CARTA AOS CAMARADAS DA FRELIMO NAS REDES SOCIAIS
A pré-campanha serve para preparar a imagem e testar a popularidade, tanto dos candidatos assim como das forças políticas. Mas também serve para ridicularizar o adversário, fermentando os erros que ele possa cometer, para fazê-lo recuar e "roubar" o espaço que ele ocupava.
Não se iludam meus camaradas, o adversário vai fazer de tudo para te encostar e abrir espaço para ele preencher. Vai aproveitar aquilo que ele acha que é erro, e vai engrandecê-lo para te embaraçar e você afastar-se para ele ocupar espaço.
A FRELIMO começou com a Onda Vermelha, e eles vieram ridicularizar, mas não aguentaram porque a FRELIMO é o povo, e vice-versa. A entrevista que eles estão a pegar e espalhar, foi algo de pouco mais de meia hora, mas a visita teve muito mais tempo que isso, com encontros produtivos, não só para a FRELIMO como partido governante, mas para o país como um ente.
Camaradas, porque não se perguntam o facto de se ignorar, por exemplo, a participação na EuroAfrican Forum? Porque não se perguntam o não falar da recepção calorosa, com honras de Estado na Praça do Império? Porque se ignonar os encontros com Marcelo e com Costa, que estão a produzir, até hoje, um movimento de angariação de fundos para a reconstrução pós ciclones?
A resposta é simpels: estamos todos na pré-campanha, e quanto mais ridicularizar o adversário, mais espaço tem para passar sua imagem. Nós como membros da FRELIMO temos o dever de não sermos ofuscados pela lábia política revestida de patriotismo para fins políticos desses adversários.
Camaradas, já olharam quem são as pessoas que levam essa meia hora e a tornam em toda a visita? São pessoas que nunca, nunca na sua vida gostaram do Partido, e estão ansiosos, com toda a sua força e frustração, para que a FRELIMO seja oposição. Outros são simples imitadores que seguem indo cegos para agendas que eles próprios não conseguem descernir, como autênticos modistas sem argumentos.
Infelizmente a política é assim, e seremos atacados, aproveitando-se do nosso recuo, criando lugares comuns revestidos dos mais nobres interesses, enquanto eles sabem para onde vão. Isso não visa somente malta nós, as bases, mas também a direcção do Partido, pois esta onda pode afectar o programa e os objectivos previamente traçados.
Como membros de um Partido político como a FRELIMO, temos que ter a capacidade de olhar as coisas de uma forma crítica, principalmente num momento eleitoral como este, pois o adversário não dorme, e tudo fará para que nos sintamos embaraçados e entreguemos o meio campo para eles.
Se fosse uma questão de nacionalismo, uma questão de pátria, esses mesmos que andam por aí com esta onda, estariam a olhar para os resultados da visita a Portugal numa perspectiva também nacionalista e de pátria. Olhariam para os 3 dias de visita no seu todo e não somente para a meia hora de entrevista.
Portanto, camaradas, não vamos perder o foco, porque está claro que esses murais que rejubilam hoje, são os mesmos que nunca foram com a nossa cara enquanto partido. São as mesmas pessoas que sempre procuram nos desacreditar. São as mesmas pessoas que sempre estão na vanguarda da luta política contra nós como FRELIMO.
Não se iludam, isto não tem nada a ver com a entrevista, mas sim com a pré-campanha. É uma luta política de ocupação de espaço. Depende de nós se recuamos com essa meia hora, ou avançamos com os resultados tangíveis que a visita produziu. Depende da forma como analisamos e da forma como nos posicionamos, como cidadãos e como membros.
A pré-campanha está forte, e o adversário já trabalha.
Nhanisse!
Nhanisse!
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