatório policial? Chissano, Jacinto Veloso e Sérgio Vieira falam dos relatórios. Conheciam-nos? O filho de Casimiro Monteiro afirma que este levou a bomba para Dar-es-Salam. Em que ficamos? Para já não falar do local onde a mesma vitimou Eduardo Mondlane, escondido durante cerca de 30 anos.
Vejam pois esta parte do episódio atrás referido e tirem as vossas conclusões.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Veja aqui o vídeo: http://www.macua1.org/guerrajf/mortemondlanertp13.html
Veja todos os episódios em: http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2009/05/a-guerra-2%C2%AA-s%C3%A9rie.html
Recorde aqui também: http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2008/07/as-marcas-viv-1.html
Assassinato de Mondlane
Ex-embaixador português aponta envolvimento de organização extremista Aginter-Press
O número dois da organização extremista, Aginter-Press, Robert Leroy, encontrava-se em Dar-es-Salam quando se deu o assassinato de Mondlane. Quem o afirma é José Manuel Duarte de Jesus, ex-embaixador português com missões em Marrocos, China e Canadá, entre outros países. Duarte de Jesus falava durante um seminário de peritos sobre a “África Austral na Era da Guerra Fria”, organizado conjuntamente pelo Centro de Estudos da Guerra Fria (Colégio de Economia de Londres), Instituto Português de Relações Internacionais - Universidade Nova de Lisboa, e pelo Instituto de Ciências Sociais (Universidade de Lisboa). O evento teve lugar no Reino Unido de 8 a 9 do Maio do corrente.
A Aginter Press foi criada em Lisboa em Setembro de 1966. A organização era dirigida pelo capitão Yves Guérin-Sérac, um dos fundadores da OAS em Madrid. A OAS era um grupo terrorista de extrema direita que lutou por uma “Argélia Francesa” durante a guerra de libertação argelina de 1954 a 1962. Com ramificações em diversos países, a Aginter Press especializava-se em actos de terrorismo, incluindo atentados à bomba, assassinatos, técnicas de subversão, telecomunicações clandestinas, infiltração e contra-subversão.
A alegada presença de Robert Leroy na capital tanzaniana em Fevereiro de 1969 poderá explicar a forma como a PIDE-DGS em Lourenço Marques fez chegar a Dar-es-Salam as encomendas-bomba endereçadas a Eduardo Mondlane, Uria Simango e Marcelino dos Santos, a primeira das quais viria a causar a morte do primeiro presidente da Frelimo. Isto põe novamente em causa as teorias insistentemente defendidas pelo coronel na reserva, Sérgio Vieira, segundo as quais a encomenda-bomba que vitimou Mondlane teria sido transportada da Beira para o Malawi e neste país entregue ao padre católico belga, Pollet, um conhecido oponente do regime colonial português. A encomenda-bomba, ainda de acordo com Sérgio Vieira, teria sido depois entregue por Pollet ao então secretário da Frelimo para a Província de Sofala, Samuel Dhlakama. Umas vezes, Sérgio Vieira afirma que o encontro entre Pollet e Dhlakama ter-se-á realizado em Mbeya e outras vezes diz ter sido em Songea. A família de Samuel Dhlakama negou enfaticamente as declarações do antigo chefe da polícia política, Snasp, e actual director executivo do GPZ, realçando o facto de Dhlakama não se encontrar em Dar-es-Salam aquando da morte de Eduardo Mondlane.
Consequências da morte de Mondlane
Na sua comunicação perante o referido seminário, o antigo embaixador português, José Manuel Duarte de Jesus, defendeu pontos de vista coincidentes com a posição assumida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do regime de Salazar relativamente ao assassinato de Eduardo Mondlane. Num comunicado emitido em Lisboa dois dias após a morte do líder da Frelimo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português atribuía o sucedido a “lutas internas”, salientando que “embora Eduardo Mondlane tivesse sido educado nos Estados Unidos, alguns dos seus colaboradores foram treinados em Praga, na República Popular da China, na União Soviética, facto que explica as grandes dissidências no seio da organização”.
Intitulada “O assassinato de Eduardo Mondlane e como Moçambique se ligou à campanha da Guerra Fria em África na década de 70”, a comunicação de Duarte de Jesus refere que “a União Soviética ou os elementos chineses da Revolução Cultural, que se encontravam activos em África, poderiam ter tido interesse em fazer desaparecer da cena política um homem cujos antecedentes tinham raízes nos Estados Unidos, a esposa era americana, e cuja tolerância política ficou bem definida por David Martin no jornal Daily Telegraph, edição de 11 de Fevereiro de 1969 como ‘eloquente e realista, Mondlane aceitava comunistas e capitalistas, árabes ou judeus, pretos ou brancos...’”
