01.03.2018 às 14h33
Os deputados do PSD gostaram de ouvir o pedido de desculpas de Fernando Negrão, mas não calaram críticas duríssimas ao novo líder parlamentar e ao novo presidente do partido. Negrão chamou-lhe “catarse”. Paula Teixeira da Cruz, Luis Montenegro e Aguiar-Branco não perdoaram
O ambiente no grupo parlamentar do PSD era de alta tensão para a primeira reunião entre o novo líder, Fernando Negrão, e os deputados, e durante mais de duas horas foi uma autêntica "catarse". A descrição foi do próprio Negrão, no final do encontro. Houve pedidos de desculpa de Negrão e críticas duríssimas de deputados de várias "famílias" à forma como a nova liderança do partido e da bancada entraram em funções.
"Este grupo parlamentar foi insultado, maltratado e desrespeitado”, disse Paula Teixeira da Cruz, numa espécie de resumo do sentimento de muitos dos seus pares, depois de semanas em que viram o anterior líder da bancada ser afastado do cargo e excluído de uma reunião da direção do partido onde estatutariamente tem lugar, e ouviram o novo presidente do grupo parlamentar apontar o dedo a "um problema de natureza ética" dos deputados.
A antiga ministra da Justiça elogiou o mea culpa feito por Negrão logo no início da reunião da bancada, mas não deixou de frisar que "a condução deste processo foi desastrosa”. E deixou o aviso para o futuro: “Contará com a nossa lealdade, mas também com a nossa diversidade”. Não foi a única.
Todos os anteriores líderes da bancada parlamentar que ainda são deputados –Marques Guedes, Aguiar-Branco, Luís Montenegro e Hugo Soares – usaram da palavra para elogiar o ato de contrição de Fernando Negrão, sem deixar de apontar o dedo ao mau clima criado nos últimos dias entre a direção do PSD e o grupo parlamentar.
“Não foi bonito aquilo a que assistimos na semana passada", disse Hugo Soares, sobre as declarações em que Negrão acusou alguns deputados de falta de ética. O ex-líder parlamentar considerou que houve nos últimos dias "um ataque cerrado ao grupo parlamentar" como nunca antes tinha visto, e lembrou até declarações públicas de membros da comissão política de Rio –casos de André Coelho Lima e Maló de Abreu.
Luís Montenegro alinhou pela mesma bitola. Disse que não gostou de ouvir a declarações de Negrão sobre a falta de ética, mas considerou que o pedido de desculpas que o líder parlamentar acabara de fazer colocava uma pedra sobre o assunto – porém, recomendou a Negrão que dissesse isso mesmo publicamente, sugestão que este aceitou e cumpriu.
Tanto Aguiar-Branco como Paula Teixeira da Cruz, ambos ex-ministros da Justiça, declararam a sua preocupação com a forma como este tema será tratado pelo PSD, agora que Elina Fraga é vice-presidente do PSD. Negrão ouviu e anotou.
"Este grupo parlamentar foi insultado, maltratado e desrespeitado”, disse Paula Teixeira da Cruz, numa espécie de resumo do sentimento de muitos dos seus pares, depois de semanas em que viram o anterior líder da bancada ser afastado do cargo e excluído de uma reunião da direção do partido onde estatutariamente tem lugar, e ouviram o novo presidente do grupo parlamentar apontar o dedo a "um problema de natureza ética" dos deputados.
A antiga ministra da Justiça elogiou o mea culpa feito por Negrão logo no início da reunião da bancada, mas não deixou de frisar que "a condução deste processo foi desastrosa”. E deixou o aviso para o futuro: “Contará com a nossa lealdade, mas também com a nossa diversidade”. Não foi a única.
Todos os anteriores líderes da bancada parlamentar que ainda são deputados –Marques Guedes, Aguiar-Branco, Luís Montenegro e Hugo Soares – usaram da palavra para elogiar o ato de contrição de Fernando Negrão, sem deixar de apontar o dedo ao mau clima criado nos últimos dias entre a direção do PSD e o grupo parlamentar.
“Não foi bonito aquilo a que assistimos na semana passada", disse Hugo Soares, sobre as declarações em que Negrão acusou alguns deputados de falta de ética. O ex-líder parlamentar considerou que houve nos últimos dias "um ataque cerrado ao grupo parlamentar" como nunca antes tinha visto, e lembrou até declarações públicas de membros da comissão política de Rio –casos de André Coelho Lima e Maló de Abreu.
Luís Montenegro alinhou pela mesma bitola. Disse que não gostou de ouvir a declarações de Negrão sobre a falta de ética, mas considerou que o pedido de desculpas que o líder parlamentar acabara de fazer colocava uma pedra sobre o assunto – porém, recomendou a Negrão que dissesse isso mesmo publicamente, sugestão que este aceitou e cumpriu.
O exemplo de Passos e a preocupação com a Justiça
José Pedro Aguiar-Branco, que já foi bastante próximo de Rui Rio e não alinhou por nenhum dos lados nas recentes diretas, foi ao passado puxar por um exemplo de como fazer uma transição pacífica de poder dentro do partido. Lembrou que quando Passos Coelho ganhou o PSD o convidou a manter-se como líder parlamentar. Foi, disse Aguiar Branco, o comportamento de quem queria agregar. Tal como seria sinal disso a presença de Rui Rio na reunião desta quinta-feira. “Tenho muita pena que o dr . Rui Rio não esteja aqui hoje”, insistiu.Tanto Aguiar-Branco como Paula Teixeira da Cruz, ambos ex-ministros da Justiça, declararam a sua preocupação com a forma como este tema será tratado pelo PSD, agora que Elina Fraga é vice-presidente do PSD. Negrão ouviu e anotou.
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