Reunião da TICAD também assistiu à confrontação verbal e física
- Oldemiro Balói diz que os dois representantes dos dois países confundiram um evento económico com um evento para fazer política
A última reunião da VI Conferência Internacional de Tóquio para o Desenvolvimento de África (TICAD), que decorreu em Maputo, conheceu no seu primeiro dia (quinta-feira) situações completamente anómalas, a começar pelas três horas de espera (atraso) do Presidente da República para a sessão de abertura oficial até às agressões verbais e físicas entre diplomatas e delegados de países aparentemente desavindos e com pendentes por resolver.
As agressões e luta corporal foram protagonizadas por dois diplomatas ou chefes de delegações do Marrocos e da República Árabe Democrática Saharaui, duas nações que, segundo se sabe, há muito vem se desentendendo politicamente.
Quando ninguém esperava, os dois e depois de uma discussão entre eles, que ninguém conseguira perceber com exatidão, começaram com agressões mútuas nos corredores e a escassos metros da entrada da sala da plenária. Os insultos e o pega pega entre os dois diplomatas durou cerca de três minutos, até que a segurança do Centro Internacional de Conferencias Joaquim Chissano, resolveu intervir separando as partes e pedindo contenção de ânimos. No meio do empurra para cá e para lá, os japoneses, organizadores do evento e bastante zelosos, empurravam para o mais distante possível as câmaras de televisão, fotográficas de filmar e celulares que, a todo custo, tentavam “pegar” aquele que era o acontecimento do momento.
- Oldemiro Balói diz que os dois representantes dos dois países confundiram um evento económico com um evento para fazer política
A última reunião da VI Conferência Internacional de Tóquio para o Desenvolvimento de África (TICAD), que decorreu em Maputo, conheceu no seu primeiro dia (quinta-feira) situações completamente anómalas, a começar pelas três horas de espera (atraso) do Presidente da República para a sessão de abertura oficial até às agressões verbais e físicas entre diplomatas e delegados de países aparentemente desavindos e com pendentes por resolver.
As agressões e luta corporal foram protagonizadas por dois diplomatas ou chefes de delegações do Marrocos e da República Árabe Democrática Saharaui, duas nações que, segundo se sabe, há muito vem se desentendendo politicamente.
Quando ninguém esperava, os dois e depois de uma discussão entre eles, que ninguém conseguira perceber com exatidão, começaram com agressões mútuas nos corredores e a escassos metros da entrada da sala da plenária. Os insultos e o pega pega entre os dois diplomatas durou cerca de três minutos, até que a segurança do Centro Internacional de Conferencias Joaquim Chissano, resolveu intervir separando as partes e pedindo contenção de ânimos. No meio do empurra para cá e para lá, os japoneses, organizadores do evento e bastante zelosos, empurravam para o mais distante possível as câmaras de televisão, fotográficas de filmar e celulares que, a todo custo, tentavam “pegar” aquele que era o acontecimento do momento.
Nisto, os organizadores, pedindo ajuda da segurança local, gritavam
em inglês, “sem câmaras por favor”, mesma altura que os elementos da
segurança interna encostavam os profissionais da media. A
confusão aconteceu por volta das 17 horas, hora marcada para entrada na
sala plenária, o que também gerou uma grande confusão na entrada, muito
por conta dos elementos da segurança que, após a confusão, decidiram
montar um perímetro de segurança muito rigoroso na sala plenária. Na
noite do evento ninguém esclareceu, nem aos participantes e nem a
imprensa, o que teria acontecido minutos antes do início oficial da
reunião. Foi um silêncio total, mas a apreensão estava lá. O Presidente
da República, Filipe Nyusi, fez-se ao local as 19h30 minutos. Nessa
altura teve lugar a cerimónia de abertura da reunião.
Razões da confusão diplomática
Entre os participantes de vários países africanos, estavam os do “poderoso” Marrocos e a sua rival e colonizada República Democrática do Saharauí, que se bate pela independência nacional desde os anos 1960, quando combatia o colonialismo espanhol no território situado a Oeste africano, então conhecido como Saara Ocidental ou Saara Espanhol.
