Tuesday, March 27, 2018

Fitch mantém Moçambique em default depois da reunião com credores em Londres




A agência Fitch mantém Moçambique em default desde novembro de 2016, quando o país começou a falhar os pagamentos da emissão de 727,5 milhões de dólares de dívida soberana.


JUSTIN LANE/EPA

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  • Agência Lusa
A agência de notação financeira Fitch manteve esta terça-feira o rating de Moçambique em Incumprimento Seletivo (Restricted Default) devido à incapacidade do Governo em honrar os pagamentos da dívida pública e os empréstimos a empresas públicas.
“A afirmação [do rating] reflete a incapacidade do emissor soberano em resolver o incumprimento financeiro da dívida de credores externo comerciais”, lê-se numa nota divulgada pela agência de rating norte-americana, que mantém Moçambique em default desde novembro de 2016, quando o país começou a falhar os pagamentos da emissão de 727,5 milhões de dólares de dívida soberana.
Desde então, Moçambique falhou o pagamento de três prestações sobre esta emissão de dívida (Eurobond), bem como os pagamentos dos empréstimos contratados por três empresas públicas à revelia dos parceiros internacionais e das instituições nacionais, acrescenta a Fitch.
Comentando o encontro com os credores no dia 20 de março, em Londres, a Fitch escreve que “apesar de o renovado envolvimento com os credores ser um desenvolvimento positivo depois de um longo hiato, o timing e a duração das conversações sobre a reestruturação da dívida é incerto”.
A Fitch “não antecipa uma resolução a curto prazo do default, as divergências principais mantêm-se entre os detentores dos títulos de dívida soberana e o Governo sobre os termos de uma reestruturação da dívida, incluindo o tratamento de diferentes classes de dívida”.
Sobre um eventual acordo de ajuda financeira com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Fitch escreve que “as hipóteses são limitadas”, uma vez que a organização internacional “continua a exigir que o Governo divulgue informação crítica identificada no relatório de auditoria de junho de 2017, feito pela Kroll, sobre a dívida escondida”.

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