. A violência pós-eleitoral é crescente no Quénia desde que foi confirmada oficialmente a reeleição do Presidente Uhuru Kenyatta,na noite desta sexta-feira (11.08). Nos protestos deste sábado (12.08), que se espalham por diversas regiões do país, a oposição fala em 100 mortos, vítimas dos confrontos com a polícia. O porta-voz do da Super Aliança Nacional (NASA, sigla em inglês), James Orengo, disse que os corpos das vítimas, entre os quais havia dez menores, foram retirados das ruas para evitar que o "massacre" seja revelado à opinião pública. As vítimas foram registradas entre Kibera, Mathare, Dandora, Kawangware (todos eles subúrbios de Nairobi), e também em Kisumu, Siaya, Homabay e Migori. A organização humanitária Comissão Nacional para os Direitos Humanos do Quénia fala em 24 mortos, destes pelo menos dois seriam menores de idade. Em declarações este sábado, o Governo queniano negou que haja manifestações e vítimas mortais em diferentes pontos do país, assegurando que foram registados unicamente incidentes violentos "isolados" provocados por criminosos, que receberam uma resposta "apropriada" da polícia. Protestos Os protestos ocorrem em diferentes pontos do país. Em Kisumu, a polícia interditou o acesso ao centro da cidade, enquanto no subúrbio de Kibera, na capital, as forças de segurança usam bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes e jornalistas. Manifestações acontecem nos principais redutos de apoiantes do líder da oposição Raila Odinga A situação é especialmente tensa em Kibera, onde um jornalista da televisão local "KTN" foi detido na manhã deste sábado após informar que a polícia estava a usar gás lacrimogêneo contra os profissionais da imprensa para que estes não conseguissem chegar aos pontos de protesto. "Não tenho tempo para falar com jornalistas, estamos levando nossos moradores aos hospitais, as pessoas estão morrendo", disse à EFE, Ken Okoth, deputado da aliança opositora pelo distrito de Kibera, onde vivem cerca de 500 mil pessoas. Protestos começaram na noite desta sexta-feira (11.08) Nesta localidade, os protestos dão lugar a saques a residências e estabelecimentos comerciais, há barricadas nas ruas e os manifestantes caminham armados com paus e pedras. "Há lojas de kikuyus (tribo a que pertence o presidente Uhuru Kenyatta) queimadas e saques", disse Rosemary Odiambo, uma moradora de Kibera. Além disso, a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) informou através do Twitter que prestou atendimento a 19 feridos desde a última noite no bairro de Mathare. A violência explodiu ontem à noite depois que a coalizão opositora rejeitou a reeleição do presidente e disse que recorrer à Justiça não era uma opção.
Saturday, August 12, 2017
A violência pós-eleitoral é crescente no Quénia
. A violência pós-eleitoral é crescente no Quénia desde que foi confirmada oficialmente a reeleição do Presidente Uhuru Kenyatta,na noite desta sexta-feira (11.08). Nos protestos deste sábado (12.08), que se espalham por diversas regiões do país, a oposição fala em 100 mortos, vítimas dos confrontos com a polícia. O porta-voz do da Super Aliança Nacional (NASA, sigla em inglês), James Orengo, disse que os corpos das vítimas, entre os quais havia dez menores, foram retirados das ruas para evitar que o "massacre" seja revelado à opinião pública. As vítimas foram registradas entre Kibera, Mathare, Dandora, Kawangware (todos eles subúrbios de Nairobi), e também em Kisumu, Siaya, Homabay e Migori. A organização humanitária Comissão Nacional para os Direitos Humanos do Quénia fala em 24 mortos, destes pelo menos dois seriam menores de idade. Em declarações este sábado, o Governo queniano negou que haja manifestações e vítimas mortais em diferentes pontos do país, assegurando que foram registados unicamente incidentes violentos "isolados" provocados por criminosos, que receberam uma resposta "apropriada" da polícia. Protestos Os protestos ocorrem em diferentes pontos do país. Em Kisumu, a polícia interditou o acesso ao centro da cidade, enquanto no subúrbio de Kibera, na capital, as forças de segurança usam bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes e jornalistas. Manifestações acontecem nos principais redutos de apoiantes do líder da oposição Raila Odinga A situação é especialmente tensa em Kibera, onde um jornalista da televisão local "KTN" foi detido na manhã deste sábado após informar que a polícia estava a usar gás lacrimogêneo contra os profissionais da imprensa para que estes não conseguissem chegar aos pontos de protesto. "Não tenho tempo para falar com jornalistas, estamos levando nossos moradores aos hospitais, as pessoas estão morrendo", disse à EFE, Ken Okoth, deputado da aliança opositora pelo distrito de Kibera, onde vivem cerca de 500 mil pessoas. Protestos começaram na noite desta sexta-feira (11.08) Nesta localidade, os protestos dão lugar a saques a residências e estabelecimentos comerciais, há barricadas nas ruas e os manifestantes caminham armados com paus e pedras. "Há lojas de kikuyus (tribo a que pertence o presidente Uhuru Kenyatta) queimadas e saques", disse Rosemary Odiambo, uma moradora de Kibera. Além disso, a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) informou através do Twitter que prestou atendimento a 19 feridos desde a última noite no bairro de Mathare. A violência explodiu ontem à noite depois que a coalizão opositora rejeitou a reeleição do presidente e disse que recorrer à Justiça não era uma opção.
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