Ministro venezuelano da comunicação mostrou "chat" para acusar Juan Guaidó ter financiar um grupo de 60 paramilitares. Governo de Maduro diz ter detetado "atividades estranhas".
O governo venezuelano acusou este sábado o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, de estar alegadamente envolvido em operações de financiamento de um grupo de 60 paramilitares da América Central que realizaram atentados terroristas no país. “Recebemos informação de serviços secretos que apontava para atividades estranhas nos países de El Salvador, Guatemala e Honduras”, disse o ministro venezuelano da Comunicação, durante uma conferência de imprensa no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas.
Segundo Jorge Rodríguez as autoridades de Caracas “estão a ponto de capturar” um grupo de quase 60 “paramilitares centro-americanos, que planeavam operações terroristas na Venezuela, seguindo instruções da oposição venezuelana e do Governo dos Estados Unidos”.
Por outro lado, explicou que este grupo de quase 60 pessoas foi recrutado usando “grandes quantidades de dinheiro” e foram treinados por um indivíduo conhecido como “El Agricultor”, que já teria conseguido fazer entrar na Venezuela pelo menos a metade destes paramilitares. “As conversas encontradas no telefone de Roberto Marrero (o chefe do gabinete de Juan Guaidó que foi detido na quinta-feira), evidenciam que conspira com Guaidó para gerir o financiamento de atos terroristas”, disse.
Segundo o ministro, o banco venezuelano Banesco Panamá teria sido a instituição escolhida como destinatária desses fundos. “O modus operandi é roubar o dinheiro da República e neste caso seria Guaidó a autorizar as operações”, disse Jorge Rodríguez, adiantando que os atos terroristas seriam “ataques seletivos contra pessoas e instituições, ações de rua e sabotagens no sistema elétrico e no Metropolitano de Caracas”.
Jorge Rodríguez mostrou imagens de uma alegada conversa online entre os líderes opositores Juan Guaidó, Leopoldo López, Juan Andrés Mejía, Carlos Vechio e Freddy Guevara, do partido Vontade Popular (centro-esquerda) sobre os atentados que estavam a ser alegadamente preparados com a intermediação de Roberto Marrero como negociador.
Roberto Marrero, advogado de profissão, foi detido na madrugada de quinta-feira na sua casa por cerca de 50 membros dos serviços secretos venezuelanos (SEBIN). A detenção foi denunciada por Juan Guaidó, que se referiu ao acontecimento como uma violação da imunidade parlamentar e um “sequestro”.
Entretanto, o Governo venezuelano acusou Roberto Marrero, de dirigir uma célula terrorista que pretendia desestabilizar o país. Fontes não oficiais dão conta de que deverá ser acusado na segunda-feira dos delitos de traição à pátria, conspiração e usurpação de funções. Vários países e organismos internacionais já questionaram a detenção do chefe de gabinete de Guaidó, entre eles os Estados Unidos, que exigem a imediata libertação.