Lisboa
- A eurodeputada do PS, Ana Gomes, disse hoje que "é muito cedo" para
fazer comentários ao desfecho das eleições angolanas e lamentou que a
Comissão Nacional Eleitoral (CNE) não apresente resultados parciais por
municípios e províncias.
Fonte: Lusa
"preocupante não estarem a ser divulgados os resultados parciais", declarou Ana Gomes à agência Lusa, realçando que a CNE tem estado a anunciar os "apenas números globais" por cada força política, à medida que são escrutinadas mais mesas de voto.
"preocupante não estarem a ser divulgados os resultados parciais", declarou Ana Gomes à agência Lusa, realçando que a CNE tem estado a anunciar os "apenas números globais" por cada força política, à medida que são escrutinadas mais mesas de voto.
O MPLA, partido no poder, está na frente da contagem das eleições angolanas, com 64,57% dos votos, abaixo da maioria qualificada, ainda com um terço das mesas de voto por escrutinar, segundo dados provisórios divulgados hoje pela CNE.
Para Ana Gomes, "a agregação e tabelação
das votações é absolutamente fundamental" para que as eleições gerais
em Angola ou noutros países possam ser validadas internacionalmente.
"A divulgação dos resultados parciais é
muito importante para a transparência de um processo eleitoral", como
aconteceu nas últimas eleições legislativas em Timor-Leste, em julho,
cujos procedimentos de contagem e divulgação de resultados foram
enaltecidos pela deputada socialista ao Parlamento Europeu.
Tomando o exemplo de eleições em
diferentes países que acompanhou nos últimos anos como observadora,
alertou que "é na fase da contagem que muitos truques se fazem".
"Nunca tive a mais pequena dúvida de que o MPLA arranjaria maneira de ganhar", observou Ana Gomes.
De acordo com os totais nacionais
provisórios anunciados hoje, em Luanda, pela porta-voz da CNE, Júlia
Ferreira, com 16.692 mesas escrutinadas (65,53% do total) e 5.938.853 de
votos contabilizados (63,74%) até ao momento, o Movimento Popular de
Libertação de Angola (MPLA) lidera a contagem com 2.802.806 votos
(64,57%).
Este resultado está para já ligeiramente
abaixo do objetivo da maioria qualificada traçada pelo MPLA, partido no
poder em Angola desde 1975.
Na segunda posição surge a União
Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), com 1.043.255
votos (24,04%), e depois a Convergência Ampla de Salvação de Angola --
Coligação Eleitoral (CASA-CE), com 371.724 votos (8,56%).
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