Desde a morte de Mondlane, acrescenta Duarte de Jesus, “a Frelimo iniciou uma viragem irreversível para a esquerda, terminando com o Congresso de 1977 quando se deu a adopção da ideologia marxista-leninista”. O diplomata português salienta que “o fim de Mondlane foi o fim de uma Frelimo e de um Moçambique em que ambos lutavam pela independência ao mesmo tempo que mantinham uma posição difícil, mas independente no contexto da Guerra Fria. O modelo contra o qual Mondlane havia lutado viria finalmente a ser instalado em Moçambique.”
Envolvimento da PIDE-DGS
Na sua comunicação, o diplomata português questiona o envolvimento da PIDE-DGS no assassinato de Mondlane, afirmando que “até hoje não foi apresentada nenhuma prova documental que apoiasse a teoria” do envolvimento de Portugal e da PIDE no assassinato de Eduardo Mondlane. Duarte de Jesus salienta que “o relatório elaborado pela Scotland Yard, a pedido de Nyerere nunca foi publicado pela Frelimo”.
Relatórios escondidos e revelações embaraçosas
A não divulgação do relatório da polícia de investigação criminal britânica, Scotland Yard, e das constatações da Interpol, tem a ver com revelações embaraçosas quer para o governo tanzaniano, quer para os dirigentes da Frelimo. Por um lado, a cumplicidade de dirigentes tanzanianos a nível da TANU e do executivos central e provincial da Tanzânia com a facção maconde da Frelimo que se opunha a Eduardo Mondlane. Por outro lado, à direcção da Frelimo não convinha trazer ao de cimo a história completa das dissidências internas que assolaram a Frente nos anos do exílio, em particular os antecedentes da morte de Mondlane, designadamente a eliminação de Filipe Magaia pela ala fiel ao primeiro presidente da Frelimo, e da limpeza étnica que se seguiu à morte do chefe do Departamento de Defesa e Segurança da Frente de Libertação de Moçambique em Outubro de 1966 e que foi apresentada aos moçambicanos como resultado de “ferimentos em combate” na província do Niassa.
O envolvimento directo de Portugal na morte de Mondlane está por demais comprovado. O então governador-geral de Moçambique, Baltazar Rebelo de Sousa, em audiência concedida ao cônsul norte-americano em Lourenço Marques, John G. Gossett, a 5 de Fevereiro de 1969, revelou um conhecimento profundo sobre as circunstâncias da morte do presidente da Frelimo. Numa altura em que agências noticiosas reportavam a partir de Dar-es-Salam que Mondlane havia sido vítima de tiro de espingarda, Baltazar Rebelo de Sousa afirmava ao diplomata americano que “as autoridades portuguesas eram da opinião de que o uso de uma bomba seria muito mais típico dos macondes do que um assassínio com recurso a tiro de espingarda”.
De 73 anos de idade, José Manuel Duarte de Jesus nasceu em Lisboa, tendo ingressado na carreira diplomática em Dezembro de 1960. Serviu como diplomata em Marrocos durante o regime de Salazar, e na República Popular da China e Canadá depois do golpe de 25 de Abril que derrubou o governo de Marcelo Caetano. Duarte de Jesus é autor de diversas obras, destacando-se “Casablanca - O início do isolamento português” em que retrata os acontecimentos que afectaram o regime de Salazar.
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 21.05.2009
10/05/2009
Morte de Mondlane terá beneficiado URSS
Professor José Duarte de Jesus garante que o assassínio do fundador da Frelimo, em 1969, constituiu vitória dos radicais pró-Moscovo.
O assassínio do líder histórico moçambicano Eduardo Mondlane pode ter tido mão de elementos da PIDE e da extrema-direita francesa mas beneficiou sobretudo os radicais da Frelimo pró-soviéticos, afirma José Duarte de Jesus, professor do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Este investigador sublinha as ligações da secreta do Estado Novo à Organização do Exército Secreto, que agrupava elementos nacionalistas e de extrema-direita francesa, que, acusados de ligação a um atentado contra De Gaulle, acabaram expulsos e vieram para Portugal.
"Muitos deles foram condenados, alguns fugiram e pediram asilo a Portugal. Salazar deu-lhes asilo, e um deles, o homem mais importante, o militar francês Yves Guérin-Serac instalou-se cá. Trabalhavam em conjunto com a PIDE. Tinham uma vantagem para o Estado Novo, que era a de não serem portugueses", sublinha.
