Tuesday, February 28, 2017

Cólera flagela Nampula e autoridades admitem a ocorrência de óbitos fora dos hospitalares



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Destaques - Nacional
Escrito por Júlio Paulino  em 28 Fevereiro 2017
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Pelo menos 129 pessoas padecendo de cólera deram entrada no Centro de Saúde de Namialo, no distrito de Meconta, na província de Nampula, desde que a doença eclodiu em Janeiro do em curso. Oficialmente, nenhuma morte foi registada até ao momento, mas a Direcção Provincial de Saúde (DPS) local admite a possibilidade da ocorrência de óbitos extra-hospitalares.
A chamada doença de mãos sujas, já está a alastrar-se para o distrito de Monapo. Segundo as autoridades sanitárias, eclosão do surto de cólera foi reportada sobretudo nas comunidades distantes dos postos administrativos de Netia, nas localidades de Mecuco no distrito de Monapo, e em Namialo, no distrito de Meconta.
Suleimane Izidoro, médico chefe provincial da saúde em Nampula, disse na última quarta-feira (22), em conferência de imprensa, que a partir do passado dia 10 de Agosto, o distrito de Monapo, registou a eclosão.
Em Mecuco tinham sido internados, até a semana finda, pelo menos 99 doentes, doze em Netia e um na vila sede de Namialo.
“Ao longo das duas últimas semanas, constatámos que que há problemas sérios no que tange ao saneamento do meio. Há igualmente falta de tratamento da água para consumo, sobretudo a das chuvas que é muito consumida por maior parte das populações e há poços tradicionais não tratados, para além de charcos”, a que se recorre para a obtenção de água.
“Decidimos fazer buscas nos bairros porque a comunidade dizia, morreu alguém nesta e naquela casa por diarreia. Como consequência, tivemos aumento do número de casos de cólera, o que dá entender que devem ser aqueles casos que estavam nos bairros que, infelizmente, não foram levados às unidades sanitárias”, disse Suleimane Isidoro.
A DPS considera haver relação entre a cólera e as condições de vida que as populações têm, principalmente no que diz respeito ao abastecimento de água. “Como choveu e a maior parte da população das regiões assoladas com o surto ainda usam poços tradicionais para captar água para beber”, explicou a profissional.
Para fazer face a estes problemas que ameaçam a vida de dezenas de moçambicanos, a saúde já está a mobilizar as comunidades sobre a importância da higiene pessoal e colectiva, tratamento da água para o consumo com recurso a produtos purificadores, tais como “Certeza” e “Cloro”, que estão sendo distribuídos gratuitamente nas unidades sanitárias.

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