Entre
os milhões de documentos da CIA
revelados ao público recentemente, há uma colectânea de anedotas soviéticas,
naturalmente em inglês. Sabe-se que o material foi preparado para o
vice-diretor da CIA, não se sabe a razão do interesse particular pelas piadas
políticas, que na URSS eram comunalmente conhecidas como “anti-soviéticas” e
podiam dar a prisão à quem as contasse.
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Eis são algumas:
O
homem entra na loja e pergunta: “Vocês não tem a carne?” “Mas que nada”! — responde
a vendedora, — “não temos o peixe. A loja de não ter a carne está em frente”.
O
americano conta ao soviético que EUA é um país absolutamente livre e ele pode
ir junto à Casa Branca e gritar “abaixo Ronald Reagan!” O soviético responde: Isso
não é nada. Eu também posso ir junto ao Kremlin e gritar “abaixo Ronald Reagan!”.
Numa
fila na loja que vende a bebidas alcoólicas um operário diz: “Guarde, por favor
o meu lugar, vou mas é, matar Gorbachov”. Duas horas depois ele volta e reclama
o seu ligar na fila. O amigo pergunta: “Então, conseguiste limpar o gajo?”.
Operário responde: “Não, a fila é maior que essa!”
A típica fila soviética para comprar a vodca na época de Gorbachev |
—
Nenhuma, mas Gorbachev ainda não sabe disso”.
A fila para comprar a
vodca, 30.04.1990, cidade de Bratsk
(Rússia):
Blogueiro: à julgar
pelos temas abordados, as anedotas foram reunidos na segunda metade da década
de 1980, naquela época as “anedotas anti-soviéticas” já não davam a prisão, mas
continuavam ser o indicador perfeito não oficial daquilo que o dito “povo”
realmente pensava dos seus “queridos líderes”.
Já na URSS, o poder sempre tratava as anedotas e piadas com muita suspeita, dado o caráter informal e não oficial da sua criatividade. Ainda no início da década de 1980, os educadores de infância espalhavam, de forma semioficial, a visão pró-governamental sobre as piadas políticas: “Não se deve contar as piadas políticas, pois estas são inventadas nos EUA pela CIA”.
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