Embora 40 anos depois as circunstâncias que rodeiam o assassínio de Mondlane ainda não sejam claras, "não se pode excluir" a pista PIDE-OAS. A haver mão portuguesa, afirma José Duarte de Jesus, foi de livre iniciativa dos agentes, e não partiu de São Bento. "Portugal, como país, não o matou. Mas que possa ter sido algum agente da PIDE que o tenha feito parece- -me muito mais provável", afirma o investigador.
O congresso da Frelimo logo após a morte de Mondlane, em 1969, foi uma vitória dos elementos pró-soviéticos, beneficiando a URSS. Segundo José Duarte de Jesus, "quem mais lucrou foi a União Soviética".
DIÁRIO DE NOTÍCIAS(Lisboa) - 09.05.2009
"Muitos deles foram condenados, alguns fugiram e pediram asilo a Portugal. Salazar deu-lhes asilo, e um deles, o homem mais importante, o militar francês Yves Guérin-Serac instalou-se cá. Trabalhavam em conjunto com a PIDE. Tinham uma vantagem para o Estado Novo, que era a de não serem portugueses", sublinha.
Embora 40 anos depois as circunstâncias que rodeiam o assassínio de Mondlane ainda não sejam claras, "não se pode excluir" a pista PIDE-OAS. A haver mão portuguesa, afirma José Duarte de Jesus, foi de livre iniciativa dos agentes, e não partiu de São Bento. "Portugal, como país, não o matou. Mas que possa ter sido algum agente da PIDE que o tenha feito parece- -me muito mais provável", afirma o investigador.
O congresso da Frelimo logo após a morte de Mondlane, em 1969, foi uma vitória dos elementos pró-soviéticos, beneficiando a URSS. Segundo José Duarte de Jesus, "quem mais lucrou foi a União Soviética".
DIÁRIO DE NOTÍCIAS(Lisboa) - 09.05.2009
15/04/2009
UEM prepara simpósio em homenagem a Mondlane
O evento, previsto para Junho próximo, enquadra-se no âmbito da celebração do “Ano Eduardo Mondlane”, que se comemora este ano, segundo decisão do Governo. De acordo com o porta-voz da UEM, Joel Tembe, com a realização do simpósio pretende-se resgatar o legado de Mondlane, bem como divulgar mais informação sobre a sua vida e obra, como político e académico.
“Há pouco conhecimento sobre Eduardo Mondlane. Há pouco conhecimento dos seus feitos como líder da FRELIMO e como académico. Ele é uma figura internacional. É o arquitecto da unidade, foi um dos mentores do Pan-africanismos, dedicado ao estudo das sociedades africanas e crítico ao regime colonial”, contou Tembe.
O simpósio, a decorrer na capital moçambicana de 18 a 19 de Junho próximo, vai reunir políticos, académicos, estudantes, entre outros convidados, incluindo pessoas que conheceram Mondlane e com ele conviveram. “Durante o simpósio haverá um momento em que algumas pessoas vão dar o seu depoimento na base de memórias que têm sobre a sua vivência com Eduardo Mondlane de modo que esta figura seja conhecida e apreendida por todos”, sublinhou.
Segundo o porta-voz da UEM, o simpósio será composto por vários momentos, entre os quais um seminário onde serão debatidos aspectos relacionados com a cultura e identidade, nacionalismo moçambicano, desde a sua génese, maturação, inicio da Luta Armada de Libertação, até a constituição da nação depois da independência.
Por outro lado, haverá uma exposição fotográfica sobre Eduardo Mondlane, em que será apresentado o seu perfil profissional, académico e político. Tembe que falava hoje, em Maputo, numa conferência de imprensa, explicou que o simpósio é uma das actividades que estão a ser desenvolvidas ao nível da Reitoria da UEM. Porém, outras acções estão a ser desenvolvidas pelas unidades orgânicas daquela instituição.
Ainda no âmbito da celebração do “Ano Eduardo Mondlane” está em construção um telecentro que terá um espaço dedicado à exposição permanente sobre Eduardo Mondlane.
Ainda para o mês de Junho estão previstas outras actividades como desportivas (envolvendo estudantes), plantio de árvores, entre outras. Eduardo Chivambo Mondlane, primeiro presidente da FRELIMO, Arquitecto da Unidade Nacional, morreu a 3 de Fevereiro de 1969 em Dar-es-Salaam, capital da Tanzânia. Em sua homenagem, a data da sua morte foi consagrada a todos os heróis moçambicanos.
AIM - 15.04.2009
1 comment:
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