Os antecedentes históricos indicam que a Espanha renunciou, mais tarde, a sua condição de país administrador e não cumpriu o plano de descolonização proposto pelas Nações Unidas tendo, de seguida, abandonado o país à própria sorte e, em conluio de bastidores, com o reino marroquino, tolerou a invasão, quando centenas de milhares de colonos do Marrocos expulsaram, de suas casas e terras, o povo saharauí.
A ocupação do Saara Ocidental pelo Marrocos, onde reside o povo saharauí, é vista por diversos círculos de opinião como um flagrante exemplo de injustiça, opressão nacional e violação do direito internacional, representando aquela que é a última colónia africana, contrariando a tendência da época histórica, que aponta para a conquista da emancipação nacional, da independência, da autodeterminação e da soberania dos povos.A Frente Polisário foi declarada pela ONU representante do povo do Sahara Ocidental, em Novembro de 1979.Balói reageJá na conferência de imprensa que aconteceu na tarde da sexta-feira, conforme o programado, o protocolo deixou espaço para apenas uma questão do lado moçambicano e uma do lado japonês. O jornalista moçambicano que fez a questão, quis ter explicações precisas do que aconteceu no início da noite anterior envolvendo os dois diplomatas.
Coube ao ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Balói, esclarecer a questão, cujo teor se resume no entendimento de que “houve mau entendimento sobre o conceito do evento”.“Este evento é um evento internacional multilateral e que tem como objectivo promover a parceria económica e social entre África e Japão. Não é um fórum para ser politizado. Política a gente faz nas Nações Unidas, na União Africana… aqui não. Então houve gente que não entendeu isso. E houve algum recurso à violência, mas rapidamente mostramos que isto não é uma república das bananas. Impusemos ordem e a reunião que estava correndo risco de ser sabotada realizou-se e conforme viram…realizou-se com sucesso”, concluiu Baloi. (Rafael Ricardo
MEDIA FAX – 28.07.2017
Razões da confusão diplomática
Entre os participantes de vários países africanos, estavam os do “poderoso” Marrocos e a sua rival e colonizada República Democrática do Saharauí, que se bate pela independência nacional desde os anos 1960, quando combatia o colonialismo espanhol no território situado a Oeste africano, então conhecido como Saara Ocidental ou Saara Espanhol.
Os antecedentes históricos indicam que a Espanha renunciou, mais tarde, a sua condição de país administrador e não cumpriu o plano de descolonização proposto pelas Nações Unidas tendo, de seguida, abandonado o país à própria sorte e, em conluio de bastidores, com o reino marroquino, tolerou a invasão, quando centenas de milhares de colonos do Marrocos expulsaram, de suas casas e terras, o povo saharauí.
A ocupação do Saara Ocidental pelo Marrocos, onde reside o povo saharauí, é vista por diversos círculos de opinião como um flagrante exemplo de injustiça, opressão nacional e violação do direito internacional, representando aquela que é a última colónia africana, contrariando a tendência da época histórica, que aponta para a conquista da emancipação nacional, da independência, da autodeterminação e da soberania dos povos.A Frente Polisário foi declarada pela ONU representante do povo do Sahara Ocidental, em Novembro de 1979.Balói reageJá na conferência de imprensa que aconteceu na tarde da sexta-feira, conforme o programado, o protocolo deixou espaço para apenas uma questão do lado moçambicano e uma do lado japonês. O jornalista moçambicano que fez a questão, quis ter explicações precisas do que aconteceu no início da noite anterior envolvendo os dois diplomatas.
Coube ao ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Balói, esclarecer a questão, cujo teor se resume no entendimento de que “houve mau entendimento sobre o conceito do evento”.“Este evento é um evento internacional multilateral e que tem como objectivo promover a parceria económica e social entre África e Japão. Não é um fórum para ser politizado. Política a gente faz nas Nações Unidas, na União Africana… aqui não. Então houve gente que não entendeu isso. E houve algum recurso à violência, mas rapidamente mostramos que isto não é uma república das bananas. Impusemos ordem e a reunião que estava correndo risco de ser sabotada realizou-se e conforme viram…realizou-se com sucesso”, concluiu Baloi. (Rafael Ricardo
MEDIA FAX – 28.07.2017
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