29.03.2018 às 18h00
Uma investigação a centenas de contratos feita pelo Politiken e pelo Danwatch, na Dinamarca, em parceria com o consórcio EIC, de que o Expresso faz parte, revela que União Europeia forneceu 83 milhões de euros em barcos-patrulha, carros blindados e sistemas de videovigilância para ajudar a Turquia a conter os refugiados sírios. E que estão a servir, entre outras coisas, para detetar pessoas que atravessem o novo muro de 911 quilómetros na fronteira com a Síria. Só nos últimos seis meses foram mortos 42 civis quando tentavam entrar na Turquia
Kilis, sul da Turquia. Sons de bombardeamentos e tiros podem ser ouvidos ao fundo enquanto Osman Kulte, um aldeão turco de 74, anos corta os ramos de uma oliveira madura e empilha-os na rua. O barulho da batalha vem da Síria, cuja fronteira fica a poucos metros da sua aldeia natal, Akinci.
A menos de 50 quilómetros de distância, em Afrin, a Turquia trava uma guerra brutal contra os combatentes curdos sírios.
Mas os sons do conflito deixaram de incomodar Kulte. Agora acontece do outro lado de um muro de betão construído há sete meses, com três metros de altura, uma vala de 2,5 metros de profundidade e fileiras de cercas cobertas com arame farpado.
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